sábado, 24 de maio de 2014

A LEI DA PALMADA: UM PROJETO MALÍGNO


                   A LEI DA PALMADA: UM PROJETO MALÍGNO

 

Há muitas opiniões sobre a educação dos filhos. Cada pai e cada mãe têm uma opinião como a educação deve ser feita. Em face de tantas opiniões divergentes há um padrão para todos os pais, há absolutos. A Bíblia é a Palavra de Deus e como tal, é o único livro não adaptado às opiniões, filosofias do homem ou leis humanas. As Sagradas Escrituras se mantêm estável em todas as épocas. É sempre atual e por isso não é carente em nenhum ponto para ser aplicada em qualquer situação, especialmente, na educação de filhos. Portanto, se a educação dos filhos não for fundamentada na Palavra de Deus, o filho não terá orientação adequada para todas as áreas da sua vida.

 

Nenhuma família pode se desenvolver adequadamente sem limites e regras que incluam recompensas e castigos. Isto é especialmente importante na primeira infância, quando o caráter moral ainda não está formado e as crianças não entendem motivos morais. A mais leve ofensa de uma criança quebrando as regras do lar não deve ficar sem a devida correção; pois, se ela achar clemência ao transgredir uma regra, esperará a mesma clemência em relação a outras ofensas, e sua desobediência se tornará mais freqüente, até que os pais não tenham mais controle. Portanto, desde cedo a criança precisa aprender que quem vive sem disciplina se dá mal.

 

Deus deixou deveres para os pais no tocante à educação dos filhos. De acordo com a Bíblia, os pais não devem se constranger em corrigir seus filhos, “Quem se nega a castigar seu filho não o ama; quem o ama não hesita em discipliná-lo” (Pv 13:24). O próprio Pai celestial ama e disciplina (Hb 12:16). Pais omissos quanto à correção, arruínam seus filhos. De acordo com a Bíblia é necessária uma correção corporal para gerar um coração sábio “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe” (Pv 29:15). Em Provérbios 22:15 e 19:18 Deus afirmou: “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela; castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo”. Nesses versículos, Deus deixa claro que não tem o propósito de incutir-nos a idéia de que nosso lar deve ser caracterizado por um reino de terror onde se tortura e se espanca. Mas, os filhos devem ser disciplinados, castigados de tal maneira, que não percam o respeito e as afeições por seus pais.

 

Na Bíblia não há incentivos para espancamentos. O uso da vara não faz páreo com maus tratos. A correção corporal que a Bíblia ensina não é o direito de bater no filho a qualquer hora por qualquer coisa. A vara da correção é para ser usada só na hora de disciplina e isso para corrigir um erro. É necessário que a criança entenda antes da aplicação da correção exatamente o que foi o erro. O uso indeterminado da vara provocaria o filho à ira e semearia ódio algo que a Bíblia manda que os pais não façam “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira” (Ef 6:4).

 

Por causa de excessos de alguns pais descontrolados, o princípio Bíblico da vara da correção é julgado como criminoso. Ora, o fato de facas serem usadas muitas vezes em crimes não implica que o uso de uma faca na cozinha é um crime. O uso da vara produz sabedoria ao ponto de até salvar a alma “A vara e a disciplina dão sabedoria; tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno” (Pv 29: 15; 23:14). A vara comunica amor sem nenhuma possibilidade de machucar a criança psicologicamente.

 

A opinião pública acha que não é possível usar a vara sem mal tratar o filho, mas os pais que a usam de acordo com o padrão Bíblico sabem que a disciplina aplicada no lugar certo e na maneira certa não traz trauma a ninguém e sim produzem frutos pacíficos que é descanso à alma “Toda correção, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; mas depois, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados” (Hb12:11). Nenhum destes frutos virá sem o uso correto da vara! Vale salientar que o chavão “Eu apanhei quando criança e não quero bater nos meus filhos” é o mesmo que dizer: “Minha mãe era gorda, por isso eu não alimento meus filhos”.

 

Diante do exposto, não há dúvida que o projeto de Lei 7.672 conhecido como a Lei da Palmada é anti-bíblico, portanto, maligno. Na verdade essa Lei quer criar uma sociedade de monstros.

 

Ir. Marcos Pinheiro

 

 

domingo, 11 de maio de 2014

CARTA ABERTA AO PASTOR GEREMIAS DO COUTO


CARTA ABERTA AO PASTOR GEREMIAS DO COUTO

Pastor Geremias do couto, meus pêsames!

Meus pêsames porque o negrume cobriu sua mente levando a perda de visão do pastoreio ao anunciar a sua pré-candidatura a deputado Federal.

Primeiramente quero dizer-lhe que a igreja nunca precisou e nunca vai precisar de representantes no Congresso Nacional para realizar sua função. Se o senhor não sabe, os períodos em que mais a igreja cresceu tanto em quantidade como em qualidade foram aqueles em que ela não tinha qualquer representante político. Durante o início da igreja cristã, os crentes foram perseguidos ferozmente pelo império romano. Muitos foram torturados, outros mortos. As leis existentes não eram propícias à liberdade religiosa e mesmo assim a igreja cresceu espiritualmente. Durante muitos anos, no Brasil, a igreja evangélica não tinha representantes políticos e crescemos, em qualidade, mesmo assim. A igreja nunca deixou de existir tendo liberdade ou não, e sempre vai existir, porque Deus é soberano, é o dono da obra e Sua obra vai avançar tendo liberdade ou não de pregar o Evangelho. Se você pensa que precisamos de representantes no Congresso Nacional você está admitindo que não tem fé suficiente para crer na administração do Deus invisível, o grande Eu Sou.

Talvez você pense que a igreja precisa de representantes evangélicos no poder para melhorar a condição do país. Esse é um engano crasso. Querer atribuir a função da igreja a um parlamentar crente é desconhecer a missão da igreja de Cristo. A igreja tem de influenciar o Brasil e o mundo, e isto não se fará através de leis, mas através da genuína pregação do Evangelho. Querer fazer leis com princípios cristãos objetivando melhorar a condição moral e ética do país é reconhecer a ineficácia da igreja e banalizar o poder do Evangelho. Em Atos 17:6, lemos que a igreja primitiva transformou o mundo não pelo engajamento político, mas pregando Cristo crucificado e ressuscitado. Um homem temente a Deus não rouba, não mente, não mata, não adultera, não recebe propinas, ama ao próximo, é íntegro em suas relações comerciais, paga devidamente seus impostos, é submisso às autoridades constituídas. Isso somente é possível através de um encontro genuíno com Deus. A função de transformar homens ímpios e perdidos em homens tementes a Deus não é de parlamentar ou governante algum, mas sim da igreja. Não precisamos de um vereador evangélico para pregar o Evangelho, nem de um deputado, nem de um senador. Estado é Estado, igreja é igreja. O problema do mundo não é político, é pecado. Não será um político que trará a bem-aventurança, mas o colocar-se sob o controle de Cristo. A Bíblia diz: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor” e não diz “Feliz a nação cujo governante é crente”.

Talvez você pense que a história de José do Egito lhe dá apoio para a participação dos reinos políticos deste mundo. Porém, leia com atenção Gênesis 41: 40-41 e você vai observar que José não se ofereceu para governar. José não disse a Faraó que estaria à disposição para administrar o Egito. Ele não se lançou candidato. Por ter José interpretado o sonho de Faraó, este o colocou na posição de governante. José foi colocado involuntariamente na posição governamental porque Faraó viu nele um homem que tinha o Espírito de Deus (Gn 41:38). Devo lhe salientar, pastor Geremias, que a palavra “governador” em Gênesis 42:6 não tem o sentido político. Na verdade, José não era um governador político do Egito, mas um gestor do trigo, um administrador da fazenda do Egito: “Fê-lo senhor da sua casa, e governador (gestor, administrador) de toda a sua fazenda”. Nos versículos 48, 49 e 56 do capítulo 41 de Gênesis, vemos José gerenciando o cereal de todo o Egito. O governador político do Egito sempre foi Faraó (Gn 41:40). Você, pastor Geremias, lança-se como “candidato de Deus”. Portanto, o seu desejo por uma posição parlamentar é expresso de modo muito claro, o que não ocorreu com José. Ademais, Deus operou através de José, colocando-o como governador do Egito por um propósito bem definido: preservação do “povo do concerto” do qual desencadearia o Cristo. Portanto, você não pode usar um propósito específico de Deus, José como governador do Egito, e generalizá-lo, a fim de justificar o seu engajamento na política desse mundo.

Com certeza você pensou na história de Daniel para justificar sua candidatura à política. Daniel depois de interpretar o sonho de Nabucodonosor, foi colocado para ser governador de toda a província de Babilônia (Dn 2:48). Observe que Daniel foi colocado involuntariamente no cargo de governador. Deus tinha um propósito específico quando permitiu Daniel ser governador. O povo de Israel que estava no cativeiro babilônico corria o risco de se misturar com os babilônios e perder sua identidade de povo de Deus.  Então, Deus usa Daniel com autoridade de governador sobre o povo de Israel a fim de conservar os costumes e as tradições do povo de Deus. Agora, por que Daniel tinha que ter a autoridade de governador? O povo de Deus na época, como também as demais nações, só reconhecia autoridade política. Israel era, na época, uma nação politicamente organizada. Essa era uma posição desviada, pois não era a vontade de Deus. Mesmo assim, Deus permitiu que o povo de Israel tivesse governantes humanos e Ele mesmo constituiu alguns, embora esse fosse o desejo do coração desviado do povo. O povo não ouviria Daniel se ele não tivesse autoridade política. Como Israel era uma nação politicamente organizada o povo só reconhecia autoridade política e não reconhecia mais a autoridade divina. Tanto isso é verdade que as palavras dos profetas muitas vezes foram rejeitadas pelo povo, porque eram contrárias às autoridades políticas do povo. Portanto, no caso de Daniel, Deus tinha um propósito bem definido: usá-lo como líder político com autoridade de governador para guardar o povo de Israel da contaminação babilônica. Devo lhe salientar, pastor Geremias, que Daniel nunca teve objetivo político, o seu coração estava no Reino de Deus. Isso se comprova em Daniel 5: 16-17. Daniel rejeitou o cargo que o rei Belsazar lhe ofereceu pelo fato dele interpretar o escrito na parede do palácio do rei.

Pastor Geremias talvez você diga: “Sedraque, Mesaque e Abede-Nego, eram governantes políticos, por que não posso ser político?” Sugiro você ler com esmero Daniel 3:12 “Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sedraque, Mesaque e Abede-Nego”. Note que Sedraque, Mesaque e Abede-Nego eram fiscais, ou seja, eles cuidavam das negociações comerciais da província de Babilônia, eram responsáveis pelas transações comerciais da Província. Eles eram empregados do rei, e não autoridade política. Aliás, eles foram tratados pelo rei Nabucodonosor, como súditos e não como quem tem autoridade política (Dn 3: 13- 21). Enfim, usar a história de Daniel, Sedraque, Mesaque e Abede-Nego para justificar o seu envolvimento na política, é ter uma visão tupiniquim dos planos de Deus.

Na ância de querer o poder político você pode justificar-se dizendo que no Novo Testamento temos um crente político: José de Arimatéia. Ele era senador. Portanto, por que um crente ou um pastor não pode concorrer a um cargo político?

Os registros bíblicos não nos permitem concluir definitivamente que José de Arimatéia fosse crente, um homem nascido de novo. É preciso lembrar que muitos seguiam Jesus, mas que poucos realmente entenderam quem Ele era. José de Arimatéia “esperava o Reino de Deus” na visão judaica, ou seja, a restauração do reino de Israel através de um Messias (Atos 1:6). José de Arimatéia era “bom e justo” no aspecto ético e moral. Mas isso não implica necessariamente que fosse salvo. Nicodemos também era correto, não corrupto e reconhecia, como José de Arimatéia, ter Jesus vindo de Deus, no entanto Jesus disse que Nicodemos precisava nascer de novo. Em Mt 27:57 diz que José de Arimatéia “era discípulo de Jesus” e em em Jo 19:38 diz que ele “era discípulo oculto”. A palavra “discípulo”, em Mateus e João, tem uma conotação genérica que não implica necessariamente compromisso com Jesus. Portanto, não há como querer justificar o seu engajamento na política tomando como exemplo José de Arimatéia. Aliás, mesmo que José de Arimatéia tivesse nascido de novo, não há nenhuma garantia de que ele permaneceu como senador ou que tenha realizado campanha política para disputar o cargo.

Finalmente se você diz que vai influenciar a sociedade e contribuir para o País sugiro que leia os livros “On the Road to civilization, a world history”, do historiador J. Sigman e “The history of the Christian religion and church during the first centuries, do historiador Augusto Neander, Sigman relata: “o primitivo cristianismo foi pouco entendido e foi considerado com pouco favor pelos que governavam o mundo pagão; os cristãos não aceitavam ocupar cargos políticos”. Neander enfatiza: “os cristãos se mantinham alheios e separados do Estado como raça sacerdotal e espiritual, e o cristianismo influenciava a vida civil apenas desse modo”.

Lembre-se pastor Geremias que os crentes da igreja primitiva não eram pessoas alienadas. Sem vínculo algum com a política da época, eles contagiavam os de fora exalando o perfume de Cristo, Precisamos imitá-los!

Ir. Marcos Pinheiro