quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

APLAUSOS PARA JESUS



                                  APLAUSOS PARA JESUS
A moda de aplaudir Jesus veio para ficar e ficou! De vez em quando o “ministro de louvor” manipula a platéia poluindo o culto com uma saraivada de aplausos para Jesus. Alguns pastores, antes de iniciar a sua mensagem ordenam ao rebanhão: “Jesus merece uma salva de palmas nesta noite”. E, tome aplausos! Nesse contexto, Jesus é o grande artista da noite. E, para variar, junto com os aplausos vêm os assobios e o gritinho moleque do pastor: “uuuuuuu!”.

No Novo Testamento não encontramos nenhuma referência ao de aplaudir, muito menos em relação a uma atitude cúltica. O Novo Testamento nos convoca a prestar a Deus um culto “Logiken Latria”, ou seja, um culto inteligente, racional (Rm 12:1). O culto racional não requer expressões gestuais, sacolejos, assobios, rodopios, requebros, meneios, catarse, gritarias histéricas, e nem aplausos para Jesus. A igreja não é um parque de diversão. Não é um clube sócio-esportivo. Não é um salão de festas. “Aplausos” cabem onde há desfiles, reuniões sociais específicas, calouros seculares mediáticos e afins. Aplausos só servem para incendiar o emocionalismo. Culto a Deus requer quebrantamento, humilhação, contrição, lágrimas, confissão, arrependimento, contentamento espiritual. Tudo bem distante de gritinhos, pulinhos, rebolados e aplausos como se estivesse diante de uma cena teatral.

Inevitavelmente, os incendiários aplausos para Jesus incentivado pelos líderes moderninhos fomentam os ritmos dançantes na hora do louvor. O culto com todo tipo de parafernália tecnológica: telões Led, jogos de luzes e fumaça, transforma-se em show. Instigado pelas palavras hipnóticas do “ministro de louvor” o “carnaval carismático” é estabelecido. E haja “salva de palmas para Jesus”. Alguns dizem: “Aplausos, não é nada de mais, é cultural”. Esquecem os que assim dizem que Abraão, o pai dos fiéis, foi chamado a abandonar a cultura de um mundo pagão e viver uma vida de maneira totalmente distinta para o Senhor. O Antigo Testamento apresenta inúmeros exemplos da ira de Deus contra qualquer mistura com outras culturas, no culto a Ele. Nos tempos de Neemias, uma câmara no Templo foi dada a Tobias, o amonita, por um sumo sacerdote corrupto e tolo. Neemias “atirou todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara” e, toda a área foi cuidadosamente purificada. Nos nossos dias, a mesma purificação é necessária. É preciso rejeitar as brincadeirinhas, as piadinhas, o louvor de “palco”, inclusive e os famigerados aplausos para Jesus.

Os pastores moderninhos são “mestres” de fábulas. Apelam astuciosamente ao gosto popular. Esses réprobos, não sacrificam coisas mundanas. Estão arraigados a uma cultura podre. Em suas igrejas, prestam o culto-espetáculo, com exibições mundanas, busca de sensações e aplausos, aplausos e aplausos. Desse modo, a profunda reverência ao Senhor foi perdida e o respeito tornou-se insípido. Na verdade, o slogan que está impregnado nos corações dos “mestres” de fábulas é: “Dêem-nos um Deus que se conforme ao nosso nível”. Eles acham que o culto sem as “palmas para Jesus” é um culto quadrado, ultrapassado. Nos dias de Paulo, os filósofos de Atenas, passavam o tempo ouvindo qualquer teoria nova que chegasse ao Areópago. Assim são os pastores moderninhos dos “aplausos para Jesus”, obcecados pela idéia de que o novo é ótimo e o velho é quadrado, ultrapassado e ruim. 
 
O desenvolvimento deste “novo culto” com aplausos para Jesus não é modelado por qualquer exemplo bíblico, nem mesmo por práticas das igrejas genuinamente bíblicas. Não há nenhum registro histórico ou arqueológico que prove que os crentes primitivos e aqueles que os seguiram no tempo praticaram a “salva de palmas para Jesus” na adoração comunitária. O culto com aplausos para Jesus nada mais é do que um método de manipulação de massas. “Aplausos para Jesus” é leviandade, trivialidade. Os pais da igreja nunca se utilizaram desse expediente tolo. Jesus não é artista e nem papai Noel, é Senhor! Quando Jesus precisar de aplausos, não será Jesus.

Em Números 3:4 está registrado que Nadabe e Abiú morreram quando ofereciam fogo estranho perante o Senhor. Eles introduziram no culto aquilo que Deus não ordenou. Em Êxodo 25:13-14, Deus prescreveu o modo como a arca deveria ser carregada. Davi, querendo imitar o modo como os filisteus carregaram a arca, descartou a ordenança do Senhor colocando a arca num “carro novo”. “Carregar a arca nos ombros com varas de acácia, jamais” pensou Davi. Na trajetória, por vontade soberana do Senhor, os bois tropeçaram e para que a arca não caísse, Uzá estendeu a sua mão para segurá-la. Uzá violou aquilo que Deus havia prescrito em Números 4:15 – “Nas coisas santas, não tocarão, para que não morram”. O Senhor feriu Uzá por sua irreverência. No culto a Deus deve constar somente aquilo que Ele ordenou. A introdução de elementos mundanos ou não fazer conforme aquilo que não está prescrito tem consequências graves. Os aplausos para Jesus é o “fogo estranho”, é o “carro novo” que devemos repugnar!

Tenho dito,

Ir. Marcos Pinheiro

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O EVANGELHO SOBRE PISO FALSO: ONGUIZAÇÃO DA IGREJA



O EVANGELHO SOBRE PISO FALSO: ONGUIZAÇÃO DA IGREJA

Em 2 Crônicas 25 está registrado que o rei Amazias venceu os edonitas e trouxe os deuses dos edonitas para Judá e os adorou. Amazias trocou o Deus Altíssimo, que lhe deu a vitória, pelas falsas divindades derrotadas e queimou incenso aos derrotados. O procedimento de Amazias lembra alguns pastores que usam categorias marxistas de pensamento para fazer teologia. A famigerada “Teologia Missão Integral” que nada mais é do que a “Teologia da Libertação Evangélica” é composta de teólogos-Amazias que interpretam a Bíblia por viés marxista. Os teólogos-Amazias perderam a visão de que o tema da igreja é Cristo, que a igreja está em Cristo, vive por meio Dele, vive para Ele, só tem razão de ser por causa Dele. Interpretar Cristo por Marx é colocar o evangelho sobre piso falso.

Os teólogos do evangelho sobre piso falso estão promovendo a ONGuização da igreja do Senhor Jesus. Para eles, a igreja só é relevante se promover cursos de corte-costura, artesanato, culinária, informática. Só é preciosa se promover mobilizações coletivas para dar assistência médica, odontológica e jurídica aos pobres. Só é valiosa se fizer mutirão para a pintura da escola do bairro e limpeza de um parque. Enfim, a relevância da igreja somente ocorre se houver um prato de comida dado a alguém necessitado, uma roupa dada ao carente, um corte de cabelo feito num mendigo, um acolhimento a um menino de rua. Entenda: essas atitudes são louváveis, são atos bons, mas qualquer organização beneficente pode fazê-los. Agora, pregar o Evangelho que transforma o coração do homem, só a igreja pode fazer. Nenhuma outra instituição pode. Esta é a singularidade da igreja! Esta é a relevância da igreja!

Atribuir fatores sociais à igreja é aceitável, mas são acessórios e não a essência. Isso os teólogos-Amazias não entendem. Eles enxergam a igreja como organização social que deve preencher áreas sociais da vida não atendidas pelo poder público. É urgente entender que a igreja não é um evento sociológico, nem antropológico. Não se pode sociologizar, nem antropologizar o Evangelho. A igreja é um evento cristológico, jesuológico. Gira ao redor de Cristo Jesus! As lentes pela quais a igreja enxerga o mundo é Cristo! Ver leituras do Evangelho através de correntes modernas de pensamento é um oximoro. Tentar amoldar Jesus ao pensamento secular é um paradoxo.

A igreja pode ter corte de cabelo, sopa, assistência médica, curso de babá, curso de pintor, mas ser, como igreja, irrelevante. Se quiser ser preciosa que pregue Cristo crucificado e ressuscitado. A relevância da igreja vem de sua mensagem. Sua missão é anunciar Jesus Cristo como Senhor sobre todos os homens. Os pastores-esquerdistas assumiram um complexo de inferioridade em relação ao mundo. Por isso, lutam para secularizar a igreja. Fazem de tudo para ONGuizar a igreja. Eles têm direcionado a igreja para o poder político e social. Não crêem mais que pregar Jesus Cristo que regenera e muda para sempre o mais vil pecador, é a mais importante coisa que se pode fazer nesta vida. Atentemos para uma coisa: Os líderes do evangelho sobre piso falso caíram no erro do conto pós-moderno de que a verdade é dinâmica e está em constante mudança. Eles se esqueceram que a missão precípua da igreja não é prover assistência social, nem lazer, nem oba-oba para os jovens. Mas, a missão da igreja é pregar o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer.

A igreja não está no mundo para fazer relações públicas. Não existe para dialogar com o mundo, mas para proclamar e entregar ao mundo um ultimato. Ela chama os homens ao arrependimento e a se renderem a Cristo. Essa é a sua missão nobre. O pecador não é um coitadinho, que necessita de corte de cabelo, asseio corporal, sopa, assistência médica, assistência jurídica. Acima disso, o pecador é um rebelde com o coração corrompido e de armas nas mãos contra Deus. Na verdade, os pastores-Amazias com suas estratégias e malabarismos marxistas colocaram o Evangelho noutra embalagem: removeram a pedra de tropeço e amaciaram o gume da espada, para tornar a igreja aceitável no mundo hodierno.

O cristianismo é Cristo. Tire Alan Kardec do espiritismo, que não faz diferença. Os ensinos continuam lá. Tire Confúcio do confucionismo, que não faz diferença. Os ensinos continuam lá. Tire Buda do budismo, que não faz diferença. Os ensinos continuam lá. Tire Cristo do cristianismo e ele se acaba. Os líderes-Amazias proclamam outro evangelho: O evangelho sobre piso falso, pois removeram Cristo do cristianismo.

O púlpito das igrejas-ONGs se ocupa com economia, sociologia, antropologia, psicologia, alfabetização, preservação do meio-ambiente, mobilidade urbana, direitos da criança, desarmamento nuclear, reciclagem de lixo, energias renováveis, movimento feminista, racismo, saneamento, reforma do bem comum. A consequência imediata desse evangelho piso-falso é que os incrédulos se tornam tão absorvidos pela questão dos erros sociais que perdem de vista a mais profunda doença do pecado pessoal. Negligenciam a terrível desordem da alma. Não precisamos de discursos econômicos, sociológicos, antropológicos ou análises políticas. A esperança para o mundo está em aceitar o plano de Deus consubstanciado em Cristo Jesus. O tema do púlpito deve ser Cristo e Cristo crucificado! Portanto, menos filósofos, menos sociólogos, menos antropólogos, menos psicólogos, menos pensadores seculares, e mais Jesus! Precisamos ser crentes pela ótica bíblica e não pela ótica marxista!

Os pastores do evangelho sobre piso falso dizem: “A igreja deve apelar para o tesouro do Estado toda vez que houver uma necessidade maior para uma obra social”. Outros dizem: “Estamos nessa terra para reivindicarmos do poder público, melhor qualidade de vida”. Outros ainda dizem: “A igreja deve empreender campanhas contra os males estabelecidos pelos governos”. No início do cristianismo a escravidão era cruel. Não era difícil imaginar que os crentes fossem chamados para empreender uma campanha pela abolição. No entanto, não vemos na Bíblia Paulo e os apóstolos se pronunciarem contra os males da escravidão da época. A igreja primitiva não moveu um dedo para mudar a situação. Não há um ataque cerrado às instituições por parte dos crentes. Simplesmente, eles entravam na presença de Deus em oração e jejum, praticavam o amor tanto ao capataz como ao escravo e proclamavam as Boas Novas. É importante salientar que a escravidão findou no império romano devido o anuncio do Evangelho que é o poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças.

É significativo lembrar que quando o apóstolo Pedro escreveu suas cartas, Nero estava no trono. Nero era um tirano da pior espécie. Os crentes da época, todavia, não organizaram nenhuma campanha para destronar o cruel imperador e nem reivindicaram melhores condições de vida para os pobres. Pedro exorta os crentes a perseverarem em tranqüila obediência, suportando tristezas e sofrendo injustamente, pois foram chamados para isso. O apóstolo Tiago reconhece as injustiças praticadas contra os pobres de sua época. A sua resposta a esta falta de misericórdia não sugere protestos, reivindicações, audiências com as autoridades. Simplesmente, Tiago lembra aos crentes a proximidade da vinda do Senhor Jesus (Tg 5:8).

O valor da igreja consiste em ela cumprir a missão para a qual foi destinada. O Evangelho foi, é e sempre será uma pedra de tropeço e loucura para os homens, em todas as gerações e culturas. Não devemos amoldar o Evangelho à nossa visão cultural. Não podemos amaciar as Escrituras para fazê-las consonantes com nossa concepção de vida. O eixo hermenêutico para lermos o mundo não são os compêndios de sociologia, antropologia, psicologia e filosofia. É a Bíblia, somente a Bíblia!

Finalmente, segue alguns pastores-Amazias que estão queimando incenso aos derrotados: Ariovaldo Ramos (pastor da Comunidade Cristã Reformada em São Paulo), Ed René Kivitz (pastor da igreja Batista de Água Branca em São Paulo), Carlos Bezerra Jr (pastor da Comunidade da Graça em São Paulo), Marcos Botelho (pastor presbiteriano e articulista da revista Ultimato), Ricardo Gondim (pastor da igreja Betesda), René Padilha (membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana).

Os apóstolos nunca pensaram em transformar a igreja do Senhor Jesus numa mega-agência de caridade. Deus nos salve da Teologia Missão Integral, digo melhor, Ideologia Missão Integral.

Ir. Marcos Pinheiro