quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

JESUS VIROU PROZAC

JESUS VIROU PROZAC

A glorificação das sensações está em alta nas igrejas evangélicas. As pessoas não são chamadas a prestarem um culto racional, mas um culto sensacional. O culto é direcionado para provocar sensações nas pessoas levando-as a um estado quase hipnótico. Jesus virou prozac, ou seja, Jesus tornou-se a pílula da alegria, o animador da auto-estima. Jesus tornou-se o estabilizador do humor e não o Senhor das vidas. No culto sensacional temas como arrependimento, vida de renúncia, abandono de pecado e juízo vindouro saíram do temário. O negócio é levar o crente a satisfazer-se com o visual, com o auditivo e com o espetacular. O negócio é produzir êxtases. O linguajar dos pastores que têm Jesus como prozac é sempre o mesmo: “Sinta, sinta, sinta, seja feliz e abençoado”. Lamentavelmente o Evangelho tornou-se um emaranhado de sensações. A cultura do sentir infectou a igreja do Senhor.

Hoje, o bom culto não é aquele que expõe a teologia da cruz, mas aquele que sacode os sentimentos das pessoas e as fazem sentir felizes consigo mesmas. Os sentimentos, as intuições humanas e as sensações sobrepujam o racional. Nesse contexto, Deus não quer corações quebrantados e contritos, mas quer louvorzão animado, shows, suor e forró. A igreja que tem Deus como a pílula da alegria perdeu a noção de que a fé vem pelo ouvir e não pelo sentir e de que ela é geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido.

Na igreja que tem Jesus como prozac a manipulação que seus líderes fazem com o povo, é percebível claramente. Há uma verdadeira lavagem cerebral. Tudo é feito terapeuticamente. Há um momento no culto em que o “ministro de louvores” manda cada pessoa olhar para o olho do seu visinho e dizer que o ama. Em outro momento, cada pessoa deve abraçar seu irmão ao lado e dizer-lhe: “Eu te abençôo”. Noutro momento, cada pessoa deve cumprimentar no mínimo cinco pessoas dizendo-lhes: “A vitória é nossa pelo sangue de Jesus”. Junto a essa manipulação vêem os cânticos mantras e anti-bíblicos do tipo: “Sonhos de Deus” e “O melhor de Deus está por vir”. Na verdade, os “ministros de louvores” provocam uma alegria plástica em vez de conduzir a igreja a uma adoração em espírito e em verdade. Vale salientar que a manipulação não gera a verdadeira alegria. A alegria genuína vem como subproduto de um viver cristão fiel e frutífero.

Esdras ao ler e explicar a Lei do Senhor ao povo nos diz e Bíblia que o povo comoveu-se, chorou e se alegrou (Neemias 8: 8-9). Esdras não manipulou o povo. Não precisou dizer ao povo: “Estou sentindo Deus aqui”, “A inspiração de Deus está na minha boca”, “Vocês estão vendo que Deus está na minha alma”. Esdras não instigou as emoções do povo. Não sapateou, não praticou nenhuma espécie de pula-pula, não fez gestos extravagantes nem terapia de grupo. Simplesmente a Palavra foi lida e explicada. A emoção, a comoção e a alegria vieram do interior das pessoas.

A igreja que tem Jesus como a pílula da alegria é uma arapuca para extorquir dinheiro dos incautos. Seu maior objetivo é construir impérios. Por isso os sermões de seus líderes sempre giram em torno de temas vazios e medíocres: “Como pisar a cabeça de Satanás”, “Deus realizará os seus sonhos”, “Como adquirir um senso de valor pessoal”, “Como chegar a uma visão elevada de si mesmo”, “Há poder em suas palavras”, “Quebra da maldição hereditária”, “Como ser rico”, “Como ter coisas”, “Como se apossar das riquezas dos ímpios”. As palavras que saem da boca desses líderes corroem como gangrena, pois adulteram a Palavra de Deus para acomodar as pessoas ao Egito.

Os pastores que têm Jesus como prozac são especialistas em chamar as pessoas a viverem a vida de Jesus, mas ao mesmo tempo negam o caminho estreito e abrandam a morte de Cristo como sacrifício que desviou a ira do Pai sobre os homens. Quando Paulo estava evangelizando Félix, ele não ofereceu palavras relaxantes e acalentadoras. Sua mensagem apavorou tanto a Félix que ele mandou Paulo se retirar (Atos 24: 24-25). Embora Paulo estando diante de Félix como prisioneiro, ele não tentou adocicar sua mensagem nem minimizou o sacrifício vicário de Cristo. Ele falou sobre a justiça, o domínio próprio e o juízo vindouro.

A visão de Jesus como a pílula da alegria agride o Evangelho, pois promove um estilo de vida humanista em vez de um estilo bíblico e centrado em Deus. Além disso, direciona os crentes para os caminhos da autocomiseração e do egoísmo uma vez que os incentiva a encontrarem-se a si mesmos, quando deveriam negar-se a si mesmos.

Minha oração é que você rejeite totalmente a mensagem de um Jesus como a pílula da alegria. Os púlpitos estão infectados dessa visão maligna. É preciso fazer algo mais do que sacudir a cabeça a respeito do que está acontecendo. É preciso proclamar em alto e bom tom que essa visão é diabólica. Que o grande Deus da Glória, o Único que é “digno de receber a glória, a honra e o poder... vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre” (Ap 4:11 e Hb 13:21)

Ir. Marcos Pinheiro

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

IGREJAS CHÁ DE ERVA-DOCE

IGREJAS CHÁ DE ERVA-DOCE

A planta erva-doce é originária do Oriente e no passado era cultivada nos países do Mediterrâneo. O chá de erva-doce traz uma sensação de calma e de conforto-relaxante. Seu cheiro é excessivamente doce. Se pensarmos em Deus como chá de erva-doce - relaxante e doce demais, o pecado não parece tão mau e o estado dos perdidos não nos incomoda. Num esforço de alcançar multidões, a igreja moderna perdeu o foco de sua verdadeira missão ministerial. O mundo está repleto de igrejas chá de erva-doce: confortáveis e relaxantes. As igrejas chá de erva-doce estão lotadas de pessoas sem familiaridade com os fundamentos bíblicos, pois seu foco é relaxar as multidões, e não agradar a Deus. Como não é possível relaxar as multidões e agradar a Deus ao mesmo tempo, as igrejas chá de erva-doce estão conduzindo sua membresia para um suicídio teológico e uma espiritualidade vã.

O número de pregadores que falam prioritariamente para agradar e relaxar as pessoas tem aumentado. Mensagens que reafirmam a carne deixando as pessoas confortáveis com seus pecados crescem assustadoramente. Hoje, presenciamos programas de igrejas elaborados explicitamente com o objetivo de satisfazer os desejos carnais e os apetites sensuais. A igreja chá de erva-doce tornou-se um clube social. Nela encontram-se rinques de patinação, pista de skate, sauna a vapor, massoterapia, banhos termais, ginásio poliesportivo, salão para videogames e restaurantes. É o evangelho da realização pessoal junto com o evangelho do entretenimento. Nas igrejas chá de erva-doce a graça é oferecida de maneira tão doce e tão relaxante que não gera mudança de vida nem de comportamento.

Os pastores das igrejas chá de erva-doce estão levando suas igrejas para um abismo repleto de afagos e nenhuma base teológica. Esses pastores ensinam que os crentes são livres para saquear os “egípcios”, mas não estão proibidos de fazer um bezerro de ouro dos despojos. Neste contexto, os princípios corretos da modéstia bíblica foram à bancarrota. As pessoas na adoração coletiva ao Deus santo são atraídas para o pecado da impureza, por meio do esplendoroso desfile de roupas despudoradas. Enfim, os pastores das igrejas chá de erva-doce perderam a visão de que a glória de Deus e a preservação da pureza devem ser o nosso alvo primário.

Os líderes das igrejas chá de erva-doce partem do princípio de que o homem nasceu para ser agradado. Desse modo, o “eu creio” é substituído pelo “eu sinto”. De acordo com os líderes erva-doce, o melhor modo para alcançar os perdidos é descobrir o que eles querem adquirir e o que querem sentir não importando se o querer e o sentir sejam antibíblicos. Nesse contexto, o evangelho é um embrulho de presentes para oferecer os incrédulos e, Jesus Cristo é oferecido como o “máximo” em suprir excitações emocionais. Nas igrejas chá de erva-doce Deus é moldado para satisfazer as “necessidades sentidas” das pessoas. O tema central das mensagens do pastor erva-doce é: “Deus ama você, o melhor de Deus está por vir, Ele satisfaz suas necessidades e o torna realizado”. O evangelho se Assemelha a um camaleão uma vez que pode tomar qualquer aparência que seja necessária. Tudo que importa é que as pessoas se sintam melhor, relaxe e pareçam estar perto de Deus. Nesse processo, as ovelhas são conduzidas a ficar cada vez mais distantes do verdadeiro Deus. Na verdade, a igreja chá de erva-doce está oferecendo um cristianismo não encontrado em nenhuma parte das Sagradas Escrituras.

As mensagens dos pastores erva-doce têm levado os crentes a viverem completamente na filosofia mundana, conformando-se cada vez mais ao estilo de vida da sociedade em que vivem. Em outras palavras, pensam como descrentes, falam como descrentes, comportam-se como descrentes, divertem-se como descrentes, vestem-se como descrentes, solucionam seus problemas como descrentes e tomam decisões como descrentes. Alguns chegam às raias do ridículo ao afirmar que existem revelações fora da Bíblia. Deus fala através de novelas, filmes mundanos, músicas seculares e carnavais. Aliás, os pastores erva-doce tentam dar um significado bíblico para o carnaval. Já existem “os evangelistas do carnaval” infiltrados na festa curtindo o “pula-pula” com seus blocos carnavalescos ao som de música gospel. Os líderes dos “missionários do carnaval” sem nenhum pejo gritam no meio dos foliões: “Deus está nessa festa”. Tamanha blasfêmia! A Bíblia nos exorta a nos portarmos dignamente conforme o Evangelho de Cristo abstendo-nos da aparência do mal, conservando a fé e a boa consciência. Vivamos de maneira sensata, justa e piedosa no presente século! (Tito 2:12).

Nas igrejas chá de erva-doce as pessoas se importam muito pouco com o que Deus é. Nessas igrejas, Deus não é conhecido nem compreendido, Ele é usado. Por isso, as pessoas vão a essas igrejas não por fidelidade, obediência e gratidão a Deus, mas para satisfazer suas necessidades. Os membros das igrejas chá de erva-doce têm-se sentido felizes, pois seus pastores apresentam-lhes um Deus que é o “Cara”; o Cara bacana que pode levá-los ao céu sem arrependimento e sem fé. A história da igreja mostra que as gerações passadas responderam à verdade porque lhes ensinaram uma teologia bíblica que lhes trouxe maturidade em Cristo. Mas, os líderes erva-doce insistem em afirmar que uma teologia cem por cento bíblica não convém ao mundo moderno. De acordo com esses líderes, se o ímpio insiste em recusar o Evangelho, deve-se oferecer a ele Jesus acrescido de todos os seus desejos carnais. Ora, qualquer apresentação do Evangelho onde não esteja presente um desafio para o ímpio mudar radicalmente seus pensamentos e atitudes carnais em relação a Deus e Seu plano de salvação, não é o Evangelho pregado nas páginas do Novo Testamento. Devemos frisar que a nossa sociedade está inserida no relativismo, portanto, nossa mensagem opor-se-á a ela cada vez mais.

Louvo a Deus pelo remanescente santo que Ele tem preservado neste mundo caído. Hoje, muitos estão defendendo corajosamente uma teologia sadia; estão declarando com clareza, em muitos lugares, a gloriosa verdade da salvação pela fé tão-somente em Cristo sem incorporar filosofias seculares e modismos.

Ir. Marcos Pinheiro