sexta-feira, 13 de junho de 2014

A VOCÊ CANDIDATO EVANGÉLICO


                             A VOCÊ CANDIDATO EVANGÉLICO

                                                                   

Candidato evangélico, talvez você pense que se for um parlamentar estará salvando a igreja de uma hecatombe espiritual. Mas, é preciso você entender que a igreja é do Senhor, não nossa. O Reino é dEle, não nosso. O autor da história é Ele. O sujeito das ações é Ele. Deus não precisa de salvadores e a igreja é muito maior e muito mais poderosa do que você pensa. Ela sobreviveu ao surgimento de um Nero, de um Marx, de um Hitler, de um Mao-Tsé-Tung. A igreja é do Senhor Jesus e exatamente por isso nunca será vencida. Jesus foi abandonado. Sofreu traições, acusações falsas, cusparada, impropérios e escárnios. Foi crucificado. Mas, assentou-se à destra do Pai, foi entronizado e servido pelos anjos! Como Jesus foi vitorioso, a igreja sempre será!

 

Talvez você diga: “É melhor ter um parlamentar crente do que um ímpio”. Esse raciocínio é contraproducente, pois entra em choque direto com a soberania de Deus. Deus não é alguém patético, mas é Senhor. Deus é Senhor Soberano de tudo, e tudo o que acontece, acontece por Sua permissão. Em Romanos 13:1, a Bíblia diz “não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há, foram ordenadas por Deus”. Isto quer dizer que o governo civil, assim como tudo mais na vida, está sujeito à lei de Deus. O Senhor é quem ordena a autoridade civil. Jesus disse a Pilatos: “Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado” (Jo 19:11). Até a autoridade do ímpio vem de Deus. Toda autoridade é constituída por Deus, seja ele crente ou ímpio. E, na Sua Soberania, Deus pode usar até um ímpio para fazer uma justa administração. Deus está acima de tudo e pode fazer cumprir a Sua vontade por meio de homens incrédulos quanto por intermédio de homens crentes.

 

Não esqueça, Sr. candidato, que Deus usa quem quer, quando quer, e não deve nada a ninguém por isso. Deus usou a Assíria para disciplinar Israel, mas esta não ficou com crédito junto a Ele. Ele a julgou.

 

No início do cristianismo, a escravidão era uma instituição bem estabelecida e de uma crueldade sem limites. Não era difícil imaginar que os crentes fossem chamados a empreender uma campanha pela abolição. No entanto, não vemos na Bíblia Paulo e os apóstolos se pronunciarem contra os males da escravidão da época. A epístola de Filemom mostra-nos que os crentes da igreja primitiva não moveram um dedo para mudar a situação. Onésimo, escravo fugitivo, converteu-se por meio da pregação do apóstolo Paulo em Roma. Em vez de Paulo aproveitar a ocasião para combater o mal da escravidão, ele faz um apelo espiritual e insiste para que o escravo Onésimo, embora continuasse sendo escravo, fosse agora recebido como irmão, e irmão amado pelo seu amo Filemom (Filemom 10:16). É claro que não podemos ficar indiferentes a um governo opressor e cruel. Mas, lembre-se, candidato evangélico, de que o recurso do crente é o próprio Deus. O recurso da igreja é entrar na presença de Deus em oração e jejum, depositar diante dEle o fardo que o mundo faz pesar sobre o nosso coração e depois sair para a proclamar as Boas Novas de Cristo aos homens. É importante frisar que a escravidão findou no império romano com os crentes praticando o amor tanto ao capataz como ao escravo. A igreja deve se opor às injustiças sociais, não elegendo seus membros a cargos políticos, mas anunciando o Evangelho que é o poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças.

Chega de querer cumprir a obra de Deus através da política. No Novo Testamento não vemos os apóstolos entrando em aliança com o sistema político partidário de suas cidades. Os crentes da igreja primitiva não tinham poder civil. Tinham poder do céu, influência espiritual e faziam a obra de Deus com imenso amor e ousadia. Você, candidato evangélico, nunca poderá produzir cristãos pelas leis do Parlamento. Portanto, não coloque suas esperanças nas leis dos homens, nem em qualquer reforma, nem em ações políticas. Nunca teremos uma sociedade perfeita. Unicamente a vinda de Cristo irá produzir isso.

 

Candidato evangélico, Igreja e Estado têm esferas diferentes. Por isso, a lealdade do crente é, antes de tudo, para com Deus e sua Palavra. Sua pátria amada é a celestial. Você, candidato, não é da direita nem da esquerda nem mesmo do centro. Você é de cima. Seus valores são espirituais e celestiais. Somos cidadãos do Reino do Céu. Os princípios do Reino Celestial são os que devem subordinar nossa vida e não os estatutos de um partido político. Nosso norte são os valores da Palavra de Deus e não as diretrizes de um partido político. O crente deve dizer como Lutero: “Minha consciência é cativa da Palavra de Deus”.

 

Sr. candidato, sugiro que sua preocupação dominante seja sempre a sua relação com Deus e a sua ansiosa espera pela vinda de Cristo. Finalmente, onde há pontos inegociáveis não há nada para se negociar, portanto, abandone a idéia de ser candidato.

 

Ir. Marcos Pinheiro