sexta-feira, 26 de setembro de 2014

CUIDADO COM OS PASTORES-XAMÃS


CUIDADO COM OS PASTORES-XAMÃS

 

 

O tema abraçado por muitos evangélicos é: “Se alguma coisa deu certo, então é a verdade”. Nesse contexto, a “coisa” não pode ser questionada e deve ser adotada. A verdade passou a ser funcional e trocada pelos ensopados de Jacó trazendo imensuráveis estragos ao Evangelho. A Bíblia não é mais a revelação proposicional de Deus, mas um manual de experiências religiosas. As Escrituras são usadas para se dizer o que se quer.

 

Xamã é uma palavra que os antropólogos passaram a usar para descrever os que antigamente eram chamados de pajés, bruxos, feiticeiros e magos. Na visão antropológica um xamã está apto a praticar exorcismos, desfazer feitiços e reverter os efeitos de atos de magia negra realizados contra alguém. Os xamãs crêem que o ato de imaginar vividamente uma cena em sua mente acaba por transformá-la numa experiência real. O xamanismo ganha cada vez mais espaço dentro da igreja evangélica brasileira. A verdade bíblica já não é a solução, sendo substituída pela lisonja e por fantasias da mente. Muitos pastores caíram na velha prática ocultista dos xamãs ao tentar criar a realidade e até mesmo manipular a Deus por meio da formação de imagens mentais vívidas. Dizem eles: “Visualize a bênção que você está orando e você a obterá”. Dessa maneira, pasmem! Os crentes estão sendo ensinados a se visualizarem dentro de uma mansão com uma BMW na garagem.

 

Os pastores-xamãs consideram-se como inspirados no sentido em que o são os profetas da Bíblia. Seus sermões com altas doses de alegorização são, segundo eles, uma continuação e fonte autorizada de verdade. Seus ingredientes postos são: sinais, milagres, prodígios e emoções afloradas. A oração dos pastores-xamãs é a mais forte, pois tem sentido moral, espiritual e místico. Seus bajuladores dizem: “Você vai ouvir, agora, uma oração do pastor...”.

 

Os pastores-pajés declaram que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas se afastam anos-luz de uma hermenêutica sadia. Na sua megalomania se dizem “canal especial de Deus para esta geração”. Deus só age por meio deles e no espaço físico que eles comandam. A Bíblia deixou de ser o livro que expressa a vontade de Deus aos homens e passou a ser o elemento subsidiador de práticas ocultistas.

 

Os pastores-bruxos têm calcado suas práticas no Antigo Testamento. No intuito de encher a igreja criam doutrina que o cristianismo, nunca suspeitou haver: “Quebra de maldição na família”. A Bíblia diz em Jeremias 31:29 e 30 “Naqueles dias, nunca mais dirão: os pais comerão uvas verdes, mas foram os dentes dos filhos que se embotaram, ao contrário cada um morrerá pela sua iniqüidade, os dentes de todo aquele que comer uvas verdes é que se embotarão”. Ou seja, o que seu pai fez, não importa. O que seu avô fez não importa. Importa o que você faz. Importa como você usa sua vida e como você se porta diante de Deus. Em Ezequiel 18:2-4 Deus reforça a responsabilidade pessoal quanto ao pecado. Cada um presta conta de seus próprios pecados. Os dentes dos filhos não sentem dor pelo mau uso dos dentes dos pais, essa é a lição!

 

Uma característica dos pastores-pajés é o marketing que fazem de si e de sua igreja. Esses homens são repletos de truques e invenções tornando o Evangelho trivial e transformando Deus em um produto a ser vendido. Desse modo, a fé virou uma atividade recreacional e a igreja virou um clube. Um deles chegou às raias do ridículo ao dizer que estando tirando a barba, Jesus veio ao seu encontro, no banheiro, o abraçou e lhe deu um esboço de sermão. Os pastores-pajés se acham um sacerdote com poderes especiais que ninguém tem. Foram contaminados pelo vírus da idolatria do sucesso e, por isso se deleitam em ser proeminente.

 

Os pastores-xamãs têm um único objetivo: aumentar o seu poder político com mais e mais espaço, com a compra de mais e mais propriedades e, consequentemente com o crescimento de sua arrecadação. Eles são os “magnatas da fé” que vivem às custas de suas “ovelhas” exploradas e enganadas. Manejam bem os esquemas totalitários, agem como se tivessem super-poderes vitalícios e, para isso cercam-se de uma tropa de subservientes e babões. Em época de eleições, apresentam inescrupulosamente no púlpito, seu candidato a vereador, a deputado e a senador.

 

Que o Senhor livre a igreja brasileira de homens metidos a Deus. Homens que têm a mania de sustentar empáfias. Homens que fazem de Deus sua propriedade. Deus nos livre dos pastores-xamãs!

 

Ir. Marcos Pinheiro

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

TEMPO DE MANIPULAÇÃO


                                    TEMPO DE MANIPULAÇÃO

 

O jeito “Apple de ser” moldou a maneira com que as igrejas evangélicas hoje pretendem alcançar seus potenciais consumidores. Inspirados no mantra da Apple, muitos pastores procuram provocar desejos e criar necessidades e expectativas na membresia.

Uma maneira tortuosa, sinuosa, sub-reptícia, de manipular as pessoas e convencê-las é a de repetir uma e outra vez, as mesmas idéias, os mesmos conceitos e as mesmas imagens. Nesse contexto, os pastores manipuladores lançam chavões, fazem afirmações contundentes, propagam slogans na forma de sentenças carregadas de asneiras. Este bombardeio durante o culto modela a opinião dos fiéis, que acabam tomando os chavões, as afirmações contundentes e os slogans como sendo fantasticamente bíblico. “Olhe para seu irmão ao lado e diga-lhe: Você é filho do Rei”, “Plante fé e colha milagres”, “Hoje é noite de bênçãos” e por aí vai. Sinceramente, eu não agüento mais tanta tolice. O que os crentes precisam entender é que uma tolice repetida por muitas bocas não deixa de ser uma tolice. Mil mentiras não fazem uma só verdade.

Vivemos o tempo de manipulação nas igrejas evangélicas brasileira. Eu não disse tempo de renovação, mas de manipulação. Os pastores manipuladores são especialistas em criar um clima de superficialidade durante o culto para tornar possível a difusão de suas artes hipnóticas e seus truques de ilusionista. Um ilusionista faz truques surpreendentes que parecem verdade porque realiza movimentos muito rápidos e com fundo musical para que o público não perceba. Os pastores manipuladores procedem desse mesmo modo, a fim de que as multidões não percebam seus truques e malabarismo intelectual e aceitem como possíveis os mais inverossímeis conceitos anti-bíblicos.

Uma mentira repetida muitas vezes constrói uma "crença", de algo intocável. A propaganda manipuladora que esses falsos pastores fazem forma este tipo de "crença". Por asso, eles conseguem ter um controle da mente, da vontade e do sentimento da maioria de suas “ovelhas”. É lamentável ver as pessoas passando pelas “portas da prosperidade” e tomando “banho de óleo” para conseguir algo. É triste ver que a fé virou um amuleto que protege o crente do mal olhado e da sexta-feira 13. Deus virou um boneco que se curva diante das orações decretadas de seus filhos.

O medicamento pode ser manipulado sob diversas formas: em envelope, cápsulas, shakes, comprimidos, pastilhas efervescentes, e, dependendo do caso, podem ser feitos em gel, sabonetes ou loção. Se um medicamento industrializado só existe em cápsulas e o paciente tem dificuldade de engoli-lo, na farmácia de manipulação ele poderá ser feito em xarope. Enfim, os medicamentos manipulados são personalizados de acordo com a necessidade de cada paciente, ou seja, ele pode ser feito em forma de cápsulas, shakes, goma de colágeno, cremes, chocolates ou pós-aromatizados. Os pastores manipuladores procedem do mesmo modo que as farmácias de manipulação. Adaptam seus sermões ao gosto dos consumidores para satisfazer a concupiscência dos olhos, da carne e a soberba da vida.

Manipular equivale a manejar. De per si, somente os objetos são suscetíveis de manejo. Posso utilizar um tablet para minhas finalidades, guardá-lo, trocá-lo, descartá-lo. Estou no meu direito, porque se trata de um objeto. Manipular é tratar uma pessoa ou grupo de pessoas como se fossem objetos, a fim de manietá-los facilmente. Essa forma de tratamento significa um rebaixamento, uma vileza. Esta redução ilegítima das pessoas a objetos é o foco do sadismo. Os pastores manipuladores, além de réprobos, são sádicos. Perderam a mentalidade de profeta, a mentalidade de escravo de Cristo. Nutrem o “povo-objeto” com feno e palha dizendo que é gordura. Pervertem o “povo-objeto” com o outro evangelho só para entrar no jogo do “quem ganha mais almas”.

A tragédia daqueles que estão manietados pelo pastores manipuladores é que eles sucumbiram à síndrome de Acabe, o qual só desejava ouvir o que lhe agradasse o ouvido. Aqueles que estão subjugados pelos líderes manipuladores perderam a capacidade de pensar e de refletir porque são iludidos pela estética, pelo visual, pela ostentação, pelos mega-templos e por campanhas do tipo “Derrotando os Golias da vida”. Que os manipuladores saibam que o Deus que servimos não tem compromisso com a ostentação nem com campanhas enganosas. Peçamos discernimento ao Senhor para não cairmos na malha maligna dos pastores manipuladores.

Tenho dito,

Ir. Marcos Pinheiro