quinta-feira, 27 de julho de 2017

CARTA ABERTA AO PASTOR JECER GOES

               CARTA ABERTA AO PASTOR JECER GOES

Confesso pastor Jecer, que fiquei estupefato ao ouvir o seu brado entufado: “Deus colocou no meu coração chamar vocês para trabalhar e tornar a nossa igreja a maior igreja desse Estado”. Você, pastor Jecer, comportou-se como criança que usando roupas novas, fica chamando a atenção dos adultos para as mesmas. Após o seu brado, você esperou aplausos. Lamentável!

Você leu uma carta de uma pessoa dizendo que você era “o profeta Moisés do século 21”. Em nenhum momento você passou para a cruz tal elogio. Isso mostra o quanto você é ávido por fama. O quanto você sonha ser grandão.

O seu ministério é numeroso. Sua igreja é espaçosa. As galerias são lotadas. Mas, a sua mensagem, pastor Jecer, vai além dos limites bíblicos. Você afirmou que “o jejum é abstinência de alimentos”; até aí tudo bem. Agora, dizer que “o jejum aflige a alma em prol de algo que a gente quer receber de Deus” é engano. O jejum não é uma espécie de “varinha mágica”, nem uma “moeda de troca” para barganhar com Deus favores pessoais. No momento que se diz: “Faço isto para obter aquilo” significa que o homem controla a bênção divina. Isso é um insulto a Deus. Isso é violar a soberania de Deus.

Mateus 6:17-18 não é uma descrição para nos ensinar como ganhar recompensa quando jejuamos ou que Deus recompensa o jejum pelo jejum em si. Não há nenhum pagamento nesses versículos. O Deus que servimos não é um Deus com quem se negocia – “As portas vem a mim ao invés de eu ir às portas”. Não é bem assim, pastor Jecer.

Nosso intento ao jejuarmos deve ser o de agradar a Deus, expressar o nosso desejo e a nossa fome pelo Senhor. Nunca devemos pensar que a recompensa que Deus nos dá é alguma coisa material. O jejum não é algo mágico para atender nossos caprichos. A recompensa que Deus tem em mente, antes de qualquer coisa, é Ele mesmo! A recompensa maior do jejum será um banquete eterno. O jejum envolve nos humilharmos diante de Deus. Envolve tristeza por nossos pecados, envolve deixarmos tudo o que desagrada a Deus. O jejum autêntico é aquele que inclui um ataque espiritual contra nossos pecados. O jejum deve visar a nossa santificação.

Em Mateus 9:14 e 15 Jesus relaciona o jejum com o nosso desejo de Sua volta. Portanto, pastor Jecer, O jejum deve está intimamente relacionado com o desejo que trazemos em nosso coração acerca da volta de Jesus. A finalidade do jejum é promover mudanças reais na pessoa que o pratica; mudanças no interior para que sejamos utensílio de honra. Nunca para receber coisas.

O jejum proclamado em sua igreja é de “meia noite às 12 h”. Você destacou que um irmão lhe disse: “Sou de certa idade, tenho problema de saúde e não posso jejuar”. Você aconselhou: “Jejue até 10 h, faça um sacrifício”. Pastor Jecer, Jejum não é sacrifício. Deleitar-se na presença de Deus nunca foi sacrifício. Jejum, pastor Jecer, não é demonstração de autocomiseração. Não podemos transformar a piedade em espetáculo.

A questão não é, jejue se você quer uma bênção, mas se você que santificação, jejue. Outro conceito que preciso salientar é que ninguém deve jejuar para perder peso. Isso não é jejum, é dieta. Não perca de vista a razão da plenitude do jejum.

Outra questão que você tem destacado é o “voto a Deus”. O voto é uma tentativa de barganha com Deus. A pessoa faz um voto assumindo o compromisso de dar algo para a obra de Deus: “Darei isso na esperança que Deus me conceda aquilo”. O voto sempre tem uma expectativa de retribuição. O ato do voto demonstra uma visão da relação com Deus como uma relação comercial. É uma relação ganha-ganha. O Deus patrão ganha e o crente consumidor ganha também.

A relação do homem com Deus depende exclusivamente do que Jesus fez no calvário. Tudo que merecemos é sem merecimento. É graça. E, não adianta justificar a prática do voto citando Ana, Jacó e Jefté. Nosso padrão não são os judeus, pastor Jecer, mas a Nova Aliança. Não queira judaizar o cristianismo. Não adianta citar que Paulo fez voto (Atos18:18, Atos 21:23-27). Paulo fez essa concessão orientada pelos anciãos judaicos porque ele estava sendo considerado uma persona-não grata devido sua mensagem da salvação sem os costumes da Lei. Paulo concedeu a prática do voto a fim de ganhar os judeus. Ademais, o rito do voto não tinha o sentido de troca com Deus. Na prática “Voto a Deus” é a judaização do Evangelho. É a catolização do crente.

É o que tenho a dizer,
Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 21 de julho de 2017

ORAÇÕES ESPALHAFATOSAS: ESCARCÉU NA MÍDIA



    ORAÇÕES ESPALHAFATOSAS: ESCARCÉU NA MÍDIA

Orações teatrais, antropocêntricas, espalhafatosas e com tintura bíblica são comuns no meio evangélico brasileiro. Muitos pastores perderam o entendimento de quem é Deus. Na pirotecnia “espiritual” os gurus da prosperidade vivem fazendo orações de “determinação” do tipo “Eu declaro”. Torcem a bel-prazer o significado de Mateus 18:18: “Tudo o que ligardes na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” para satisfazer seu gosto peculiar desprovido de hermenêutica correta.

O centro do ensino de todo o capítulo 18 de Mateus é sobre instruções como lidar com o pecado na assembleia dos salvos. Quando é dito “dois dentre vós concordarem” (v19) refere-se a como lidar com um membro da igreja que pecou. Nunca se refere a orações para expulsar demônios, curar enfermos ou declarar prosperidade material. Jesus não está ensinando como se obter respostas a orações.

Jesus ressalta que se um membro que pecou não deseja se arrepender após uma confrontação em particular, após uma segunda acareação na presença de uma ou duas testemunhas e após uma repreensão frente a frente com a comunidade inteira deverá ser tratado como gentio e publicano (Mt 18:17). Nesse contexto, “ligar” e “desligar” tem a conotação de que a igreja tem autoridade para exercer a disciplina.

A igreja deve fazer na terra aquilo que Deus já determinou no céu. O homem não determina nada, não decreta nada, não declara nada. A igreja só permite (liga) o que já foi permitido (ligado) por Deus, e só proíbe (desliga) o que já foi proibido por Deus. Quando alguém que já faz parte do Reino de Deus faz algo que foi proibido (desligado) por Deus, a igreja precisa tomar uma atitude disciplinar em relação a este remido caso ele não se arrependa. Quando há arrependimento, por parte do remido, a igreja o permite, o liga.

Os gurus da prosperidade buscam pirotecnia porque é mais fácil fazer uma “oração poderosa” aos gritos decretando vitória do que dobrar os joelhos em busca de santidade e estudar a Bíblia para ter coerência teológica. Nesse enfoque, o poder não está em Deus está na “oração forte” do guru. O foco é o agir do homem. O homem produz o agir de Deus.

A ideia de atribuir poderes mágicos de “ligar” e “desligar” é produto do orientalismo que invadiu a igreja com o movimento Nova Era. “Ligar” e “desligar” no sentido que os gurus da prosperidade dão em Mateus 18:18 nada mais é que  o velho paganismo.

Orações pomposas eivadas de pirotecnia estão produzindo uma geração de crentes que não encaram o caminho estreito, nem a renúncia, nem a mortificação diária do eu, mas buscam artificialidades.

Os gurus da prosperidade são especialistas em fazer escarcéu na mídia. São indigentes mentais. Fujamos deles!

Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 14 de julho de 2017

CARTA ABERTA AO PASTOR SILAS MALAFAIA



              CARTA ABERTA AO PASTOR SILAS MALAFAIA

Quero deixar claro, pastor Silas, que não foi um sonho, nem uma visão, nem um anjo que me revelou ou me mandou escrever esta carta. O motivo único que me levou a escrevê-la foi a exaustão da minha alma ao ver seus pronunciamentos e comportamento.
Você, Silas, tem acariciado os abismos das heresias como se fosse o Caminho da Verdade. Muitos estão sendo ludibriados de modo cruel. Você tira proveito das fragilidades das pessoas para apresentar Cristo a elas. Essa prática não é bíblica. Jesus nunca usou o truque da lavagem cerebral para pregar o Reino de Deus aos homens. Nem a igreja primitiva, nem os apóstolos tiraram proveito das fragilidades humanas para anunciar o Evangelho.
Você rasga os estatutos de Deus em favor dos seus interesses infames do dia-a-dia. Nesse contexto, você perdeu a santidade, a simplicidade, a unção, as brancas vestes, a autenticidade e o caminho da glória do Altíssimo. Você perdeu a consciência do sagrado. Você perdeu a paixão pela cruz.

Seu alvo é o cetro. Você almeja o poder de visibilidade. Você não quer ser servo, quer ser “O Cara”. Você está doente, e muito doente. Você está acometido da doença “evidencite”. Quer está sempre em evidência. O termo “servo” para você tem conotação de nobreza. É tratamento aristocrata, nobiliárquico. Você esqueceu que servo não manipula. Servo não é grandão. É pequeno. Você nunca entendeu que a nobreza da igreja provém do céu, sua realeza é a do próprio Rei Jesus, que não aceita usurpação.

Impressiona-me como você adora a sua própria vaidade. Você se julga superior a todos os seus colegas pastores. Escarnece da circunspecção de um pastor bíblico. Você está tão engolfado na altivez que pensa que ela é realização. Mas, para a Bíblia, é confusão e termina em julgamento divino. Bastar ler Gênesis 11.

Você consegue alienar os membros de sua igreja levando-os a confundir a casca com o miolo e o farelo com o pão. Você é mestre em potencializar bajuladores. Com o seu carisma, você consegue puxar aplausos de seus bodes nanicos para as suas heresias. Você só vê cifras. Não vê gente. Não vê pessoas. Não vê o povo de Deus. Vê bens. Vê as possibilidades de uma boa vida. Nesse contexto, você perdeu o seu próprio rumo e encaminha mal o aprisco que você chefia. Lamentavelmente, para você, a igreja não passa de uma agência que almeja vencer um concurso de popularidade.

O seu ministério é numeroso. Você é famoso. É um figurão. Porém, você é paupérrimo em conteúdo espiritual e em marcar vidas. Você, Silas, é mais um manipulador de gente do que um arauto de Deus. Você, pastor Silas é a “Alice no País das maravilhas”. “Onde fica a saída?” Perguntou Alice ao gato que ria. “Depende”, respondeu o gato. “De que?”, replicou Alice; “Depende de para onde você quer ir”. Sem um caminho a seguir, qualquer caminho para você serve; inclusive o das heresias!

No Brasil, o Reino de Deus tem sofrido mais nas mãos de pastores como você que nas mãos de homens ímpios. Isso é chocante! Isso é trágico! Isso é triste!
Com o coração ferido oro ao Senhor suplicando-lhe misericórdia.

É o que tenho a dizer,
Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 8 de julho de 2017

O EVANGELHO DUARTEANO

                                    O EVANGELHO DUARTEANO

Em Romanos 10:14 Paulo pergunta: “Como ouvirão, se não há quem pregue?”. Ele não diz: “Como ouvirão, se não há um ator, um palhaço”? O mundo naqueles dias era repleto de artes dramáticas e ginásticas retóricas. Mas, os arautos do Reino de Cristo mantiveram-se apáticos a tudo isso. Obedeceram o meio indicado por Deus de comunicar o Evangelho – pregação por meio de palavras sem malabarismos teatrais, sem humorismo, sem comédia.

A pregação duarteana revela seu verdadeiro gosto mundano. Atrai os mundanos pelo humor acoplado a um arrependimento fantasioso. As pessoas fazem profissão de fé superficial e enganosa, pois a faz através da madeira, feno e palha que recebem (I Co 3:12).

A pregação deve explicar as histórias da Bíblia por meio da mensagem clara e literal sem a adição do humor. A pregação deve expor a revelação verbal de Deus sem seguir sua forma de apresentação. A Bíblia contém muitos poemas, provérbios e salmos, nunca piadas. O Antigo Testamento tem representações dramáticas, mas o roteiro era todo escrito por Deus e pretendiam ser nada mais que ilustrações às profecias. Ademais, as representações eram sérias. Nunca destinadas a alcançar as pessoas pelo riso.

O Evangelho duarteano defende que o humor aplicado à pregação tira as pessoas do endurecimento deixando-as dispostas a ouvir o Evangelho.

Quando Deus enviou o profeta Ezequiel para falar a Israel, ele ordenou: “Filho do homem, vá agora à nação de Israel e diga-lhe as minhas palavras” (Ez 3:4). Deus também diz: “Israel não te dará ouvidos, porque não me quer dar ouvidos a mim, pois toda a nação está endurecida e obstinada”. Observe que Israel estava indisposto para ouvir o profeta. Se Ezequiel expusesse as palavras do Senhor humoristicamente tiraria o povo do endurecimento? Da obstinação? Claro que não! Piada com o céu, o inferno e o calvário é vitupério.

O Evangelho duarteano para defender o uso do humor na pregação cita Provérbios 17:22: “O coração alegre é bom remédio”. O versículo não indica como alguém se torna alegre. Eu posso ficar alegre lendo a genealogia de Cristo. Eu posso me alegrar com a libertação de Paulo e Silas da prisão quando louvavam ao Senhor.

O humor na pregação carrega uma interpretação subjetiva dos textos bíblicos e o descaso com o significado real pretendido dos textos. Os ouvintes entendem as piadas que se faz com as passagens bíblicas, porém perdem a verdade teológica que elas pretendem comunicar.

Os apóstolos pregaram sobre o significado e as implicações das narrativas bíblicas. Expuseram as revelações dadas a eles através de inspiração especial, porém eles não se utilizaram de gaiatice, nem de anedotas como instrumentos para ensinar as verdades bíblicas.

O pregador deve expor o Evangelho, suas narrativas, suas parábolas e até mesmo o livro de Apocalipse usando uma linguagem clara para explicar as figuras de linguagem sem usar o humor para explicar as verdades contidas.

O humor distrai e oculta a verdade do Evangelho. O modo apropriado de fazer sermão que conduz à genuína conversão é aumentar o conteúdo doutrinário, sem a adição de piadas e brincadeirinhas engraçadas. Portanto, diga não ao Evangelho duarteano!

Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro