domingo, 22 de maio de 2011

NEOPENTECOSTALISMO: DESSERVIÇO AO EVANGELHO

NEOPENTECOSTALISMO: DESSERVIÇO AO EVANGELHO

Diversos movimentos pentecostais têm surgido ao longo dos anos. Portanto, é preciso saber distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo. O conhecido movimento denominado neopentecostal surgiu nos meados do século XX. O neopentecostalismo se propôs a dinamizar as práticas litúrgicas, a cristologia, a eclesiologia e a prática hermenêutica. No que diz respeito à prática litúrgica, o neopentecostalismo apresenta um problema dos mais graves. Em seus cultos, as campanhas de cura, prosperidade material, saúde e revelação têm proeminência. A preocupação maior não é a glória de Deus, mas as necessidades humanas focadas por uma ótica hedonista. O slogan das igrejas neopentecostais é: “Você nasceu para vencer”. É uma frase elegante e até estimula nossa vida diária, mas está teologicamente errada. Nós não nascemos para vencer. Nascemos para servir e glorificar a Deus. Nascemos para viver com Deus e para Deus. O alvo da nossa vida como servos do Senhor, deve ser Deus e não nós mesmos, e não nossos projetos pessoais. O crente verdadeiro tem um único projeto: glorificar a Deus em sua vida com sofrimento ou sem sofrimento, com revezes ou sem revezes. Os mártires da igreja se viam a si mesmos como secundários e Deus como o prioritário, por isso glorificaram a Deus em seus sofrimentos. Nos cultos neopentecostais o homem é o foco, é a causa e a razão. O homem é o centro do culto e Deus torna-se servo. A liturgia neopentecostal toma uma direção totalmente horizontal. Um slogan bastante usado pelos líderes neopentecostais é: “Aqui o milagre é coisa natural”. Ora, se é natural não é milagre. Ademais, esses líderes esquecem que o culto deve expressar a natureza espiritual da igreja e seu relacionamento com Deus. A liturgia de um culto deve enfatizar o senhorio de Jesus e não apenas Jesus como provedor de necessidades humanas. O culto neopentecostal é pobre de Bíblia. A Bíblia não é central é periférica. As pregações são cheias de chavões positivos do tipo: “Deus tem uma vitória para você nesta noite”, “O gigante será derrotado nesse culto”, “Use a fé e prospere”. Enfim, é uma epidemia de confissões positiva e pouquíssima Bíblia. Dificilmente se ouvirá uma mensagem sobre perdão de pecados, a necessidade de arrependimento, vida de renúncia e a volta de Jesus nos púlpitos neopentecostais. Os sermões neopentecostais mostram um Jesus fraco e demônios fortes. Mostram um Jesus que salva, mas não tem poder para encher a vida da pessoa. Tanto isso é verdade que na visão neopentecostal o crente continua de quando em quando sendo possesso de demônios. Há uma supervalorização dos demônios chegando às raias do ridículo: “Comece a se manifestar pomba gira”, “Manifeste-se exu tranca-rua” são frases que saem da boca dos gurus neopentecostais. O clima de um culto neopentecostal é de lavagem cerebral pela técnica de repetição de frases curtas: “Olhe para seu irmão e diga...” Não é um clima de ensino e doutrina. A técnica é de manipulação e de despersonalização. A letra dos cânticos nos cultos neopentecostais expressa uma linguagem mística, e muitas vezes esotérica, sem abordar as verdades fundamentais da teologia cristã. Os grandes temas da fé como a salvação, a cruz, a redenção e a justificação não são mencionados nos cânticos. A realidade é que se espremermos a maioria dos cânticos neopentecostais não dá uma colher de sopa de doutrina. As letras das músicas são guisados de Jacó que trazem malefícios à fé apostólica. Falam de paz e amor para elevar o ego dos ouvintes. Quanto à cristologia constata-se claramente que a pessoa de Jesus se esvanece no neopentecostalismo. O Cristo dos neopentecostais é uma pessoa decorativa, é uma pálida caricatura do Cristo do Novo Testamento, pois o nome de Jesus é mostrado como se fosse uma senha para acessar o site das maravilhas e fazer o download do milagre de que se necessita. O Jesus dos neopentecostais é mostrado não como a segunda pessoa da trindade, mas como um mágico, um talismã, um nome a manipular, um dístico. Tanto isso é verdade que a ênfase teológica do neopentecostalismo não é cristológica, mas pneumatológica, ou seja, a pessoa de Jesus é apagada e a ênfase é dada ao Espírito Santo. Para os pastores neopentecostais, Cristo é o canal para nos trazer o Espírito Santo, quando na verdade é o Espírito Santo quem nos conduz a Cristo e que desvenda a pessoa de Cristo ao fiel. Quando a cristologia é fraca a soberba do homem é grande. A palavra de João Batista “Importa que Ele cresça e que eu diminua” não encontra espaço no neopentecostalismo. Os líderes neopentecostais se vêem como mediadores entre Deus e os homens. Sua palavra supera o valor das Escrituras. Eles disputam espaço com Cristo. Eles gritam: “Eu senti no meu coração e pronto”, ou seja, se sentiu no coração é verdade absoluta. Esquecem esses líderes que não é que nós sentimos em nosso coração, é o que a Bíblia diz. Se sentirmos de uma maneira, e a Bíblia disser de outra, nós é que estamos equivocados, e não a Bíblia. Os crentes antigos oravam assim: “Senhor me esconde atrás da cruz de Cristo”, os líderes neopentecostais trocaram a oração por: “Senhor esconde a cruz de Cristo atrás de mim”. De acordo com as Escrituras o verdadeiro pastor pregar a obra de Jesus, mas os pastores neopentecostais completam a obra de Jesus, ou seja, Jesus só produz efeito na vida de uma pessoa através da “oração forte” que eles fizerem. Só eles têm poder sobre os demônios, só eles têm “a chave da oração forte”. Eles são o Sumo-Sacerdote e Jesus é apenas um ente espiritual. Nesse contexto, Jesus precisa ser reforçado pela “oração forte” de um guru neopentecostal. O neopentecostalismo é maléfico, pois apresenta um Evangelho descorado onde as visões e revelações estrambóticas é o referencial para o crescimento espiritual. Enfim, o neopentecostalismo é um desserviço ao Evangelho.

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 1 de maio de 2011

EVANGELISMO ATRAVÉS DE FILMES? ESSA NÃO!

EVANGELISMO ATRAVÉS DE FILMES? ESSA NÃO!


Em número crescente, as igrejas estão depreciando o valor da pregação expositiva nos seus cultos. Muitos líderes acham que há melhores maneiras para se ganhar almas, como por exemplo, evangelizar através de filmes gospel. Mas, a “loucura da pregação” é o único meio que o Senhor escolheu para ganhar pessoas para o seu reino e doutriná-las. Para que os pecadores pudessem ouvir Sua voz, o Senhor escolheu usar pregadores como Seu canal, “E como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10:14). A palavra traduzida como “pregue” (kerusso) refere-se literalmente ao uso de um arauto ou um pregoeiro público. O Espírito de Deus torna a pregação da Palavra, o meio eficaz da graça para salvar pecadores, edificar os crentes e as igrejas. Esse é o evangelismo feito da maneira do Senhor. Deus escolheu usar uma mensagem “louca”, comunicá-la através de meio “louco”, para deixar claro que somente Ele é Aquele que sobrenaturalmente salva (I Co 1:17-25). A grande dificuldade da igreja moderna é que ela não acredita que o Senhor Jesus opera poderosamente para salvar pecadores, discipular crentes e edificar Sua igreja através do meio “louco”: A pregação expositiva da Palavra. Nesse contexto, a pregação tem sido considerada fora de moda, ineficiente, e, freneticamente os pastores têm descido ao Egito em busca de meios antibíblicos para o evangelismo, dentre os quais, os filmes gospel. Esses líderes estão dependendo de “cisternas rotas, que não retêm água”, quando ao mesmo tempo “o manancial de águas vivas está na frente de seus narizes” (Jr 2:13). A evangelização através de filmes retrata incredulidade quanto ao poder da pregação expositiva. A verdade é que grande parte da igreja não confia que o Cristo exaltado opera através de Sua Palavra, então, a proclamação do evangelho é substituída por performances artísticas irrelevantes como os filmes gospel. Lamentavelmente, a igreja moderna tem perdido a visão do uso sobrenatural de Cristo através do ministério da Palavra. Hoje, os pastores são diretores-executivos, gerentes, financistas, excelentes levantadores de fundos, exceto ministros da Palavra. Se não confiamos que o Rei Jesus abençoa o único meio que Ele mesmo apontou para evangelizar, ou seja, a pregação expositiva de Sua Palavra, estamos errando na base, e precisamos admitir que somos culpados de incredulidade prática. O Senhor Jesus foi um pregador. João Batista, o precursor, também foi primariamente um pregador. No livro de Atos, no dia de Pentecoste, Pedro levantou sua voz e pregou a Cristo. O apóstolo Paulo foi preeminentemente, um grande pregador. John Wycliffe, “A estrela d’alva da Reforma”, inflamado pelo Espírito Santo deu grande ênfase à pregação expositiva da Palavra de Deus. Os seus seguidores, os lolardos, costumavam percorrer a Inglaterra inteira pregando as Escrituras ao ar livre. Homens como Martinho Lutero e João Calvino valorizavam acima de tudo a pregação expositiva das Escrituras. O mesmo vale dizer para John Knox, Hugh Latimer, George Whitefield, Charles Spurgeon, e tantos outros que defendiam a pregação expositiva. A pregação expositiva foi empregada pelos profetas, Jesus, apóstolos e reformadores. Uma igreja construída sobre filmes é uma igreja construída sobre areia, é a casa da morte, pois as pessoas foram iludidas pelas meias verdades. Quando Pedro pregou a Palavra em Atos 2:37 o coração das pessoas foram atingidos como por uma pontada. Eles gritaram: “O que faremos para sermos salvos?” Eles não foram convencidos através de drama, nem por entretenimento profissional, nem por desempenho artístico, mas reconheceram seus pecados, se arrependeram e foram libertos pelo poder da Palavra pregada. Desde a criação em Gênesis 1 até a chamada de Abraão em Gênesis 12, desde a visão do vale de ossos secos em Ezequel 37 até a vinda da Palavra Viva, Deus sempre criou o Seu povo através da Sua Palavra. Como disse o apóstolo Paulo “A fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” ( Rm 10: 17). O modo de promover santidade é ensinar às pessoas a Palavra de Deus e levar com energia o impacto desse ensino aos corações através da pregação. Isso os filmes não fazem. O filme funciona como alimento emocional, despertando no espectador, experiências estéticas. Ademais, nenhum homem pode retratar Cristo seja através de um ator ou qualquer imagem física. Fazer isto é blasfemar o Filho de Deus e negar Sua glória e poder. Nos filmes prevalece a arte; a ênfase é o estilo e o caráter ornamental, o que repassa uma mensagem vaporável. Os filmes é uma ostentosa exibição de arte que desvia a atenção das pessoas para longe da verdade evangélica. Eles simplesmente incitam sentimentos de simpatia pelo evangelho. Corações duros somente são quebrados para o arrependimento através da pregação expositiva. A mensagem passada pelos filmes é adornada, não é declarativa, nem salvadora, pois é carregada de recheios purpúreos. Portanto, é mais fácil ensinar um leão a ser vegetariano do que converter um coração através de filmes gospel. Infelizmente, em muitas igrejas a pregação tem sido um acessório, uma coisa. A suprema necessidade da nossa geração é a declaração da Palavra de Deus no poder do Espírito Santo. Nossa oração é que o Espírito Santo caia nas igrejas que estão sonolentas e remova a estultice da evangelização através de filmes. O compromisso com a pregação expositiva é a marca de uma igreja forte!

Ir. Marcos Pinheiro