terça-feira, 28 de agosto de 2012

PASTORES CATEDRAIS


PASTORES CATEDRAIS


É notório o número de igrejas evangélicas que vem absorvendo a forma do mundo. Na verdade, a igreja evangélica tem se organizado e vivido como mais uma instituição moderna no mundo. Atualmente as atividades eclesiásticas não são procuradas por pessoas que desejam ter uma vida modesta, mas por pessoas ambiciosas que enxergam no ministério uma forma de enriquecimento financeiro. Hoje, o pastor é avaliado pela sua capacidade de levantar dinheiro através da enganação e esfoliação de suas ovelhas e não pelas vidas que são transformadas pela pregação do Evangelho. As igrejas tem se transformado em empresas lucrativas, pois a visão está no lucro, no mamon e, as ovelhas ludibriadas, se comportam como clientes de produtos religiosos. A igreja do Senhor Jesus Cristo é edificada por Ele mesmo para a glorificação de Deus Pai, libertação dos cativos e pregação do Evangelho para arrependimento e salvação eterna de todo aquele que crê. Sua missão é prover meios de adoração ao Senhor e anunciar a salvação. Portanto, a igreja não depende de nenhum modelo empresarial.

Atualmente há um desejo exacerbado de se fazer igrejas suntuosas. Parece que para cultuar a Deus é necessário muita tecnologia e luxo. Na visão de muitos pastores, igreja bem sucedida se mede pelo prédio e pelo número de pessoas que comparecem ao culto aos domingos. Neste contexto, esses homens mergulham de cabeça no evangelho quantitativo e de interesse pessoal onde o aparato dos templos ocupa suas mentes corrompidas. Esses réprobos pastores estão tão preocupados com cimento, ferro, pedra, areia, granito, porcelanato, poltronas e vitrais que não fortalece a ovelha fraca, não cuidam da doente e nem vai à busca da perdida. As ovelhas necessitadas foram esquecidas e trocadas pelo luxo, pelo conforto, pela aparelhagem e pelo glamour dos templos. A visão mercenária desses homens é tão forte que para eles é insensato deixar noventa e nove ovelhas no aprisco e sair para buscar apenas uma. Esquecem esses mercenários que o verdadeiro pastor se entrega e se gaste em benefício das ovelhas de Cristo.

Com diploma de “teólogo” obtido em faculdades teológicas de fundo de quintal, os pastores das catedrais suntuosas têm habilidades suficientes para exercer a direção de uma grande empresa secular, nunca para exercer o pastorado de uma igreja. Eles constroem seus mega-templos não para que o Senhor seja glorificado e vidas sejam transformadas, mas para exercerem influência, ter poder sobre as pessoas, se gabarem e viverem nababesca. A biblicidade em suas pregações é ínfima. Pregam um evangelho aguado, uma graça barata, uma doutrina pervertida levando as pessoas a crerem que podem ir para o céu sem santidade. Colocam a obediência como opção ao invés de requisito. Os “pastores catedrais” são homens desengonçados e desconhecedores da Teologia Bíblica, ensinando o que não sabem, atropelando o Novo Testamento com um Antigo Testamento descontextualizado. Inventaram uma tal de quebra de maldições hereditárias negando a suficiência do sangue de Cristo derramado na cruz do calvário.

Na época de Jesus uma multidão de pessoas circulava pelo templo de Jerusalém, mas não percebiam a blasfêmia do livre comércio estabelecido na porta do templo. Hoje não é diferente. Os mega-templos são verdadeiros Shoppings Centers. Vende-se de tudo: CDs, revistas, ingressos, rifas, camisas, bijuterias, comidas. E, a justificativa dos “teólogos de fundo de quintal” é que os tempos mudaram. Os mega-templos tem sido um ambiente perfeito para desabrochar a ambição e o oportunismo. Estão sempre cheios de cantores idólatras de si mesmos que venderam suas almas ao principado deste século de glamour e ovações. Os sermões dos “pastores catedrais” sempre em tom positivo se juntam ao louvor insosso, sem expressão e infantilizado dos cantores-astros. Essa é a estratégia de Satanás para ganhar a igreja.

Uma técnica dos “pastores catedrais” para encher seus templos faraônicos são as campanhas anunciadas pirotecnicamente do tipo “Destruindo muralhas”, “Afiançados para vencer”, “Sete passos para o sucesso”, “Mapeamento espiritual”. Quando indagados sobre tais campanhas dizem que são estratégias de Deus para ganhar o mundo. Na verdade, essas campanhas são estratégias do maligno para manter o povo que já está no caminho do fogo eterno no analfabetismo bíblico.

No intuito de perpetuar o patrimônio construído, os “pastores catedrais” investem em suas respectivas esposas atribuindo-lhes títulos antibíblicos de pastoras e bispas. Na verdade, esses títulos é uma medida preventiva para assegurar as finanças acumuladas em suas contas bancárias surripiadas de suas ovelhas. Caso haja uma eventual tragédia que possa culminar na morte do “pastor catedral”, o risco de transferência de suas fortunas para outrem está eliminado.

É urgente restaurar o verdadeiro sentido de igreja. Precisamos de uma Nova Reforma Protestante no interior das consciências para que a igreja seja o que o Senhor planejou para ela: comunidade amorosa de verdadeiros servos e servas cheios do Espírito Santo.

Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 11 de agosto de 2012

O DEUS ADOCICADO


                                              O DEUS ADOCICADO

A igreja moderna sob a pressão das filosofias seculares e modismos, tem saído do padrão das Escrituras. Muitas igrejas estão repletas de truques, invenções e técnicas de marketing onde o Evangelho perdeu sua profundidade, a fé virou atividade recreacional e Deus passou a ser um adoçante para a alma humana. As mensagens são sempre do tipo “como chegar a uma visão elevada de si mesmo”, “como adquirir um senso de valor pessoal”, “como sentir-se bem sobre si mesmo”. Na verdade, Deus é melífluo, adocicado, pois existe para fazer as pessoas felizes, nunca para lhes dizer como viver. Neste contexto, o coral é doce, a banda é doce, a mensagem é doce, o culto é doce, a adoração é doce, o pastor é uma doçura!

Os seguidores do Deus adocicado pregam uma “crença fácil” que permite às pessoas experimentarem uma alegria do tipo “viagem de drogas”, mas não uma alegria profunda e duradoura, proveniente da séria obediência aos mandamentos de Cristo. A bandeira da “crença fácil” é “seja feliz e abençoado”. A “crença fácil” leva as pessoas a dizerem: “Quero Cristo e meu orgulho”, “Quero Cristo e as minhas trapaças”, “Quero Cristo e minhas relações ilícitas”, “Quero Cristo e minhas mentiras”, “Quero Cristo e meu materialismo”, “Quero Cristo e meu pecado”. À luz do Novo Testamento a “crença fácil” é inadequada. Deus nos chama a uma vida santa útil, correta e dedicada ao Senhor. A vida de um crente verdadeiro nunca é descrita como uma existência fácil na qual se pode fazer o que bem entende.

Os líderes do Deus adocicado usam uma máscara de piedade. Eles querem ser um doce para com todos. Por isso, quando falam de piedade referem-se a um sentimentalismo insensato que justifica o pecado. Eles baixam o nível do padrão de justiça e aprovam os padrões do mundo. Aceitam a ética e a conduta mundana. Não ensinam a autonegação. Tratam o pecado com melifluidade. Nunca dizem às pessoas que elas estão perdidas sem Jesus. Isso produz um rebanhão que não vive uma vida piedosa para oferecer uma definição honesta de Cristianismo. Ora, Jesus nunca se preocupou em ser doce. Jesus passou a ser rejeitado e odiado no início de seu ministério. Ele disse aos fariseus e à multidão: “Vou lhes avisar logo de início que existe um preço a ser pago para que vivam no meu reino; não pensem que terão tronos, glória, coroas, fama, prestígio, popularidade, aceitação, o amor, o elogio e a exaltação de todos; se viverem para o meu reino, sofrerão”. Os fariseus se retiraram e logo conspiraram com os herodianos, contra Ele, em como lhe tirariam a vida. Quando você está disposto a perder a si mesmo por Cristo, então você ganha. Os líderes do Deus adocicado não ensinam essa verdade simples e profunda.

Os pastores do Deus adocicado tratam a verdade bíblica superficialmente. Desviaram-se da simplicidade que há em Cristo. Ludibriam o povo apelando para todos os tipos de novidade. São fascinados pelo extravagante e mestres da “coisa nova”. Através de sermões manipuladores e malabaristas, conseguem desviar os olhos das pessoas de Cristo para eles mesmos ao declararem que têm uma “tremenda força espiritual” e “oração forte” capaz de desafiar Satanás. Nem mesmo o poderoso Arcanjo Miguel ousou pronunciar juízo de maldição contra o diabo como fazem esses líderes do Deus adocicado (Judas 9).

A verdade é que aqueles que têm pregado o Deus adocicado têm levado muitos a buscarem experiências fantasmagóricas, as quais têm conduzido a um pseudo-cristianismo, com aparência de espiritualidade, e sem a menor fundamentação escriturística. A fim de tornar o ambiente cúltico adocicado os pastores do Deus melífluo declaram que já foram ao céu, conversam com anjos diariamente e têm visões místicas. Um ostensivo ocultismo prevalece nos cultos de suas igrejas. Há um clamor para que anjos se façam presentes. Os “videntes” vêem “anjos” sapateando na plataforma e passeando nos corredores da igreja. Os cabalistas vêem “serafins” voando sobre a cabeça dos obreiros e o pai-apóstolo dá ordens a Miguel e a Gabriel semelhante a alguém que manda o seu cachorro pegar um osso. A igreja numa gritaria histérica entra em catarse. Os anjos do Senhor não são funcionários de homens, eles não agem através de ordens humanas. Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento os homens não são exortados a invocarem anjos, mas, sim, ao Senhor. O apóstolo Paulo exorta dizendo: “Ninguém vos engane a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto aos anjos, baseando-se em visões, estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl 2:18).

Satanás cegou o entendimento desses líderes conduzindo-os à infidelidade contra Deus. Todos esses pastores são discípulos de Simão, o mágico; estão em fel de amargura e em laço de iniqüidade, por isso receberão a devida condenação, pois trocaram o Deus verdadeiro pelo Deus adocicado.

Ir. Marcos Pinheiro