quinta-feira, 27 de junho de 2013

MANIFESTAÇÕES: A VISÃO SUÍNA DA IGREJA


                      MANIFESTAÇÕES: A VISÃO SUÍNA DA IGREJA

 

 

A igreja é a voz profética de Deus na terra, mas ultimamente sua boca foi amordaçada porque se casou com a política e com o "evangelho social". "O evangelho social" está fortemente entrincheirado nos púlpitos modernitas-liberais, dando ênfase à mensagem de reforma do Antigo Testamento em lugar da mensagem de redenção da alma contida no Novo Testamento. O Evangelho são as boas novas de que "Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as escrituras" (I Co 15:3,4). Nesse contexto, a igreja não foi chamada para participar de marchas, passeatas, movimentos. Não foi chamada para reivindicar melhores salários, fazer piquete em portas de fábricas, fazer protestos em frente aos motéis, boicotar clínicas de aborto ou livrarias especializadas em coisas pornográficas. A igreja foi chamada para proclamar o arrependimento, a santidade e o escândalo da cruz. Lamentavelmente, Satanás está enganando a muitos no corpo de Cristo, causando confusão e introduzindo os crentes a amarem o que é efêmero.

 

A manifestação que o crente tem de fazer é no lugar secreto de oração. No início do cristianismo, a escravidão era uma instituição bem estabelecida e de uma crueldade sem igual. Não era difícil imaginar que os crentes fossem convocados a empreender um movimento pela abolição. No entanto, não vemos na Bíblia Paulo e os apóstolos se pronunciarem contra os males da escravidão da época. Paulo e os apóstolos nunca encabeçaram movimentos contra a escravidão.  A epístola de Filemom mostra-nos que os crentes da igreja primitiva não moveram uma palha para mudar a situação. Onésimo, escravo fugitivo, converteu-se por meio da pregação do apóstolo Paulo em Roma. Em vez de Paulo aproveitar a ocasião para combater o mal da escravidão, ele faz um apelo espiritual e insiste para que o escravo Onésimo, embora continuasse sendo escravo, fosse agora recebido como irmão, e irmão amado pelo seu amo Filemom (Filemom 10:16). É claro que não podemos ficar indiferentes a um governo opressor e cruel. Mas, lembremo-nos de que o recurso do crente é o próprio Deus, não a agitação, a propaganda política, as passeatas, as petições dirigidas ao Congresso ou a mobilização das massas. O recurso da igreja é entrar na presença de Deus em oração e jejum, depositar diante dEle o fardo que o mundo faz pesar sobre o nosso coração e depois sair para a proclamar as Boas Novas de Cristo aos homens. É importante observar que a escravidão findou no império romano com os crentes praticando o amor tanto ao capataz como ao escravo. A igreja deve opor-se às injustiças sociais, não fazendo manifestações, passeatas ou tentando eleger seus membros a cargos políticos, mas anunciando o Evangelho que é o poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças.

 

O apóstolo Tiago reconhece as injustiças praticadas contra os pobres da sua época. A sua resposta a esta falta de misericórdia não sugere protestos, manifestações ou passeatas. Simplesmente, Tiago lembra a proximidade da vinda do Senhor Jesus (Tiago 5:8). Judas, expondo-nos a corrupção dos últimos tempos, NÃO diz: "É preciso fazer manifestações contra a corrupção", mas orienta os crentes que se guardem no amor de Deus e que se dediquem a servir os outros (Judas 21, 23). Paulo por três vezes valeu-se de seus privilégios de cidadão romano. Porém, nunca o vimos organizando nem participando de protestos ou manifestações. Quem estava no trono quando Pedro escreveu sua epístola era Nero um dos piores tiranos que o mundo já conheceu. No entanto, os crentes não foram chamados para participar de manifestações para destronar Nero, ou fazer manifestações por um governo melhor. Pedro exorta os crentes a perseverarem em tranqüila obediência "suportando tristezas, sofrendo injustamente", pois foram chamados para isso. Portanto, a visão de que os crentes devem participar de manifestações é uma visão muito rasa, superficial, fragilizada e tupiniquim do Evangelho. O Problema é que a igreja e muitos de seus líderes estão com visão de suíno. Perderam a visão de que a igreja existe para amar e servir a Deus e levar as pessoas deste mundo para o céu, não existe para reformar politicamente a sociedade.

 

No livro “On the Road to civilization, a world history”, o historiador J. Sigman relata: “O primitivo cristianismo foi pouco entendido e foi considerado com pouco favor pelos que governavam o mundo pagão; os cristãos não aceitavam ocupar cargos políticos”. O historiador Augusto Neander no seu livro “The history of the Christian religion and church during the first centuries, relata: “Os cristãos se mantinham alheios e separados do Estado como raça sacerdotal e espiritual, e o cristianismo influenciava a vida civil apenas desse modo”. O pastor fundamentalista Martyn Lloyd Jones disse “Pregar o Evangelho tem contribuído mais para a solução de muitos problemas sociopolíticos do que todos os substitutos humanos; a democracia é a última e mais elevada idéia humana de governo, mas devido a natureza pecaminosa e decaída do homem, só terá que levar à anarquia e ao caos moral”. A verdade é que muitos líderes estão fazendo a igreja perder a visão para a qual foi chamada. Esqueceram que o Senhor Jesus estabeleceu a igreja para salvar o mundo exclusivamente pela Palavra. É engano se pensar que, por meio da política, manifestações e passeatas podemos aprimorar este mundo arruinado.

 

Os crentes da igreja primitiva sem manifestações, sem passeatas, sem marchas, sem piquetes contagiavam os de fora somente exalando o perfume de Cristo, refletindo o seu caráter e pregando a Palavra de Deus. Não podemos esquecer-nos de homens como Evans Roberts, William Burns, Nicolau Zinzendorf, Henry Martin, Robert McCheyne, George Müller, Jeremiah Lanphier e tantos outros dignos de serem imitados. Homens que conheciam o valor da intimidade com Deus no lugar secreto de oração. Portanto, a igreja precisa urgentemente retornar aos princípios bíblicos fundamentais e à verdade divina, abandonar a visão suína e se verticalizar.

 

Ir. Marcos Pinheiro

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O EVANGELHO DA TOLERÂNCIA


                            O EVANGELHO DA TOLERÂNCIA

O vírus do politicamente correto penetrou nas veias do corpo de Cristo, a igreja. O evangelho politicamente correto, ou da tolerância, está sendo proclamado como inspirado por Deus em muitas igrejas. Na verdade, esse evangelho fornece uma carnavalesca e atrativa roupagem com aparência cristã que se enquadra perfeitamente na enganação do fim dos tempos chamada apostasia. Esse evangelho tem uma face fossilizada e uma tolerância para qualquer coisa diabólica. Esse evangelho ao invés de considerar o caminho do mundo como profano e o caminho de Deus como santo, tenta fundir esse dois caminhos tão antagônicos. Os pastores do evangelho da tolerância anunciam sempre que estão tendo em suas igrejas movimentos bacanas, marchas bacanas, reivindicações bacanas, coreografias bacanas, danças bacanas, gincanas bacanas, shows bacanas, milagres bacanas, campanhas bacanas, aconselhamentos bacanas, louvores bacanas com um pastor bacana que conta histórias e anedotas para um rebanho bacana perante um Senhor bacana. Diante de tudo isso, só Deus sabe que Senhor é esse da igreja politicamente correta!

A luciferiana “Educação cristã baseada na diversidade” é adotada nas escolas dominicais da igreja politicamente correta. Os professores da escola dominical são facilitadores que levam os crentes-alunos a aceitarem todo o lixo da pós-modernidade, redefinindo assim, o cristianismo. A bandeira levantada pelos facilitadores é: “Tolerância sempre! unidade na diversidade”. Tudo gira em torno de abraçar a tolerância, a diversidade e a unidade. O facilitador divide os crentes-alunos em grupo e cada um com “humildade” deve abdicar de sua própria posição pessoal sobre determinado assunto bíblico em favor da vontade do grupo após se chegar a um consenso por meio do diálogo. Nesse contexto, a vontade de Deus torna-se subalterna ao pensamento do grupo. Não se trata mais de uma questão de certo ou errado, bom ou mau, lícito ou ilícito.

Na igreja politicamente correta não há nenhuma reverência ou temor a Deus. Jesus é visto como um colega de festa. Ele é o cara que gosta de festa. Gosta do agito e até participou da bacana festa em Caná da Galiléia, onde tomou alguns golinhos de vinho fermentado. O evangelho politicamente correto não faz restrições a nada. Cada crente pode andar como quer, ouvir o que quer, dizer o que quer, se vestir como quer e até beber o que quer: além de água, café, suco e refrigerante, uma cervejinha.

Quanto à festa em Caná cabe uma pergunta: Será que o Senhor Jesus adicionaria conteúdo alcoólico à sua bebida sobrenatural e a tornaria a “número um” quando a lei diz: “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente” (Prov. 23:31)? Claro que não, Ele fez vinho não fermentado, não embriagante que era, sem dúvida, o melhor vinho. Em Apocalipse 1:6 diz que “Aquele que nos ama nos fez reis e sacerdotes para Deus”, ou seja, temos “sacerdócio real” junto ao Senhor. A Bíblia enfaticamente declara: “Não é próprio dos reis beber vinho” (Prov. 31:4). Os pastores politicamente correto dizem que Paulo incentivou o uso do vinho alcoólico (I Tm 5:23). Ora, Paulo conhecia a Lei e respeitava a sabedoria de Salomão. Como Paulo poderia recomendar a bebida de vinho alcoólico quando a lei que ele respeitava exortava: “Não estejas entre os bebedores de vinho” (Prov23:20). O profeta Oséias diz: “O vinho e o mosto tira o entendimento” (Oséias 4:11).

As igrejas da tolerância são mega-templos confortáveis onde se ouve música secular com letra bíblica, produções dramáticas para emocionar o povo e sermões com fundo musical para elevar a auto-estima. A fórmula mágico-terapêutica para ter sucesso dita pelo líder politicamente correto é enfatizada: “Ele te toca, Ele te toca, Ele te cura, Ele te cura, pense no impossível, há um ambiente de milagre nesse momento”.

Em relação à música secular com letra bíblica, vale salientar que a música não é amoral. Há estilos de música que têm uma virtude intrínseca. Virtude baseada na própria beleza. Por outro lado, há estilos musicais que são intrinsecamente imorais. Imoralidade que não somente apela e exala a luxúria, mas que produz comportamento inadequado nas pessoas. Existem culturas que são inquestionavelmente controladas pelo ocultismo e pela feitiçaria, e, como conseqüência, o estilo musical preferido por uma pessoa dessa cultura, é sem dúvida, satanicamente inspirado.

Os líderes do evangelho politicamente correto usam o salmo 96:1: “Cantai ao Senhor um cântico novo” para criticar as igrejas que catam cânticos antigos. Na visão deles, esse versículo enfatiza que a igreja deve entoar “cânticos novos” no estilo de rock, axé, samba, rap, funk e forró. Não se deve esquecer que a música comunica valores. Quando se convida os estilos musicais do tipo rock, samba, axé, rap, funk, forró, se traz com eles um espírito de imoralidade com o que esses estilos musicais estão inevitavelmente associados. Isso não conduz à plena adoração, mas à plena corrupção. Portanto, não se devem inserir letras bíblicas em músicas seculares, pois é impossível o cântico de uma melodia secular sem a lembrança da letra original.

Os líderes da igreja politicamente correta não têm a menor disposição de seguir as instruções de Deus dadas aos pastores nas epístolas paulinas. A igreja politicamente correta tem derrubado os fundamentos do cristianismo bíblicos. Por isso, ela é mundana, carnal e cheia de rugas e manchas.

É preciso entender que a ênfase do serviço da igreja é a pregação e a ênfase da pregação é a doutrina. Portanto, Chegou a hora dos crentes piedosos fixarem uma estaca no solo e se posicionarem pela verdade da Palavra de Deus e a defesa da fé.

Ir. Marcos Pinheiro