sábado, 11 de abril de 2015

CARTA ABERTA AOS PASTORES-PROXENETAS DOS MEGA-TEMPLOS



     CARTA ABERTA AOS PASTORES-PROXENETAS DOS MEGA-TEMPLOS

Pastores-proxenetas, vocês têm nome de que vivem, mas estão mortos!

Vocês azedaram e prostituíram o ambiente da igreja do Senhor Jesus Cristo ao institucionalizá-la. Vocês, pastores dos mega-templos, ao abandonarem a visão teológica da igreja, transformaram o pastorado em emprego e a igreja em empresa. Vocês se especializaram em aplicar regras de administração empresarial no corpo de Cristo, em vez de buscar os princípios bíblicos pelos quais a igreja deve nortear não somente a doutrina, mas sua vida em todos os aspectos. Na verdade, vocês praticam o proxenetismo, ou seja, procuram e administram clientes para uma igreja que vocês mesmos prostituíram espiritualmente.

O maior inimigo da igreja de Cristo, hoje, não é o Islã, nem a oposição da mídia, mas vocês, proxenetas do século 21. Na visão espiritual bem limitada do que vem a ser igreja, vocês fizeram com que a igreja deixasse de ser a comunhão dos santos, onde os remidos se reúnem para adorar a Deus e testemunhar de Cristo, e passasse a ser uma prestadora de “serviços espirituais”. Vocês perderam o conceito neo-Testamentário do que vem a ser igreja. O conceito de igreja foi de tal modo institucionalizado por vocês que está associado a uma organização jurídica com sentido de lucro-benefício. A igreja existe para dar lucro. Nesse contexto, vocês vivem derrubando celeiros e construindo outros maiores para aumentar seus impérios econômicos. Na ótica anti-bíblica de vocês, a igreja é o lugar aonde as pessoas vão, quando na verdade, a igreja são as pessoas.

A igreja no conceito neo-Testamentário deve ser vista como uma família e não como uma instituição. A igreja surgiu ao pé da cruz. Ela brotou no calvário. Quando Jesus disse: “Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco” (Lc 22:15) Ele delineou a igreja. A páscoa era uma cerimônia familiar. O Senhor Jesus, assume os 12 discípulos como sua família. Isso vocês descartaram.

Na cruz, Jesus viu sua mãe, e perto dela o discípulo a quem Ele amava. Ele disse à sua mãe: “Aí está o teu filho” e ao discípulo disse: “Aí está a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a recebeu em sua família (João 19:25-27). Portanto, a igreja é uma família que nasceu ao pé da cruz. E, a cruz inter-relaciona as pessoas. Relacionamentos, fraternidade mútua e pessoalidade, são a essência da igreja. Para vocês, proxenetas dos mega-templos, relacionamentos, fraternidade mútua e pessoalidade são fantasias. Vocês institucionalizaram a igreja levando-a a perder a essência do cristianismo. Vocês conseguiram colocar a igreja no formol. Embalsamaram-na.

Vocês estão tão cegos que não percebem que o mais importante na igreja, depois de Jesus Cristo, são as pessoas. Para vocês, programas, métodos, ideologias eclesiásticas, prédios e departamentos valem mais do que gente. Aliás, vocês criaram departamentos para tudo chamando-os impropriamente de ministério: ministério de marketing, ministério de psicologia, ministério de música, ministério de danças, ministério de teatro, ministério desportivo. Só está faltando o ministério da beleza, uma vez que os desfiles de moda é notório nos corredores do templo faraônico.

Pastores-proxenetas, se vocês não sabem, foi por pessoas que Cristo morreu. Foi gente e não programas, métodos, prédios e departamentos que Ele comprou para Deus Pai no Gólgota. Igreja não é instituição, prédio ou império econômico. Igreja é gente pela qual Cristo deu a sua vida. A atitude abominável de Vocês é que colocaram as pessoas em segundo plano. Jesus sempre considerou as pessoas como relevantes, como prioritárias. Em João capítulo 5 relata uma festa dos judeus em Jerusalém. A festa acontecia no templo. Mas, Jesus não vai ao templo, e sim ao tanque de Betesda onde estavam pessoas que não podiam participar da festa nem entrar no templo. Sabe por quê? Porque pessoas valem mais que templo. Valem mais que festa. Vocês não entendem que vida da igreja como família de Jesus é mais importante que o institucionalismo pesado que vocês submeteram a igreja.

Vocês reduziram a vida cristã das pessoas à ida ao suntuoso templo onde a membresia se comporta como num teatro assistindo um drama que se desenrola, desenvolvido por artistas gospel. É preciso entender que vida Cristã não é vida de drama. Vida cristã não é circo. Vida cristã não é teatro, não é louvorzão no templo. Vida cristã é vida com Deus e interação com as pessoas em amor, solidariedade e auto-doação. Lamentavelmente, cimento, pedra, ferro, areia, granito, programas, métodos, ideologias eclesiásticas e departamentos têm sido as serpentes de metal adoradas por vocês. Nos mega-templos de vocês prevalece a competição, o corporativismo, o partidarismo e os grupinhos. A dor de um, não é a dor do outro. A alegria de um, não é a alegria do outro. O sucesso de um, não é o sucesso do outro. O fracasso de um, não é o fracasso do outro. Não há apoio mútuo. Levas as cargas pesadas uns dos outros? Nem pensar.

Vocês não conhecem o estado de suas ovelhas. Vocês nunca usaram a toalha e lavaram os pés de suas ovelhas. O alvo de vocês é o cetro. Vocês almejam o poder de visibilidade, de mando e de manipulação. Vocês não querem ser servos, querem ser “O Cara”. Vocês estão doentes, e muito doentes. Vocês estão acometidos da doença “evidencite”. Vocês são como empresa: querem está sempre em evidência. Vocês sempre buscam a glória própria. O termo “servo” para vocês tem conotação de nobreza. É tratamento aristocrata, nobiliárquico. Vocês esqueceram que servo obedece e não manda, não manipula. Servo é pequeno.

Finalmente, vocês pastores-proxenetas, são a “Alice no País das maravilhas”. “Onde fica a saída?” Perguntou Alice ao gato que ria. “Depende”, respondeu o gato. “De que?”, replicou Alice; “Depende de para onde você quer ir”. Sem um caminho a seguir, qualquer caminho para vocês serve; inclusive o inferno para onde vocês vão!

É o que tenho a dizer.

Ir. Marcos Pinheiro