sábado, 16 de novembro de 2013

CASA CHEIA: A PÍLULA AUTOMÁTICA DA IGREJA MODERNA


           CASA CHEIA: A PÍLULA AUTOMÁTICA DA IGREJA MODERNA

Estamos vivendo a época dos pregadores da “casa cheia”. “Olhe para o seu irmão ao lado e diga...”, “Repita comigo...”, “Ei ! psiu! olhem pra mim”, “Quem pode dizer um amém”, “Quem quer receber uma bênção de Deus hoje, levante a mão”. “Ergam as mãos e digam: Satanás você está derrotado”. São os chavões da manipulação, da mediocridade, da superficialidade que impera na igreja moderna. Na verdade, esses chavões é o rosário da igreja evangélica. O âmago da igreja atual não é a comunhão nem a adoração, mas a festividade vazia. Isso lota igreja. No intuito de aumentar o número de espectadores em suas igrejas, os pregadores da pílula automática – casa cheia são manipuladores. Fazem de tudo. Usam técnicas mentais do paganismo e campanhas cabalísticas do tipo: “40 dias de atos proféticos”, “40 dias de danças proféticas”, “7 semanas da restituição”, “7 dias de incubação de bênçãos”, “40 dias de jejuns com propósitos”, e por aí vai. Na verdade, os pregadores da pílula automática – casa cheia tentam transformar o cristianismo numa religião pagã. Nesse contexto, a teologia fundamentalista foi à bancarrota e o Evangelho orientado para resultados imediatos está em alta.

 

A fim de manter a “casa cheia” os pastores manipuladores apresentam a excelência do Evangelho de uma forma que não é nada excelente. Negam que a obediência a Cristo traz desconforto. Sabem que há um tesouro no céu, mas esquecem que ele pertence àquele que toma a sua cruz na terra. Encarnando o modelo ministerial profissional, os pastores manipuladores da casa cheia, usam a Bíblia como acessório, opõem-se à doutrina apostólica e excluem  aqueles que não concordam com o seu ego pretensioso. Os pastores da pílula automática – casa cheia, de vez em quando, entram em crise de grosseria e estupidez à semelhança de Nebal, marido de Abigail. E, quase sempre se comportam como os filhos de Zebedeu que queriam fogo do céu para matar os oponentes.

 

 

Os manipuladores da “casa cheia” apropriam-se indevidamente das promessas de Deus escritas exclusivamente para os judeus. Usam II Crônicas 7:14 para dizer que a promessa de “sarar a terra” diz respeito à restituição de bens materiais que o Senhor fará para a sua igreja no tempo do fim. A promessa de restauração material é exclusivamente para a nação de Israel. Usam Joel 2:25 para ensinar a heresia de que “tudo o que nos foi roubado pelo diabo, estará sendo restituído por Deus”. O próprio versículo explica que o exército de gafanhotos não foi enviado pelo diabo, mas por Deus com o intuito de disciplinar o seu povo. Ademais, o profeta conclama o povo ao arrependimento e não a um pedido de restituição.

 

Os pregadores da pílula automática – casa cheia para manter a “casa cheia” e, obter êxitos nos seus sonhos pessoais, fazem associações com políticos, governo Federal, governo Estadual, governo Municipal e até com babalorixá. Na intenção de iludir cada vez mais seus seguidores cegos, promovem o mito quando afirmam que Deus tira as riquezas dos ímpios e dá aos crentes. Ora, Deus seria extremamente injusto se tirasse as riquezas de um ímpio, que trabalhou com honestidade, para dar ao crente. Por outro lado, se as riquezas do ímpio foram adquiridas através da desonestidade e Deus as desse ao crente, Ele seria conivente com o pecado da desonestidade.

 

O culto da “casa cheia” é influenciado por uma cultura pop onde prevalece a diversão, a auto-satisfação individual e o apaziguamento dos corações pecaminosos. A coreografia virou moda na “casa cheia”. Muita movimentação corporal, dança do ventre com a exuberância de umbigos perfurados com piercings. A dimensão do culto na “casa cheia” é horizontal, por isso os ouvintes são mimados com bombons na forma de filmes religiosos e peças teatrais. Todos assistem a enganação aplaudindo e louvando com assobios a exibição dos artistas “espirituais”. Enfim, o culto da “casa cheia” é uma enrolação só, pois o foco não é Deus nem a sua Palavra, mas a satisfação do ego humano. As pessoas sentem-se bem, fazem uma catarse, mas não são transformadas. A “casa cheia” gera convencidos e não convertidos. Aliena e produz uma vida vazia e artificial. O verdadeiro culto produz consagração e serviço: “Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6: 8).

 

Que Deus nos ajude a termos a glorificação de Cristo como alvo e a Palavra de Deus como suporte para vivermos santamente e longe da enganação da pílula automática da igreja moderna.

 

Ir. Marcos Pinheiro