APLAUSOS PARA
JESUS
A moda de aplaudir Jesus veio para ficar e ficou! De
vez em quando o “ministro de louvor” manipula a platéia poluindo o culto com
uma saraivada de aplausos para Jesus. Alguns pastores, antes de iniciar a sua
mensagem ordenam ao rebanhão: “Jesus merece uma salva de palmas nesta noite”.
E, tome aplausos! Nesse contexto, Jesus é o grande artista da noite. E, para
variar, junto com os aplausos vêm os assobios e o gritinho moleque do pastor:
“uuuuuuu!”.
No Novo Testamento não encontramos nenhuma
referência ao de aplaudir, muito menos em relação a uma atitude cúltica. O Novo
Testamento nos convoca a prestar a Deus um culto “Logiken Latria”, ou seja, um
culto inteligente, racional (Rm 12:1). O culto racional não requer expressões
gestuais, sacolejos, assobios, rodopios, requebros, meneios, catarse, gritarias
histéricas, e nem aplausos para Jesus. A igreja não é um parque de diversão.
Não é um clube sócio-esportivo. Não é um salão de festas. “Aplausos” cabem onde
há desfiles, reuniões sociais específicas, calouros seculares mediáticos e
afins. Aplausos só servem para incendiar o emocionalismo. Culto a Deus requer
quebrantamento, humilhação, contrição, lágrimas, confissão, arrependimento,
contentamento espiritual. Tudo bem distante de gritinhos, pulinhos, rebolados e
aplausos como se estivesse diante de uma cena teatral.
Inevitavelmente, os incendiários aplausos para Jesus
incentivado pelos líderes moderninhos fomentam os ritmos dançantes na hora do
louvor. O culto com todo tipo de parafernália tecnológica: telões Led, jogos de
luzes e fumaça, transforma-se em show. Instigado pelas palavras hipnóticas do
“ministro de louvor” o “carnaval carismático” é estabelecido. E haja “salva de
palmas para Jesus”. Alguns dizem: “Aplausos, não é nada de mais, é cultural”.
Esquecem os que assim dizem que Abraão, o pai dos fiéis, foi chamado a
abandonar a cultura de um mundo pagão e viver uma vida de maneira totalmente
distinta para o Senhor. O Antigo Testamento apresenta inúmeros exemplos da ira
de Deus contra qualquer mistura com outras culturas, no culto a Ele. Nos tempos
de Neemias, uma câmara no Templo foi dada a Tobias, o amonita, por um sumo
sacerdote corrupto e tolo. Neemias “atirou todos os móveis da casa de Tobias
fora da câmara” e, toda a área foi cuidadosamente purificada. Nos nossos dias,
a mesma purificação é necessária. É preciso rejeitar as brincadeirinhas, as
piadinhas, o louvor de “palco”, inclusive e os famigerados aplausos para Jesus.
Os pastores moderninhos são “mestres” de fábulas.
Apelam astuciosamente ao gosto popular. Esses réprobos, não sacrificam coisas
mundanas. Estão arraigados a uma cultura podre. Em suas igrejas, prestam o
culto-espetáculo, com exibições mundanas, busca de sensações e aplausos,
aplausos e aplausos. Desse modo, a profunda reverência ao Senhor foi perdida e
o respeito tornou-se insípido. Na verdade, o slogan que está impregnado nos
corações dos “mestres” de fábulas é: “Dêem-nos um Deus que se conforme ao nosso
nível”. Eles acham que o culto sem as “palmas para Jesus” é um culto quadrado,
ultrapassado. Nos dias de Paulo, os filósofos de Atenas, passavam o tempo
ouvindo qualquer teoria nova que chegasse ao Areópago. Assim são os pastores
moderninhos dos “aplausos para Jesus”, obcecados pela idéia de que o novo é
ótimo e o velho é quadrado, ultrapassado e ruim.
O desenvolvimento deste “novo culto” com aplausos
para Jesus não é modelado por qualquer exemplo bíblico, nem mesmo por práticas
das igrejas genuinamente bíblicas. Não há nenhum registro histórico ou
arqueológico que prove que os crentes primitivos e aqueles que os seguiram no
tempo praticaram a “salva de palmas para Jesus” na adoração comunitária. O
culto com aplausos para Jesus nada mais é do que um método de manipulação de
massas. “Aplausos para Jesus” é leviandade, trivialidade. Os pais da igreja
nunca se utilizaram desse expediente tolo. Jesus não é artista e nem papai Noel,
é Senhor! Quando Jesus precisar de aplausos, não será Jesus.
Em Números 3:4 está registrado que Nadabe e Abiú
morreram quando ofereciam fogo estranho perante o Senhor. Eles introduziram no
culto aquilo que Deus não ordenou. Em Êxodo 25:13-14, Deus prescreveu o modo
como a arca deveria ser carregada. Davi, querendo imitar o modo como os
filisteus carregaram a arca, descartou a ordenança do Senhor colocando a arca
num “carro novo”. “Carregar a arca nos ombros com varas de acácia, jamais”
pensou Davi. Na trajetória, por vontade soberana do Senhor, os bois tropeçaram
e para que a arca não caísse, Uzá estendeu a sua mão para segurá-la. Uzá violou
aquilo que Deus havia prescrito em Números 4:15 – “Nas coisas santas, não
tocarão, para que não morram”. O Senhor feriu Uzá por sua irreverência. No
culto a Deus deve constar somente aquilo que Ele ordenou. A introdução de
elementos mundanos ou não fazer conforme aquilo que não está prescrito tem
consequências graves. Os aplausos para Jesus é o “fogo estranho”, é o “carro
novo” que devemos repugnar!
Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro