terça-feira, 25 de setembro de 2012

IGREJAS ESPLENDOROSAS


                                      IGREJAS ESPLENDOROSAS

Pastor de paletó e gravata, musicistas perfilados, púlpito de madeira ou de vidro, microfone do último tipo e projetor podem resultar numa pregação poderosa ou num espetáculo. Vivemos tempos das igrejas “esplendorosas” em que os homens estão reimaginando a Bíblia. Para muitos líderes a Bíblia não é mais a voz de Deus vinda do céu, pois foi redescoberta como um produto humano. Enfim, a Palavra de Deus tem assumido um papel diferente no meio evangélico através dos líderes “esplendorosos”. Na verdade, muitas coisas têm sido feitas em nome de Deus com as quais Deus não gostaria nem um pouco de estar envolvido. A conseqüência disso é que o Evangelho tem sofrido abusos através de sermões pragmáticos, aguados, estrambóticos e moderninhos.

Os líderes “esplendorosos” precisam entender que cada palavra em cada sentença da Bíblia é inspirada por Deus, possui autoridade, é digna de confiança, é verdade, é útil e contribui para nossa paz e alegria em Deus. Clemente de Roma descreveu as Sagradas Escrituras como a “Verdadeira expressão do Espírito Santo”. Policarpo as chamou de “Oráculos do Senhor”. Irineu afirmou que os autores bíblicos “Eram incapazes de uma declaração falsa”. Orígenes declarou: “Os volumes sagrados são plenamente inspirados pelo Espírito Santo, e não há passagem, na Lei, no Evangelho ou nos escritos de um apóstolo, que não proceda da fonte inspiradora da vontade divina”. Agostinho disse: “Aprendi a atribuir àqueles Livros que possuem o predicado de serem canônicos, e apenas a eles, tal reverência e honra que creio firmemente que nem um único erro devido ao autor pode ser encontrado neles”. Palavra de Deus é santa e inerrante! Calem-se todos diante dela.

As ilustrações das mensagens dos líderes esplendorosos são tiradas de Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela, Desmond Tutu, Leonardo Boff Lair Ribeiro, Augusto Cury. Por isso a bandeira levantada por eles é: “Precisamos lutar contra a opressão, dar fim à pobreza, criar o céu na terra e levantar a auto-estima dos homens”. Esses líderes não acreditam em separação entre o sagrado e o profano, e a doutrina atrapalha a ocorrência de um relacionamento interativo com Jesus. Para os “esplendorosos” pastores, a maleabilidade de doutrina é boa, por que mostra que não é necessário absolutizar nada. A doutrina deve mudar de uma época para outra. Nesse contexto, o nudismo, o desfile de moda, a exibição do corpo são tão grandes nas igrejas “esplendorosas” que se tornaram como altares para a igreja. Além do sermão ególatra do tipo “Como alcançar seu potencial”, uma coreografia extravagante com jovens de camiseta e calça de lycra é exibida sem o menor pudor. Parece que todos se esqueceram da exortação de Paulo: “Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5:8)

Conversão para os pastores “esplendorosos” consiste em levantar a mão, ir à frente, “repetir a oração rapidinha do pecador” e preencher uma ficha. Isso tem gerado uma geração de homens e mulheres que não querem ser igreja, querem apenas ir à igreja. A fim de agradar o rebanhão enfatizam sempre: “Você é livre em Cristo, viva como se fosse livre e abandone as regras. Siga a corrente, acomode-se à cultura. A graça de Deus é amplíssima e inclusiva, viva como quiser”. Na verdade, esses pastores são homens cegos que tocam um elefante sem saber se o que está apalpando é a tromba, a cauda ou a orelha. Confundem liberdade em Cristo com libertinagem! Em Gálatas 5:12,18 Paulo exorta: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis da liberdade para dar ocasião à carne, andai no espírito e não cumprireis a concupiscência da carne”.

Nas igrejas “esplendorosas” o culto é eufórico com muito pula-pula e rodopios. O ambiente é plástico, borrachudo e de uma alegria forçada pela manipulação: “Olhe para o seu irmão ao lado e diga-lhe que o ama”. A fé é repintada constantemente para acompanhar o ritmo de uma cultura em constante mutação. A simplicidade do Evangelho não as atrai. A Palavra de Deus é subordinada à cultura secular. Quem manda é a cultura secular. Para os pastores das igrejas “esplendorosas” Deus é claramente mais misterioso do que onipotente, santo e justo, por isso o Evangelho se tornou uma mensagem de inclusão e não uma mensagem sobre pecado, arrependimento, justificação e misericórdia imerecida.

As igrejas “esplendorosas” por estarem insatisfeitas com os métodos e meios ordenados por Deus, inventam e usam uma interminável corrente de inovações, astúcias, truques, malabarismos e estratagemas humanos. Elas empregam formas mundanas de música, apresentações de entretenimento, realizam gincanas e rifas. Seus pastores só olham para o próprio umbigo, ou seja, não têm nenhum outro propósito que não seja o crescimento de seu patrimônio material. Nesse contexto, na igreja “esplendorosa” vedem-se tudo: do café gourmet a CDs. Do pirulito da Mônica a ingresso para show de humor. Enfim, as “esplendorosas” igrejas jogaram fora a antiga ênfase na pregação do Evangelho deixada pela Reforma Protestante substituído-a por manipuladas e múltiplas abordagens carnais e mundanas. Que o Senhor tenha piedade das igrejas “esplendorosas”!

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 9 de setembro de 2012

PASTORES FORMIDÁVEIS


                                     PASTORES FORMIDÁVEIS

As pessoas hoje estão ouvindo um evangelho modificado, enfraquecido. Líderes estão fazendo a fusão de Cristo e o mundo, é o evangelho flex: Deus e o mundanismo, coligados. Portanto, o rebanho é conduzido a um estilo de vida medíocre. Para muitas “ovelhas” esses líderes são “pastores formidáveis”, pois promovem teatros, showbusiness, coreografias, jograis e divertimento como uma alternativa para o desafio direto da proclamação da Palavra de Deus. Na visão dos “pastores formidáveis”, o público do século 21 quer grupo de rock, conveniência e informalidade. Portanto, é preciso condescender com os desejos da carne dos profanos para dar-lhes exatamente aquilo que eles gostam: hip-hop “cristão” e letras rap unidos à doutrina da graça.

Os “pastores formidáveis” não hesitam em passar por cima da consciência cristã, aconselhando seus seguidores a tornarem-se amigos do mundo. A mocidade é incentivada a sentir, sobre o corpo, o mesmo impacto da música rítmica que experimentaria num show mundano de música pop, inclusive, com o mesmo jogo de iluminação e atmosfera libidinosa. Nesse contexto, Deus está cheio de sorrisos e sempre pronto para dar a vitória e abençoar, independente de como se vive. “Arrependimento” não se fala mais, é algo descartado. Esquecem esses “formidáveis pastores” que o Evangelho ensina consagração, reverência, obediência e separação do mundo.

Os métodos de evangelização usados pelos “pastores formidáveis” para atrair multidões tais como teatros e filmes são madeira, feno e palha. Teatros, dramas e filmes proporcionam um arrependimento “diet”, uma profissão de fé rasa e ilusória. Na realidade, o teatro, o drama e os filmes são formas sutis de manipulação emocional através das múltiplas personagens e não um apelo verdadeiro à mente (Rm 12:1). O teatro distorce a verdade do Evangelho obscurecendo a mensagem central, pois conduz desde o princípio as pessoas ao terreno da irrealidade. O teatro usado como evangelização é a metodologia diet do tipo “pega leve”, “evite a ofensa da cruz”, “agrade a todos”. Toda a evangelização do Novo Testamento foi através da pregação da Palavra. O mundo da época era repleto de arte dramática, folclore e simbolismo cultural, mas os mensageiros da cruz foram indiferentes a tudo isso. A igreja primitiva através da proclamação da Palavra por meio de palavras virou o mundo de cabeça para baixo. Em Romanos 10:14 não está escrito: “Como ouvirão se não há um ator? uma coreografia? um jogral? A comunicação do evangelho deve ser com palavras dirigidas à mente, nunca através de comédias, dramas ou cenas teatrais.

No drama, a solidariedade fica acima do entendimento espiritual. Somente a pregação direta sem truques teatrais persuade a mente livre do pecador. O drama, o filme, o teatro leva o espectador a um transe emocional por algo que se move a nível carnal resultando numa adesão, e não numa conversão.

Em época de eleição, os “pastores formidáveis” cedem o seu “formidável púlpito” aos candidatos em troca de benesses. Esses líderes estão fazendo a igreja perder a visão para a qual foi chamada. A igreja foi chamada para proclamar o arrependimento, a santidade e o escândalo da cruz, nunca para fazer propaganda de candidatos à política. Aliás, os crentes da igreja primitiva sem nenhum vínculo com a política da época, contagiaram os de fora somente exalando o perfume de Cristo, e anunciando todo o Conselho do Senhor. Precisamos imitá-los!

Muitos desses “pastores formidáveis” para engordar ainda mais sua conta bancária candidatam-se a cargos políticos alegando que a igreja precisa de representantes evangélicos no poder público. A igreja nunca precisou e nunca vai precisar de representantes no Congresso para realizar sua função. Querer atribuir a função da igreja a um parlamentar crente é desconhecer a missão da igreja de Cristo. A igreja tem que influenciar a sociedade, e isto não se fará através de leis, mas através da genuína pregação do Evangelho. Querer fazer leis com princípios cristãos objetivando melhorar as condições moral e ética do País é reconhecer a ineficácia do poder do Evangelho. Ademais, a função de transformar homens ímpios e perdidos em homens tementes a Deus não é de parlamentar ou governante algum, mas, sim, da igreja. Não precisamos de um vereador evangélico, nem de um deputado, nem de um senador, nem de um presidente. Estado é Estado, igreja é igreja. O problema do homem não é político, é pecado. Não será um político que trará a Bem-Aventurança, mas o colocar-se sob o Senhorio de Deus e anunciar Cristo crucificado e ressuscitado. A Bíblia não diz: “Feliz a nação cujo governante é crente”, mas diz: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”

Não devemos nos preocupar em sermos taxados de radical, legalista ou quadrado. A defesa da sã doutrina deve permanecer nos nossos corações. Os “pastores formidáveis” querem transformar o Evangelho que é o Pão da Vida numa espécie de farinha de rosca mofada que não serva para nada.

Ir. Marcos Pinheiro