sexta-feira, 14 de maio de 2010

CUIDADO: PASTORES CÃES



CUIDADO: PASTORES-CÃES

Infelizmente, igrejas fundamentadas na Bíblia estão se tornando cada vez mais raras nestes últimos dias. Os fundamentos da doutrina cristã estão sendo abandonados pela aceitação do erro e da heresia. A enganação está aumentando e muitas ovelhas de Deus estão sendo enganadas por charlatões disfarçados de ministro do evangelho. Os promotores desse quadro decadente são os pastores-cães sempre desejosos de agradar e de alcançar a aprovação dos homens. Esses maus líderes gostam de bajular para obter confiança e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples. Em Filipenses 3:2 o apóstolo Paulo assinala: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros”. Uma das passagens mais dramáticas da Bíblia é Isaías 56:11 onde o profeta dá as características dos pastores-cães “Estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte”. Como se observa no versículo, os pastores-cães são extremamente cobiçosos, de torpe ganância, avarentos; sevem ao seu próprio ventre; sempre buscam a sua satisfação pessoal deixando as ovelhas ao abandono. A idéia de um cão pastoreando ovelhas é contraproducente ao Evangelho. Jesus enfatizou que “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. O bom pastor, não ladra, não rosna, não rezinga, não ataca, não coloca o rebanho em apuros, não alarga o caminho estreito, mas fala o que convém à sã doutrina. O objetivo primordial do bom pastor é colocar seu rebanho sob o temor contínuo do Senhor.
Os pastores-cães buscam os louvores de seus ouvintes e, jactando-se dos bancos cheios aos domingos, arvoram a bandeira falsa do avivamento. Esses maus líderes estão preocupados em solucionar as neuroses das pessoas, revestindo de açúcar seus sermões. Esquecem eles, que o único remédio para a cura dos males que afligem os homens, seja na mente ou no coração é a Palavra de Deus. Uma estratégia usada pelos pastores-cães é manter um perfil discreto e dar aos ouvintes o que eles querem, esperando que voltem no próximo domingo. Esses enganadores fazem com que as pessoas pensem que foram curadas dos seus pecados quando nunca souberam que estavam enfermas, eles colocam vestimenta de justiça sobre os seus ouvintes quando nunca souberam que estavam nus. Seus sermões são uma espécie de chá de eva-doce para acalmar os pecadores, mantê-los confortáveis e domesticá-los. Pregam um Deus meloso, bonachão que não faz exigências. Suas mensagens não têm a capacidade de arar a terra com profunidade, não rompe o solo rochoso da alma humana, não vai além da superfície. Nas igrejas dos pastores-cães a fé virou show, a adoração virou entretenimento, a santidade deu lugar ao “não tem nada a ver”, a cruz foi substituída por outra mais macia, ou seja, a freqüência do povo à igreja é comparada com o número de pessoas que vai a um parque de diversões. A igreja desses pastores-cães é a igreja da Aceitação: o pecado não é tratado com seriedade, todos podem entrar e permanecer pecadores contumazes. Esses maus líderes não entendem que clubes sociais construídos sobre o nome de Jesus Cristo não são a igreja do Novo Testamento. Um pregador que deixa de “quebrar alguns ovos” regularmente, por que tem o objetivo de ser popular, não está qualificado para o ministério. Uma característica marcante desses pastores-cães é que as experiências têm maior peso que as Escrituras. Quando as pessoas desmaiam na igreja, ou riem descontroladamente, ou latem como cachorros, ou miam como gatos, ou rugem como leões, ou se arrastam como cobras, esses pastores acham que todas essas manifestações são de Deus. Para esses réprobos a Bíblia somente é importante quando não contradiz suas experiências.
O salário altíssimo é a marca principal desses pastores-cães. A Bíblia diz que o trabalhador é digno do seu salário. Portanto, não há nada de errado um pastor receber um salário adequado. Mas, quando o pastor torna-se milionário e vive em uma grande mansão com carros do último tipo conseguidos do seu rebanho, é um lobo mercenário. Esses mercenários têm mundanizado o Evangelho. Para eles, o sucesso de uma empresa multinacional é o modelo a ser imitado pela sua igreja. É preciso entender que o mundo dos negócios está preocupado com a aparência e o lucro e não pode ser modelo para a igreja do Senhor Jesus Cristo. O verdadeiro pastor que não é mercenário é como Moisés que “permaneceu firme como quem vê o invisível” (Hb 11:27), ou seja, os seus olhos estavam sobre o invisível, o reino espiritual de Deus, não no reino deste mundo.
Os pastores-cães induzem o povo ao erro através de alianças com o que é profano. Para isso usam de jargões atraentes e diplomáticos do tipo: “Unidade na diversidade”, ”O amor une a doutrina divide”, “Devemos construir pontes e não muros”, “O verdadeiro cartão de identidade do cristão é o amor”. Através dessas frases engenhosamente bem construídas erros doutrinários grosseiros têm sido tolerados em nome do amor. Cristianismo é acima de tudo união de gregos e troianos, judeus e gentios, negros e brancos, ricos e pobres, todos unidos numa só fé. Mas, o cristianismo verdadeiro não tolera a conjugação entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, a luz e a escuridão. A unidade não deve ser meramente espiritual, mas acima de tudo deve ser bíblico-doutrinária. Assim como a água e o óleo não se misturam, verdade e erro não podem combinar para produzir algo bom. Deus é amor, mas é também santo por isso não dá para justificar a união do santo com o profano como querem os pastores-cães. Em 2 Tessalonicenses Paulo exorta dizendo : “ Se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele”. No capítulo 16 verso 17 aos Romanos, Paulo assinala dizendo: “Rogo-vos irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes, desviai-vos deles”.
No livro apocalipse há uma sentença severa para os pastores-cães “Ficarão de fora os cães” (AP 22:15). Cabem a nós, ovelhas, ficarmos atentos para a solene advertência: CUIDADO: PASTORES-CÃES!

Ir. Marcos Pinheiro

terça-feira, 4 de maio de 2010

CAFETÕES DO "DESEVANGELHO"

CAFETÕES DO “DESEVANGELHO”

Estamos vivendo a época de sermões superficiais onde pregadores são verdadeiros contadores de anedotas e especializados em motivação humana. A ira de Deus está quase completamente ausente nos sermões atuais. Para os cafetões do “desevangelho”, ou seja, do evangelho indolor, não é elegante falar sobre a ira de Deus contra o pecado; nem anunciar às pessoas que a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens; é deselegante falar sobre o inferno; a existência do diabo e o juízo vindouro. Os cafetões do evangelho indolor afirmam que as pessoas precisam ouvir mensagens em tom positivo, otimistas, caso contrário, elas não nos ouvirão. Os líderes desse novo tipo de evangelho afirmam taxativamente que a igreja que tem a preocupação em pregar arrependimento, santidade, vida de renúncia e juízo final não conseguirá alcançar os perdidos da cultura atual. Esses líderes pregam uma graça barata, encorajam seus ouvintes a reivindicarem Jesus como salvador, mas podendo deixar para mais tarde o compromisso de obedecê-lo como Senhor. Os cafetões do “desevangelho” estão refinando o verdadeiro evangelho em termos antropocêntrico, ou seja, em vez de pregarem a Cristo crucificado e focalizarem as verdades mais severas sobre o pecado e o juízo de Deus, falam de sucesso e relacionamento interpessoal. Esses pregadores do evangelho indolor enganam seus ouvintes sobre aquilo que eles realmente precisam ouvir, prometendo-lhes satisfação e bem estar terreno, quando o que eles necessitam é de arrependimento, uma visão exaltada de Cristo e um entendimento do esplendor da santidade de Deus. Multidões tem sido conduzida a uma fé superficial, barata, inexpressiva e ineficaz devido à doutrina de salvação deficiente alardeada pelo “desevangelho” dos cafetões. A grande heresia do “desevangalho” é que se estabelece um conceito de fé que elimina a necessidade de abandono de pecado, de mudança de estilo de vida e rendição total ao Senhor Jesus. Os cafetões do evangelho indolor partem da seguinte premissa: “O fulano, que está sem igreja, não será convencido que suas necessidades de bem estar, saúde e segurança psicológica serão atendidas se ele ouvir uma mensagem sobre a necessidade de arrependimento, de abandono de pecado, de uma vida de renúncia, ou ouvir uma exposição do juízo vindouro; ele não pode ser confrontado com o chamado ao auto-exame, porque há o risco de ele não voltar mais a igreja”. Ou seja, esses cafetões transformam a pregação da cruz de Cristo de “loucura para os que perecem” para uma panacéia de necessidades carnais onde não se dá tempo para haver convicção de pecado, nenhuma oportunidade para haver arrependimento profundo, nenhuma chance para se compreender de que se estar perdido, e nenhuma ocasião para que o Espírito Santo opere. Uma das marcas distintivas da pregação dos apóstolos era a defesa da doutrina cristã. A preservação da Palavra era central na vida da igreja primitiva. Quando Filipe desceu a Samaria a Bíblia diz: “E descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo” (Atos 8:5), Pedro se apresentou ao centurião romano em Cesárea e disse-lhe “O Senhor nos mandou pregar ao povo e testificar que Jesus é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (Atos 10:42), Paulo pregou a Cristo crucificado, uma pedra de tropeço para os incrédulos judeus e loucura para os gregos intelectuais (I Co 1:23). A maneira como Paulo confrontou Felix e sua esposa Drusila põe por terra o evangelho indolor. Paulo não lhes ofereceu palavras de conforto, não suavizou sua mensagem em tom positivo, não tentou bajular, lisonjear ou agradar a Felix e Drusila. O objetivo de Paulo não era fazer que o casal se sentisse bem consigo mesmo e ignorasse o juízo de Deus, mas Paulo desejava levá-los a sentirem-se pecadores miseráveis. Por isso Paulo dissertou sobre três assuntos: a justiça, o domínio próprio e o juízo vindouro (Atos 24:25) . Quando Pedro pregou à multidão no dia de Pentecoste, ele não tentou encantá-la, diverti-la ou fazê-la sentir-se bem consigo mesma, mas conclamou a todos que se arrependessem. Aqueles que defendem que o evangelho deve ser apresentado sempre em tom positivo, otimista serão forçados a ignorar partes cruciais das Escrituras tais como Romanos capítulo 1, Lucas capítulo 16, capítulos 6, 8 e 9 de Apocalipse, todas as passagens de advertência do livro de Hebreus e 50% dos ensinamentos de Jesus. A multidão que seguia Jesus era oprimida tanto politicamente quanto religiosamente pelos cobradores de impostos e pelas autoridades religiosas de Israel que lhes impunha pesadas arbitrariedades. Mesmo assim, Jesus disse-lhes que deveriam abrir mão até de suas famílias e renunciar tudo, até a própria vida. Para os cafetões do evangelho indolor a mensagem de Jesus era impopular e insensível às necessidades daquela multidão. Os cafetões de hoje são forçados a darem nota zero a Jesus como pregador, pois sua mensagem foi descontextualizada. O grande mal dos cafetões do evangelho indolor é que eles não preservam a inteireza da Palavra de Deus. Eles se utilizam da psicologia freudiana que suaviza o conceito de pecado e de culpa; se utilizam do postulado da antropologia que diz que o homem é a coisa mais importante do universo, o homem é um “deus” para si mesmo; se utilizam da psicologia de Carl Rogers que ensina como ter sucesso; apegam-se ao postulado da sociologia que toma os valores éticos da Bíblia e os chamam de tabus que devem ser abandonados; utilizam-se veementemente das técnicas de marketing que ensina como fazer com que as pessoas comprem a sua idéia usando a isca do hedonismo para conquistá-las. Mas diante de toda essa catástrofe espiritual Deus sempre levanta um remanescente que prega todo o Conselho de Deus na sua inteireza. O Senhor fez isso no século XII na França levantando os Valdenses; fez isso em Florença na Itália no século XV com as mensagens ungidas e contundentes de Jerônimo Savonarola; no sáculo XVII Deus levantou na Inglaterra os puritanos que lutaram por uma doutrina mais pura, uma liturgia mais pura, uma vida mais pura; no sáculo XVIII, Deus levantou homens como George Whitefield, John Wesley e Jonathan Edwards; no sáculo XX Deus levantou Charles Spurgeon que combateu a contextualização da Palavra de Deus pelo humanismo, e pelos costumes seculares da época.
Levantemo-nos pela verdade, não importando o preço!

Ir. Marcos Pinheiro