quarta-feira, 30 de maio de 2012

O EVANGELHO DOS CHARLATÕES LIBERAIS


                   O EVANGELHO DOS CHARLATÕES LIBERAIS


O teólogo fundamentalista A.W.Tozer disse: “O primeiro sinal da decadência de uma igreja é o abandono do alto conceito de Deus e do Evangelho”. O Evangelho da forma que está sendo anunciado nos dias atuais é muito diferente daquele anunciado pelos apóstolos nos primeiros tempos. A teologia da cruz tem sido abandonada. A doutrina bíblica não é mais considerada como favorável. É considerada como um fardo, algo que os crentes não querem mais “carregar”. O Evangelho da resignação, do carregar a cruz, do sofrimento, da renuncia, do contentar-se com o pouco foi descartado. Na verdade, a membresia da igreja dos charlatões liberais perdeu a noção do que é ser cristão. São “crentes moscas”: ora pousam no mel, ora pousam no esterco.

Há muito relaxamento em nosso meio. Há negligência na santidade, no modo de viver e de tratar. Muitos estão vivendo como se tivessem um salvo-conduto moral. Acham que podem fazer qualquer coisa, já que estão salvos e a salvação do crente é eterna. Sim, a salvação é eterna porque é dom de Deus e os dons de Deus são irrevogáveis (Rm 11:29). Mas, a salvação não dá liberdade para viver na depravação, na imoralidade e na ganância. Por ser o povo de Deus, por ser o corpo de Cristo, a igreja deve viver padrões elevados.

O Evangelho dos charlatões liberais tem feito da igreja uma mediadora da libidinagem alheia, ou seja, uma co-proxeneta de Hollywood. O Evangelho pregado por eles afofa tudo para os crentes. Segundo os charlatões liberais tudo pode ser feito com equilíbrio: fumar com equilíbrio, ingerir bebidas alcoólicas com equilíbrio, se prostituir com equilíbrio, se tatuar com equilíbrio, jogar na loto com equilíbrio e até mentir com equilíbrio é lícito. As palavras bíblicas pecado, arrependimento, perdão e santidade são antiquados. A realidade é que o inferno está cheio de gente que viveu esse Evangelho do “equilíbrio”. Cuidado, pois, com nossos critérios. Onde não há temor de Deus vem o relaxamento, o pouco caso e a decadência espiritual.

 Os charlatões liberais são lobos vorazes que tem usado o Evangelho como meio de ganhar dinheiro. Estão em busca de fama, riqueza e poder, não se importando de modo algum com o crescimento espiritual do seu rebanho. Esses enganadores iludem o povo com o chavão comercialista “Você nasceu para vencer”. Ora, o Evangelho indica que a vida se conquista com a morte. Na verdade nós nascemos para morrer. Para se ter vida é necessário morrer: morrer para a vontade própria. Esses charlatões nutrem um conceito baixo de Deus. Para eles, Deus é o nosso “camaradinha” que nos ajuda nas horas de aflição. Mutilando os conceitos bíblicos, esses falsários tentam transformar o crente num semideus, o qual pode se emocionar à vontade e, em seguida, dar ordens para Deus.

O culto nas igrejas dos charlatões liberais além de ser festeiro, com muitas luzes e fumaça, é Afroditeano, ou seja, revestido de erotismo. Predomina danças, requebros e macaquices sensuais. A exibição das partes íntimas do corpo é sinônima de “modéstia”. No mix de rock, samba e funk as letras musicais exibem sentimentos eróticos: “Jesus... Jesus quero te beijar, te abraçar, sou apaixonado por te”, “... Me leva aos seus jardins...vem dançar comigo Jesus...”. Isso sem contar a bizarrice de se jogar ao chão rugindo e andando de quatro. O mais grave é que esses charlatões no ápice de sua arrogância dizem que suas igrejas são referência nacional e está sacudindo o País com o poder do Espírito Santo.

Um conceito correto de Deus e de sua moral se torna muito necessário em nossos dias. É preciso ter padrões corretos e sadios sobre a moral de Deus. Hoje, nesta era antropocêntrica e narcisista, a igreja deve prosseguir dizendo ao homem: A si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz, e siga a Cristo. No momento em que a proclamação da igreja deixa de ser uma pedra de tropeço para o povo, isto é sinal de que ela traiu o Evangelho. Aliás, no escândalo é que está o poder do Evangelho.

Um dos objetivos dos charlatões liberais é amalgamar os desejos carnais do seu rebanho pelo engano da famigerada teologia da prosperidade. Esses charlatões recebem mamon para espalhar o falso evangelho mikemurdockano e morriscerulloano e com isto, vão construindo seus palácios eclesiásticos para vinte mil membros através de ofertas gigantes. Esses larápios da fé estão enganando o povo escudado no nome do Senhor. Misturam assuntos pagãos com o Evangelho. São teologicamente desengonçados, cabalistas, imitadores dos oráculos judeus, doentes espirituais. Torcem o Evangelho para promover seu império.

O Evangelho tornou-se um alto negócio, e toda sorte de estranhos pássaros estão empoleirados nos seus ramos. Portanto, é preciso testemunhar com coragem e denodo que Deus está chamando a igreja ao arrependimento. Não podemos ficar em silêncio diante de tanta banalidade, mediocridade e irreverência e até mesmo de ufanismo pessoal, em nome do Senhor. Lembremos, a maior grandeza que um crente pode alcançar é diante de Deus. Importa não o quanto valemos para o mundo. Importa, sim, o quanto valemos diante de Deus!

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 13 de maio de 2012

TRAFICANTES DA ÚLTIMA HORA


                                 TRAFICANTES DA ÚLTIMA HORA

Vivemos numa época de apostasia. Nossa sociedade voltou as costas para Deus. O pecado infesta o Corpo de Cristo. Multidões cegas, conduzidas por lobos, estão “louvando” ao Senhor em igrejas escravizadas por falsas doutrinas. O povo de Deus está se vendendo em liquidação ao diabo por todos os lados. A telona, ou seja, a televisão mostra continuamente os traficantes de falsas doutrinas ensinando que algo mau pode ser bom e que o abominável pode ser puro. O mais grave é que os discípulos desses falsários dizem sem o menor acanhamento: “Que maravilha!”.

Os traficantes de falsas doutrinas oferecem uma nova versão do Evangelho. Um Evangelho liberal, adaptado à moralidade do mundo, sem negação de si mesmo, sem renúncia, sem proibições e sem regras. Na verdade esses traficantes estão produzindo filhos da sedução, pois seus seguidores apegam-se aos seus pecados de estimação e adoram se alimentar de doutrinas que justificam o pecado. Ora, a doutrina de Cristo é negar a impiedade e as paixões mundanas, viver de maneira sóbria, reta e piedosamente, no presente século (Tito 2:12).

As igrejas dos traficantes de falsas doutrinas estão inchadas. Isso porque o mundo foi trazido para dentro delas. O Evangelho pregado é sintético, de caminho espaçoso e asfaltado. O compromisso com a cruz passa longe. Para atrair gente é preciso fazer concessões e, líderes que fazem concessões atraem pessoas que gostam de concessões. Desse modo, as pessoas que lá estão querem satisfazer seus desejos como quem vai ao shopping se servir de supérfluos. Nesse contexto, multiplicam-se os supérfluos dentro da igreja: dança do ventre, hula hula, coreografias, jograis, balés, teatro e shows carnavalescos. No momento que isso ocorre, o processo racional se esvai, a unção se deteriora prevalecendo a catarse. A gravidade é que tanto a membresia dessas igrejas e seus pastores não têm uma gotícula de unção, estão na penumbra, não suportam correção e não aceitam ser contrariados.

Os integrantes das igrejas dos traficantes de falsas doutrinas acham que o nudismo é também uma forma de glorificar a Deus. Aliás, os traficantes de falsas doutrinas dizem sempre: “Deus não quer roupa, quer o coração”. A Bíblia oferece um padrão para as vestes do corpo. Desde as túnicas de pele que Deus entregou a Adão e Eva até às túnicas que Ele projetou para os sacerdotes; desde as vestes de Jesus Cristo até às vestimentas brancas dos santos na glória, temos um testemunho coerente. Não estou dizendo que devemos vestir túnicas, mas Adão, os sacerdotes, Jesus Cristo e os santos glorificados nos indicam um fato evidente: o povo de Deus deve cobrir o corpo. As vestes verdadeiramente cristãs não dirão: “Sexo! Orgulho!”, e sim “Pureza! Humildade!”. Em I Coríntios 6:20 Paulo enfatiza: “Glorificai a Deus no vosso corpo”. Lembrar que somos templo do Espírito Santo e que não pertencemos a nós mesmos tem de ser o princípio que nos disciplina. O puritano Richard Baxter comentou sabiamente que as mulheres pecam quando as suas vestes tendem a “enredar as mentes dos que as contemplam, prendendo-as em paixões imprudentes, luxuosas e devassas; e, embora elas digam que não têm a intenção, a culpa é delas, pois fizeram aquilo que prendeu a mente dos homens e não se esforçaram ao máximo para evitar isso”.

Nunca o Evangelho de Cristo foi tão ultrajado como nos dias de hoje. E, como um abismo chama outro abismo, brevemente as igrejas terão lugar reservado para “crentes” fumantes e cantina vendendo vinho e camisinha. Exibirão faixas e cartazes do tipo “Faça sexo seguro, use a camisinha”, “Deus não está mais interessado em virgindade”, “Jovem, você está doente por falta de sexo”, “Incompatibilidade de gênio? A solução é o divórcio” e por aí vai. E, por falar em divórcio, nas igrejas traficantes de falsas doutrinas ser divorciado e recasado é charme. Não é à toa que seus pastores são cognominados “Gideões infiéis da última hora”.

Os traficantes de falsas doutrinas são especialistas em transformar o culto ao Senhor num espetáculo de “caça à benção”, ao invés de encará-lo como um ato de dedicação e entrega a Deus. Na caça desenfreada da bênção o povo é levado à euforia e ao sensacionalismo. Os líderes traficantes estão acometidos da doença “grandãotite”, pois o “eu” instalou-se no lugar que era de Cristo. A experiência, e não a Palavra de Deus dirige a vida desses homens. Para eles, o que realmente importa é o bem pessoal que a experiência possa trazer, sem levar em conta sua autenticidade, nem o crivo da Palavra de Deus. Na verdade os pastores traficantes de falsas doutrinas são “bruxos evangélicos”, pois sua teologia está alicerçada em experiências particulares duvidosas que produzem convicções antibíblicas e uma fé baseada em crendices, que jogam por terra vidas sinceras que poderiam se dedicar inteiramente à glória de Deus.

É hora de despertarmos, é hora de parar com a identificação mórbida com os mortos deste mundo. Se alguém acha que pode ser servo de Jesus, mesmo continuando preso aos prazeres do mundo, comete um erro crasso. A Bíblia diz que o justo não tem prazer no pecado. Precisamos entender que somente um povo santo poderá ser usado por Deus para mudar o rumo que as coisas estão tomando. É urgente buscarmos a santidade de Deus. É urgente voltarmos a uma vida santa que glorifique ao Senhor e redimensione nossos valores. É possível, no meio de tanto engano e novidades do “outro evangelho”, preservar os santos valores.

Minha oração é que a igreja saia de sua atitude de complacência e tolerância com o espírito deste mundo. Nesse tempo do fim Deus vai dar um basta nesse tráfico de falsas doutrinas, pois está capacitando sua igreja com ousadia e zelo, trazidos pelas verdadeiras vozes proféticas!

Ir. Marcos Pinheiro