domingo, 30 de outubro de 2016

CONFERÊNCIA 72 HORAS 2016: KARL DIETZ – ABOMINÁVEL!



CONFERÊNCIA 72 HORAS 2016: KARL DIETZ – ABOMINÁVEL!                                    

Atente para as heresias que esse “pastor” declarou na sua mensagem intitulada “Escândalo da Graça”:

“Não fomos chamados para pregar a lei, a lei é uma desgraça; A lei não fala de nós; Vamos blindar a igreja contra a lei; As tábuas da lei não eram para me nem para você; Não devemos viver os 10 mandamentos; Na lei não há verdade, porque Jesus não está lá; O salário do pecado não é mais a morte; Pecado não existe mais; Todas as suas ofensas a Deus não é pelo que você faz, mas por aquilo que você deveria está fazendo e não está; Deus não te abomina pelo feio que você fez, mas pelo bonito que você não fez; O cara que é nascido de Deus pode fazer a pior coisa que existe no mundo, essa realidade nunca será paga pelo que ele fez; O evangelho misturado com a lei deixa de ser graça; A igreja histórica vive um sério problema de incredulidade onde Deus cura se for da sua vontade; A carne é santa, você é santo em carne, em alma e em espírito; O pecado não habita mais em mim, logo a doença não habita mais em mim; Se sou santificado até nos meus ossos e embora haja uma enfermidade em mim, a realidade é que não tenho enfermidade; A enfermidade não tem poder sobre mim; Você não tem um padrão de comportamento que precisa seguir aqui na igreja”.

Este homem com todo esse pacote de heresias vai ministrar na Conferência 72 horas 2016 em Fortaleza.

Afogado na sua estultícia espiritual, Karl Dietz não entende que a Lei é fundamental para a nossa luta contra o pecado, pois além de definir o que é pecado, a Lei aponta e julga o pecado “Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei” (Rm 5:13). Em Rm 7:7 Paulo pontua: “Mas eu não conheci pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás”. Ao apontar e julgar o pecado, a Lei mexe com o coração trazendo um conhecimento das consequências mortais da conduta iníqua.

É verdade que Lei não pode salvar. É também verdade que a guarda da Lei não dá méritos para a salvação, nem nos justifica, mas ela conduz a Cristo uma vez que ela severamente julga o pecado deixando os homens expostos à ira de Deus. A Lei desperta no coração humano contrição pelo pecado. O Evangelho desperta a fé salvadora em Jesus Cristo. Entretanto, não podemos dissociar o Evangelho da Lei, pois a obra da Lei é preparatória para a obra do Evangelho. A Lei intensifica a consciência de pecado e, assim, faz ciente ao pecador da necessidade de salvação. A Lei é o Evangelho em seu estado preliminar porque é preceptora para conduzir os homens a Cristo. Portanto, a Lei e o Evangelho são subservientes à mesma finalidade. Paulo enfatiza: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados” (Gl 3:24). Ou seja, a Lei conduz o homem a buscar a justiça em outro: Cristo Jesus, o Senhor! Lei e Evangelho são elementos indispensáveis do meio da graça.

Não há antagonismo entre a Lei e o Evangelho, pois ambos provêm do Deus verdadeiro, sempre consistente com Ele mesmo. Nesse contexto, o Evangelho não revoga a essência da Lei. A Lei estabelece a essência do Evangelho. Há Evangelho permeando todo o Antigo Testamento, culminando nas profecias messiânicas. É abominação dizer que não há Lei no Novo Testamento, ou que a Lei não tem aplicação na dispensação do Novo Testamento. O Senhor Jesus deixa claro em Mateus 5:17-19 a validade permanente da Lei. Tiago diz contundentemente que aquele que transgride um só mandamento da Lei é transgressor da Lei (Tg 2:8-11). João define pecado como transgressão da Lei (I Jo 3:4) e ressalta que quando amamos a Deus guardamos os seus mandamentos (I Jo 5:3).

Em Romanos 3:31 Paulo interroga: “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei”. Paulo está dizendo que a fé não anula a Lei. Na verdade, a graça de Deus dá ao homem salvo a capacidade de usar a Lei em sua vida espiritual. A Lei é uma bênção para o homem regenerado. Em seu conhecido comentário sobre o livro de Gálatas Lutero escreveu: “O uso e fim correto da Lei é nos acusar e condenar como culpados quando vivemos em segurança, para que possamos ver a nós mesmos em perigo de pecado, ira e morte eterna; a lei com esse ofício ajuda indiretamente na justificação, no fato de direcionar o homem para a promessa da graça”.

Jesus disse em Mateus 5:17: “Não penseis que vim destruir a lei e o profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir”. A palavra “cumprir” não implica dá um fim a lei. Não quer dizer “cumprir e acabar com a lei”. “Cumprir” aqui significa “estabelecer” no sentido de restaurá-la ao verdadeiro significado e valor, em oposição às distorções farisaicas. Os fariseus tinham redefinido a Lei em termos do seu próprio sistema de pensamento, esvaziando-a do seu real significado. Jesus veio para restaurar a Lei à sua intenção original e divina. Jesus não minou a validade da Lei quando veio ao mundo. Pelo contrário, Ele ensina que a Lei é a regra áurea do serviço a Deus e aos homens: “Tudo quanto, pois quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os profetas” (Mt 7:17).

Quem prega sermões tentando invalidar a Lei como Karl Dietz, está em guerra com Jesus Cristo e com o apóstolo Paulo. Está negando a ética que a Lei estabelece. Está indisposto a aceitar a ética de Jesus. Isso é demostrado pela afirmação abominável de Karl Dietz, pasmem! “Você não tem um padrão de comportamento que precisa seguir aqui na igreja”.

Invalidar a lei é desprezar a Deus, pois a lei reflete o caráter de Deus. As mesmas atribuições morais aplicadas à Lei são também usadas em referência ao próprio ser de Deus. Deus é bom (Mc 10:18); a Lei é boa (Rm 7:12); Deus é santo (Is 6:3); a Lei é santa (Nm 15:40); Deus é perfeito (Mt 5:48), a Lei é perfeita (Tg 1:25); Deus é espiritual (Jo 4:24); a Lei é espiritual (Rm 7:14); Deus é reto (Sm 116:5); a Lei é reta (Sm 19:7); Deus é justo (Is 45:21); a Lei é justa (Pv 28:4,5).

Biblicamente, a fé é o instrumento da justificação, porém a provisão graciosa de Deus da salvação sobre o alicerce da graça, e por meio da fé, não anula a Lei de Deus para hoje. Paulo foi o apóstolo dos gentios e dos incircuncisos (Rm 15:16; Gl 2:9; Ef 3:8), contudo, ele sustentava a Lei Mosaica como ideal ético para o povo de Deus. A carta aos romanos foi endereçada a uma igreja gentia (Rm 1:13) e o apóstolo peremptoriamente disse: “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom... porque bem sabemos que a lei é espiritual” (Rm 7:12, 14). Isso foi dito na era do Novo Pacto. Desse modo, a fé confirma a Lei. Jesus não receou em fundamentar seu ensino sobre a Escritura do Antigo Testamento, incluindo as obrigações morais da Lei – “E Ele disse: Que está escrito na lei? Como lês?” (Lc 10:26).

Os apóstolos não hesitavam em citar as jurisprudências do Antigo Testamento, mesmo sabendo dos abusos dos judaizantes (Atos 15 e Gálatas 2). Em I Tm 5:18, Paulo cita Deuteronômio 25:4 para confirmar uma obrigação sobre a igreja – “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: digno é o obreiro do seu salário” (I Tm 5: 17,18). O apóstolo enfatiza a importância de guardar os mandamentos de Deus – “A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus” (I Co 7:19). Em outra ocasião Paulo escreve: “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei” (I Co 14:34). João endossa o que Paulo disse: “Aquele que diz: conheço-o e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (I Jo 2: 4).

Finalmente, Karl Dietz está na contramão do verdadeiro Evangelho! Que o Senhor tenha misericórdia!

Ir. Marcos Pinheiro

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

CONFERÊNCIA 72 HORAS 2016: ELITIZAÇÃO DA ADORAÇÃO



CONFERÊNCIA 72 HORAS 2016: ELITIZAÇÃO DA ADORAÇÃO

Um verdadeiro mercantilismo revestido de uma carnalidade sem igual está preste a acontecer em Fortaleza – “Os ingressos para os três dias custarão R$ 80,00; a partir de 2 passaportes, pague R$ 65,00”. E, o irmão pobre-assalariado, quanto pagará? Não há resposta. O “deus das possessões” está muito presente no nosso meio. A Conferência 72 horas é a privatização da adoração. É a elitização da adoração.

Quando observamos o ministério do apóstolo Paulo, constatamos que ele não queria para si além do que cobrisse suas necessidades imediatas. Paulo nunca fez exigência financeira nem nunca impôs regras que lhe trouxesse benefícios como fazem os cantores gospel de hoje. A música evangélica nunca deve ter como propósito final o dinheiro, o lucro. E mais, em nenhuma parte das Escrituras nos deparamos com situações onde os levitas cantavam e faziam apresentações para o povo. Todo o povo louvava e adorava ao Senhor juntamente com os diretores de música e cantores.

Não há dúvida: A Conferência 72 horas é voltada para o homem. É adoração ao nada, e em nome do nada, pois os cantores são mais importantes na adoração do que Deus. A ênfase é no adorador e não no adorado. O homem é o foco, pois o prumo da adoração é a estética do adorador. Tudo é feito à moda Hollywood. Nessa Conferência a glória de Deus é confundida com barulho e mantras musicais repetidas à exaustão. É o Jesus mercadoria, que dá espetáculos bombásticos para animar os incautos.

O marketing tem tomado conta do meio evangélico de tal modo que já se criou graus de qualidade para classificar as bandas e os cantores em: ruim, regular, bom e excelente. A busca é a edificação do próprio império, e não o Reino de Deus. Busca-se espaço para monumento ao homem. É preciso alertar que o Senhor não busca músicos profissionais. Não busca artistas nem cantores famosos. Deus procura verdadeiros adoradores. Paulo admoesta: “Não nos deixemos possuir de vanglória”. O Reino de Deus não comporta grandões.

O que se vê nessa Conferência é “adoração” sem Cristo e sem cruz. Nas letras das músicas de Daniela Araújo, de Paulo Cesar Baruk e banda preto no branco, a Bíblia não é proclamada em sua inteireza, mas apenas partes isoladas que não mostram sua doutrina, e sim o que as pessoas desejam. Na maioria das letras o nome do Senhor Jesus é ocultado. Convido aos leitores deste artigo a analisar as letras das músicas desses cantores. O que se vê nesta Conferência é exibição de dotes artísticos. Vê-se vitrine de talentos próprios arraigada no desempenho humano. Não há proclamação da soberania de Deus nem de Sua graça. Há apenas palavras de animação. Ministração de terapia com rosto de Freud, Lair Ribeiro e Augusto Cury que leva os ouvintes se sentirem bem em seus pecados, ao invés de deixá-los.

Nas letras das músicas desses cantores, Deus é apresentado como dono de uma bomboniere onde a pessoa compra todo tipo de artigos chiques que o seu coração almejar. Jesus é mostrado como um “doce de pessoa”, tão gentil, tão bacana, tão legal que não faz mal nem ao mosquito da dengue.  A visão escriturística que considera a bondade e a severidade de Deus é apagada das músicas. Saíram da Bíblia os versículos: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:31); “Considere, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11:22). Na verdade, as letras das músicas desses cantores tem reduzido o Evangelho a uma liquidação do tipo: “Aceite a Cristo e obtenha o que você quiser”. Tudo que pode ofender o homem natural é descartado das músicas.

A geração atual é a geração shopping cuja preocupação é o consumo irrefletido. É a geração que quer novidades e “coisas tremendas”. Nesse contexto, as pessoas desta geração são fascinadas pelo bizarro. Gostam de lombadas na estrada esburacada. Porém, são esqueléticas de conteúdo bíblico o que os leva à falta de discernimento. Deixam-se levar não pela adoração bíblica, mas pela adoração dos homens com músicas e letras mancas, invertebradas, sintéticas e plásticas. A teologia da cruz nas letras foi à bancarrota. É a adoração como uma cultura cristã com poder político, muitas fotos e autógrafos.

A “adoração” nesta Conferência é mais enfeitada que jegue de cigano. Há pula-pula, há requebros, há fumaça, há jogos de luzes, há sacolejo, há ginástica psicodélica, há batuque, há euforia, há histeria, há gaiatice, mas não há quebrantamento. Há alarido sem convicção de pecado. Não há adoração ao Deus Santo, com o temor de Isaías (Is 6:5) e com o sentimento de indignidade de Pedro (Lc 5:8). Lamentavelmente, a igreja ao invés de está cheia do Espírito Santo, está cheia de pós-modernos que não entendem o que é adoração ao Deus trino. A figura de Deus que esses pós-modernos tentam passar, é a de um “cara otimista” do tipo “tudo-em-cima”.

Reconheço que este artigo pisará em muitos calos, e alguns poderão ficar profundamente ofendidos, mas minha intenção é defender o Evangelho. Minha oração é que muitos sejam levados a carregar a cruz e pregar o Santo Evangelho da nossa salvação com o poder e a unção que Jesus prometeu e deu à igreja primitiva, e que, quando estivermos perante Ele naquele dia, sejamos capazes de dizer como Paulo, “Combati o bom combate, acabei a careira, guardei a fé”, para que possamos ouvir as doces palavras dos lábios do nosso Rei, “Bem está, servo bom e fiel entra no gozo do teu Senhor”.

Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 9 de outubro de 2016

CARTA ABERTA AO PASTOR CABO-ELEITORAL



                   CARTA ABERTA AO PASTOR CABO-ELEITORAL

Pastor cabo-eleitoral sua visão com respeito à missão da igreja está turva. Você pensa que a missão da igreja é dar dimensão moral à vida política. Quando estudamos a vida dos crentes no livro de Atos, constamos que eram pessoas diferentes, porque todo o seu manancial de vida tinha sido renovado pelo poder do Evangelho. Vemos vínculo de amor, imenso poder espiritual, influência espiritual e ousadia. Nada disso foi alcançado mediante o engajamento na política da época. Não há nenhum registro bíblico de que o crente deva se engajar na política para influenciar o governo a mudar seus métodos, estratégias e projetos. O propósito divino é que, mediante vida piedosa a igreja faça emudecer as estratégias e projetos diabólicos.

Quero lembrar-lhe que o Novo Testamento declara que o crente é cidadão do céu, cuja esperança e chamada não dizem respeito a este mundo. O crente está aqui apenas provisoriamente rumo a sua pátria celestial. É peregrino e forasteiro. É um viajor e um residente temporário neste mundo. É embaixador de Cristo. O interesse primordial do crente sempre deve ser o Reino de Deus, e depois, por causa disso, a salvação das almas. E, talvez até tenha de sofrer como Paulo, que se disse “embaixador em cadeias”. Na verdade, pastor-cabo eleitoral, o crente deve dedicar a sua vida a coisas que dizem respeito ao seu Senhor e deixar o mundo ocupar-se das que dizem respeito ao seu mestre – Satanás.

A função primordial de um pastor não é levar suas ovelhas a se entusiasmar com a cristianização da política, mas exorta-las à santificação sem a qual ninguém verá ao Senhor. É patético, para não dizer burlesco, você levar o seu rebanhão a pensar que sua ideia de politicagem no culto é inovadora. Se você não sabe, o culto a Deus tem que ser biblicamente relevante. O culto biblicamente relevante é teocêntrico, tem a glorificação de Cristo como alvo e a Bíblia como tudo. Púlpito é local para se pregar o Evangelho e não para fazer propaganda de candidato. Você tem praticado voto de cabresto no púlpito através do abuso de “autoridade espiritual”. Lamentável! Muito lamentável!

Talvez você pense que se faz necessário a igreja ter representante político para que as leis diabólicas não sejam aprovadas. Com isso, nossos filhos não sejam influenciados pelos professores de seu colégio. Ora, se dermos uma base doutrinária evangélica sólida a nossos filhos eles serão luz e sal em qualquer ambiente degradante. Influenciarão e não serão influenciados. Agora, se receber uma doutrina de meia-boca serão espiritualmente destruídos.

Quero lembrar-lhe que o grande avivamento no País de Gales, em 1904, começou não com os crentes se engajando na política da época, mas com uma reunião de oração liderada por Evans Robert. Como resultado, caravanas de todas as partes do mundo ali chegavam para ver as coisas extraordinárias que Deus estava fazendo. Os grandes estádios de futebol ficaram vazios. Os teatros tiveram de cancelar suas apresentações. Os bares fecharam suas portas. Os prostíbulos deixaram de existir. Os juízes presenteavam-se uns aos outros com luvas brancas, porque não havia crimes para serem julgados. Deus agiu sem os crentes engajarem-se na política.

Um fato extraordinário da história da igreja ocorreu no século XVIII entre os irmãos morávios. Nicolau Zinzendorf, envergonhado com a esterilidade da igreja, quebrantou-se, jejuou e orou por si e pela igreja, até que o avivamento veio em dezembro de 1727, dando um novo rumo ao seu País sem nenhum representante evangélico no parlamento.

A igreja deve avançar na força do Senhor e arrancar as vidas cativas do império das trevas para o Reino da luz sem que seja necessário ter representantes na política desse mundo.

É o que tenho a dizer,

Ir. Marcos Pinheiro