terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A MICROCEFALIA EVANGÉLICA: PRAGMATISMO



                A MICROCEFALIA EVANGÉLICA: PRAGMATISMO

A microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são significativamente menores que o normal para a sua idade, influenciando o seu desenvolvimento mental. A igreja moderna tem cérebro atrofiado, por ter sido contaminada pela praga do pragmatismo. O evangelho infectado pelo pragmatismo tornou-se ineficaz para salvar o perdido e ineficiente para o crescimento na graça e no conhecimento em Jesus Cristo. A infiltração do engano tem sido a sutil estratagema de Satanás para desviar a igreja do seu propósito central que é a glorificação do Senhor Jesus Cristo através da obediência à sua Palavra. Nesses últimos tempos é bem percebível o engano que Satanás tem semeado no meio evangélico na construção do outro evangelho e de uma programação evangelística travestida da filosofia do pragmatismo. O pragmatismo atulhou a igreja de novidades pop, de psicologia, de autoestima, de exaltação do ego, de vanglória, de adesão ao erro, de conformação ao mundo, de heresias, de marketing, de contos da carochinha, de ficção. O tempo é de confusão doutrinária, de vacilação teológica, de blandícia, de incerteza cúltica, de cérebro pequeno.

A bandeira levantada pelos pastores infectados pelo pragmatismo é: “Devemos modernizar a igreja de modo que ela seja atraente”. Os líderes pragmáticos buscam impressionar as pessoas através de muita versatilidade tais como: teatros, filmes, danças, evangelismo na base de diversão, conjuntos musicais, cantata, sermões psicologizados. A meta é deixar o pecador numa situação hiper-confortável. O negócio é promover mudanças e quebra de paradigmas, onde a doutrina deixa de ser o sustentáculo da igreja. Garantir a “paz”, através de um ambiente prazeroso no qual não há preocupações com os princípios de certo e errado é o lema que descreve bem o estado pragmático dos líderes atuais.

O pragmatismo aprova um método usado para alcançar um determinado objetivo através da constatação dos resultados atingidos. Ou seja, se der certo, é bom. Por isso, os discípulos do pragmatismo promovem o uso de estilos mundanos na música e no vestuário, com a finalidade de lotar suas igrejas. Essa filosofia está enfraquecendo as igrejas, atrofiando a sua mentalidade, tornando-as mongolóides e mudando a sua missão que é anunciar todo o Conselho de Deus. Charles Spurgeon em seu sermão pregado em 11 de setembro de 1859 no púlpito da Rua do Novo Parque, em Londres, pontuou: “Quantos danos têm sido causado às almas dos homens por pregadores que só tem pregado uma parte e não todo Conselho de Deus”.

Como um abismo chama outro abismo, num tempo não muito longo, veremos as igrejas pragmáticas oferecerem aulas de fabricação de cachaça, pois a cachaça faz parte do folclore nordestino. Ofertarão aulas de balé, xaxado, timbalada, frevo, forró e sapateado alagando que essas coisas enriquecerão culturalmente seus membros. Oferecerão aulas de Karatê e Muay Thai, afinal a membresia precisa se defender das “astutas ciladas dos homens”. Em um futuro breve, a igreja pragmática montará “um bar de champanhe” em seu Réveillon movido a baile dançante à meia-luz. As “ovelhas” aderirão à profanidade saboreando o espumante champanhe, afinal, crente também é gente! No carnaval a igreja pragmática terá os “Foliões de Cristo” onde seus membros participarão dos desfiles com blocos carnavalescos exibindo o tema: “Cristo bota pra quebrar”.

O culto das igrejas pragmáticas é uma cópia falida da terapia de grupo mundana onde as pessoas manipuladas são conduzidas a imaginar que devem sempre está se sentindo vencedora e animada. O líder pragmático manipula do púlpito uma massa microcefálica sem discernimento: “Olhe no olho do seu irmão e diga, você é vitorioso”. Ao som das batucadas das baterias, junto com o requebro dos quadris e as coreografias erotizantes e frenéticas, o rebanhão se solta do corpo e da mente num emocionalismo visceral. O culto das igrejas pragmáticas é relativizado, pois depende do contexto sócio-cultural-humanístico. Isso deforma e descaracteriza o verdadeiro culto bíblico. O culto em vez de ser relevante, torna-se enganoso, ridículo, microcefálico.  As metodologias antropológicas e humanísticas são camufladas no meio do palavrório frívolo do falsário pastor pragmático. Na realidade, o culto pragmático é uma mistura entre as coisas de Deus e as coisas de Baal. As práticas do culto pragmático é blasfêmia contra o Espírito Santo.

Na filosofia pragmática, a verdade do Evangelho é escondida numa fumaça de invenções humanas. Nesse contexto, aumentam-se as filas dos ludibriados com o evangelho pervertido. Muitos que tomaram uma decisão em igrejas pragmáticas e que receberam o “decreto” de que seus pecados foram perdoados, se surpreenderão naquele Dia quando ouvirão a voz do grande Rei: “Nunca vos conheci, apartai-vos de mim”. Os pastores pragmáticos com seu evangelho recortado, diluído, travestido, contextualizado ao pensamento do dia são verdadeiros vendedores de indulgências que iludem e enganam os indoutos confirmando a sua ida para o inferno. No primeiro momento, o evangelho pragmático parece relevante, mas não passa de uma mistura diabólica ilusória a manter pessoas prisioneiras do erro. As pessoas pensam ilusoriamente que estão salvas, porque o ministro babilônico lhes garantiu uma justificação onde não há arrependimento autêntico.

Mesmo sabedores do contexto onde ensinavam Jesus e Paulo não se preocuparam em pragmatizar suas mensagens. Antes ensinavam de modo puro e simples, com a certeza de que o Evangelho era em si mesmo o poder de Deus para a salvação, de qualquer homem, em qualquer contexto sócio-cultural-político, em qualquer tempo. Jesus e Paulo sabiam que não se pode santificar a carne nem justificar o mundo. Igualmente, a igreja primitiva sabia que pragmatizar a mensagem do santo Evangelho é destruir sutilmente os fundamentos do cristianismo. O evangelho pragmático é tão satânico que leva as pessoas a se afastarem progressivamente da fé bíblica sem perceberem que estão sendo arrastadas para os abismos espirituais da apostasia.

Não devemos ter medo nem vergonha de voltar à simplicidade do Evangelho. Se alguém caiu num profundo buraco cheio de lama e fezes, do qual não pode sair, não devemos cair também no buraco com ele para que nos escute e seja salvo. Precisamos pregar aos enlameados, sem termos que nos enlamear.

Ir. Marcos Pinheiro

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

TREVAS DA TERRA: FORRÓ, ROCK, FUNK ... A TODO VAPOR



TREVAS DA TERRA: FORRÓ, ROCK, FUNK ... A TODO VAPOR

Nesses dias de frouxidão doutrinária, de igrejas faraônicas, porém mornas e deixando Cristo do lado de fora de suas portas, muitos pastores têm usado de uma lógica pragmática e irracional para introduzirem nos cultos a Deus coisas nunca antes vistas nos 20 séculos de cristianismo. É lamentável vermos líderes caindo nas traiçoeiras armadilhas da desobediência a Deus no tocante à adoração. Esses líderes têm apostatado no rumo dos canais não escriturísticos da tolerância, levando o seu rebanhão a substituir a santidade por alguma moda que tenha um colorido cristão e o nome de música Gospel.

Muitos pastores defendem o falso conceito de que, uma música para ser adoração, basta ter a Palavra de Deus ou o nome de Jesus. Se a letra fala de Deus, então vale todo ritmo, mesmo que sejam profanos: rock, funk, rap, lundum, samba, forró, jazz, pagode, axé, xaxado. Lendo as Escrituras Sagradas podemos ver nitidamente que misturando o sagrado com o profano, ocorre o que a Bíblia chama de profanação, blasfêmia. Esses pastores insistem em afirmar que a música é neutra, amoral, portanto, Deus não se importa de modo algum com o ritmo. Ora, esses réprobos nunca leram Isaías 5:20 que diz: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo”. Nesse contexto, concluímos que Deus quer que tenhamos discernimento em cada área de nossa vida, inclusive na área da música. A música a respeito de Deus deve refletir a Sua glória, Sua beleza e Sua santidade. Nunca uma animação ensurdecedora que serve para entretenimento, contribuindo para uma total irreverência.

A música sempre expressa algo. A música é significativa, ou seja, sempre diz alguma coisa, mesmo que implicitamente. Ela tem um forte significado e uma influência quase irresistível. A música não é neutra. Ela incentiva e leva a uma ação, seja esta boa ou má. Portanto, é de suma importância analisar qual “Jesus” ou qual “espírito” ou qual “evangelho” a música está apresentando (2 Cor 11:1-4). A Bíblia contém muitas exortações contra a luxúria e apostasias do fim dos tempos, então, podem aplica-las à música. Como a Bíblia nos diz que devemos fazer uma distinção entre aquilo que é espiritual e aquilo que é carnal, é correto aplicar essa ordenança bíblica à música.

Alguns pastores querendo justificar o injustificável advogam: “O santo purifica o profano, assim, a letra bíblica santifica a música profana”. Mentira! Se o santo purificasse o profano não existiria profanação nem blasfêmia. As concupiscências do mundo não podem ser santificadas. Os estilos musicais de forró, rock e companhia Ltda que lotam as igrejas tem ignorado os avisos de Jesus sobre a santidade. Esses estilos musicais têm barateado a graça de Deus dando lugar ao emocionalismo, sensacionalismo e sensualismo. Esses estilos exibem uma fé fácil em um Salvador digno de dó. Exibem um Deus patético. Um Deus vulgar. Um Deus curtição que é desconhecido pelo Evangelho do Senhor Jesus.

Satanás quer acabar com o louvor decente e reverente. Ele quer ver a igreja embriagada com os ritmos demoníacos. Ele que ver a igreja cantando músicas que em vez de fazer o inferno tremer, fazem os demônios rirem e dançarem. O funk e rap são relacionados ao apetite sexual desenfreado. A formatação do funk e do rap foi feita para a sensualidade. O rock se originou no paganismo vodu e na feitiçaria oriunda de religiões demoníacas. O samba é derivado do ritmo lundum caracterizado por requebros, movimentos acentuados dos quadris e sapateado. O samba tem seu nome homenageando o deus-demônio “Sambi”, deus da sedução e da fertilidade. O forró vem do termo “Forrobodó” que significa baderna, bagunça. O aché é originário da umbanda. É uma saudação umbandista que significa “energia positiva”. O jazz é o espírito do pecado pintado na música. As raízes do rock vêm das profundezas do jazz, sua mãe.

Aqueles que defendem os estilos musicais mundanos alegam que Martinho Lutero e John Wesley usaram melodias de botequim. Portanto, é legítimo que hoje usemos música de forró para louvar a Deus. A verdade é que Lutero e Wesley nunca usaram nenhuma música de bordel. Lutero e Wesley nunca consideraram a música como uma mera ferramenta que podia ser empregada sem se dar importância à associação com suas origens. Eles mantinham-se distante da música dos salões de bar. Nunca usaram músicas de taverna ou de bebedeiras para transmitirem textos bíblicos. Provérbios 11:22 diz que uma joia no focinho do porco não pode fazer com que o enlameado suíno pareça mais bonito. Da mesma forma, você pode usar os ritmos mundanos que foram criados para a fornicação e prostíbulos e inserir letras bíblicas no meio desses ritmos, que a melodia não ficará mais limpa que um fedorento porco com uma joia no focinho.

A introdução dos ritmos mundanos na adoração ao Senhor é o movimento do novo Cavalo de Tróia para desacelerar o crescimento espiritual de nossas igrejas. Não podemos andar com a maioria; devemos ser uma minoria. Isto era verdade no tempo de Cristo, era verdade no tempo de Paulo, era verdade no tempo da igreja primitiva, e deve continuar sendo verdade, hoje. Não precisamos adotar os costumes, ritmos e linguagem do mundo. Não temos que ser iguais, temos sim é que ser diferentes. Como disse o puritano Lloyd-Jones: "A glória do Evangelho é que, quando a igreja é absolutamente diferente do mundo, ela invariavelmente o atrai. Caso contrário, se formos iguais, indistinguíveis dos incrédulos, seremos inúteis”.

As bandas de forró e de rock estão cegas à sua nudez. Não são sal da terra, mas trevas da terra. Oferecem fogo estranho ao Senhor. Fogo de prostíbulo. Elas são o espírito e o som da luxuria reinando nos púlpitos das igrejas. Quando uma igreja começa a usar músicas mundanas, ela começa a decair nos demais padrões. Não podemos andar de braços com a tolerância mundana e com associações desonrosas.

Listo algumas bandas do tipo trevas da terra: Sal da terra, Xote santo, Ello, Metal nobre, Plus salvation, Catedral, Oficina G3, Resgate, Quatro por um.

Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CANTATA: MÉTODO IMPRÓPRIO PARA EVANGELIZAÇÃO



  CANTATA: MÉTODO IMPRÓPRIO PARA EVANGELIZAÇÃO

Na cultura evangélica brasileira, a plataforma de muitas igrejas tornou-se um palco para concorrer à vaidade, às disputas. O culto a Deus tornou-se uma vitrine de ovações onde as pessoas gostam de exibir seus talentos e dotes artísticos. Mostram que sabem tocar e cantar. Esta é a realidade que invadiu a nossa forma de cultuar a Deus. A verdade é que muitos líderes estão engordando as suas ovelhas com as ovações e tem feito da igreja do Senhor uma igreja segundo o coração do mundo, e não segundo o coração de Deus.

“Como ouvirão”, pergunta o apóstolo Paulo em Romanos 10, “se não há quem pregue?” Paulo não diz: “Como ouvirão” se não há uma cantata, ou uma banda de músicos, ou um grupo de louvor? A comunicação do Evangelho deve ser com palavras dirigidas à mente. Se um método de propagar o evangelho não é através da pregação expositiva, não é o que o Senhor ordena e deseja. A cantata, o drama, os jograis e as coreografias podem ser poderosamente cativante e influente no mundo secular, mas é veículo inadequado e impróprio para a apresentação da verdade do Evangelho, pois não é um desafio direto e claro à mente humana. Somente a proclamação direta persuade a mente livre, racional (2 Tm 3:16).

As apresentações dramáticas e as cantadas são metodologias de entretenimento, do tipo “pega leve”. As pessoas ouvirão um Evangelho, enfraquecido, e suas respostas não serão autênticas. Alguém pode dizer: “Mas uma cantata sobre Jesus não é cheio de palavras bíblicas?” Certamente tem palavras bíblicas, mas também tem atores, espetáculo e impacto dramático prendendo a atenção do espectador, não o conduzindo ao entendimento espiritual. Enfim, nas apresentações de cantatas o auditório é transportado à região da irrealidade. Os cantores e os instrumentistas são os artistas. Deus e a plateia são consumidores. Se estamos assistindo uma cantata, não estamos louvando, estamos assistindo. No início da história do mundo, a oferta de Caim foi rejeitada porque representava a sua própria técnica e habilidade. Portanto, quando demonstramos nossas habilidades diante de Deus, como ato de louvor, estamos no mesmo nível de Caim. Lamentavelmente, o “louvor” estético tem invadido as igrejas evangélicas. Tem sido uma oportunidade para o exibicionismo humano. A pompa cerimonial das cantatas é uma atividade imprópria.

Alguns dizem: “A cantata faz parte do ministério de louvor”. Outros dizem: “Sou ministro de louvor, pois toco piano e conduzo a musicalidade dos louvores”. Não existe ministério de louvor, pois louvor não se ministra. Quem toca piano é pianista e não ministro de louvor.  Biblicamente louvar é dar honra, é glorificar exclusivamente o Deus trino. Louvor é uma ação cem por cento vertical.  O louvor escriturístico é uma expressão que só pode ser oferecido a uma única pessoa, o Senhor de nossas vidas – Jesus Cristo. Ademais, quem ministra, ministra a alguém. Ministra-se conforto ao aflito. Ministra-se aos enfermos. Ministra-se aos necessitados. Ministram-se as ordenanças - batismo e ceia, mas louvor não se ministra. Quem louva não ministra, mas simplesmente adora. Em nenhuma parte do Novo Testamento fala-se de “ministro de louvor”. Os dons ministeriais para a igreja encontram-se em Efésios 4:11. Não é citado que Deus concedeu “uns para levitas”. Portanto, louvor não é algo que se possa ministrar, pois é algo que só pode ser exercido pelo próprio crente, como fruto dos lábios que magnifica o Deus Altíssimo. O louvor são palavras inteligentes e bíblicas, elevadas pela fé aos ouvidos do Senhor. Nesse contexto, o louvor sacro não é para apresentação. Não é para agradar e deleitar as pessoas. O louvor não existe para receber aplausos, nem para enriquecer culturalmente a ninguém. Não existe nem mesmo para evangelizar.

Alguns Dizem: “Louvor é cultura, é arte; no Antigo Testamento o louvor era rico em artes ordenadas por Deus, portanto, é perfeitamente razoável apresentar cantatas”. É preciso entender que os louvores no Antigo Testamento não incluíam apresentações de beleza. Não incluíam habilidades como expressão direta de louvor. Mas, eram simbólicas. Eram lições e não meios de adoração. Eram sermões visuais. Eram figuras do caminho da graça.  O teológo Holandes Abraão Kuyper disse: “Conquanto a fé bíblica possa inspirar a arte, o casamento da fé com a arte acaba destruindo a ambos”. Além disso, em nenhuma parte das Escrituras nos deparamos com situações onde os levitas cantavam e faziam apresentações para o povo. O povo louvava ao Senhor juntamente com os levitas. O louvor é responsabilidade de toda a assembleia dos santos e não de uma pessoa que recebeu impropriamente o título de “ministro de louvor”.

Nota-se, por parte das pessoas que participam da cantata, uma preocupação extrema com a performance estética – “Ensaiamos 3 meses antes da apresentação, pois Deus merece o melhor”. Que paradoxo! Os reformadores removeram as habilidades artísticas como verdadeira expressão de louvor. Jogaram fora todo o teatrismo existente no louvor. Enganam-se aqueles que pensam que os instrumentos e o tipo de voz enriquecem o louvor. Enganam-se aqueles que veem o louvor como um espetáculo. O único instrumento de evangelismo é a proclamação expositiva da Palavra de Deus. O ouvinte ouve uma mensagem sem manipulação, clara e direta e, conforme o mover do Espírito Santo, sua resposta será genuína. A cantata, por si mesma, perde esse foco central, minimizando a função da mente e enfatizando a estimulação artificial dos sentimentos. As cantatas apelam principalmente às emoções. Na mente do ouvinte ela está mais intimamente associada à ficção, a um faz-de-conta e esta característica leva a uma superficialidade da mensagem da cruz resultando num grande número de pessoas não genuinamente convertidas.
Alguns defendem as cantatas alegando que é um método de evangelismo do tipo “isca e anzol”. Ou seja, as pessoas são pescadas para o Evangelho através da isca que é a cantata. Em I Coríntios 9,  Paulo nos incita a não tentarmos "fisgar" as pessoas para Cristo através da "isca do espetáculo”. Pelo contrário, Paulo convencia os diferentes povos sobre a Palavra de Deus utilizando como método a pregação expositiva. A fidelidade para a qual a igreja é chamada nos compele a preservar a integridade da mensagem através da preservação do método expositivo de comunicá-la.

Muitos têm a ideia de que a igreja para ser frutífera precisa ter programações que vá ao encontro das necessidades da nossa geração. Precisa de uma nova forma de evangelizar e a cantata é uma dessas formas. Deve-se usar qualquer coisa que seja agradável às pessoas a fim de ganhá-las para Cristo. O texto base para justificar essa ideia é a afirmação de Paulo “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos, fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (I Co 9:22). O contexto nos revela que Paulo, está falando de pregação (v16) e não de uma nova forma de ganhar alma para Jesus. Paulo, não está sugerindo uma nova maneira de apresentar o Evangelho, ele afirma que convencia os diferentes ouvintes sobre a Palavra de Deus usando a pregação expositiva como método. Ele está descrevendo uma atitude de sacrifício pessoal, não de contemporização com o mundo.

Algumas pessoas me disseram: “Você é radical, quadrado, retrógado, legalista, preso ao passado e quer que tudo seja feito como se fazia no século dezenove”. Eu quero usar, simplesmente, a proclamação direta da Palavra de Deus porque é o que Deus nos diz exclusivamente para fazer.

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 4 de outubro de 2015

FESTIVAL DE ESPERANÇA: QUE EVANGELHO É ESSE?



FESTIVAL DE ESPERANÇA: QUE EVANGELHO É ESSE?

No convite especial do “Festival de Esperança” está escrito: “Sucesso absoluto em mais de 100 países”. Que bobagem! Que orgulho! Que soberba! O valor de um ministério não deve ser medido pelo “sucesso absoluto” aos olhos do homem, mas por sua fidelidade na transmissão de todo o Conselho do Senhor. 

O ministério Franklin Graham é a continuação do ministério de seu pai Billy Graham, um ministério Neo-Evangélico. A característica do Neo-Evangelicalismo é a contextualização pragmática do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Os Neo-Evangélicos estão em paridade com o teólogo liberal Rudolf Bultmann que deu as bases para a contextualização pragmática do Evangelho. Nota-se isto, pelo próprio tema do evento – “Festival de Esperança”. Sinceramente, não entendo o nome “Festival”.

No momento em que a igreja contextualiza pragmaticamente o Evangelho para torná-lo relevante ao homem moderno, ela entra nos abismos das heresias. Não precisamos usar a linguagem mundana para que a mensagem do Evangelho seja relevante e efetiva. Não precisamos ajudar a Palavra de Deus a ser forte, pois o Evangelho foi, é, e sempre será, o poder de Deus para a salvação. O profeta Jeremias por mais de 40 anos proclamou fielmente o julgamento divino contra o reino apóstata de Judá. Em nenhum momento, Jeremias contextualizou sua mensagem pelos padrões de sua época. Em nenhum momento, o profeta amalgamou temas mundanos à sua mensagem para atrair pessoas.  

A marca inconfundível do Neo-Evangelicalismo é o ecumenismo. A doutrina é tida como secundária. Doutrina, segundo os Neo-Evangélicos, divide, separa. Em 10 de outubro de 1999 na cidade de St.Louis, Estados Unidos, Billy Graham declarou, pasmem!: “Minha responsabilidade é pregar o evangelho a qualquer um e deixar que eles escolham a sua própria igreja, seja ela Católica ou Protestante ou Ortodoxa ou qualquer que seja”. Em relação à católica Madre Teresa de Calcutá, Billy Graham pontuo após a sua morte: “Eu tive um momento de comunhão com Deus e com ela, senti que estava verdadeiramente conhecendo uma santa”. Biblicamente, santos são os convertidos em Cristo Jesus. Não há santos idólatras. Cabe uma indagação: Franklin Graham tem o mesmo posicionamento de seu pai? Se não tem, pelo menos tem se aliado a muitas igrejas heréticas. O evento “Festival de Esperança” conta com igrejas heréticas como, por exemplo, a igreja da Paz, a Comunidade Cristã Logos, igreja Ministério Internacional Efraim e a igreja do Evangelho Quadrangular.

A bandeira defendida pelos Neo-Evengélicos é: “Não fazemos juízo de valor, não julgamos outros membros do clero”. Ou seja, eles defendem a filosofia do “não julgar”. Ora, rejeitar o julgamento é destruir a muralha de proteção que Deus nos deu, a fim de nos proteger dos ventos de doutrina e das ciladas malignas. Quem crer nas Escrituras e se recusa a levantar a voz contra o erro doutrinário e o pecado é traidor do Senhor Jesus. O Senhor Jesus julgou os fariseus severamente (Mat. 23). Paulo identificou e condenou, continuamente, o pecado e os hereges (I Tm 1:20, II Tm 2:17, II Tm 3:8). Pedro, Tiago e João procederam do mesmo modo. Quando o julgamento é descartado, como fazem os Neo-Evengélicos, Satanás fica livre para agir e, o pecado e as aberrações doutrinárias se espalham sem limites. A Bíblia diz que devemos julgar segundo a reta justiça (João 7:24), devemos julgar profetas (I João 4:1). Quando o crente julga pela palavra de Deus, ele não está exercendo seu próprio julgamento, ele está julgando pelo julgamento de Deus.

O jornal United Church Observer pertencente à igreja liberal Unida do Canadá interrogou Billy Graham sobre as posições teológicas de Paul Tillich. Billy Graham respondeu: “A nossa associação não se preocupa em fazer juízos de valor, resolvi usar a prática de não fazer julgamento de outros eclesiásticos”. Para Paul Tillich, a Bíblia não deve ser entendida como o único meio de revelação divina. A teologia de Tillich tem como objetivo aplicar a mensagem do evangelho de forma contextualizada ao homem moderno, tornando-o relevante à sua geração. Tillich defende que se devem usar as ferramentas filosóficas existenciais e a tendência do pensamento humano de cada época e enxertá-los à mensagem do evangelho. Qual a posição de Franklin Graham em relação à igreja Unida do Canadá? Qual sua posição em relação a Paul Tillich?

O zelo pela verdade de Deus não significa falta de amor. Zelo e amor devem andar de mãos dadas. Paulo demonstrou essa combinação em todo o seu ministério. Ele era zeloso e firme acerca da doutrina, mas era afável como a ama que cria seus filhos (I Tess. 2:7). Sua mensagem era sólida e afável no centro e no rebordo. O problema do Neo-Evangélico é que sua mensagem é mole no centro e no rebordo: mensagem macia, tipo algodão doce. O Neo-Evangelicalismo é a favor de tudo e, por isso mesmo, é contra nada. É preciso entender que igreja do Senhor Jesus é para todos, mas não é para tudo.

Para o Neo-Evangelicalismo o julgamento a outro clérigo é um ato impiedoso.  Em lugar algum das Escrituras ensina que a doutrina deve ser sacrificada em nome do amor. O cristianismo que não é zeloso na doutrina, não é bíblico. Não julgar à luz da Bíblia é desobediência a Deus. Paulo enfatiza em Romanos 16:7 – “E rogo-vos, irmãos, que notei os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles”. Adeptos da filosofia de “Não julgar”, o Neo-Evangelicalismo se junta a todos. O distintivo dos Neo-evangélicos não é a ortodoxia, mas a tolerabilidade doutrinária. O distintivo do verdadeiro cristianismo é: Não à tolerância bíblica do erro.

Considere as expressões: “A hora é agora, participe do ensaio de dança para fazer bonito no Festival de Esperança. Junte-se a nós”. “Ensaio geral de dança para o Festival de Esperança, você vai ficar de fora dessa animação? Não né!”. “Essa é para você que curte dança e teatro, o Conexão Esperança Jovens realizou o 1º ensaio geral de dança com os jovens de Fortaleza e região. Mais de 200 jovens já compõem a equipe que apresentará nos dias do Festival de Esperança o Big Flash Mob. Se você deseja participar, basta ir aos ensaios semanais e treinar bastante para fazer bonito nos dias do evento, na Arena Castelão”. Após ler esses convites, passei a entender o porquê da palavra “Festival”. Aliás, o evento deveria ser chamado de “Balidos de Amaleque”. Não tenho tempo aqui para provar na Bíblia que a chamada “Dança Cúltica” é abominável aos olhos de Deus. Não há respaldo bíblico no Antigo Testamento nem no Novo Testamento para coreografias em atos de culto.

O diálogo entre Deus e Moisés no alto do Sinai foi interrompido bruscamente. O profeta estava recebendo as instruções de Deus. Enquanto isso, aos pés do monte, o povo cultuava um bezerro com sonidos estranhos. No evento “Festival de Esperança” balidos estranhos insultarão a santidade divina. Participará do evento o roqueiro “cristão” Pedro Geraldo Mazarão, mais conhecido como PG. PG participou do Troféu Talento criado pela Rede Aleluia, emissora de rádio da apóstata igreja Universal. Também participou do Troféu Promessas promovido pela Rede Globo. O evento contará também com a presença do forrozeiro Carlos Rilmar. Que é Evangelho é esse?! Que se amigou com o mundo e seus padrões?! Um evangelho que não rejeita as iguarias do mundo, não é o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. O rock, o forró, o samba, o axé, o funk são penicos profanos para Deus, por isso não servem para conter a mensagem de Cristo. Portanto, o culto do “Festival de Esperança” será do outro evangelho inspirado por outro espírito à adoração de outro Jesus. Até quando a igreja vai parar de entreter os bodes e voltar a alimentar as ovelhas?

A.W. Tozer, visualizando o quadro apóstata dos tempos difíceis, alertou sobre a necessidade de pastores clamarem contra a apostasia e defenderem as ovelhas e a sã doutrina: “Quando o rebanho de Deus está em perigo, o pastor não deve contemplar as estrelas e meditar sobre temas inspirativos. Está moralmente obrigado a pegar suas armas e a correr para defendê-lo. Quando as circunstâncias exigem, o amor tem de usar a espada”.

Graças Deus que há pastores que não se dobram diante do “outro evangelho” e, há igrejas semelhantes as “virgens prudentes”.
Que o Senhor tenha misericórdia dos Balidos de Amaleque! 

É o que tenho a dizer

Ir. Marcos Pinheiro