sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

HONRATITE: A DOENÇA DA IGREJA CONTEMPORÂNEA



           HONRATITE: A DOENÇA DA IGREJA CONTEMPORÂNEA

O verdadeiro Evangelho parece incomodar profundamente a igreja contemporânea. A autoajuda tomou o lugar da proclamação de “todo o Conselho de Deus”. Jargões do tipo: “Deus vai te honrar”, “Deus vai te exaltar”, “2018 será o ano de milagres em sua vida” é moda nos púlpitos de muitas igrejas. Nesse contexto, tome “profecias” de carro zero, casa nova, casamento e causas resolvidas na justiça.

Xerocando o mundo, os “crentes” seguem o mesmo caminho: querem ouvir coisas boas. Se um pastor quiser ser desagradável e perder espaço, chame os crentes ao abandono do pecado. Chame-os à santidade, a uma vida de renúncia. As pessoas querem benção. Querem vitória. Querem ser exaltadas e honradas. Esta é a doença da igreja contemporânea: “honratite”.

A vida cristã não é composta apenas de ganhos. A estrada para a mansão celestial não é aplainada. Há vales. Há percalços. Há fendas. Há perdas. Não tem como viver a vida cristã sem se machucar. Esse negócio de “Deus vai te honrar”, “Deus vai te exaltar” não é bíblico. Pastores que dizem: “Você é filho do Rei Jesus e merece o melhor” está mentindo. Isso é fanfarra. Sofrer não é pecado nem falta de fé. É elemento pedagógico da vida cristã.

Esses pregadores desconstroem os valores do Evangelho. Pregam exaltação e honradez como o carro-chefe do Evangelho. Cristo é mencionado apenas para sancionar a ambição das pessoas. A pobreza emocional e espiritual das pessoas que seguem esses líderes é pior que a pobreza econômica brasileira. O PIB emocional e espiritual do rebanho é baixíssimo!

Alguns pastores incorporaram a religiosidade humana à Nova Aliança. Dizem eles: “Deus vai te honrar se você obedecer nossas campanhas”. “Novenas evangélicas” do tipo corrente de oração de 7 dias, adoração no monte, de preferência contribuindo todos os dias, e caravanas a Israel para rebatismo,  é inserção de religiosidade na Nova Aliança. É venda de indulgência.

A venda de indulgências que se verifica no cenário evangélico brasileiro é uma deturpação da doutrina da graça de Deus. Pregador com “poderes especiais” e com “oração forte” não existe. É preciso que nos centremos na Nova Aliança. A doutrina do sacerdócio universal garante que todos os salvos têm acesso a Deus e, os mesmos direitos espirituais. Não temos que nos prender a religiosidade.  Temos que nos prender às raízes neotestamentárias.

Portanto, cerimônias, rituais, correntes, campanhas disso e daquilo não trazem honra, nem vitória para ninguém. Precisamos nos prender à mensagem da cruz. À mensagem que apregoa o arrependimento.

Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro

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