quarta-feira, 25 de setembro de 2013

CUIDADO COM OS BRUCUTUÓLOGOS


                      CUIDADO COM OS BRUCUTUÓLOGOS

 

Atualmente poucos crentes discernem a superficialidade da pregação nos púlpitos. Não são poucos os pastores que mostram atalhos nas suas mensagens para satisfazer os corações escabrosos. Sermões pluralistas que servem a “gregos” e a “troianos”. Sermões propositadamente elaborados para serem diet-light, confortáveis, humorísticos, carnais e de depoimento pessoal para prender o rebanhão. Esses pastores evitam aprofundar-se na Palavra porque querem ter a “casa cheia” ou porque são brucutus. Brucutu é o nome pelo qual ficou conhecido um veículo blindado usado em repressões por forças policiais brasileiras. Portanto, pastores brucutus são homens blindados onde o santo Evangelho não encontra caminho livre em seus corações. São homens biblicamente rudes, embrutecidos. Desse modo, as ovelhas ficam subnutridas espiritualmente, porque se alimentam somente de mingau, feno e palha e, suas feridas são curadas superficialmente.

Os sermões dos brucutuólogos são repletos de ilustrações não para ilustrar, mas para adornar o sermão. Não há nada que prostitua tanto a pregação como o uso de ilustrações para chamar a atenção para as ilustrações. A representação teatral de coisas santas é um anjo de morte disfarçado. Precisamos de homens que sejam em suas pregações, declarativos, diretos, claros, urgentes. Chega de pregação insípida, sem vida, monótona, maçante, enfadonha, fria, açucarada.  Precisamos de pregadores que estejam cônscios de Deus. Que sejam dominados por um senso da presença de Deus e não estejam preocupados em agradar os homens. Precisamos de pastores que tenham a coragem de extirpar os recheios purpúreos de seus sermões. Que expulsem o caráter ornamental de seus sermões. Que digam como o puritano Richard Baxter: “Eu preguei como se nunca mais fosse pregar outra vez, e como moribundo a moribundos”. Que sigam o exemplo de George Whitefield que certa vez disse: “Que o nome de George Whitefield seja esquecido e apagado, na medida em que o nome do Senhor Jesus seja conhecido”.

Deus proibiu Salomão de comprar cavalos no Egito. Salomão desobedeceu, perdeu a fé, tornou-se idólatra e caiu na apostasia. Muitas igrejas evangélicas estão comprando “cavalos no Egito” para se adaptar aos tempos e às épocas. E, o maior incentivo para a compra desses cavalos no Egito advém dos ensinos dos professores brucutuólogos do seu seminário. Lá, o brucutuólogo ensina habilidades publicitárias e estratégia de marketing para crescimento de igreja. Lá, o brucutuólogo fala que Jesus é o sustentador da igreja e ao mesmo tempo diz que é necessário a igreja receber verbas governamentais. Lá, o brucutuólogo fala do célebre ensinamento de Jesus: “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” (Mat 6:3) e ao mesmo tempo defende o marketing da obra social da igreja. Lá, o brucutuólogo confunde igreja com empresa, por isso incentiva a igreja vender consórcio, seguros de todo tipo, fazer sorteios de cestas básicas e até rifas. Engolfados na sua brucutuologia, os brucutuólogos esqueceram que a igreja primitiva abalou o mundo da época pelo poder do Evangelho. Não houve necessidade de marketing, divulgação de sua obra social nem a adoção de coisas mundanas.

A igreja dos brucutuólogos perdeu a sua verdadeira identidade. Morreu como igreja genuinamente cristã. Virou um negócio como outro qualquer. Tornou-se mundana e comercial. Adaptadas aos tempos pós-modernos ficaram sem doutrina definida. Nesse contexto, predomina a religiosidade sentimental, a supervalorização do “sentir” – “Sinta Deus nesse louvor” declaram os “brucutus do louvor”. A persuasão da música é mais forte do que o poder da Palavra Divina. Para os pastores brucutuólogos o tamanho da igreja e a mega-platéia é o que tem importância. Santidade e vida de renúncia são acessórios. Ávidos pela estatística e pelos números, os pastores brucutuólogos criaram o “evan gelho-menu”: o evangelho-forrozeiro, o evangelho-roqueiro, o evangelho-sufista, o evangelho-esqueitista, o evangelho-tatuagista, o evangelho-caipira, o evangelho-hip-hop, o evangelho-sambista, o evangelho-carnavalesco, o evangelho-nudista, o evangelho-dançarino.  Para os brucutuólogos, “vender” Jesus é uma arte.

É urgente que os servos piedosos se posicione contra essa cultura eclesiástica maliciosa que tem dominado as igrejas e erguido brucutus descompromissados com o santo Evangelho e com o Deus do Evangelho santo. É iminente que se levantem profetas de Deus que assim como Lutero ponha sua cabeça a prêmio para que a sã doutrina seja pregada e ensinada como ela é.

Ir. Marcos Pinheiro

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

CULTO MÚSICO-TERAPÊUTICO-HIPNÓTICO


                                        CULTO MÚSICO-TERAPÊUTICO-HIPNÓTICO

Na grandiosa e profunda profecia de Isaías 61:3, foi predito que quando Cristo viesse ele daria a seu povo “óleo de alegria em vez de pranto”. Portanto, a grande notícia que Deus tem a ensinar para o seu povo é que aquele que anda com cristo, pode desfrutar de alegria real em seu coração. A alegria sempre foi uma das mais importantes características do povo de Deus. É a marca, o distintivo, de um servo de Deus. Calvino pontuou: “A verdadeira vida cristã é uma vida de constante alegria”.

Lamentavelmente, estamos vivendo a época do “Vale tudo” para produzir alegria. A alegria verdadeira tem sido confundida com a alegria artificial, plástica, ilusória, fictícia, fantasiosa, drogada, não real. Na visão de muitos líderes, o culto tem que ser colorido, reluzente, com fumaça, jogos de luzes, gelo seco, holofotes e muita batucada a fim se gerar alegria entre o povo. O culto só é bom se as pessoas tiverem um transe de euforia. Tudo é feito com o intuito de provocar alegria fantasiosa - muito agito e adrenalina nas canções. Os “ministros de louvor” querem fazer o papel do Espírito Santo, produzir alegria. Beiram a lavagem cerebral. Em vez de conduzir o louvor conduzem as pessoas, manipulando-as. Os corinhos são entoados como se fosse um mantra evangélico. É um refrão sincopado e trepidante sendo plantado na mente com o fim de produzir uma alegria falsa. Dizem eles: “Nós fomos chamados para a felicidade por isso nesta noite vamos ter uma explosão de alegria”. Ora, nós fomos chamados acima de tudo para a fidelidade, e como consequência de nossa fidelidade temos alegria verdadeira. A alegria é produto da fidelidade. Não é causa, é efeito. É o resultado da manifestação da presença de Deus a partir do íntimo.

O culto de muitas igrejas é músico-terapêutico-hipnótico. A ideia é a pessoa entrar no estado de mente relaxado e sentir-se alegre. A fé é transferida de Deus para uma técnica – a técnica da musicoterapia hipnótica. A técnica é diabólica, pois opera na base da imaginação e do encantamento trazendo uma alegria ilusória. A musicoterapia hipnótica está no mesmo nível da chamada “auto-alegria” induzida pelo transe da yoga. As pessoas experimentam momentos de alegria, como se fosse viagens de maconha, cocaína e companhia LTDA.

Alguns pregadores pregam seus sermões com fundo musical de ritmo sincopado e batida trepidante, para produzir uma disposição mental sensacionalista, uma disposição mental de purgação, de catarse. Desse modo, cria-se nas pessoas reações emocionais que são confundidas com a alegria verdadeira. Na verdade, tais pessoas não estão desfrutando da real alegria vinda do Espírito de Deus operando em seu interior, pois Deus fala ao seu povo através da mente consciente e racional e não através de uma disposição mental alucinante.

Hoje, temos muitos produtores de alegria drogada nas igrejas evangélicas. Muitos ativistas de alegria fantasiosa e poucos santos. Eles dizem: “Deus vai derramar a “unção de liberdade” e ao recebê-la você se alegrará; A “unção de liberdade” levará você adorar a Deus da forma que você deseja aí você se alegrará”. Em primeiro lugar, não existe essa tal de “unção de liberdade”. Em segundo lugar, Em toda a Bíblia vemos que Deus sempre estabeleceu o modo correto do homem adorá-lo. Portanto, ninguém tem o direito de adorar a Deus da forma que deseja. Deus sempre colocou diante do homem princípios para a pureza da adoração. O Senhor não pode ser adorado através de nenhum outro modo que não seja o prescrito, o ordenado nas Escrituras. O louvor não deve ser cultural, mas espiritual. Deus não muda de cultura em cultura. Portanto, não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções humanas. Nadabe e Abiú  eram homens que tinham boas intensões e provavelmente eram sinceros, mas prestaram uma adoração que não havia sido ordenada por Deus (Lev 10:1). O mesmo ocorreu com Davi ao tentar levar a arca da aliança. Davi estava com sinceridade, tinha boa intensão e motivação, porém não fez segundo as ordenanças de Deus (I Cr 15:13). Ao longo da história Deus usou profetas para chamar seu povo à correção quanto à maneira de adorar exatamente para que não fosse produzida uma alegria fictícia. Na época do profeta Isaías a adoração havia se transformado em festa trazendo uma alegria plástica o que o levou a fazer um duro discurso contra a adoração. O mesmo ocorreu na época de Amós. Havia muita alegria fantasiosa, e, pela boca do profeta, Deus disse ao povo: “Afasta de mim a barulhada dos teus corinhos, afasta de mim a alegria fantasiosa, não ouvirei as melodias das tuas baterias e das tuas guitarras” (Amós 5:23).

O grande problema é que o louvor tem se transformado em entretenimento para gerar uma alegria artificial, não vinda do íntimo produzida pelo Espírito Santo. Hoje, temos um amontoado de corinhos de teologia putrefata que só servem para balançar o corpo e produzir uma alegria irreal. Para induzir a alegria plástica o “ministro manipulador” estimula durante o louvor danças, gingos, rebolos, sapateados, gritarias e gargalhadas “ungidas”. O louvor não produz nas pessoas a contrição de Isaías: “Ai de mim”. Toda a emoção durante o louvor não é provocada pelo Espírito Santo, mas pelo “ministro manipulador” através de gritos desvairados e gemidos artificiais. Como se não bastasse, Deus é apresentado para os ouvintes como o “Deus papai Noel” que está sempre pronto para gratifica. Nesse contexto, anjos começam a voar na igreja com pratos nas mãos cheios de bênçãos para distribuir.

Enquanto a igreja não rejeitar o culto músico-terapêutico-hipnótico onde a contrição não importa, mas a recreação é o que importa, ela nunca experimentará a verdadeira alegria. O culto que traz a real alegria é o contrito. É aquela que nos leva a uma reflexão dos atos de Deus e a um santo temor. É aquele onde não se perde o teocentrismo.

Ir. Marcos Pinheiro