sexta-feira, 29 de março de 2013

A IGREJA-SHOPPING-TECNOLÓGICA

A IGREJA-SHOPPING-TECNOLÓGICA

A igreja evangélica atual tem se enamorado com a alta tecnologia deste século e como conseqüência perdeu sua identidade. Sua eficácia se tornou uma piedade fria. Hoje, os templos são suntuosos e viraram verdadeiros shoppings. É a igreja-shopping-tecnológica. Nela há restaurantes, estacionamento com manobristas, sauna, pista de skate, sala de jogos, quadra poliesportiva e até academia. Sem falar dos vitrais, granitos, tapetes persas, poltronas reclináveis, e telões de plasma espalhados em pontos estratégicos na catedral climatizada e em suas dependências agregadas. Dessa forma, o crente que virou crente-cliente pode assistir o culto-show não somente dentro do templo, mas no restaurante, no estacionamento, na quadra poliesportiva, na sauna ou praticando academia. O pastor que virou executivo-pastor fecha negócios com farmácias, oficinas mecânicas, colégios e lojas de grife para que o crente-cliente tenha descontão em suas compras e utilização de serviços.

Nos domingos a igreja-shopping-tecnológica assemelha-se a um aeroporto internacional em alta estação. É um lugar de grande concentração. As pessoas não se olham nos olhos e o ruge-ruge de “ovelhas” batendo-se umas nas outras é assustador. Ninguém se conhece e a saudação padronizada “A paz do Senhor” tornou-se plástica. Na igreja-shopping-tecnológica conduzir a Bíblia na mão é ser ultrapassado. O tablet é usado pelo executivo-pastor e pelos crentes-clientes. Aliás, o executivo-pastor sempre entra na igreja com a pasta de executivo numa mão e na outra o tablet. Na escola dominical é indispensável o Notebook, o Data-show e o Smart-board.

A ceia do Senhor na igreja-shopping-tecnológica não é mais servida coletivamente, é self service. Há a “sala-ceia” onde cada fiel a qualquer momento utiliza-se do kit-ceia com textura judaizante: pão sem fermento, vinho e ervas amargas. O recolhimento dos dízimos e ofertas ocorre via cartão de crédito. A água do tanque batismal da igreja-shopping-tecnológica provém do rio Jordão. No batismo, o executivo-pastor mergulha o fiel-crente-cliente, três vezes na água do tanque batismal ao som de um shofar. A ambição religiosa na igreja-shopping-tecnológica chega ao clímax: Deus opera movido a mamon e o céu é sujeito ao comando da terra. Ou seja, a terra comanda o céu, pois há “poder” nas palavras do executivo-pastor. Após a ceia há gente vendendo sabonete “ungido”, sal “ungido”, óleo “consagrado”, tapete “poderoso”, água “benta”, perfume que exala o “cheiro de Cristo”, hidratante “santo”, e até pedaços da toalha com a qual o executivo-pastor cheio da “unção” se enxugou.

Através de sermões sempre em tom positivo, a voz aveludada do executivo-pastor consegue muitas adesões. Ninguém questiona o que ele diz. O rebanho-cliente deve se encaixar ao que o líder-executivo fala, caso contrário, é tido como rebelde. Se o líder disser que preto é branco todos devem concordar. Se o líder “decretar” todos devem se curvar. Durante o culto todos devem repetir o que o líder disser o que é para repetir, e haja papagueado! A pastoexecutivolatria entre os crentes-clientes é nauseante. O anelão de “doutor” no dedo do executivo-pastor fala muito alto ao rebanhão. No intuito de impressionar as pessoas, o executivo-pastor chama o prédio de sua igreja de santuário e os cantores de levitas. Ora, o prédio não é morada de Deus, portanto, não é santuário. O Senhor não mora em prédios, mas em pessoas convertidas. Os convertidos é que são santuários. Santuário não é o telhado, nem as colunas, nem as paredes, nem o chão, nem o púlpito, mas todos quantos foram regenerados pelo Poder de Deus. Vale salientar que o termo “levita” não é correto, pois o ministério sacerdotal que inclui os levitas se encerrou no Antigo Testamento. Todo ministério sacerdotal foi substituído integralmente por Cristo. Em Efésios 4:11 onde está listado os dons não aparece o dom de “levita” e nem faz qualquer menção a ministérios sacerdotais.

O seminário da igreja-shopping-tecnológica é secularizado. Homens como Freud, Carl Jung, Alfred Adler, Piaget, Peter Drucker, José Saramago, Nelson Mandela, Madre Tereza de Calcutá, Martin Luther King, Desmond Tutu, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Roberto Justus, Augusto Cury e Lair Ribeiro tomaram o espaço da Bíblia. Tudo é calcado na subjetividade e não em verdades históricas. Como a igreja-shopping-tecnológica quer lotação, o seu seminário ensina técnicas de marketing para igreja e estratégias de manipulação de pessoas.

Oremos pelo resgate da essência do cristianismo! Voltar às raízes não é retrocesso, é não perder a verdadeira missão.

Ir. Marcos Pinheiro

terça-feira, 19 de março de 2013

CAMPANHAS DE MILAGRES: FEITIÇARIAS DISFARÇADAS

CAMPANHAS DE MILAGRES: FEITIÇARIAS DISFARÇADAS

A igreja tem descido na ladeira escorregadia do esoterismo. Satanás tem trazido o mundo do misticismo para dentro da igreja em um pacote de um novo evangelho. A quantidade de igrejas com faixas em sua fachada do tipo: “Venha buscar o seu milagre” é impressionante. As chamadas “Campanhas de Milagres” têm sido adotadas com o objetivo de autopromoção e enriquecimento fácil à custa da boa fé popular. Essas campanhas geralmente são de sete dias, mas nunca se acabam. No sétimo dia, outra já está sendo anunciada. O mais grave é que essas campanhas estão dosadas de ocultismo. Os líderes dessas igrejas alegam que as campanhas servem para trabalhar a fé do povo. Ora, a Bíblia diz que “a fé vem pelo ouvir, e ouvir pela palavra de Deus”, portanto, trabalha-se a fé pregando a Palavra de Deus e não através de campanhas. Nas Escrituras não há uma única campanha de milagres. A igreja primitiva e Jesus nunca fizeram “Shows de Milagres”.

As “Campanhas de Milagres” são enganações, pois são práticas esotéricas. Os líderes dessas igrejas de “milagres” atribuem poder sobrenatural a certos elementos como a água, o óleo, o sal, um bastão, um paletó, um lenço, uma toalha, um ramo de uma árvore. Esses elementos são “ungidos” através da imposição de mãos pelo líder, e então, passam a ter poder milagroso. Não encontramos na Bíblia a unção de coisas com a finalidade de atos milagrosos. Os elementos usados no Antigo Testamento como meios de milagres não foram ungidos pelos profetas. Eliseu, Elias, Isaías, Moisés e Paulo no Novo Testamento, não oraram ungindo o sal, o cajado, o manto, a água, a farinha, a pasta de figo, a árvore, o lenço. Vale salientar que Deus se utilizou desses elementos como canais de atos milagrosos para atestar que as mensagens pregadas pelos profetas vinham realmente de Deus.

O satanismo incentiva a indulgência na cobiça. É isso que as “Campanhas de Milagres” fazem: enfoca as mentes das pessoas nos milagres materiais que estão esperando, encorajando a cobiça do espírito humano. Na verdade, as campanhas de milagres são feitiçarias em disfarce, são ilusionismos mágicos, são seções heréticas. Os feiticeiros acreditam que conhecendo a estratégia correta, os deuses são obrigados a cumprir suas vontades. Essa crença é o elemento-chave na feitiçaria. Os líderes das igrejas de “milagres” acham que as campanhas é a estratégia correta que força Deus a liberar bênçãos e milagres. Esses falsários satânicos chegam a garantir que sua vida será marcada por milagres se você participar de todas as campanhas. Por isso, eles tentam transformar Deus num fantoche e Jesus no seu palhaço particular que dança de acordo com os seus comandos. Esses réprobos, cínicos e adúlteros espirituais esquecem que Deus é totalmente soberano, justo e íntegro, portanto, não se submete a comandos e vontades do homem.

Os “pastores” das igrejas das “Campanhas de milagres” são unânimes em afirmar que durante o período da campanha os crentes estão entesourando a experiência. Por isso, não podem interromper o ciclo de sete dias, pois do contrário não receberão o milagre. Isso é paganismo! Como se observa, as campanhas nada mais são do que uma reprodução do rosário da igreja católica romana. Os pagãos é quem seguem religiosamente um ritual diário. Eles criaram um ciclo de pedidos, que repetem todos os dias crendo que um deus virá a esta dimensão para cumprir de forma sobrenatural suas vontades. Este é um tempo de não seguir a homem algum, mas constantemente comparar aquilo que uma pessoa faz e diz com as Sagradas Escrituras.

Alguns alegam: “E o que dizer dos milagres que acontecem nas Campanhas de Milagres? É preciso lembrar que na primeira aparição de Satanás como serpente no Éden foi marcada pela astúcia e malícia. E, ele continua com essas mesmas características. Por isso, que a Bíblia qualifica os sinais e prodígios de Satanás com de mentira, fraudulentos (2 Ts 2:9). O diabo tem grande poder para enganar as pessoas. Ele é tão habilidoso na arte de enganar que sempre surge sob os auspícios do bem. Portanto, a mentira que descreve os milagres de Satanás não somente descreve seu objetivo, mas sim, o seu caráter enganador e mentiroso. Ademais, Satanás é capaz de simular temporariamente um milagre. Milagres, milagres, milagres só Deus faz. Deus não se faz presente nas seções ocultistas das chamadas “Campanhas de Milagres”. Nas igrejas de “milagres”, tudo é fraude, enganações e simulações de Satanás.

Nos nossos dias, precisamos nos firmar nas Escrituras e em doce intimidade com Cristo. Precisamos ganhar a próxima geração e educá-la, a fim de que não se torne cativa dos estratagemas do diabo e do engodo dos falsos mestres.

O profeta Isaías alertou: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Is 8;20).

Ir. Marcos Pinheiro