sábado, 25 de fevereiro de 2017

IGREJA: CASA DE DEUS OU CASA DE CONFORTO



                                 IGREJA: CASA DE DEUS OU CASA DE CONFORTO

A igreja vem se transformado em casa dos homens: lugar só para conforto e bem-estar, um lugar para ajudar superficialmente na vida. A música na igreja vem substituindo a pregação da sã doutrina. Alguém comentou com outro crente “Ontem o Culto em nossa igreja foi tão bom que não houve tempo para a pregação, pessoas se converteram somente pelas músicas”. Engano!

A Igreja não é uma instituição humana. Ela tem origem espiritual, com valores eternos. Ela tem uma mensagem viva da parte de Deus aos homens. A Igreja é a única instituição sobre a face da terra que tem autoridade divina. Pregar o Evangelho que coloca a vida do homem em ordem com Deus só a igreja pode fazer. Nenhuma outra instituição pode. Se a Igreja perder essa visão nivela-se a qualquer outra instituição. Portanto, a Igreja não deve buscar popularidade e aplauso do mundo. A multidão que gritava “Hosana ao Filho de Davi”, menos de uma semana depois gritava “Crucifica-o!”.

Hoje, a igreja é vista como quem deve apoiar tudo o que os homens fazem. Alguns acham que sua função é tornar pessoas felizes. Disse um pastor: “Hoje as pessoas querem informalidades e divertimentos e a igreja precisa oferecer isso”. É a humanização da igreja. A igreja que adapta a mensagem do Evangelho aos sonhos e quereres humanos não é a igreja do Senhor Jesus. Se a igreja é para dizer que tudo é certo e que as pessoas podem fazer o que quiser, ela não é mais necessária.

A famigerada frase de alguns líderes: “Deus tem um plano amoroso para a sua vida” é antibíblica. A primeira mensagem da igreja cristã não foi o amor, mas o chamado ao arrependimento, à mudança de atitudes e uma nova vida com Deus. Em Jesus chega o vinho novo. Lendo os evangelhos, se verifica que o tema de Jesus é Ele mesmo. Paulo disse: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras e ressuscitou dos mortos segundo as Escrituras”. Portanto, dizer que Jesus foi morto porque pregou o amor e a paz é engano.

Lamentavelmente muitas igrejas têm transformado o Evangelho em ritos, gestos, roupas pomposas e celebrações teatrais. Hoje, as pessoas são hipnotizadas pelo poder da coerção e por músicas sincopadas. Inventaram um tal de “desabafar no Espírito”. Tome tremeliques, grunhidos, suspiro choroso e truques carismáticos. A convicção do coração é substituída por primitivas hipnotizes de massa. A ofensa da cruz é evitada. Nesse contexto, tem-se culto que não cultua. Adoração que não adora. Orações vazias e igreja anêmica.

Há muitos pastores querendo que a igreja seja amigável. Têm o pecador como um coitadinho. Por isso pregam um cristianismo folgazão. A igreja não está no mundo para fazer relações públicas, mas para entregar um ultimato ao pecador: vida ou morte. Ela chama os homens a deporem as armas e se renderem a Cristo. O pecador não é um coitado, mas um rebelde de armas nas mãos contra Deus. Portanto, precisa de arrependimento. Precisa deixar de ser amigo do mundo e ser amigo de Deus.

Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 18 de fevereiro de 2017

CULTUADORES DE ÓLEO



                                       CULTUADORES DE ÓLEO

Há muitos cultuadores de óleo no meio evangélico. Baseado em Tiago 5:13 duas heresias surgiram: ungir objetos com óleo santificando-os.  Consagrar pessoas ao ministério ungindo-as com óleo. É comum pastores ao comprar instrumentos musicais, adquirir um púlpito, comprar cálices para a ceia ungi-los com óleo “consagrando-os”, “santificando-os” a Deus. Há aqueles pastores que “consagram” até o pão que é servido na ceia.

É verdade que no Antigo Testamento objetos, utensílios e mobília do tabernáculo e depois do templo eram ungidos e consagrados ao Senhor.  O propósito era separá-los do uso comum para o uso sagrado nos rituais de sacrifícios. Em nenhum caso eram usados com poderes mágicos. Não estamos mais debaixo da lei cerimonial verotestamentária. Ela foi abolida no novo sacerdócio de Cisto.

Nas Escrituras não encontramos ninguém “consagrando”, “santificando” objetos. Moisés não “consagrou” através da oração a serpente de bronze. Eliseu não orou “ungindo”, “santificando” o seu cajado. Isaías não “consagrou” pela oração a pasta de figos para curar a úlcera de Ezequias. Não há registro bíblico de que Paulo tenha orado pelos seus lenços e aventais. Pedro nunca impôs as suas mãos sobre a sua sombra consagrando-a.

O Novo Testamento nos informa que com a vinda de Jesus os remidos são os que são santos. Os salvos são templos do Espírito Santo. A igreja não é um templo. Templos no modelo do Antigo Testamento não existe mais. Portanto, quem “unge” coisas tornando-as “santas” está vilipendiando o sacrifício vicário de Cristo no calvário. Ungir carro, apartamento, toalha, lenço ou qualquer objeto é misticismo. Orar abençoando os nossos bens para que não sejam demonizados ou tenha poderes especiais é abominação.

Os cultuadores de óleo “consagram” obreiros para o ministério aplicando óleo em suas cabeças. Isso é judaização do cristianismo. No Antigo Testamento encontramos a unção de reis (I Sm 9:16), a unção de sacerdotes (Ex 40:13-15), a unção de profetas (61:1-3). O Senhor Jesus é Rei, Sacerdote e Profeta. Ele assumiu essas tarefas. Portanto, a unção para sacerdotes, reis ou profetas caducou.

Para quem foi chamado por Deus para servir como pastor, presbítero ou diácono cabem a imposição de mãos substituta da unção com óleo. Não há no Novo Testamento prescrição de unção com óleo na consagração de obreiros. A doutrina bíblica é a imposição de mãos (Hb 6:1-2; Atos 6:5-6; Atos 13: 2-3; I Tm 5:22). Não se deve ungir ninguém para “capacitar para o ministério”. Os que assim fazem estão na contramão do Evangelho. E piora quando o “cultuador de óleo” diz em alto e bom tom que o óleo veio de Israel. Cultuadores de óleo! Tremendo misticismo!

Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 11 de fevereiro de 2017

O EVANGELHO VERDADEIRO ESTÁ DÉMODÉ



                      O EVANGELHO VERDADEIRO ESTÁ DÉMODÉ

As pregações atuais são uma enxurrada de palavras de ordem: “Você nasceu para ser feliz”; “Deus prometeu deixar todos nós ricos”; e outras tolices antibíblicas. O Evangelho genuíno está fora de moda. Está démodé. É urgente uma nova Reforma, não de cosmética. Mas, uma nova Reforma que enfatize a salvação pela graça por meio da fé e o andar com Jesus em uma vida piedosa. Chega de mutretas! Precisamos de santos!

Hoje, os 318 de Abraão, que foram libertar Ló e recuperar suas riquezas, têm mais espaço nas pregações dos pastores que os 12 discípulos de Jesus, martirizados pela sua fé. Não se fala mais de santidade, mas de obtenção de riquezas. Não se prega mais vida íntegra, mas o que Deus nos “deve”. Nesse contexto, as igrejas se tornaram covis de salteadores. Quem quiser atrair gente para a igreja diga que Deus vai encher sua carteira.

Atualmente, há uma visão muito infantil: querer ser abençoado. A abominável teologia da prosperidade enfatiza muito a vida abençoada de Abraão. Ledo engano! Ele já era rico quando Deus o chamou. Não foi o cumprimento de regras e votos que o tornaram rico. Deus prometeu abençoá-lo, mas chamou-o para ser uma bênção. A maturidade espiritual reside aqui: querer ser bênção. Quem é bênção é abençoado. Lamentavelmente, querer ser bênção está démodé.

Na igreja atual, a Bíblia está démodé. Deixou de ser normativa e passou a ser indicativa. A Bíblia não é mais norma, mas legitimadora de práticas subjetivas dos crentes. A perda da teologia da cruz nas pregações é alarmante. As pregações centradas em Cristo, na Cruz e na Bíblia, foi substituída pela visão teológica centrada nas sensações. Um sermão não terá alcançado seu propósito se produziu histerias e excitações. Tê-lo-á alcançado se cada crente puder dizer ao que está em João 11:16: “Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos discípulos: vamos nós também, para morrermos com ele”.

Um sermão genuinamente bíblico está démodé. A moda é produzir algazarra e ruídos. O sermão bíblico produz sentimentos nobres, como a gratidão, a consagração e o desejo de dar a vida por Jesus. Hoje, Isto está démodé, pois só se pensa em prosperidade material. O sermão bíblico é aquele que nos leva a refletir o ser e o agir de Deus, a pessoa e a obra vicária de Jesus.

O culto bíblico está démodé. Práticas umbandistas têm se infiltrado a tal ponto que não dá a distinção perfeita entre Evangelho e macumba. No culto há um narcisismo sem igual. Há uma incrível exibição de arrogância espiritual. O que há de “santo homem de Deus”, “canal especial de Deus”, “profeta de Deus”, trombeteados nos púlpitos, é constrangedor. Esses “santos homens de Deus” têm “linha vermelha” com Deus e assim, não precisam de mais nada. Sabem tudo. Colocam-se acima do bem e do mal. Gritam bem, têm voz forte, e dizem que têm “poder espiritual inigualável”. Ou seja, ser simples e humilde é démodé.

O culto bíblico tem um foco: a cruz de Jesus e sua ressurreição. É cristológico e cristocêntrico. Nesse contexto, não há arrogância espiritual.

Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A SÍNDROME DO SUPERMINISTÉRIO



                              A SÍNDROME DO SUPERMINISTÉRIO


É impressionante a busca de superministério por pastores. A fanfarronice e o exibicionismo são notórios “A nossa igreja vai revolucionar espiritualmente o Brasil”, disse certo pastor. Jesus enfatizou: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles”. O pecado não é ser visto fazendo obras, mas fazer obras para ser visto. Lamentavelmente, o objetivo hoje não é ensinar a Palavra, mas construir templos suntuosos para dizer “nós existimos”. O negócio é sustentar a imagem de ser melhor, superior, afortunado.

A moda é fazer grandes empreendimentos eclesiásticos. O ego e a ambição estão à frente de tudo. Líderes que se escondem atrás do nome de servo para satisfazer suas aspirações de glórias pessoais. Esses líderes nunca seriam nada na vida se não estivessem surrupiando dinheiro de um povo ingênuo. O povo não passa de uma mera peça para os seus sonhos megalomaníacos. O povo é uma mercadoria nas mãos de mercenários – “Por motivo de avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias” (Pe 2:1,2).

Os pastores dos superministérios não dão pastos verdejantes ao rebanho, dão ração amarga. Na interpretação errada se que “temos que nos fazer de tudo para ganhar alguns” relaxam na doutrina. Fazem vista grossa ao pecado. Adotam festividades pagãs. Na época do carnaval a igreja forma uma escola de samba para pregar para os foliões. Nesse contexto, deveria também se prostitui para ganhar as prostitutas. Deveriam drogar-se para ganhar os viciados. A realidade é que o ímpio está se sentindo em casa quando visitam a igreja do superministério. Há algo errado nisso!

A luz do Evangelho incomoda e sempre incomodará as trevas. O ímpio deve perceber os parâmetros e marcos espirituais na igreja. Se a vida da igreja não deixar claras as marcas de Cristo, o ímpio não verá Cristo na igreja e continuará perdido. O contexto de I Coríntios 9:22 – “Fiz-me tudo para por todos os meios, ganhar alguns” está longe de ser um convite à conformidade com o mundo. Nos superministérios há muitos jargões motivacionais e pouca vida de renúncia. Há muitos projetos “tremendos” e pouca busca real da vontade de Deus. Há muita retórica e pouca análise teológica séria. Não há bereianidade.

Nos superministérios tem-se o “Mc-Culto-Feliz”. O período de louvor é o tempo da batucada – bumbumbaticutumburumgundum. É o tempo da catarse, da empolgação carnal. As letras dos corinhos não convocam ao arrependimento, à confissão, à santidade. Repetem-se geringonças às apalpadelas. A liturgia do “Mc-Culto-Feliz” é sem estrutura. Invertebrada. Sem base teológica. Entre um corinho e outro há as piadinhas do super-pastor com seus anúncios hipnóticos para arrecadar mamon.

O clima do “Mc-Culto-Feliz” é de showmício, de Domingão do Faustão, ou seja, o culto é direcionado para agradar o rebanhão. A cada domingo apresenta-se um cantor gospel, supostamente convertido, para garantir a “casa cheia”. É a “Síndrome da segunda tentação”: a de se tornar um espetáculo e encher os olhos da multidão sedenta de novidades.

Ir. Marcos Pinheiro