segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

OS BODES-GUIAS E SEUS TSUNAMIS DOUTRINÁRIOS


                    OS BODES-GUIAS E SEUS TSUNAMIS DOUTRINÁRIOS

Tsunamis são ondas gigantes com grande concentração de energia, que atingem as costas dos oceanos provocando catástrofes. Os tsunamis têm um enorme poder destrutivo. O tsunami que invadiu a costa nipônica em 11 de março se 2011 assustou o mundo com o seu rastro de destruição e pavor. Quando digo Tsunamis doutrinários refiro-me as doutrinas destruidoras ensinadas pelos bodes-guias da atualidade. Muitos estão sendo destruídos espiritualmente pelos tsunamis doutrinários dos bodes-guias. Os bodes-guias conseguem tornar a fé uma filosofia, o louvor uma ginástica aeróbica e a igreja uma prestadora de serviços onde as pessoas são consumidoras de bênçãos. Esses líderes chegam às raias do ridículo quando afirmam que os crentes possuem um “talão de cheque espiritual” assinado por Jesus. Portanto, dizem eles, é só pedir o que quer e Deus dará. Neste contexto, cada crente é “O Cara”. Com o intuito de arrebanhar multidões e capturar adeptos, os bodes-guias realizam megashows com imagens projetadas e arte performática. E, como se não bastasse, chamam suas igrejas de “Hospitais de milagres”.

Os bodes-guias estão sempre repintando a teologia para acompanhar o ritmo de uma cultura em constante decadência moral. Estão esperando o céu na terra antes do Senhor Jesus voltar à terra para trazer novo céu e nova terra. Pensam como o eis roqueiro John Lennon: Imaginam um mundo sem pobreza, guerras e injustiças, ou seja, eles esperam algo que Deus não prometeu. Jesus prometeu o oposto: pobres sempre estariam conosco (Jo 12:8); guerras e rumores de guerras continuarão até a chegada do fim (Mat 24:6). O Novo Testamento nos mostra que um quadro de injustiça cada vez mais acentuado ocorrerá até o fim. Esquece esses bodes-guias que o evangelho não é uma convocação para viver uma vida que melhora o mundo. O evangelho é uma mensagem sobre a vida, a morte e a ressurreição de Jesus. O evangelho não é um diagrama esquemático para melhorar o mundo. É o caminho da santidade para aqueles que se arrependeram de seus pecados, que foram regenerados e que colocaram sua fé em Cristo Jesus. Os bodes-guias são tão astutos que atingem as pessoas no alto da cabeça com um martelo de esponja, de modo que as pessoas ficam sem saber, quão apóstatas eles de fato são.

Os bodes-guias pregam e vivem como se Deus não julgasse as pessoas, apenas as abençoa. Portanto, o estado espiritual desses bodes-guias é bem apresentado na sentença de Sofonias 1:12 “Homens que se embrutecem com a borra do vinho”. “Borra do vinho” é o resíduo embriagador que o vinho deixa no fundo do reservatório quando cessa a sua fermentação. Na verdade, Deus está dizendo que o estado dos bodes-guias é de embriaguez, de entorpecimento, de torpor. São homens embrutecidos, fora do juízo. Por essa razão eles se entregam ao mal, à esfoliação de seus seguidores e ao amor ao dinheiro. É preciso enfatizar que o Deus da Bíblia é um Deus moral, que não somente ama e abençoa, mas também pune.

Na igreja do bode-guia o dízimo e as ofertas são subornos a Deus. A súplica é: “Eu te dou, Senhor, para que tu me dês em dobro”. Deus é um magnata movido a mamon. Quando recebe uma grana resolve todos os problemas: cura enfermidades, manda um marido bacana, concede casa própria e carro novo, faz o filho passar no vestibular e a empresa crescer. Repugnante mensagem! Não se encontra nenhuma passagem no Novo Testamento que Deus tenha feito uma aliança de “benefícios materiais” para a igreja do Senhor Jesus Cristo. A fé bíblica não opera em função de receber coisas, mas de amar e servir o Senhor Jesus.

Ao ensinarem sobre Maldição Hereditária, os bodes-guias cometem o erro de transferir as culpas que são do indivíduo para outra pessoa, alguém de sua família que já morreu. “Basta quebrar a maldição e você será liberto”, dizem eles. Ora, não pecamos devido a transgressão anteriormente cometida por alguém de nossa família. O profeta Ezequiel é muito claro quanto a isso: “A alma que pecar, essa morrerá: o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre ele” (Ez 18: 20). Muito do que os bodes-guias dizem ser uma maldição que precisa ser quebrada, na realidade é uma obra da carne que precisa ser vencida. O alcoolismo, por exemplo, eles dizem que é uma maldição que chega ao indivíduo através de um ente querido já falecido por isso “A maldição do álcool precisa ser quebrada”. Essa não é a verdade, pois de acordo com Gálatas 5:21 esse vício é uma obra da carne que será vencida com a ajuda do Espírito Santo. A cruz do Senhor Jesus acabou com a maldição: “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual nos era contrária, removeu-a do meio de nós, cravando-a na cruz” (Cl 2:14)

Na visão dos bodes-guias o culto deve ser eufórico, com batucada, assobios, fumaça e cheio de “decretos”. A liturgia é tão execrável que durante o culto o bode-guia leva o povo a decretar algo para Satanás dessa maneira: “Levante suas mãos para o alto e diga: Satanás você é um derrotado”. Quanta abominação! Vai-se ao culto porque Satanás está lá e devemos decretar algo para ele? Precisamos entender que o culto é para Deus. O culto é o encontro de Deus com seu povo e deve proporcionar respostas espirituais às necessidades espirituais das pessoas. Não devemos cultuar a Deus conversando com Satanás, invocando demônios e nem decretando nada para demônios.

Esses bodes-guias se encaixam muito bem em Jó 13:4 “Vós sois inventores de mentiras e vós todos sois médicos que não valem nada”. Em Zacarias 10:3 encontramos a sentença para os bodes-guias: “Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes-guias”.

Ir. Marcos Pinheiro 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SOCORRO! O VERDADEIRO LOUVOR ESTÁ SE ACABANDO


SOCORRO! O VERDADEIRO LOUVOR ESTÁ SE ACABANDO

Muitos louvores hoje não podem ser chamados de cristãos, mas de louvores babelizados, pois o interesse maior não é expressar a grandeza e a glória de Deus. “Façamos para nós um nome” foi a pretensão orgulhosa dos líderes da geração dos filhos de Noé. Eles queriam fixar e exaltar sobre a terra não o nome do Senhor, mas o seu próprio nome. Eles queriam que as gerações futuras se lembrassem deles. Sua preocupação não foi providenciar para que elas conhecessem os feitos de Deus, sua lei, seus desígnios. Queriam manter-se unidos, não em torno do temor a Deus, mas em torno do orgulho do grupo, consubstanciado em seus próprios feitos. Esse é o sentimento que permeia a área do louvor: engrandecimento do homem, não de Deus. Ora, a adoração verdadeira sempre tem a Deus como centro, o que condiciona seus adoradores a um genuíno temor diante da Sua santidade e a um estilo de vida santificado.

Infelizmente, o louvor em muitas igrejas transformou-se em um Milk-shake religioso sem nenhuma ligação com o Senhor. O uso da música como meio para se chegar a um estado de êxtase e transe religioso tornou-se regra geral na maioria das igrejas evangélicas. O louvor em nada difere da prática do louvor umbandista, pois a música tem por função ambientar a erupção de sentimentos. Os sentimentos são manipulados pelo ritmo, repetições e movimentos corporais. O programa elaborado pelo “ministro de louvor” tem como objetivo provocar o sensacional, o extravagante, o bizarro entre os fiéis. Nesse contexto, a verdade é trocada pela “purificação” da alma através de uma descarga emocional provocada pelo drama e a santidade é invertida pela euforia irreverente.

Satanás conseguiu desenvolver uma liturgia que tem ofuscado a mente de muitos crentes levando-os ao louvor catarse, irrefletido e sensacional. A extravagância litúrgica promovida por Satanás tem rompido a barreira entre o sagrado e profano. A fim de se manterem no sucesso, algumas igrejas utilizam rock, samba, rap, axé, funk, forró. Muitas igrejas chegam ao ápice do ridículo promovendo shows com o tema “sambando para Jesus”, “forrozando para Jesus”. Tais “louvores” são irracionais e abomináveis ao Senhor, pois não ilumina a mente com a verdade bíblica nem com a consciência da santidade de Deus. O louvor aceitável para Deus é o louvor da mente (Rom 12:1). Deus nos criou com uma distinção primordial: a racionalidade. Portanto, o louvor deve ser consciente e racional. O apóstolo Paulo ecoa isto ao insistir que os crentes cantem com entendimento (I Co 14:15). Em I Coríntios 14: 26 Paulo afirma a função primordial do louvor “Tudo seja feito para edificação”. A palavra “edificação” refere-se, literalmente, à construção de um edifício, mas o apóstolo sempre usa este termo para expressar a edificação do entendimento. Portanto, cada elemento do louvor deve ser compreendido, para que seja válido. Somos movidos espiritualmente, não por meio de espetáculos sensacionais, e sim pelo que entendemos.

A grande declaração da Confissão de Westminster se opõe a tudo que acontece hoje nas igrejas evangélicas: “A maneira de adorar o verdadeiro Deus é instituída por Ele mesmo e limitado por sua própria vontade revelada, de tal modo que Ele não seja adorado de acordo com a imaginação e invenções dos homens”. O louvor do Novo Testamento era acima de tudo centrado em um fato: a cruz de Jesus e sua ressurreição. Hoje, o louvor é centrado no adorador e em alguns momentos não dá para saber se estamos na casa do Senhor ou em um terreiro de candomblé.

A liturgia extravagante de Satanás é contrária ao ensino da Bíblia e da Reforma, pois é claramente extasiante e amplamente mística, em vez de racional e dependente da fé. É voltada para o ego, para o estrelismo, para a exaltação do ritmo e dos instrumentos. Como há muitas pessoas que gostam de ser manipuladas, a liturgia de Satanás tem encontrado bastante espaço no meio evangélico. Seria prudente beber, ainda que um pequeno gole, desta liturgia? Claro que não! Urge que tenhamos um avivamento de luta contra as influências más da geração “Janes e Jambres” que promovem o louvor baderneiro. Que sejamos no dizer de Stott “um homem intoxicado de Cristo”.

O dia do Senhor se aproxima. Será dia de Juízo. Ainda há oportunidade de abandonar o falso louvor da “Galera de Cristo” que insiste em incluir o lixo extravagante de Satanás dentro das igrejas tirando o Filho de Deus de cena.

Ir. Marcos Pinheiro

terça-feira, 6 de novembro de 2012

IGREJAS AMANCEBADAS COM O MUNDANISMO

                 IGREJAS AMANCEBADAS COM O MUNDANISMO

É muito importante saber a quem você está dando ouvidos. É muito importante saber o ensino que seu coração está recebendo. Hoje, multidões de pessoas cegas, mal conduzidas, estão louvando ao Senhor em igrejas escravizadas pela falsa doutrina. Em Judas 4 lemos “Certos indivíduos se introduziram com dissimulação, homens ímpios, que transformam em dissolução a graça de nosso Deus”. Judas nos alerta que homens pregarão a graça de Deus, e sutilmente vão distorcê-la com manipulações, até que produza dissolução no povo de Deus. “Dissolução” significa tudo o que é sujo, degradante, pervertido e obsceno.

Vivemos a época de igrejas amancebadas com o mundanismo. Líderes que ensinam que algo mau pode ser bom e o que é profano pode ser puro. Esses homens estão conduzindo o povo a se sentir à vontade com o modo de vida pecaminosa. O resultado é a banalização do testemunho cristão. Hoje, ser crente e pousar nua na revista playboy, sonegar imposto, ser dono de uma rede de motéis, vender bebidas alcoólicas, passar cheque sem fundo e exibir o corpo através de vestes indecorosas não tem nada demais. Na verdade, nesse amancebamento com o mundanismo, o homem virou senhor e Deus virou o gênio da lâmpada que satisfaz os caprichos carnais do homem. Vale salientar que ser crente exige que estejamos dispostos a dizer não a um grande número de crenças e comportamentos. Natureza transformada requer um comportamento transformado. Comportamento transformado implica estilo de vida de acordo com o padrão bíblico. O crente é chamado para uma vida de obediência, na qual a fé é avaliada pelo comportamento.

A gravidade dos pastores das igrejas amancebadas com o mundanismo é que eles tratam o rebanho de modo abusivo pregando sonhos de ganância. E, muitas vezes se escondem por trás da égide “Não toqueis nos meus ungidos” e, ameaçam dizendo: “Vocês correm perigo se questionarem a minha palavra”. Ora, ninguém é imune à contestação à luz da Palavra de Deus. O Senhor Jesus tomou boa parte do seu ministério para denunciar e confrontar aqueles que abusavam espiritualmente de outras pessoas.

As igrejas amancebadas com o mundanismo pregam unicamente segurança e paz e por causa de suas superficialidades e suas doutrinas de ambição removeram a santidade da casa do Senhor. Tratam a Palavra de Deus levianissimamente. Ensinam caminhos e meios para ter prosperidade e sucesso ao invés de um chamado à separação. Os líderes das igrejas amancebadas pregam um evangelho frívolo, leve, sensual, coreográfico. São fãs dos balidos de Amaleque. Acham bom e agradável quando roqueiros com piercings e vestidos de sadomasoquistas, se pavoneiam e rodopiam sexualmente na plataforma da igreja, explodindo seu rock. Acham bom e agradável quando as “bailarinas de Jesus” com seus cabelos estilo moicano se apresentam dançando de modo semelhante as dançarinas dos programas de auditórios. Acham bom e agradável manter na plataforma do templo os mesmos efeitos especiais dos cassinos de Las Vegas. A fim de dar cobertura às suas ganâncias dizem cinicamente: “O Senhor está no meio de nós”.

Os pastores das igrejas amancebadas com o mundanismo se apóiam em números e em seus magníficos edifícios como prova de que Deus está com eles. Conhecem mais sobre “marketing para crescimento de igreja” do que sobre a Palavra de Deus. A fim de manter o povo manietado inventam slogans do tipo: “Renovação”, “Restituição”, “Nova unção”. Desse modo, mercantilizam o evangelho levando as pessoas a buscarem a salvação e a cura divina do mesmo modo que adquirem produtos no shopping. Esses larápios são especialistas em tirar proveito de fraquezas alheias oferecendo solução para a pobreza e para as doenças em troca de ofertas. Na verdade, as ganâncias desses pastores expulsaram o Senhor de seus cultos. Eles próprios não ingressam na santidade e na plenitude de Cristo, e impedem o rebanho de ingressar.

O Senhor sempre possui um remanescente santo durante os períodos de trevas. Um remanescente que mantém a luz do evangelho queimando quando a igreja é corrupta e cruel. Esse remanescente não são os ministros gananciosos, não são os “popstars” aplaudidos, mas um povo de mente direcionada aos céus, esgotados da superficialidade e das concessões.  Um povo que anseia ardentemente a santidade na casa de Deus!

Precisamos de igrejas que sejam intolerantes com o erro, que mantenham limites morais definidos, que promovam a integridade doutrinária, que se mantenham firme em tempos de provação, sim, precisamos de igrejas que reflitam o caráter de Cristo, que sejam profundamente teológica, profundamente ética, profundamente misericordiosa e profundamente doxológica. Não queremos igreja-clube, igreja-show, igreja-circo, igreja-boate, igreja-meretriz, igreja-barzinho, igreja-cafeteria, igreja-empresa, igreja-supermercado, igreja-petrificada, igreja-congelada, igreja-confusa, igreja de sepulcros caiados. Não queremos mega-igrejas cintilantes abarrotadas de cristãos nominais. Queremos igreja-igreja. Queremos igrejas santas, não comprometidas com o mundanismo, igrejas que condenam as iguarias do mundo!

Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 13 de outubro de 2012

OS PROFETAS-GURUS E SUAS PROFECIAS INVERTEBRADAS


OS PROFETAS-GURUS E SUAS PROFECIAS INVERTEBRADAS

A marca mais significativa da igreja evangélica contemporânea é a ganância. Não são poucas as pessoas dentro das igrejas que se auto-intitulam profetas com o intuito de beneficiar seu bolso. Hoje, todo mundo que sobe no púlpito tem “uma palavra profética”, se arrogam “voz profética”. Infelizmente, o dom de profecia se tornou na boca desses ”profetas-gurus” um tipo de horóscopo com previsões esdrúxulas para a vida dos crentes. As profecias desses gurus são invertebradas, sem cabeça, tronco e membro, tipo minhoca, sem vértebras escriturísticas. São enganações abstratas para comandar e agradar os incautos. A profecia genuinamente bíblica é aquela que é exercida com absoluta integridade e ausência de ganância material. A verdadeira profecia serve para edificar, exortar e consolar (I Co 14:3), no descrente produz convicção (I Co 14:24).

O estratagema dos profetas-gurus é que eles pregam um Jesus terapeuta que não leva o crente a esvaziar-se de si mesmo e encher-se do Espírito Santo. Em suas mensagens nunca é enfatizado a busca por uma vida santa, pois eles têm uma baixa visão de Deus e uma alta visão do homem. Por isso, não vivem em função de Deus, mas do ouro. Em suas “profecias” arrotam somente bênçãos materiais porque querem ser gigantes aos olhos alheios, não aos olhos de Deus. Os profetas-gurus consideram-se “super-homens espirituais”, oráculos sagrados de Jeová. E, o mais grave é que muitos crentes gostam de estar sob a tutela desses falsários e querem diariamente uma “profetada” que lhes agradem para continuarem com suas vidas infrutíferas e uma fé seca tipo bacalhau de armazém.

A profecia autenticamente bíblica é bem definida e não abstrata. As profecias dos profetas-gurus são vagas. Quando estão no púlpito dizem: “Deus me revela que há cinco pessoas aqui com problema de pressão alta e eu profetizo que você receberá a cura nessa noite”. Ora, numa multidão de mil pessoas é claro que há muitas pessoas com esse tipo de problema. Na sua plena pureza, o dom de profecia requer uma ordem de elevadíssima comunhão entre o vaso e o seu fabricante, uma sintonia profunda com Deus. Portanto, o profeta não é um adivinho, mas uma pessoa que diz: ”Vive o Senhor, o que o Senhor me disser, isso falarei”. Aquele que verdadeiramente tem a voz profética não pensa em tornar sua igreja famosa pelos testemunhos escabrosos e profecias invertebradas. O profeta bíblico não é movido a mamon e nem monta esquemas para projetar seu ministério. O desejo do verdadeiro profeta é satisfazer Aquele que o arregimentou.

O profeta-guru é uma companhia inadequada, pois anuncia ao povo de Deus uma falsa esperança (Jr 23:16). Eles são como camaleões, sempre combinam suas mensagens com a necessidade do ouvinte. A igreja desses gurus enganadores é a casa Bete - Áven, casa do mal, pois o espírito de mentira reina em suas profecias preconizadoras. Em suas profecias, os profetas-gurus oferecem muitas e grandes bênçãos de uma ordem mais maravilhosa que a igreja primitiva experimentou. Esses embusteiros só pensam no cristianismo em termos de sensações. Alguns quando profetizam dão evasão a gritos histéricos e exclamações bizarras. Outros começam com a voz embargada em seguida produz um choro plástico para levar seu público à excitação emocional.

Os profetas-gurus vivem de fazer campanhas atraentes em suas igrejas para lotar os bancos e conduzir a membresia a uma espiritualidade vazia. Esses réprobos se colocam em elevados pedestais e, na arrogância de pavão consideram-se acima de suas “ovelhas” chegando a ser adorado por elas como o próprio Deus. Na verdade, os profetas-gurus tornam seus ouvintes duas vezes mais filhos do inferno do que eles mesmos.

O profeta bíblico é ético, não cobiçoso e temente a Deus. Precisamos de profetas que não façam estardalhaço em torno de Jesus, que não olhem para o próprio umbigo, mas seja cheio de Cristo. O Cristo com olhos como chama de fogo, uma voz como o som de muitas águas, uma boca afiada como espada de dois gumes e uma face como o sol. Desse modo, as profecias não serão invertebradas!

Ir. Marcos Pinheiro

terça-feira, 25 de setembro de 2012

IGREJAS ESPLENDOROSAS


                                      IGREJAS ESPLENDOROSAS

Pastor de paletó e gravata, musicistas perfilados, púlpito de madeira ou de vidro, microfone do último tipo e projetor podem resultar numa pregação poderosa ou num espetáculo. Vivemos tempos das igrejas “esplendorosas” em que os homens estão reimaginando a Bíblia. Para muitos líderes a Bíblia não é mais a voz de Deus vinda do céu, pois foi redescoberta como um produto humano. Enfim, a Palavra de Deus tem assumido um papel diferente no meio evangélico através dos líderes “esplendorosos”. Na verdade, muitas coisas têm sido feitas em nome de Deus com as quais Deus não gostaria nem um pouco de estar envolvido. A conseqüência disso é que o Evangelho tem sofrido abusos através de sermões pragmáticos, aguados, estrambóticos e moderninhos.

Os líderes “esplendorosos” precisam entender que cada palavra em cada sentença da Bíblia é inspirada por Deus, possui autoridade, é digna de confiança, é verdade, é útil e contribui para nossa paz e alegria em Deus. Clemente de Roma descreveu as Sagradas Escrituras como a “Verdadeira expressão do Espírito Santo”. Policarpo as chamou de “Oráculos do Senhor”. Irineu afirmou que os autores bíblicos “Eram incapazes de uma declaração falsa”. Orígenes declarou: “Os volumes sagrados são plenamente inspirados pelo Espírito Santo, e não há passagem, na Lei, no Evangelho ou nos escritos de um apóstolo, que não proceda da fonte inspiradora da vontade divina”. Agostinho disse: “Aprendi a atribuir àqueles Livros que possuem o predicado de serem canônicos, e apenas a eles, tal reverência e honra que creio firmemente que nem um único erro devido ao autor pode ser encontrado neles”. Palavra de Deus é santa e inerrante! Calem-se todos diante dela.

As ilustrações das mensagens dos líderes esplendorosos são tiradas de Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela, Desmond Tutu, Leonardo Boff Lair Ribeiro, Augusto Cury. Por isso a bandeira levantada por eles é: “Precisamos lutar contra a opressão, dar fim à pobreza, criar o céu na terra e levantar a auto-estima dos homens”. Esses líderes não acreditam em separação entre o sagrado e o profano, e a doutrina atrapalha a ocorrência de um relacionamento interativo com Jesus. Para os “esplendorosos” pastores, a maleabilidade de doutrina é boa, por que mostra que não é necessário absolutizar nada. A doutrina deve mudar de uma época para outra. Nesse contexto, o nudismo, o desfile de moda, a exibição do corpo são tão grandes nas igrejas “esplendorosas” que se tornaram como altares para a igreja. Além do sermão ególatra do tipo “Como alcançar seu potencial”, uma coreografia extravagante com jovens de camiseta e calça de lycra é exibida sem o menor pudor. Parece que todos se esqueceram da exortação de Paulo: “Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5:8)

Conversão para os pastores “esplendorosos” consiste em levantar a mão, ir à frente, “repetir a oração rapidinha do pecador” e preencher uma ficha. Isso tem gerado uma geração de homens e mulheres que não querem ser igreja, querem apenas ir à igreja. A fim de agradar o rebanhão enfatizam sempre: “Você é livre em Cristo, viva como se fosse livre e abandone as regras. Siga a corrente, acomode-se à cultura. A graça de Deus é amplíssima e inclusiva, viva como quiser”. Na verdade, esses pastores são homens cegos que tocam um elefante sem saber se o que está apalpando é a tromba, a cauda ou a orelha. Confundem liberdade em Cristo com libertinagem! Em Gálatas 5:12,18 Paulo exorta: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis da liberdade para dar ocasião à carne, andai no espírito e não cumprireis a concupiscência da carne”.

Nas igrejas “esplendorosas” o culto é eufórico com muito pula-pula e rodopios. O ambiente é plástico, borrachudo e de uma alegria forçada pela manipulação: “Olhe para o seu irmão ao lado e diga-lhe que o ama”. A fé é repintada constantemente para acompanhar o ritmo de uma cultura em constante mutação. A simplicidade do Evangelho não as atrai. A Palavra de Deus é subordinada à cultura secular. Quem manda é a cultura secular. Para os pastores das igrejas “esplendorosas” Deus é claramente mais misterioso do que onipotente, santo e justo, por isso o Evangelho se tornou uma mensagem de inclusão e não uma mensagem sobre pecado, arrependimento, justificação e misericórdia imerecida.

As igrejas “esplendorosas” por estarem insatisfeitas com os métodos e meios ordenados por Deus, inventam e usam uma interminável corrente de inovações, astúcias, truques, malabarismos e estratagemas humanos. Elas empregam formas mundanas de música, apresentações de entretenimento, realizam gincanas e rifas. Seus pastores só olham para o próprio umbigo, ou seja, não têm nenhum outro propósito que não seja o crescimento de seu patrimônio material. Nesse contexto, na igreja “esplendorosa” vedem-se tudo: do café gourmet a CDs. Do pirulito da Mônica a ingresso para show de humor. Enfim, as “esplendorosas” igrejas jogaram fora a antiga ênfase na pregação do Evangelho deixada pela Reforma Protestante substituído-a por manipuladas e múltiplas abordagens carnais e mundanas. Que o Senhor tenha piedade das igrejas “esplendorosas”!

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 9 de setembro de 2012

PASTORES FORMIDÁVEIS


                                     PASTORES FORMIDÁVEIS

As pessoas hoje estão ouvindo um evangelho modificado, enfraquecido. Líderes estão fazendo a fusão de Cristo e o mundo, é o evangelho flex: Deus e o mundanismo, coligados. Portanto, o rebanho é conduzido a um estilo de vida medíocre. Para muitas “ovelhas” esses líderes são “pastores formidáveis”, pois promovem teatros, showbusiness, coreografias, jograis e divertimento como uma alternativa para o desafio direto da proclamação da Palavra de Deus. Na visão dos “pastores formidáveis”, o público do século 21 quer grupo de rock, conveniência e informalidade. Portanto, é preciso condescender com os desejos da carne dos profanos para dar-lhes exatamente aquilo que eles gostam: hip-hop “cristão” e letras rap unidos à doutrina da graça.

Os “pastores formidáveis” não hesitam em passar por cima da consciência cristã, aconselhando seus seguidores a tornarem-se amigos do mundo. A mocidade é incentivada a sentir, sobre o corpo, o mesmo impacto da música rítmica que experimentaria num show mundano de música pop, inclusive, com o mesmo jogo de iluminação e atmosfera libidinosa. Nesse contexto, Deus está cheio de sorrisos e sempre pronto para dar a vitória e abençoar, independente de como se vive. “Arrependimento” não se fala mais, é algo descartado. Esquecem esses “formidáveis pastores” que o Evangelho ensina consagração, reverência, obediência e separação do mundo.

Os métodos de evangelização usados pelos “pastores formidáveis” para atrair multidões tais como teatros e filmes são madeira, feno e palha. Teatros, dramas e filmes proporcionam um arrependimento “diet”, uma profissão de fé rasa e ilusória. Na realidade, o teatro, o drama e os filmes são formas sutis de manipulação emocional através das múltiplas personagens e não um apelo verdadeiro à mente (Rm 12:1). O teatro distorce a verdade do Evangelho obscurecendo a mensagem central, pois conduz desde o princípio as pessoas ao terreno da irrealidade. O teatro usado como evangelização é a metodologia diet do tipo “pega leve”, “evite a ofensa da cruz”, “agrade a todos”. Toda a evangelização do Novo Testamento foi através da pregação da Palavra. O mundo da época era repleto de arte dramática, folclore e simbolismo cultural, mas os mensageiros da cruz foram indiferentes a tudo isso. A igreja primitiva através da proclamação da Palavra por meio de palavras virou o mundo de cabeça para baixo. Em Romanos 10:14 não está escrito: “Como ouvirão se não há um ator? uma coreografia? um jogral? A comunicação do evangelho deve ser com palavras dirigidas à mente, nunca através de comédias, dramas ou cenas teatrais.

No drama, a solidariedade fica acima do entendimento espiritual. Somente a pregação direta sem truques teatrais persuade a mente livre do pecador. O drama, o filme, o teatro leva o espectador a um transe emocional por algo que se move a nível carnal resultando numa adesão, e não numa conversão.

Em época de eleição, os “pastores formidáveis” cedem o seu “formidável púlpito” aos candidatos em troca de benesses. Esses líderes estão fazendo a igreja perder a visão para a qual foi chamada. A igreja foi chamada para proclamar o arrependimento, a santidade e o escândalo da cruz, nunca para fazer propaganda de candidatos à política. Aliás, os crentes da igreja primitiva sem nenhum vínculo com a política da época, contagiaram os de fora somente exalando o perfume de Cristo, e anunciando todo o Conselho do Senhor. Precisamos imitá-los!

Muitos desses “pastores formidáveis” para engordar ainda mais sua conta bancária candidatam-se a cargos políticos alegando que a igreja precisa de representantes evangélicos no poder público. A igreja nunca precisou e nunca vai precisar de representantes no Congresso para realizar sua função. Querer atribuir a função da igreja a um parlamentar crente é desconhecer a missão da igreja de Cristo. A igreja tem que influenciar a sociedade, e isto não se fará através de leis, mas através da genuína pregação do Evangelho. Querer fazer leis com princípios cristãos objetivando melhorar as condições moral e ética do País é reconhecer a ineficácia do poder do Evangelho. Ademais, a função de transformar homens ímpios e perdidos em homens tementes a Deus não é de parlamentar ou governante algum, mas, sim, da igreja. Não precisamos de um vereador evangélico, nem de um deputado, nem de um senador, nem de um presidente. Estado é Estado, igreja é igreja. O problema do homem não é político, é pecado. Não será um político que trará a Bem-Aventurança, mas o colocar-se sob o Senhorio de Deus e anunciar Cristo crucificado e ressuscitado. A Bíblia não diz: “Feliz a nação cujo governante é crente”, mas diz: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”

Não devemos nos preocupar em sermos taxados de radical, legalista ou quadrado. A defesa da sã doutrina deve permanecer nos nossos corações. Os “pastores formidáveis” querem transformar o Evangelho que é o Pão da Vida numa espécie de farinha de rosca mofada que não serva para nada.

Ir. Marcos Pinheiro

terça-feira, 28 de agosto de 2012

PASTORES CATEDRAIS


PASTORES CATEDRAIS


É notório o número de igrejas evangélicas que vem absorvendo a forma do mundo. Na verdade, a igreja evangélica tem se organizado e vivido como mais uma instituição moderna no mundo. Atualmente as atividades eclesiásticas não são procuradas por pessoas que desejam ter uma vida modesta, mas por pessoas ambiciosas que enxergam no ministério uma forma de enriquecimento financeiro. Hoje, o pastor é avaliado pela sua capacidade de levantar dinheiro através da enganação e esfoliação de suas ovelhas e não pelas vidas que são transformadas pela pregação do Evangelho. As igrejas tem se transformado em empresas lucrativas, pois a visão está no lucro, no mamon e, as ovelhas ludibriadas, se comportam como clientes de produtos religiosos. A igreja do Senhor Jesus Cristo é edificada por Ele mesmo para a glorificação de Deus Pai, libertação dos cativos e pregação do Evangelho para arrependimento e salvação eterna de todo aquele que crê. Sua missão é prover meios de adoração ao Senhor e anunciar a salvação. Portanto, a igreja não depende de nenhum modelo empresarial.

Atualmente há um desejo exacerbado de se fazer igrejas suntuosas. Parece que para cultuar a Deus é necessário muita tecnologia e luxo. Na visão de muitos pastores, igreja bem sucedida se mede pelo prédio e pelo número de pessoas que comparecem ao culto aos domingos. Neste contexto, esses homens mergulham de cabeça no evangelho quantitativo e de interesse pessoal onde o aparato dos templos ocupa suas mentes corrompidas. Esses réprobos pastores estão tão preocupados com cimento, ferro, pedra, areia, granito, porcelanato, poltronas e vitrais que não fortalece a ovelha fraca, não cuidam da doente e nem vai à busca da perdida. As ovelhas necessitadas foram esquecidas e trocadas pelo luxo, pelo conforto, pela aparelhagem e pelo glamour dos templos. A visão mercenária desses homens é tão forte que para eles é insensato deixar noventa e nove ovelhas no aprisco e sair para buscar apenas uma. Esquecem esses mercenários que o verdadeiro pastor se entrega e se gaste em benefício das ovelhas de Cristo.

Com diploma de “teólogo” obtido em faculdades teológicas de fundo de quintal, os pastores das catedrais suntuosas têm habilidades suficientes para exercer a direção de uma grande empresa secular, nunca para exercer o pastorado de uma igreja. Eles constroem seus mega-templos não para que o Senhor seja glorificado e vidas sejam transformadas, mas para exercerem influência, ter poder sobre as pessoas, se gabarem e viverem nababesca. A biblicidade em suas pregações é ínfima. Pregam um evangelho aguado, uma graça barata, uma doutrina pervertida levando as pessoas a crerem que podem ir para o céu sem santidade. Colocam a obediência como opção ao invés de requisito. Os “pastores catedrais” são homens desengonçados e desconhecedores da Teologia Bíblica, ensinando o que não sabem, atropelando o Novo Testamento com um Antigo Testamento descontextualizado. Inventaram uma tal de quebra de maldições hereditárias negando a suficiência do sangue de Cristo derramado na cruz do calvário.

Na época de Jesus uma multidão de pessoas circulava pelo templo de Jerusalém, mas não percebiam a blasfêmia do livre comércio estabelecido na porta do templo. Hoje não é diferente. Os mega-templos são verdadeiros Shoppings Centers. Vende-se de tudo: CDs, revistas, ingressos, rifas, camisas, bijuterias, comidas. E, a justificativa dos “teólogos de fundo de quintal” é que os tempos mudaram. Os mega-templos tem sido um ambiente perfeito para desabrochar a ambição e o oportunismo. Estão sempre cheios de cantores idólatras de si mesmos que venderam suas almas ao principado deste século de glamour e ovações. Os sermões dos “pastores catedrais” sempre em tom positivo se juntam ao louvor insosso, sem expressão e infantilizado dos cantores-astros. Essa é a estratégia de Satanás para ganhar a igreja.

Uma técnica dos “pastores catedrais” para encher seus templos faraônicos são as campanhas anunciadas pirotecnicamente do tipo “Destruindo muralhas”, “Afiançados para vencer”, “Sete passos para o sucesso”, “Mapeamento espiritual”. Quando indagados sobre tais campanhas dizem que são estratégias de Deus para ganhar o mundo. Na verdade, essas campanhas são estratégias do maligno para manter o povo que já está no caminho do fogo eterno no analfabetismo bíblico.

No intuito de perpetuar o patrimônio construído, os “pastores catedrais” investem em suas respectivas esposas atribuindo-lhes títulos antibíblicos de pastoras e bispas. Na verdade, esses títulos é uma medida preventiva para assegurar as finanças acumuladas em suas contas bancárias surripiadas de suas ovelhas. Caso haja uma eventual tragédia que possa culminar na morte do “pastor catedral”, o risco de transferência de suas fortunas para outrem está eliminado.

É urgente restaurar o verdadeiro sentido de igreja. Precisamos de uma Nova Reforma Protestante no interior das consciências para que a igreja seja o que o Senhor planejou para ela: comunidade amorosa de verdadeiros servos e servas cheios do Espírito Santo.

Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 11 de agosto de 2012

O DEUS ADOCICADO


                                              O DEUS ADOCICADO

A igreja moderna sob a pressão das filosofias seculares e modismos, tem saído do padrão das Escrituras. Muitas igrejas estão repletas de truques, invenções e técnicas de marketing onde o Evangelho perdeu sua profundidade, a fé virou atividade recreacional e Deus passou a ser um adoçante para a alma humana. As mensagens são sempre do tipo “como chegar a uma visão elevada de si mesmo”, “como adquirir um senso de valor pessoal”, “como sentir-se bem sobre si mesmo”. Na verdade, Deus é melífluo, adocicado, pois existe para fazer as pessoas felizes, nunca para lhes dizer como viver. Neste contexto, o coral é doce, a banda é doce, a mensagem é doce, o culto é doce, a adoração é doce, o pastor é uma doçura!

Os seguidores do Deus adocicado pregam uma “crença fácil” que permite às pessoas experimentarem uma alegria do tipo “viagem de drogas”, mas não uma alegria profunda e duradoura, proveniente da séria obediência aos mandamentos de Cristo. A bandeira da “crença fácil” é “seja feliz e abençoado”. A “crença fácil” leva as pessoas a dizerem: “Quero Cristo e meu orgulho”, “Quero Cristo e as minhas trapaças”, “Quero Cristo e minhas relações ilícitas”, “Quero Cristo e minhas mentiras”, “Quero Cristo e meu materialismo”, “Quero Cristo e meu pecado”. À luz do Novo Testamento a “crença fácil” é inadequada. Deus nos chama a uma vida santa útil, correta e dedicada ao Senhor. A vida de um crente verdadeiro nunca é descrita como uma existência fácil na qual se pode fazer o que bem entende.

Os líderes do Deus adocicado usam uma máscara de piedade. Eles querem ser um doce para com todos. Por isso, quando falam de piedade referem-se a um sentimentalismo insensato que justifica o pecado. Eles baixam o nível do padrão de justiça e aprovam os padrões do mundo. Aceitam a ética e a conduta mundana. Não ensinam a autonegação. Tratam o pecado com melifluidade. Nunca dizem às pessoas que elas estão perdidas sem Jesus. Isso produz um rebanhão que não vive uma vida piedosa para oferecer uma definição honesta de Cristianismo. Ora, Jesus nunca se preocupou em ser doce. Jesus passou a ser rejeitado e odiado no início de seu ministério. Ele disse aos fariseus e à multidão: “Vou lhes avisar logo de início que existe um preço a ser pago para que vivam no meu reino; não pensem que terão tronos, glória, coroas, fama, prestígio, popularidade, aceitação, o amor, o elogio e a exaltação de todos; se viverem para o meu reino, sofrerão”. Os fariseus se retiraram e logo conspiraram com os herodianos, contra Ele, em como lhe tirariam a vida. Quando você está disposto a perder a si mesmo por Cristo, então você ganha. Os líderes do Deus adocicado não ensinam essa verdade simples e profunda.

Os pastores do Deus adocicado tratam a verdade bíblica superficialmente. Desviaram-se da simplicidade que há em Cristo. Ludibriam o povo apelando para todos os tipos de novidade. São fascinados pelo extravagante e mestres da “coisa nova”. Através de sermões manipuladores e malabaristas, conseguem desviar os olhos das pessoas de Cristo para eles mesmos ao declararem que têm uma “tremenda força espiritual” e “oração forte” capaz de desafiar Satanás. Nem mesmo o poderoso Arcanjo Miguel ousou pronunciar juízo de maldição contra o diabo como fazem esses líderes do Deus adocicado (Judas 9).

A verdade é que aqueles que têm pregado o Deus adocicado têm levado muitos a buscarem experiências fantasmagóricas, as quais têm conduzido a um pseudo-cristianismo, com aparência de espiritualidade, e sem a menor fundamentação escriturística. A fim de tornar o ambiente cúltico adocicado os pastores do Deus melífluo declaram que já foram ao céu, conversam com anjos diariamente e têm visões místicas. Um ostensivo ocultismo prevalece nos cultos de suas igrejas. Há um clamor para que anjos se façam presentes. Os “videntes” vêem “anjos” sapateando na plataforma e passeando nos corredores da igreja. Os cabalistas vêem “serafins” voando sobre a cabeça dos obreiros e o pai-apóstolo dá ordens a Miguel e a Gabriel semelhante a alguém que manda o seu cachorro pegar um osso. A igreja numa gritaria histérica entra em catarse. Os anjos do Senhor não são funcionários de homens, eles não agem através de ordens humanas. Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento os homens não são exortados a invocarem anjos, mas, sim, ao Senhor. O apóstolo Paulo exorta dizendo: “Ninguém vos engane a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto aos anjos, baseando-se em visões, estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl 2:18).

Satanás cegou o entendimento desses líderes conduzindo-os à infidelidade contra Deus. Todos esses pastores são discípulos de Simão, o mágico; estão em fel de amargura e em laço de iniqüidade, por isso receberão a devida condenação, pois trocaram o Deus verdadeiro pelo Deus adocicado.

Ir. Marcos Pinheiro

segunda-feira, 30 de julho de 2012

PROFANAÇÃO DO SANTO EVANGELHO


                              PROFANAÇÃO DO SANTO EVANGELHO

Existe atualmente um evangelho que tem desenvolvido uma série de ensinos que suavizam as arestas e os ângulos mais profundos do verdadeiro Evangelho de Cristo. Tais ensinos são tão cômodos, fáceis, lhanos e populares que se adéquam perfeitamente àqueles que têm aversão ao mandamento de negar-se a si mesmo, e especialmente aos que adoram os prazeres carnais desta vida. O Senhor Jesus nos advertiu contra tais ensinos, posto que o Evangelho verdadeiro, haveria de ser, segundo Ele nos ensina, um caminho árduo e, sem dúvida, muito oposto à aceitação popular – “Porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida” (Mat 7:14).

Uma das mais suspeitosas qualidades deste evangelho profano de hoje é sua inconsistência bíblica. Ele ensina que os crentes serão salvos indiferentemente de como vivam. É uma salvação sem custos, ou seja, não faça nada e ganhe tudo. É o “evangelho bonachão”, é o “evangelho da boa vida”, é o “evangelho de bônus e brindes” é o evangelho largo, espaçoso, porém biblicamente condenatório, pois conduz à perdição de acordo com Mateus 7:13. O Evangelho de Cristo é o da cruz, do arrependimento, do nascer de novo, da renúncia. A Bíblia ensina, e também nos ensinaram Martinho Lutero e a Reforma, que somos salvos por Deus somente pela fé em Cristo. Porém, a fé bíblica demanda e produz uma mudança custosa e radical na vida do crente. Sua essência é uma entrega total a Cristo: “Quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim” (Mat 10:38). O gêmeo siamês desta verdade é o arrependimento: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mat 3:8).

O desenvolvimento do evangelho profano é o chamado evangelho das riquezas. Este evangelho ensina que, devido Deus amar a seus filhos, não é de Sua vontade que eles sejam pobres. Neste contexto, todos os crentes poderiam ser ricos, se tão somente pudessem crer que é assim que Deus quer, devendo, portanto, reivindicar suas promessas e decretar “vou enriquecer”. Na verdade, isto é confissão positiva oriunda das religiões pagãs. São os ocultistas que praticam o decretar, que é a repetição de confissões positivas para “criar” aquilo que é falado. Portanto, quem fica decretando está em pé de igualdade com os ocultistas. É também prática do evangelho profano promover shows, espetáculos e campanhas para escravizar as pessoas induzindo-as a fazerem “ofertas de sacrifícios” senão Deus não abençoa. A casa de Deus é transformada em casa de negócio onde se faz comercial de CDs e bugigangas judaizantes ceifando sem dó os bolsos da membresia.

É comum os profanadores do Santo Evangelho, levar o povo para os montes. Lá prometem ao povo “maravilhas” ocultistas, dão ordens ao Senhor, declaram, decretam, determinam, sopram nas pessoas, fazem lavagem cerebral e praticam atos de feitiçaria: oram por água, oram por fotografias, ungem objetos com “óleo consagrado”. Num ato de magia, os profanadores ungem as pessoas com óleo como se o óleo tivesse poder curador. De acordo com Tiago 5:14 e 15 o poder curador está na oração e não no óleo. O óleo não é mágico, óleo é óleo e não cura. Não há poder espiritual no óleo. Não podemos ver o óleo como sagrado; por si só, o óleo não opera milagres. O Senhor é quem cura em resposta à oração. Os profanadores são “cultuadores de óleo”. O profanador, antes de iniciar a sua pregação, unge a si próprio com óleo a fim de passar para o povo a idéia de que está se santificando. Ora, de acordo com a Bíblia quem nos santifica é somente o nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Portanto, quem usa óleo com a finalidade de santificar-se, estar negando o sacrifício de Jesus.

Os profanadores do Santo Evangelho dão boas vindas às músicas profanas na igreja do Senhor manchando-lhe as vestes. Os sambas, os axés, os funks, os raps, os blues, os jazz, os ritmos caipiras penetraram sorrateiramente no corpo de Cristo sufocando-lhe sua espiritualidade e soterrando uma a uma as glorificações que se faziam ouvir. Estes ritmos são esgotos de Satanás, são como papa azeda que ficou fora da geladeira, servindo apenas para ser jogada no lixo. É preciso uma tomada de posição em favor da despoluição das igrejas no terreno musical. O lugar das músicas profanas é nos palcos, nos auditórios seculares, nas boates e salões de bailes, mas nunca, nunca e nunca nos templos onde se devem ouvir límpidos cânticos espirituais e harmonias solenes e inspiradoras ao louvor de Deus, na beleza de Sua santidade. Não adianta dizer que não existe música profana. Só quem está com sua mente cauterizada não consegue distinguir o santo do profano.

Nossa oração é que haja pronunciamento, claro e firme, da parte de todos os crentes zelosos, frontalmente contrários a essas distorções maléficas e malignas. Estejamos engajados no padrão do Santo Evangelho, no modelo que o Espírito Santo ditou, e não no modelo dos profanadores.

Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 20 de julho de 2012

CUIDADO: PROFETAS PEÇONHENTOS


CUIDADO: PROFETAS PEÇONHENTOS

A igreja emergente tem fechado os olhos para o pecado. A nova geração de “filhos de Deus” tornou-se mais relaxada do que os ímpios. O Evangelho na boca de muitos líderes ficou tão devasso que eles já não têm coragem de condenar o divórcio, o aborto, o casamento gay, a fornicação, o ficar, as vestimentas indecorosas. O que fazem é encher as mentes dos incautos com todo tipo de embaraço travestido de pregação bíblica.

Profetas peçonhentos estão crescendo assustadoramente. O Espírito Santo está sendo blasfemado na história da igreja como jamais visto. Os peçonhentos profetas fazem da igreja um jardim zoológico onde o louvor a Deus é feito com berros, grunhidos, rugidos, latidos e transe hipnótico. Tudo regido ao som da música rock, funk, samba, forró e axé. No culto, Satanás é a figura central. A manipulação prevalece: “Repita comigo: satanás você é um derrotado”, “Repita comigo: demônios, Jesus é maior”. É de se admirar declarações deste naipe no culto. É obra do diabo colocar Jesus em outro lugar que não seja o primeiro. No intuito de anestesiar os ouvintes, os peçonhentos fazem “revelações bombásticas”, jogam o paletó sobre as pessoas, unge-as com “óleo consagrado” e sopram sobre elas provocando um frenesi coletivo. Na verdade, trata-se de outro Evangelho, de outro poder que não é o do alto é o poder de baixo.

O Evangelho pregado pelos profetas malévolos é triunfalista. Pregam curas, sinais e maravilha$. Ludibriam os ouvintes prometendo riquezas e sucesso. Basta os crentes sonhar os sonhos de Deus que andarão nas nuvens, sem aflições e sem dor. Seus sermões sempre são baseados em textos do Antigo Testamento porque no Novo Testamento não encontram apoio para as suas enganações e quinquilharias. Quase nunca esses enganadores falam de julgamento final, inferno, condenação eterna. Chamam o pecado de erro o qual é cometido por causa de algum problema psicológico. Esses peçonhentos se esqueceram que o Evangelho não é um chamado à felicidade nem à prosperidade. É um chamado para andar com Deus, tomando a cruz e renunciando o pecado.

Os peçonhentos profetas se aprazem em ver a igreja lotada de analfabetos bíblicos que não analisam e nem questionam o que eles pregam. A fim de não perder o salário gordo que recebem e manter suas mansões e jatinhos, esses falsários agradam a platéia com mensagens adocicadas. Ora, sermões que agradam os pecadores jamais os salvam e os santificam.

A igreja dos venenosos profetas é constituída como capitanias hereditárias. A igreja é da família, é uma herança financeira para os filhos. Sem bases neotestamentárias o malevolente profeta se declara apóstolo e à sua esposa ele impõe o título de bispa. Na verdade, esses réprobos estão intoxicados de vontades pessoais e só vêem a si mesmos. Para eles o ministério só quer dizer comida na mesa. Querem segurança somente para si e para os seus e estão mais interessados no que entra na mesa do que entra no coração das pessoas. São condescendentes com o indecoro, pois permitem a moçada desfilarem na igreja com suas mini-saias, costas nuas, blusas de mangas cavadas, shorts, calças expondo o “umbiguinho evangélico” e pinturas jezabelescas. Na doutrina que expõem não há repreensão nem correção, pois estão consumidos pelas coisas que lhes trazem conforto. São cheios de si e Cristo ocupa a periferia de suas vidas, se é que ocupa.

Estamos vivendo a proximidade dos tempos finais. Movimentos heréticos surgem diariamente. Portanto, é urgente que as palavras e os ensinos de Jesus estejam ativos em nossos corações. Ao servo Timóteo, a quem admoesta a defender a pureza do Evangelho, Paulo diz “Mas, o espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (I Tm 4:1). E acrescenta: “Destes afasta-te” (II Tm 3:5). Fujamos das novidades e “grifes evangélica” de cada dia, fujamos das obras dos peçonhentos que “redescobrem” diariamente o Evangelho que nunca se viu em dois mil anos de cristianismo. Fiquemos, pois, na posição da Palavra de Deus contra todas as idéias dos que jazem em trevas! Meditemos no que Spurgeon disse de Bunyan: “Fure-o em qualquer parte; e você verá que seu sangue é bíblico, a própria essência da Bíblia flui dele, pois sua alma está cheia da Palavra de Deus”

Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A IGREJA DOS TUXAUAS


                                   A IGREJA DOS TUXAUAS
O conceito de igreja tem sido descaracterizado e está muito confuso nos dias atuais. Muito do que temos como igreja não é igreja. É uma arapuca para extorquir dinheiro dos ingênuos. As pessoas são chamadas para campanhas de “bênçãos”: campanha da espada de Josué, campanha do cajado de Moisés, campanha do manto de Elias, campanha das muralhas de Jericó, campanha do sal grosso vindo do mar morto, campanha da água do rio Jordão, campanha do óleo trazido do Monte das Oliveiras e muitas outras quinquilharias judaizantes. De vez em quando vemos líderes lançando “A Conferência Profética” onde se recebe a “palavra profética”, “a unção profética”, “a bênção profética”, “o ministério profético”. O mais bizarro é que nessa “Conferência” é vendido um kit judaizante e assiste-se a “dança profética”, “o rodopiar profético gideõsito da última hora”, “o rastejar profético valadãoito” e o “sapateado profético felicianoito”. Esquecem os promotores dessa “Conferência” que o concílio que define a separação entre cristianismo e judaísmo se deu cerca do ano 48 depois de Cristo. É triste se ver hoje líderes de igrejas evangélicas resgatando práticas judaicas.
O que é notório na igreja descaracterizada é a prepotência do seu líder. Consideram-se “apóstolos ungidos” e detentor de uma comunhão especial com Deus que os outros não têm. Esses “apóstolos” têm uma capacidade incrível de manipular as pessoas. Trabalham com a pasteurização de seus seguidores, ou seja, levam todos a se adequar em seu modelo. Se alguém não se adéqua é taxado de carnal. Os obreiros passam a ser uma xerox deles. Imitam a voz, os trejeitos e reproduzem os mesmos chavões: “Está amarrado”, “Quem pode dizer amém”, “Olhe para seu irmão ao lado e diga o gigante está derrotado”, e por aí vai. Se o “apóstolo” usa barba, todos querem usar. Há aqueles que por constituição genética não têm pelos no rosto, mas chegam às raias do infantilismo orando pelo “milagre do pelo no rosto”. Se o “apóstolo”, digo melhor, o chefão, usa palitó branco no dia de ceia, seus obreiros também usam. Há uma verdadeira despersonalização das pessoas. Elas querem ser a imagem e semelhança do tuxaua.
No intuito de construir seu império o cacique da igreja descaracterizada declara-se “apóstolo”, “pai de uma multidão”, “pai das nações”. Biblicamente, o termo “apóstolo” tem o sentido de “enviado”, “missionário” (Atos 13:3, 4; 14:4). O termo tem sido usado pelos caciques no sentido de autoridade, mandachuva, chefão, tuxaua. Portanto, desconectado do significado bíblico. Esses líderes persistem em se auto-declarar “apóstolo”, pois se acham revestidos de uma “nova unção” e, na arbitrariedade própria de cacique, levam o rebanhão lhe obedecer às cegas.
A fim de obterem Ibope os tuxauas usando a linguagem verotestamentária nomeiam seus templos de “santuário do Espírito Santo” para dar a impressão de que Deus mora ali. Ora, o Grande Eu Sou não reside em prédios feitos por mãos de homens (Atos 17:24), nem em altares, nem em tribunas, nem em plataforma de igrejas. Essas coisas não são santas. Santas são as pessoas nascidas de novo. O santuário do Espírito são as pessoas convertidas (I Co 3:16) e não cimento, ferro, pedra, madeira, vidro e areia. Ainda na intenção de obter melhor audiência os tuxauas chamam suas igrejas de “hospital de milagres” e irracionalmente dizem: “Aqui o milagre é coisa natural”, “Pare de sofrer”. Ora, se o milagre é coisa natural, já não é milagre, além disso, o sofrer por causa da fé nos identifica com Cristo (I Pe 4:14).
A fome pelo sucesso financeiro é percebível entre esses morubixabas. Baseado erroneamente em 2 Coríntios 11:24, sem nenhum pejo, extrapolam dizendo: “Quem quiser ser abundantemente abençoado oferte 40% menos 1% de sua renda. Outros, de modo empresarial, decidiram que dízimos não serão mais recolhidos durante os cultos, mas devem ser depositados na conta bancária da igreja. Já existe entre os caciques aqueles que cultuam anjos, oram a Miguel, a Gabriel, a serafins e querubins.
Os caciques são autores da “teologia da popularização”, pois transformaram a igreja do Senhor Jesus em um parque de diversões com fast food “espiritual”: gincanas, teatros, shows de humor, balada de Jesus para os pré-adolescentes, baile romântico para os namorados, arraia de Jesus e quejando! A espiritualidade ficou fora de moda. A adoração não é mais um momento de encontro com Deus, confissão, consagração e revisão de valores. Tornou-se vulgar, pois passou a ser entretenimento. O arrependimento, o abandono de pecado a santificação não fazem parte da ordem do dia dos crentes. A verdade é que quando a igreja torna-se populista confunde-se com o mundo e perde a sua identidade.
Na igreja do “apóstolo” o culto é “desinibido”. Orientado pelo “apóstolo”, o chefão dos louvores induz as pessoas erguerem as mãos, fazerem gestos, dançarem e cantar “Chuta, chuta,chuta que é laço”, “Preste a atenção, se liga irmão, sacode, sacode code”, “Posso correr, posso pular porque com Jesus não posso parar, oi, oi, oi”, “Foi, foi, foi bloqueada, foi, foi, foi deletada, ihh Jesus te bloqueou hein!”. Tudo movido ao ion, ion, íon estridente das guitarras. Tudo é ambíguo e vago. A espiritualidade dos cânticos é tão medíocre que a igreja não passa de um grupo de pessoas travestida de cristã. O padrão de um cântico excelente é a apresentação de doutrinas. Um cântico excelente é aquele que tem a capacidade de esclarecer a verdade bíblica.
Enfim, um prédio lotado de pessoas que louvam, ofertam, dizimam e escutam sermões, pode estar abrigando pessoas bem distantes do conceito bíblico de igreja. A igreja não nasceu de um fenômeno antropológico. Não nasceu de uma filosofia comportamentalista. Ela é de origem divina, foi fundada e é edificada pelo Senhor Jesus Cristo! Que Deus tenha misericórdia dos tuxauas!
Ir. Marcos Pinheiro
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segunda-feira, 11 de junho de 2012

EROTISMO NOS LOUVORES


EROTISMO NOS LOUVORES

Um novo estilo de louvor tem invadido as igrejas evangélicas abalando os pilares dos conceitos bíblicos. Vivemos numa época de baixíssimo nível de conhecimento bíblico. A mediocridade é chocante e invadiu as igrejas na área do louvor. O louvor tem sido superficial e mundano. Superficial porque coloca o prazer do adorador em primeiro lugar, e não a satisfação do Senhor. Mundano porque tem trazido o erotismo para o seio da igreja. Não atentando aos avisos escriturísticos a respeito do amor ao mundo, a igreja tem tomado emprestado a música de entretenimento mundano atual, seus instrumentos, ações, ritmos e espetáculos. Durante tempo demasiado a igreja tem pensado que o poder para alcançar os perdidos está num louvor em sintonia com o estilo Hollywood: sensacional e sensual. O adeus aos louvores em espírito e em verdade é definitivo. As músicas só falam em focar a atenção em si mesmo, conseguir bênçãos, milagres, melhorar a situação financeira, coisas do tipo: “há poder em minhas palavras”, “tenho fé em mim mesmo”, “creio em mim mesmo”, “sinto orgulho do que realizei”, “eu consigo isso”, “eu consigo aquilo”. Na verdade a ênfase é a auto-suficiência do pensamento positivo. Louvor não é mais quebrantamento, é elevação da auto-estima.

O louvor moderno tornou-se um cavalo de tróia dentro da igreja, e vem trazendo além do exibicionismo, sensualidade para o seu meio. As letras de alguns corinhos são excessivamente eróticas, repleta de intimidade física como se o nosso Deus Altíssimo fosse um gigolô, um amado amante, um amante lúbrico da membresia: “Eu quero tocar nos cachos dos teus cabelos e beijar os teus pés”, “Meu lindo Jesus, meu amor”, “Jesus minha paixão, o teu perfume me envolve”, “Jesus tem paixão por aqueles que são dele”. Neste contexto, o som da batucada leva o rebanhão a estremecer, pular, gingar o corpo, fazer “sapateado de anjos” e entrar em delírio.

Na visão do “ministrão” de louvores eróticos o mundo precisa ver que a igreja é “legal”, atualizada e acompanha os tempos. Portanto, o que vale é o apelo aos sentidos físicos, nada de promover a santidade. O negócio é satisfazer a necessidade de balanço, de maneios, de se soltar. Louvor é catarse. É forró, funk, samba, axé, rock e companhia Ltda. Neste contexto, o “ministrão” sem nenhum pejo manipula o louvor mandando as pessoas gritar, saltitar, rodopiar e dizer para o irmão do lado: “o gigante vai ser derrotado”, “Deus vai trazer de volta o que é seu”. E, os chavões invertebrados do “ministrão” continuam: “manda chuva, Senhor”, “traz vitória para cá”, “dá propósito para lá”. Uma verdadeira lavagem cerebral.

O verdadeiro louvor é consciência do sagrado e quebrantamento, é uma entrega incondicional. Louvor não é passa-tempo e nem tampouco uma atitude irrefletida, mas sim, a expressão sacrificial de nosso ser a Deus. O louvor bíblico nos leva a descortinar o drama da cruz. Quando a sabedoria da cruz não é entendida o verdadeiro louvor se esvai. Louvor, disse o puritano Stephen Charnock, “é um ato do entendimento aplicando-se ao conhecimento da excelência de Deus”. Deus sempre deve ser para nós o Grande Deus, a quem nos chegamos com reverência e sacrifício de louvor. Se cantarmos uma música banal sem palavras que edificam, estamos insultando a Deus. O Senhor se agrada de hinos sacros e eruditos, cantados em espírito de perfeita adoração e não em espírito de erotismo que leva a igreja a proceder exatamente como ocorre nos shows das casas noturnas mundanas. Louvor que não recorda que somos pecadores e que precisamos nos santificar não é louvor.

Lamentavelmente, na área do louvor, a igreja moderna precipitou-se impetuosamente no declive do secularismo. Não sabe a diferença entre louvor e diversão. Não está disposta a ser desprezada pelo mundo por causa da cruz. A igreja moderna se envergonha do verdadeiro Evangelho. Perdeu a capacidade de salgar. Perdeu o respeito daqueles a quem deseja alcançar com a mensagem de Cristo. A luz se enfraqueceu.

A.W.Tozer disse: “Para que haja louvor verdadeiro, algumas coisas devem ser destruídas, pois possuem elementos que não podem permanecer numa vida agradável a Deus”. Portanto, se quisemos ver a glória de Deus em nossas igrejas devemos eliminar a erotização dos louvores.

Estou convencido de que nossas igrejas não precisam encher-se de mais gente, e, sim, de que as pessoas que nelas estão encham-se do conhecimento de Deus. Quando isso acontecer o erotismo não terá espaço nos louvores. De Gênesis a Apocalipse, a igreja é exortada a permanecer fiel, seguindo o Senhor, com um coração puro, jamais se desviando do caminho estreito!

Ir. Marcos Pinheiro


quarta-feira, 30 de maio de 2012

O EVANGELHO DOS CHARLATÕES LIBERAIS


                   O EVANGELHO DOS CHARLATÕES LIBERAIS


O teólogo fundamentalista A.W.Tozer disse: “O primeiro sinal da decadência de uma igreja é o abandono do alto conceito de Deus e do Evangelho”. O Evangelho da forma que está sendo anunciado nos dias atuais é muito diferente daquele anunciado pelos apóstolos nos primeiros tempos. A teologia da cruz tem sido abandonada. A doutrina bíblica não é mais considerada como favorável. É considerada como um fardo, algo que os crentes não querem mais “carregar”. O Evangelho da resignação, do carregar a cruz, do sofrimento, da renuncia, do contentar-se com o pouco foi descartado. Na verdade, a membresia da igreja dos charlatões liberais perdeu a noção do que é ser cristão. São “crentes moscas”: ora pousam no mel, ora pousam no esterco.

Há muito relaxamento em nosso meio. Há negligência na santidade, no modo de viver e de tratar. Muitos estão vivendo como se tivessem um salvo-conduto moral. Acham que podem fazer qualquer coisa, já que estão salvos e a salvação do crente é eterna. Sim, a salvação é eterna porque é dom de Deus e os dons de Deus são irrevogáveis (Rm 11:29). Mas, a salvação não dá liberdade para viver na depravação, na imoralidade e na ganância. Por ser o povo de Deus, por ser o corpo de Cristo, a igreja deve viver padrões elevados.

O Evangelho dos charlatões liberais tem feito da igreja uma mediadora da libidinagem alheia, ou seja, uma co-proxeneta de Hollywood. O Evangelho pregado por eles afofa tudo para os crentes. Segundo os charlatões liberais tudo pode ser feito com equilíbrio: fumar com equilíbrio, ingerir bebidas alcoólicas com equilíbrio, se prostituir com equilíbrio, se tatuar com equilíbrio, jogar na loto com equilíbrio e até mentir com equilíbrio é lícito. As palavras bíblicas pecado, arrependimento, perdão e santidade são antiquados. A realidade é que o inferno está cheio de gente que viveu esse Evangelho do “equilíbrio”. Cuidado, pois, com nossos critérios. Onde não há temor de Deus vem o relaxamento, o pouco caso e a decadência espiritual.

 Os charlatões liberais são lobos vorazes que tem usado o Evangelho como meio de ganhar dinheiro. Estão em busca de fama, riqueza e poder, não se importando de modo algum com o crescimento espiritual do seu rebanho. Esses enganadores iludem o povo com o chavão comercialista “Você nasceu para vencer”. Ora, o Evangelho indica que a vida se conquista com a morte. Na verdade nós nascemos para morrer. Para se ter vida é necessário morrer: morrer para a vontade própria. Esses charlatões nutrem um conceito baixo de Deus. Para eles, Deus é o nosso “camaradinha” que nos ajuda nas horas de aflição. Mutilando os conceitos bíblicos, esses falsários tentam transformar o crente num semideus, o qual pode se emocionar à vontade e, em seguida, dar ordens para Deus.

O culto nas igrejas dos charlatões liberais além de ser festeiro, com muitas luzes e fumaça, é Afroditeano, ou seja, revestido de erotismo. Predomina danças, requebros e macaquices sensuais. A exibição das partes íntimas do corpo é sinônima de “modéstia”. No mix de rock, samba e funk as letras musicais exibem sentimentos eróticos: “Jesus... Jesus quero te beijar, te abraçar, sou apaixonado por te”, “... Me leva aos seus jardins...vem dançar comigo Jesus...”. Isso sem contar a bizarrice de se jogar ao chão rugindo e andando de quatro. O mais grave é que esses charlatões no ápice de sua arrogância dizem que suas igrejas são referência nacional e está sacudindo o País com o poder do Espírito Santo.

Um conceito correto de Deus e de sua moral se torna muito necessário em nossos dias. É preciso ter padrões corretos e sadios sobre a moral de Deus. Hoje, nesta era antropocêntrica e narcisista, a igreja deve prosseguir dizendo ao homem: A si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz, e siga a Cristo. No momento em que a proclamação da igreja deixa de ser uma pedra de tropeço para o povo, isto é sinal de que ela traiu o Evangelho. Aliás, no escândalo é que está o poder do Evangelho.

Um dos objetivos dos charlatões liberais é amalgamar os desejos carnais do seu rebanho pelo engano da famigerada teologia da prosperidade. Esses charlatões recebem mamon para espalhar o falso evangelho mikemurdockano e morriscerulloano e com isto, vão construindo seus palácios eclesiásticos para vinte mil membros através de ofertas gigantes. Esses larápios da fé estão enganando o povo escudado no nome do Senhor. Misturam assuntos pagãos com o Evangelho. São teologicamente desengonçados, cabalistas, imitadores dos oráculos judeus, doentes espirituais. Torcem o Evangelho para promover seu império.

O Evangelho tornou-se um alto negócio, e toda sorte de estranhos pássaros estão empoleirados nos seus ramos. Portanto, é preciso testemunhar com coragem e denodo que Deus está chamando a igreja ao arrependimento. Não podemos ficar em silêncio diante de tanta banalidade, mediocridade e irreverência e até mesmo de ufanismo pessoal, em nome do Senhor. Lembremos, a maior grandeza que um crente pode alcançar é diante de Deus. Importa não o quanto valemos para o mundo. Importa, sim, o quanto valemos diante de Deus!

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 13 de maio de 2012

TRAFICANTES DA ÚLTIMA HORA


                                 TRAFICANTES DA ÚLTIMA HORA

Vivemos numa época de apostasia. Nossa sociedade voltou as costas para Deus. O pecado infesta o Corpo de Cristo. Multidões cegas, conduzidas por lobos, estão “louvando” ao Senhor em igrejas escravizadas por falsas doutrinas. O povo de Deus está se vendendo em liquidação ao diabo por todos os lados. A telona, ou seja, a televisão mostra continuamente os traficantes de falsas doutrinas ensinando que algo mau pode ser bom e que o abominável pode ser puro. O mais grave é que os discípulos desses falsários dizem sem o menor acanhamento: “Que maravilha!”.

Os traficantes de falsas doutrinas oferecem uma nova versão do Evangelho. Um Evangelho liberal, adaptado à moralidade do mundo, sem negação de si mesmo, sem renúncia, sem proibições e sem regras. Na verdade esses traficantes estão produzindo filhos da sedução, pois seus seguidores apegam-se aos seus pecados de estimação e adoram se alimentar de doutrinas que justificam o pecado. Ora, a doutrina de Cristo é negar a impiedade e as paixões mundanas, viver de maneira sóbria, reta e piedosamente, no presente século (Tito 2:12).

As igrejas dos traficantes de falsas doutrinas estão inchadas. Isso porque o mundo foi trazido para dentro delas. O Evangelho pregado é sintético, de caminho espaçoso e asfaltado. O compromisso com a cruz passa longe. Para atrair gente é preciso fazer concessões e, líderes que fazem concessões atraem pessoas que gostam de concessões. Desse modo, as pessoas que lá estão querem satisfazer seus desejos como quem vai ao shopping se servir de supérfluos. Nesse contexto, multiplicam-se os supérfluos dentro da igreja: dança do ventre, hula hula, coreografias, jograis, balés, teatro e shows carnavalescos. No momento que isso ocorre, o processo racional se esvai, a unção se deteriora prevalecendo a catarse. A gravidade é que tanto a membresia dessas igrejas e seus pastores não têm uma gotícula de unção, estão na penumbra, não suportam correção e não aceitam ser contrariados.

Os integrantes das igrejas dos traficantes de falsas doutrinas acham que o nudismo é também uma forma de glorificar a Deus. Aliás, os traficantes de falsas doutrinas dizem sempre: “Deus não quer roupa, quer o coração”. A Bíblia oferece um padrão para as vestes do corpo. Desde as túnicas de pele que Deus entregou a Adão e Eva até às túnicas que Ele projetou para os sacerdotes; desde as vestes de Jesus Cristo até às vestimentas brancas dos santos na glória, temos um testemunho coerente. Não estou dizendo que devemos vestir túnicas, mas Adão, os sacerdotes, Jesus Cristo e os santos glorificados nos indicam um fato evidente: o povo de Deus deve cobrir o corpo. As vestes verdadeiramente cristãs não dirão: “Sexo! Orgulho!”, e sim “Pureza! Humildade!”. Em I Coríntios 6:20 Paulo enfatiza: “Glorificai a Deus no vosso corpo”. Lembrar que somos templo do Espírito Santo e que não pertencemos a nós mesmos tem de ser o princípio que nos disciplina. O puritano Richard Baxter comentou sabiamente que as mulheres pecam quando as suas vestes tendem a “enredar as mentes dos que as contemplam, prendendo-as em paixões imprudentes, luxuosas e devassas; e, embora elas digam que não têm a intenção, a culpa é delas, pois fizeram aquilo que prendeu a mente dos homens e não se esforçaram ao máximo para evitar isso”.

Nunca o Evangelho de Cristo foi tão ultrajado como nos dias de hoje. E, como um abismo chama outro abismo, brevemente as igrejas terão lugar reservado para “crentes” fumantes e cantina vendendo vinho e camisinha. Exibirão faixas e cartazes do tipo “Faça sexo seguro, use a camisinha”, “Deus não está mais interessado em virgindade”, “Jovem, você está doente por falta de sexo”, “Incompatibilidade de gênio? A solução é o divórcio” e por aí vai. E, por falar em divórcio, nas igrejas traficantes de falsas doutrinas ser divorciado e recasado é charme. Não é à toa que seus pastores são cognominados “Gideões infiéis da última hora”.

Os traficantes de falsas doutrinas são especialistas em transformar o culto ao Senhor num espetáculo de “caça à benção”, ao invés de encará-lo como um ato de dedicação e entrega a Deus. Na caça desenfreada da bênção o povo é levado à euforia e ao sensacionalismo. Os líderes traficantes estão acometidos da doença “grandãotite”, pois o “eu” instalou-se no lugar que era de Cristo. A experiência, e não a Palavra de Deus dirige a vida desses homens. Para eles, o que realmente importa é o bem pessoal que a experiência possa trazer, sem levar em conta sua autenticidade, nem o crivo da Palavra de Deus. Na verdade os pastores traficantes de falsas doutrinas são “bruxos evangélicos”, pois sua teologia está alicerçada em experiências particulares duvidosas que produzem convicções antibíblicas e uma fé baseada em crendices, que jogam por terra vidas sinceras que poderiam se dedicar inteiramente à glória de Deus.

É hora de despertarmos, é hora de parar com a identificação mórbida com os mortos deste mundo. Se alguém acha que pode ser servo de Jesus, mesmo continuando preso aos prazeres do mundo, comete um erro crasso. A Bíblia diz que o justo não tem prazer no pecado. Precisamos entender que somente um povo santo poderá ser usado por Deus para mudar o rumo que as coisas estão tomando. É urgente buscarmos a santidade de Deus. É urgente voltarmos a uma vida santa que glorifique ao Senhor e redimensione nossos valores. É possível, no meio de tanto engano e novidades do “outro evangelho”, preservar os santos valores.

Minha oração é que a igreja saia de sua atitude de complacência e tolerância com o espírito deste mundo. Nesse tempo do fim Deus vai dar um basta nesse tráfico de falsas doutrinas, pois está capacitando sua igreja com ousadia e zelo, trazidos pelas verdadeiras vozes proféticas!

Ir. Marcos Pinheiro




sábado, 21 de abril de 2012

A IGREJA PLAYGROUND

A IGREJA PLAYGROUND

Uma nuvem de novidades tem invadido o ambiente da igreja o que nos dá a convicção de que não é o Espírito Santo que está agindo dentro dela, mas o “outro espírito”. A igreja nos dias atuais se transformou num playground. Na verdade, é uma casa de diversões que caiu sob a influência do mundo, em vez de influenciá-lo. O mundo nem mesmo pode condená-la, porque ela é igual ao mundo. A grande meta dos pastores da igreja playground é lotar a igreja, pois igreja cheia é prestígio na comunidade evangélica e muito mamon na conta bancária. Se removermos do culto a gaiatice, o forró, o samba, o funk, o rock, a coreografia sensual, o balé, as festanças e as apresentações dos “artistas”, a igreja playground ficará vazia, pois o rebanhão não gosta da Palavra de Deus. Na igreja playground, por prevalecer o bum da diversão, as doutrinas bíblicas foram diluídas e a intimidade com Deus foi à bancarrota.

Na igreja Playground tudo é dirigido para garantir a “posse da benção”. A ordem e a decência são substituídas pelo atrativo das multidões, pela manipulação e pela hipnose de massa. A igreja apresenta-se como um remédio milagroso capaz de aliviar dores, angústias e depressões. Neste contexto, seus líderes se utilizam dos lixos psicoterápicos de Freud, Carl Jung, Fritz Perls, Alfred Adler e tantos outros que carregavam nas veias o ódio fanático ao cristianismo. Os pastores da igreja playground desconhecem o andar com Deus em intimidade, pois são “MBA’s da fé”. Eles são especialistas em estratégias de marketing, em fazer a igreja crescer em números, não em intimidade com o Senhor. Além disso, são vendedores de “bênçãos”, politiqueiros carnais, e falam mentiras para acalentar o ego de seus ouvintes. A triste conseqüência é que na igreja playground dificilmente alguém se converte com arrependimento de pecado conforme os padrões bíblicos.

Os líderes da igreja playground estão muito mais para manipuladores do que para ministros da graça de Deus. São “legais”, pois em nome do “politicamente correto” não desagradam a ninguém. Buscam unidade com todos, demonstrando tolerância com as esquisitices doutrinárias, desculpando tal procedimento pelo uso da palavra “amor”. Apresentam-se engravatados, com paletó de grife, verdadeiros janotas, pregando felicidade, saúde e prosperidade material. Quando estão pregando, “línguas estranhas” estão sempre presentes nos seus lábios para passar ao povo a impressão de que são espirituais. Os pastores playground estão atolados até o pescoço na doutrina do triunfalismo. Têm o “dom” da exibição, querem está em evidência, querem ser grandões. Ou seja, estão acometidos da doença “importantite”. Quanta diferença dos apóstolos e líderes da igreja primitiva que tanto batalharam pela fé! O Senhor Jesus falando de si mesmo disse: “O filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a vida em resgate de muitos” (Mc 10:45). Jesus nunca lutou por títulos, por triunfo nem se esforçou para manipular as pessoas. Ele as conquistou por que as serviu.

Quando os pastores playground falam de Abraão dão ênfase às suas riquezas e não a intimidade que ele tinha com o Senhor. Em Isaías 41:8 o próprio Deus descreveu o seu relacionamento com Abraão: “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi semente de Abraão, meu amigo”. O Novo Testamento nos diz semelhantemente: “Abraão creu em Deus e foi chamado de amigo de Deus” (Tg 2:23). Em hebraico a palavra usada para “amigo” quer dizer “afeição” – “Abraão meu afeiçoado”. No grego a palavra que Tiago usa para “amigo” significa “Aliado querido” – “Abraão foi chamado aliado querido de Deus”. Isso não é ressaltado pelos líderes playground.

Quando os líderes playground falam de Enoque ressaltam o trasladamento, enfatizam a glória do trasladamento. A questão não é o trasladamento, mas sim, que Enoque andou com Deus. Enoque nunca realizou um milagre, nunca desenvolveu uma teologia profunda, nunca fez grandes obras que merecessem menção nas Escrituras. O que sabemos da vida de Enoque é que ele andou com Deus (Gn 5:24). Foi a sua intimidade com o Senhor que o fez um gigante da fé. Isso não é enfatizado pelos brincalhões do Evangelho. Certa vez perguntaram a George Müller qual o segredo que leva Deus operar tantos milagres em resposta às suas orações. Ele respondeu: “Não há segredo, há um mandamento a cumprir – conhecer a Deus em intimidade”. Na igreja playground, intimidade com Deus nem pensar. O atributo mais importante na igreja playground não é a semelhança a Cristo, são os talentos. Cristo deixou de ser a motivação central e fundamental na vida da membresia da igreja. O triste resultado é um povo sem identificação com o Supremo Pastor.

Os incrédulos não necessitam da igreja playground a qual prega sermões divertidos proclamando que Deus eleva a auto-estima, reduz o estresse e cura o “eu interior”. O que os incrédulos carecem de verdade é da Verdade imutável, inerrante e convincente que conduz ao arrependimento e à salvação.

A igreja do Senhor não é salão de alaridos. Ela é a menina dos olhos do Senhor, é a casa do Deus vivo, é coluna e baluarte da verdade, é pérola de grande preço. Deus não terá por inocente aquele que trata levianamente a noiva de seu Filho transformando-a num playground. A Bíblia alerta que o julgamento vai começar pela casa de Deus (I Pe 4:17). Oremos pelas igrejas playground para que se arrependam e voltem à prática das primeiras obras! À semelhança do pai do filho pródigo, Deus anseia por abraçar pecadores arrependidos.

Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 6 de abril de 2012

E TOME APLAUSOS...

E TOME APLAUSOS...

A glorificação do homem é notória nas igrejas evangélicas, principalmente durante o culto. O líder falou: aplausos. O coral se apresentou: aplausos. A banda tocou: aplausos. Um testemunho: aplausos. Para os visitantes: aplausos. Junto aos aplausos, assobios, gritos e vem abaixo a adoração “em espírito e em verdade”. Enfim, as expressões de adoração a Deus no culto foram substituídas por ovações ao homem. Muitos pregadores assemelham-se mais a personagens de uma peça teatral do que arautos do Evangelho. Vivem de buscar aplausos e reconhecimento de homens. O maior desejo deles não é ver Jesus salvando pecadores, mas sim divulgar seu ministério e sua pessoa. As igrejas desses líderes têm sua base construída sobre a opinião pública e sobre as últimas técnicas mercadológicas. Neste contexto, o Evangelho se torna trivial, perde sua profundidade e Deus se transforma em um produto a ser vendido. O que resta são doses de conjecturas, discurso ensaiado, muito blá, blá, blá, aplausos, aplausos e aplausos. Dizem que os aplausos são para Jesus quando lá no fundo se sabe que é para engordar o ego dos “artistas” da igreja.

Charles Spurgeon pontificou: “haveria Jesus de ascender ao trono por meio da cruz, enquanto esperamos ser conduzidos para lá nos ombros das multidões, em meio a aplausos?”. Crisóstomo, conhecido pela sua inflamada pregação, era interrompido muitas vezes pelos seus ouvintes por aplausos. Mas, este homem de Deus censurava este tipo de glória ao homem. Não era incomum ouvi-lo dizer aos ouvintes: “O que é isto, um teatro? Por que vocês interrompem a minha pregação com aplausos? Antes façam o que digo ao invés de me aplaudirem por tê-lo dito”. O avivalista George Müller disse: “Chegou o dia em que morri para George Müller, morri para tudo que eu era, que tinha, possuía e esperava ser, morri completamente e absolutamente para George Müller”. Na verdade não existe qualquer precedente bíblico que justifique aplausos para o pregador ou o cantor. Isso apenas incha a carne. Jesus era absolutamente despreocupado consigo mesmo. Sua preocupação maior era ser servo. É difícil imaginar Paulo, Silas, Barnabé, Pedro, Apolo, Felipe ou Estevão pregando o Evangelho e recebendo uma linda salva de palmas do povo. Os profetas não foram aplaudidos. Foram perseguidos, repudiados e maltratados. A mensagem dos profetas não consistia de frases elaboradas para animar a torcida; não consistia de um agito emocional e nem de falatório diplomático. Eles expunham a espada da pureza e da justiça o que gerou entre os seus ouvintes rejeição, escárnio e não aplausos.

Para muitos a boa pregação é aquela que é intercalada com aplausos por parte dos ouvintes. Quando Estevão pregou não foi aplaudido pelo povo, pelo contrário, seus ouvintes lançaram pedras contra ele. Na Itália, no século XV, um homem chamado Jerônimo Savanarola foi um dos maiores pregadores e reformadores que o mundo já conheceu. Denunciava os pecados do povo e a corrupção da igreja daquela época. Sua pregação era como a voz de um trovão, e sua condenação do pecado era tão terrível que seus ouvintes saíam pelas ruas, estonteados e sem fala. Sua congregação estava quase sempre em lágrimas, e todo o prédio ressoava com seus gemidos e choros. O povo não conseguia aceitar este tipo de pregação, por isso, em vez de se arrepender, queimou-o na fogueira. Martírios, e não aplausos aconteceram com os discípulos: André insistiu em pregar e mandaram crucificá-lo. De acordo com a tradição, ele foi amarrado com cordas a uma cruz para que a morte pudesse ser lenta. Pedro, depois de passar nove meses na prisão, foi crucificado de cabeça para baixo. Paulo foi decapitado por Nero. Tiago, Mateus, Matias, Bartolomeu e Tomé foram martirizados, assim como todos os discípulos, com exceção de João, que morreu sozinho, exilado na ilha de Patmos.

O pregador que nunca quer deixar de ser aplaudido pelo povo, basta aceitar a ética e a conduta do mundo. Basta não mencionar a palavra inferno em sua pregação, não dizer às pessoas que elas são pecadoras, e que sem Jesus elas estão perdidas e condenadas à morte. Quem quiser ser sempre ovacionado pregue sobre vitória financeira, auto-estima, saúde psico-corporal e promova um culto visceral, tolo, sintético, psicodélico e marqueteiro. Venda fórmulas mágicas travestidas de princípios bíblicos. Hipnotize os ouvintes com a mentalidade hedonista. Faça-os enxergar as luzes do palco e não a luz de Cristo. Faça-os escutarem o delírio da multidão histérica e não a voz de Deus. Desse modo, você será sempre aplaudido e estará no topo.

O cristianismo moderno fala muito pouco do conceito de esvaziar-se. Fala-se muito sobre como ter sucesso, como ser rico, como conquistar a vitória, como ser cheio disto e daquilo, mas pouco se ouve falar sobre como esvaziar-se ou como se tornar um nada ou como se tornar um zé-ninguém. Para sermos úteis para Deus precisamos estar vazios de nós mesmos. É preciso reconhecer que somos impotentes por nós mesmos. O problema de muitos líderes é que não querem ser “lixo e escória”, por isso adoram aplausos. Em Lucas 6:26, o Senhor Jesus disse: “Ai de vós, quando todos vos louvarem!”. Isso significa que quando somos aceitos por todos estamos mascarando o cristianismo. Se não experimentamos qualquer perseguição em nossa vida há alguma coisa seriamente errada e precisamos rever nossa declaração de que somos cristãos. Um cristão dos tempos primitivos, Aristides, cognominado de o Justo, não recebeu aplausos do povo. Pelo contrário, Aristides foi expulso da cidade de Atenas. Os cidadãos votaram sua expulsão. Um deles disse que votou contra esse bom homem “porque estava cansado de ouvi-lo sempre ser chamado de “o Justo”. Quanta diferença dos super-pregadores de hoje!

Precisamos de profetas que denunciem o pecado coletivo da adoração ao homem. Creio que se os pregadores de nossa cultura fossem mais confrontadores sobre suas convicções e vivessem de maneira santa e irrepreensível não receberiam tanto aplausos. O problema é que muitos pastores têm transformado a igreja do Senhor Jesus num playground onde se exercita o “dom” de rodopiar, o “dom” de bailar, o “dom” de rugir, o “dom” de engatinhar e, pasmem, o “dom” de enganar. Neste contexto, tome aplausos!

Uma coisa é certa: muitos pregadores que estão inchados com as ovações humanas e que tem feito da igreja do Senhor Jesus um Shopping - Center da fé hão de se decepcionar naquele grande Dia. Chega de aplausos ao homem, chega de glamour!

Ir. Marcos Pinheiro