sexta-feira, 2 de julho de 2010

CUIDADO: PASTORES - DIÓTREFES

CUIDADO: PASTORES - DIÓTREFES

Na terceira epístola de João versículo 9 o apóstolo fala de um líder ditador contaminado pelo vírus da idolatria do sucesso e, por isso se deleitava em ser proeminente “Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe”. Diótrefes era um líder centralizador, autoritário e viciado em deter o poder. Lamentavelmente, o ídolo número um entre os pastores evangélicos hoje, é a ambição desenfreada por querer ser o primeiro. A idolatria do sucesso deu origem aos pastores-Diótrefes. Em Atos 1:6 está registrado “Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?” Jesus respondeu essa pergunta de seus discípulos de modo muito claro: “Não vos compete conhecer tempos e épocas que o pai reservou pela sua exclusiva autoridade”. Nas entrelinhas da pergunta dos discípulos estava a ambição por liderança. Eles estavam com sede de espaço, queriam ser alguém proeminente, alguém de grande projeção. A resposta de Jesus foi taxativa: “Não vos compete conhecer tempos”. Em outras palavras Jesus estava dizendo: “Vocês perderam a sensibilidade de servos, eu não estou procurando pessoas de projeção ou que queiram se projetar, eu não estou atrás de construtores de impérios, tirem os olhos dos tempos e das épocas, parem de namorar a idéia de se projetar”. Em Filipenses 3:8 Paulo diz: “tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo”. Paulo não tinha outra ambição que o impulsionava na vida a não ser ter a Cristo na sua plenitude. Paulo tinha uma única preocupação: comparar suas credenciais com os padrões de Deus. A carne gosta de ter proeminência em tudo. O desejo de importância, o desejo de posição provém da carne. O apetite por promoção pessoal tem arruinado muitos ministérios. Jesus não está procurando pessoas de projeção, Ele não está procurando construtores de impérios. Jesus está procurando homens e mulheres que sejam testemunhas cheias do Espírito Santo. No cristianismo de hoje se fala muito pouco do conceito de esvaziar-se. Há muitos livros sobre como ser cheio de sucesso, como ser proeminente, mas nunca vi um livro com o título “Como se tornar um nada”. È preciso entender que não podemos ser cheios de Deus até que estejamos vazios, não podemos ter valor até que não tenhamos valor algum. Ser significante para Deus é admitir a insignificância própria. Recebemos aprovação do Senhor não como resultado dos nossos talentos, não como resultados das nossas habilidades, ou popularidade, mas recebemos aprovação divina quando reconhecemos nossa insignificância. A advertência contra o sentimento de superioridade, de primazia, de proeminência é um princípio bem estabelecido nas Escrituras que não se pode ignorar.
Os pastores-Diótrefes estão preocupados com o aumento de seu poder político, com mais e mais espaço, com a compra de mais e mais propriedades e conseqüentemente com o crescimento de sua arrecadação. Para os pastores-Diótrefes a preocupação com a vida dos crentes é coisa secundária. Eles são os “magnatas da fé” que vivem as custa de um povo explorado e enganado. São gurus da “teologia de tio patinhas”. Ao invés de manejarem bem a Palavra da justiça manejam bem os esquemas totalitários, agem como se tivessem superpoderes vitalícios e, para isso cercam-se de uma “tropa” de pessoas subservientes e bajuladores. Essa “tropa” são aqueles que ao descobrir o DNA ministerial do pastor-Diótrefes tornam-se “crentes calangos”, ou seja, balançam a cabeça o tempo todo aceitando as heresias que sai do púlpito. A bajulação é um comércio de mentiras que pelo lado do bajulador se apóia no interesse, e pelo lado do bajulado se apóia na vaidade. Certa vez perguntaram ao filósofo grego Biantes, qual era o pior dos animais. Biantes respondeu: “Entre os selvagens, o sanguinário; entre os domesticados, o bajulador”. Os pastores-Diótrefes é gente mentida a Deus que têm a mania de sustentar empáfias. Ao invés de se colocarem como propriedades de Deus fazem de Deus sua propriedade. São os donos de Deus. Em Mateus 27:42 registra que os príncipes dos sacerdotes escarneciam ao pé da cruz dizendo: “Se é o Rei de Israel, desça, agora, da cruz, e creremos nele”. A arrogância desses escarnecedores era tal que eles achavam que Jesus precisava deles, ou seja, Jesus era beneficiado pelo fato deles crerem em Jesus. Os príncipes dos sacerdotes assumiram essa soberba porque alimentavam uma fome pelo domínio, pois enquanto a nação permanecia como mera província do império romano, a influência deles era um tanto limitada e ofuscada. À semelhança dos pastores-Diótrefes de hoje, eles queriam popularidade, queriam proeminência, queriam se tornar estrelas.
Os pastores-Diótrefes se revelam muito bem nas convenções de suas denominações. É comum encontrar politicagem, compra de votos, conchaves e nepotismo por parte dos pastores-Diótrefes. Seus sermões nas convenções são recheados de promessas do tipo: “Todos os evangelistas e presbíteros serão consagrados a pastores”, “Os diáconos estejam preparados para serem missionários usados por Deus em outro país”.
O início do governo de Salomão é marcado por uma grande humildade e dependência de Deus. Percebe-se isso quando em sua oração não pediu glórias nem fama e sim sabedoria para guiar o povo de Deus (2 Cr 1:10-12). Os pastores precisam apreender com Salomão: “Não pedindo nada para engrandecer seu próprio nome”. O avivalista George Müller disse certa vez: “chegou o dia em que morri para George Müller, morri para tudo que eu era, que tinha, possuía e esperava ser, morri completamente e absolutamente para George Müller”. Deus está chamando a igreja para sair desta perseguição ambiciosa pelo sucesso. É preciso desligar as câmeras e silenciar toda publicidade. Deus está mais interessado em nos ganhar inteiro, do que ganharmos o mundo inteiro para Ele. O mundo não pode ser salvo por homens que se recusam a diminuir! Que todos nós possamos diminuir! Que apenas Ele possa crescer! Que Deus nos ajude a voltarmos às raízes!

Ir. Marcos Pinheiro