sábado, 24 de dezembro de 2011

O LOUVOR DO SACOLEJO

O LOUVOR DO SACOLEJO

Na área do louvor a igreja contemporânea está celebrando sua lua-de-mel com o mundanismo. A igreja atual caiu no extremo de considerar que um louvor em que não há êxtase emocional é um louvor morto, que não tem valor. Desse modo, tem-se perdido o foco deixando de lado o aspecto racional e adotando o subjetivo com toque de “mistério”. A cultura do sacolejo penetrou em muitas igrejas evangélicas. O espaço do altar tornou-se palco de shows. A espiritualidade drogada tomou conta do público. Pessoas experimentam momentos de louvor, como se fosse viagens da droga crack. O louvor é um verdadeiro espetáculo: todos riem, todos gritam, todos pulam, todos saracoteiam, todos dançam, todos batem palmas, todos se sentem bem. O “ministro do louvor do sacolejo” é um showman. A platéia se sente tão bem, que tudo parece ser teatro. O sacrilégio é tão grande que, pasmem, até hinos de futebol são tocados em pleno culto, incentivado pelo ministro showman. Enfim, a igreja está entibiada pelo secularismo. O louvor é feito com sentimentos aguçados que se manifestam com sapateado, ginásticas psicodélicas, giros e gestos sensuais. Corinhos de conteúdo bíblico são esporádicos e, em algumas igrejas, são cantados com muita cautela para não espantar a freguesia. Sim, hoje não há mais membresia, é freguesia mesmo. Já que não há mais absolutos, vale tudo para conseguir “gente” para a igreja. Os templos estão parecidos com as casas de shows, e não me refiro apenas à estrutura física e suas parafernálias, tais como jogo de luzes coloridas e fumaça de gelo seco, mas também a sua ideologia. Nesse contexto, o louvor virou baderna. Predomina as “bailarinas de Jesus”, as “dançarinas de hula hula de Jesus”, enfim, predomina o sacolejo.

A música tem as características de um produto exposto para ser comprado e consumido. No louvor do sacolejo o público precisa ouvir, emocionar-se e sacolejar. Ou seja: sacolejo sim, reflexão não.

Os líderes do louvor do sacolejo ignoram a racionalidade do louvor, por isso são “doutores” em provocar sensações com o objetivo de produzir euforia. É preciso entender que o louvor verdadeiro começa na mente. O louvor que não passa pelo entendimento, não é verdadeiro. Se o louvor está saturado de elementos físicos, tais como apresentações de orquestras hábeis e comoventes, o louvor está comprometido e maculado. O teólogo puritano Richard Cox disse: “Todas as coisas na igreja devem ser puras e simples; devem-se remover o mais longe possível os elementos e pompas deste mundo”. Outro puritano, Stephen Charnock enfatizou: “O louvor é um ato do entendimento”. Portanto, no verdadeiro louvor é a mente que deve estar ativa e ser edificada e, as emoções são ativadas pelo que é reconhecido na mente e não pelo poder da música, do ritmo, da estridência ou movimentos gestuais. John Wesley disse: “Acima de tudo cante espiritualmente e cuide para que seu coração não seja arrebatado pela música”. A música é veículo, é meio. Em si mesma ela não é adoração. A música é método de expressão e o método nunca deve substituir a essência da adoração. John Wycliffe, o precursor da Reforma, criticou severamente o uso de sons que incitavam a dançar ou estimulavam os sentimentos no louvor. Agostinho, um dos pais da igreja, disse: “Logo que a música me proporciona mais deleite do que as próprias palavras, confesso prontamente que cometi um pecado grave”.

O problema dos ministros do louvor do sacolejo é que eles perderam a noção da função do cântico. Esquecem esses ministros sacolejadores que o cântico desempenha o papel de ensinar, aconselhar, corrigir e admoestar. O cântico deve instruir na boa doutrina. Mas, esses ministros e grande parte dos compositores contemporâneos compõem cânticos que ferem a riqueza e a profundidade das Escrituras. Sentem-se felizes em sacrificar a doutrina pela diversão.

Os cânticos cristãos devem ensinar uma teologia sólida, uma fé explícita e uma doutrina correta. Calvino disse: “O louvor é o cântico da Palavra”. Em carta escrita a Spalatinus, secretário de Frederick I, Lutero escreveu: “Nosso plano é seguir o exemplo dos profetas e os pais antigos da igreja e compor salmos de forma que a Palavra de Deus possa estar presente entre as pessoas em forma de cânticos”. Cânticos que simplesmente mencionam uma verdade, mas não desenvolve essa verdade são considerados omissos em conteúdo doutrinário. Um cântico que repete do começo ao fim que Jesus é Senhor, mas não acrescenta mais nada, não é um cântico contado entre aqueles com conteúdo teológico. Um cântico que repete várias vezes a frase “Eu te exalto Senhor” e não diz mais nada, é falho do ponto de vista teológico. Jesus é digno de exaltação, mas por que o exaltamos? Que alerta é dado concernente à dignidade do Senhor? Portanto, o cântico é manco e deixa a desejar. Um cântico que repete “Bendize ao Senhor, ó minha alma, pois ele tem feito grandes coisas” e em seguida diz uma porção de outras frases curtas sem expressar porque devemos bendizer ao Senhor, é um cântico teologicamente falho. O que são essas grandes coisas? O salmo 103 diz “Bendize ao Senhor, ó minha alma”, mas os vinte e um versículos seguintes dizem por que nossas almas devem bendizer ao Senhor. É necessário entender que a gratidão bíblica deve ter sua base em fatos objetivos e doutrinários. Se não for assim, é mero sentimentalismo.

Outra idéia errônea dos líderes sacolejadores do louvor é achar que os instrumentos são indispensáveis na adoração. Para eles, sem instrumentos não há adoração. A verdade é que os instrumentos não enriquecem o louvor, apenas disciplina, gerencia o canto da congregação. Em termos espirituais os instrumentos não contribuem em nada. Portanto, o verdadeiro louvor pode acontece com ou sem instrumentos. Charles Spurgeon não possuía nem um órgão em sua igreja, porque ele via como algumas das maiores igrejas haviam descido ladeira abaixo se desviando dos princípios bíblicos concernente ao louvor por causa de seus magníficos instrumentos, da pompa, do esplendor estético, da performance artística e da excepcional habilidade de seus organistas. A beleza e as habilidades musicais, em si mesmas, não são atos de louvor. Precisamos de um avivamento na área do louvor. Mas, avivamento não é descer à rua em marcha com sensacionalismo, euforia e gritaria. Avivamento não é ir ao shopping apresenta-se em cantata. Mas, é subir ao calvário com grande choro!

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 11 de dezembro de 2011

ASSEMBLÉIAS DE DEUS: ACORDEM !

ASSEMBLÉIAS DE DEUS: ACORDEM!

O crescente número de mulheres que estão sendo ordenadas para o ministério é um claro sinal de que a apostasia final já começou. Por muitos anos, somente elementos marginais dentro do pentecostalismo permitiam que elas doutrinassem, porém aquilo que começou como uma gota está agora se transformando em uma enxurrada. A Assembléia de Deus do Distrito Federal na pessoa do Sr. Sóstenes Apolos, homem teologicamente desnutrido, aderiu a apostasia da ordenação de mulheres ao oficialato eclesiástico. A enganação está aumentando e muitas ovelhas de Deus estão sendo enganadas por charlatães disfarçados de ministros do evangelho. Homens réprobos e saqueadores da sã doutrina. À semelhança de Israel, outros pastores da Assembléia de Deus engodados no “evangelho de goma de mascar”, estão causando o erro do povo “Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres dominam sobre ele; ah! povo meu os que te guiam te enganam, e destoem o caminho das tuas veredas” (Is 3:12. Esses réprobos assembleianos fazem o jogo das mulheres mandonas e pregam comichões nos seus ouvidos. Eles morrem de medo das Jezabéis da igreja, por isso eles perguntam a elas o que elas querem que a igreja faça, ou seja, o importante é administrar interesses. Esses corruptos de entendimento pregam sobre Elias, mas não fazem o que Elias fez, nem deixam Elias pregar em seus púlpitos.
O espírito de Jezabel é aquele espírito Satânico que faz com que uma mulher domine sobre o homem. Há um ódio infernal contra a autoridade masculina. Esse espírito começou a caminhar a passos largos na Assembléia de Deus iniciando pelo Distrito Federal. O espírito de Jezabel é anti-pai e anti-Deus, o Pai.
As motivações que levam a ordenação de mulheres a pastoras não são fruto da investigação bíblica, mas sim, o resultado da influência do movimento feminista. Em nenhuma parte do Antigo Testamento uma única ocorrência será encontrada em que uma mulher serviu como sacerdotisa. O sacerdócio e o serviço no Tabernáculo/Templo eram vedados às mulheres e essa proibição nunca foi questionada durante o Antigo Testamento. No Egito, Babilônia e outros povos pagãos havia sacerdotisas. Isso para os judeus, que muitas vezes se identificavam com práticas pagãs, não deveria ser escandaloso terem sacerdotisas em seus templos. Contudo, é inexistente qualquer referência à sacerdotisa no templo do povo de Deus o que nos leva a concluir que não era por causa da mentalidade da época que não havia sacerdotisas nos templos judaicos, mas sim, e unicamente por razões de ordem divina. No Novo Testamento, pastores e diáconos eram exclusivamente homens. Cada um foi chamado e indicado pelo Espírito Santo. As qualificações deles são encontradas em I Timóteo 3:1-13 e Tito 1: 5-9. Portanto, mulheres pastoras é um oximoro espiritual e aqueles que estão sendo enganados por ele não são espiritualmente sábios. Vale salientar que a ordenação feminina ao pastorado é filha do triângulo amoroso entre Liberalismo Teológico, Feminismo e Filosofia unissex. O Liberalismo Teológico se esforça em adaptar a Bíblia aos movimentos culturais seculares e adota como hermenêutica a interpretação alegórica distorcendo textos literais das Escrituras como desculpa de contextualização cultural. O feminismo segue o mesmo modelo do Liberalismo Teológico, ou seja, faz uma releitura deturpada dos textos bíblicos que falam dos papéis das mulheres e dos homens a partir de uma perspectiva amoldada ao humanismo. A filosofia unissex procura deliberadamente acabar com as diferenças naturais entre sexos promovendo uma nova moralidade antibíblica, pois nada pode ser de si mesmo qualificado de errado.
Diante do exposto, como podem aqueles que defendem o ministério feminino explicar o fato de que, durante séculos da história da igreja, não há nenhuma evidência suficientemente considerável de mulheres sendo compelidas ao chamado pastoral? Se Deus designou mulheres para servir no sacerdócio, por que somente depois dos efeitos políticos do Movimento de Libertação da Mulher, houve de fato um ímpeto nessa direção? Será que Deus estava apenas esperando por essa mudança de posição da sociedade para desobstruir o caminho liberando o oficialato eclesiástico para as mulheres? Francamente é difícil compreender um crente piedoso e amante da sã doutrina se deixar levar por tamanha apostasia!
A obediência é o grande segredo de toda a devoção. A fonte de todo o mal desde o princípio tem sido a vontade independente. Onde quer que haja insubordinação haverá pecado e Deus é desonrado. Aceitar a consagração de mulheres ao pastorado é desacato, insolência e insubordinação à autoridade da Palavra de Deus. Pastores da Assembléia de Deus, amantes da Palavra, unam-se e levantem-se contra a apostasia da ordenação feminina. Rejeitem a doutrina dos Himeneus, dos Alexandres Latoeiros, dos Dimas, dos Filetos e dos Janes e Jambres. Rejeitem aqueles que confessam a Deus, mas negam-no com as suas obras sendo abomináveis e desobedientes. Rejeitem aqueles que deixando o caminho direito, erram seguindo o caminho de Balaão que amou o prêmio da injustiça. Rejeitem aqueles cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse. Rejeitem aqueles que se apascentam a si mesmos sem temor sendo como árvores murchas, infrutíferas, desarraigadas. Rejeitem os fraudulentos que se transfiguram em apóstolos de Cristo. Rejeitem os pastores-cães cuja palavra corrói como gangrena. Pastores da Assembléia de Deus, amantes da Bíblia, retenham firme a fiel Palavra, que é conforme a doutrina, para que sejais poderosos, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Sugiro que leiam no meu blog meu artigo “Mulheres Pastoras: Espírito de Anarquia”.

Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

MEDIOCRIZADORES DO EVANGELHO

MEDIOCRIZADORES DO EVANGELHO

Estamos vivendo a época da mediocrização do Evangelho. Pastores inescrupulosos oferecem perdão em troca de dinheiro; anunciam um Deus que se deixa subornar por ofertas; um Deus que é um quebrador de galhos que enriquece as pessoas. Enfim, um Deus que é um babaquara-bonachão com um saco cheio de presentes para dar àqueles que vivem de religiosidade festiva, ou seja, freqüentam a igreja aos domingos, dizimam, ofertam, cantam corinhos, pulam, sapateiam, assobiam, gritam, dão vaias, sopram, espocam bolas, gingam o corpo, gargalham, dançam, rodopiam, sibilam, berram e batem palmas. A ladainha arrazoada dos mediocrizadores do Evangelho é sempre a mesma: “Venha buscar sua bênção”, “Aprenda a vencer o devorador”, “Deus derramará uma unção financeira sobre você”, “Venha recuperar o que o diabo roubou de você”, “Aprenda a viver acima da média”, “Torne possível seus impossíveis”, “Exija seus direitos a Deus”, e por aí vai. Nesse contexto, a posição de servo inútil recuou diante da arrogância do status de filho do rei que reivindica seus direitos. No Novo Testamento há 24 ocorrências sobre “Vontade de Deus”, mas os mediocrizadores do Evangelho insistem em adulçorar a boca de seus ouvintes dizendo que pedir segundo a vontade de Deus é falta de fé. Esquecem esses falsários do Evangelho que direito é mérito e nós temos graça e não mérito. Além disso, Deus é movido pela sua graça e não por nossos méritos.
Hoje os crentes estão como o povo na época de Jeremias: Só querem ouvir coisas boas, como ser rico e o que fazer para ter um carro zero e morar numa cobertura olhando para o mar. Não querem ouvir nada de abandono de pecado, nada de necessidade de arrependimento. Compromisso com Deus, intimidade com Deus, aprofundamento no relacionamento com Deus, santidade, vida de oração, nem falar! Os falsos profetas na época de Jeremias contrastavam a sua mensagem. Os falsos profetas só falavam aos seus ouvintes de vitória, prosperidade, riquezas e futuro radiante. Jeremias falava de juízo, de pecado e necessidade de arrependimento. Para os falsos profetas e o povo, Jeremias era um antiquado, ultrapassado, quadrado, xiita, radical, legalista. Mas, sem se preocupar em ter sucesso, Jeremias disse que os profetas agiam falsamente e curavam superficialmente as feridas do povo. A situação na época de Jeremias é a mesma dos dias atuais. Os crentes não gostam de serem advertidos, não gostam de serem convocados a andarem na contra mão do mundo vivendo uma vida piedosa. Gostam de serem sabujados. Estão infectados com o vírus do Evangelho medíocre o que os deixam ávidos por benção, ou seja, estão acometidos de uma doença: bençãotite. Por outro lado, os inescrupulosos mediocrizadores do Evangelho dizem sempre paz, paz! oferecendo ao povo festas e louvores, louvores e festas, ou seja, a vida religiosa festiva basta. Na visão dos líderes mediocrizadores, o homem não precisa se enquadrar na vontade de Deus, por isso, seus sermões são massageadores do ego e lisonjeiros ao pecador. A pregação desses satânicos homens não é focada nas exigências morais e espirituais de Deus, pois as necessidades materiais dos ouvintes têm mais relevância que a proclamação da santidade de Deus. Esses burlões sempre oferecem a graça de Deus lincada aos bens materiais omitindo a santidade, a vida de renúncia e o abandono de pecado. Esses embusteiros se esquecem que o Evangelho não é um chamado para viver nababesco, mas um chamado para andar com Deus tomando a cruz. Deus não se deixa vender. Deus não é devasso. Deus não se deixa subornar por ofertas. Deus quer caráter e vida submissa a Ele. Ninguém está autorizado a oferecer carro zero, casa própria e unção financeira em nome de Deus. Jesus ofereceu a cruz.
O culto nas igrejas dos mediocrizadores do Evangelho é uma algazarra, uma folia. Tudo é forró, samba, axé e rock. A igreja funciona como um clubão, um barzinho onde os seus membros comem, bebem e se divertem. Não há quebrantamento, nem mudança de vida, nem exortação à santidade. Além disso, os cultos são roteirizados para que as pessoas se sintam bem e saiam satisfeitas consigo mesmas. Nesse contexto, a chamada ao arrependimento é varrida para baixo do púlpito. O negócio é manter uma mensagem secularizante: ter fé, ser bom, praticar o bem, ser solidário. Há muita gente inserida nesses quatro pilares e vão para o inferno. Não há salvação sem arrependimento. O Evangelho trata da rebelião do homem contra um Deus santo que em última instância o condenará ao inferno se ele não se arrepender de seus pecados. De acordo com a Bíblia o Evangelho são as Boas Novas pelas quais os perdidos podem ser perdoados de seus pecados e receber a retidão de Cristo. O verdadeiro Evangelho é: Aquele que não está disposto a perder sua vida para ter Cristo, não é digno dEle. Essa verdade os mediocrizadores do Evangelho não pregam. Para eles, o negócio é alimentar o povo com promessas que Deus nunca fez.
Uma característica dos satânicos mediocrizadores é que eles adoram diluir a doutrina. Vivem fora das balizas doutrinárias e dentro dos muros de revelações, sonhos e visões subjetivas feitas na carne. Ora, diluir a doutrina é destruir os alicerces da vida cristã, é querer por um corpo de pé e em movimento sem a estrutura óssea. A pureza doutrinária é de importância vital: “Quem quer que transgrida e não cumpra a doutrina de Cristo, não tem Deus; Aquele que permanece na doutrina de Cristo tem tanto o pai como o filho” (2 João 1:9).
Precisamos de um avivamento urgente na pátria brasileira. Precisamos nos arrepender do ativismo religioso, da religiosidade festeira e gaiata. Precisamos nos libertar dos sermões gongóricos, louvorzões histéricos e shows gospéis. Precisamos abandonar o discurso do mundo, a cultura do mundo, a sintaxe do mundo, e as práticas do mundo. Precisamos voltar às verdades antigas do Evangelho. Precisamos de uma aguda separação do mundo. Precisamos sentir a nojeira do pecado e nos refugiar na graça de Cristo! Chega de fraude religiosa, chega de enganação, chega de ovações, chega de guloseimas, chega de mediocridade! Que o Senhor traga de volta o senso da eternidade nos nossos corações através do avivamento!

Ir. Marcos Pinheiro






sexta-feira, 21 de outubro de 2011

IGREJA PANETONIZADA

IGREJA PANETONIZADA

O capítulo 3 de Neemias fala da reconstrução dos muros e das portas de Jerusalém. Cada porta tem um significado espiritual para a igreja do Senhor Jesus Cristo. No versículo 6 encontramos: “E a porta velha repararam-na”. A porta velha nos fala de antiguidade, de algo que foi estabelecido a muito tempo, de algo veterano. Ou seja, a porta velha diz respeito à legítima e genuína doutrina cristã. Quando a igreja perde o rumo é porque perdeu o foco da doutrina. Ao perder o foco da doutrina, perde-se a teologia sadia; perdendo a teologia sadia, perde-se a identidade e passa a viver mundanamente. Muitos líderes pensam que precisamos entender o nosso tempo para enquadráramos nele a nossa mensagem. Esse pensamento maligno tem levado as igrejas abandonarem a porta velha, ou seja, a legítima e genuína doutrina cristã. É urgente entendermos que o nosso foco não deve ser um ajuste do que pregamos aos novos tempos, mas sim, como pregar a mesma mensagem de sempre aos novos tempos. A igreja deve se firmar nas raízes bíblicas e encaixar o tempo em que vivemos dentro das raízes bíblicas. O conteúdo bíblico, os preceitos divinos e a doutrina cristã independem do tempo, não podem ser adaptados à época e nem a cultura secular alguma. Judeus e gregos tinham uma visão do mundo completamente distinta, mas a igreja primitiva pregava aos dois grupos a mesma mensagem, a mesma porta velha. Quando Paulo focalizou tempos futuros, ele não prognosticou ao jovem pastor Timóteo nenhum conteúdo diferente. O apóstolo disse a Timóteo: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina” (2 Tm 4:2). Em I Coríntios 1:23 Paulo enfatiza: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado”. Essa mensagem era ofensa para os judeus e loucura para os gregos, ou seja, o conteúdo dessa mensagem não fazia sentido para nenhum dos dois grupos. Mas, isso não intimidou a igreja, não a fez recuar. A igreja não teve dois evangelhos, um para cada cultura. Hoje temos um evangelho africano, um evangelho indígena, outro sul americano, outro asiático, outro escandinavo e por aí vai. A preocupação de muitos pastores é como tornar a porta velha palatável ao incrédulo. Esses líderes oferecem uma doutrina tipo panetone, isto é, encharcada de doces para satisfazer o paladar dos ouvintes dando origem a igreja panetonizada. Os pastores panetonizados esquecem que a tarefa da igreja não é tornar o Evangelho aceitável, mas pregar a mensagem de sempre, mesmo que pareça inaceitável. O Evangelho não pode ser adaptado a tempos, culturas e gostos. Não pode se submeter ao escrutínio do tempo. Quando a igreja tenta fazer isso se tem um Evangelho adocicado, meloso, panetonizado que tem mais o rosto de Freud, Carl Jung, Norman Vicent Peale, Lair Ribeiro, Augusto Cury que o de Jesus. A Palavra de Deus não é um objeto que analisamos pela cultura secular, mas é o microscópio pela qual examinamos a cultura secular. A Palavra de Deus é senhora e não serva da cultura secular; é juíza e não ré da cultura secular; é palavra última e não palavra penúltima. Na parábola do semeador havia diferentes tipos de solos. Não havia diferentes tipos de sementes. A semente é o Evangelho, é a doutrina e, é única.
As conseqüências são desastrosas quando a igreja abandona a porta velha e passa a expor uma doutrina tipo panetone. Nesse contexto, Palavra de Deus é substituída pela a palavra do homem, o pensamento secular é ensinado como preceito divino, o púlpito é desvestido de sua grandeza e de sua santidade e transformado em uma tribuna de ganho pessoal. Quando a igreja descarta a porta velha, cria-se um evangelho sintético de consumo, sem exigências e só oferecimentos. A ladainha é sempre a mesma: “Há poder em você; há poder em suas palavras; você nasceu para vencer; você pode ser rico, basta que você queira porque Deus já liberou uma unção financeira para você”. Quando a igreja despreza a porta velha vira parque de diversão para o povo, agência de emprego para os ociosos, comunidade de moralistas mascarados e quartel de manipuladores: “Olhe para o seu irmão e diga o gigante será derrotado”, “Diga para quem está à sua esquerda e à sua direita hoje você receberá sua benção” e por aí vai. É fácil perceber que o culto da igreja panetonizada é leviano, banal, fútil, e tem consistência de chiclete, pois a mensagem bíblica é trocada pela festa. O povo dessa igreja deixou de ser o povo da Bíblia e passou a ser o povo da caixa de som. O “louvor” da igreja panetonizada é carregado de rock, samba, forró, funk, rap, axé, numa tentativa de mascará a doença estabelecida. Os pastores da igreja panetonizada são promotores de emoções, contadores de estórias engraçadas, gaiatos, humorísticos, astros do púlpito que fazem dos ouvintes um fã clube e não um rebanho para alimentá-los espiritualmente. Esses líderes pregam um deus que dá tudo, compreende tudo, aceita tudo, passa a mão na cabeça de todos e nada exige. Eles oferecem um cristianismo minúsculo amoldado às pessoas; um cristianismo condescendente com o erro, que fecha os olhos para o pecado e aceita todo tipo de comportamento. A conseqüência mais grave é que a igreja panetonizada passa a ser uma espécie de ONG de auto-ajuda auxiliando as pessoas a conviverem com seus pecados. Os pastores da igreja panetonizada não se prendem à porta velha porque querem derrubar celeiros para construir outros maiores e se sentem satisfeitos em reter o status-quo atual, ou seja, eles sabem que se sacudir o banco da igreja com a porta velha significa a perda de poder, de prestígio e até uma aposentadoria gorda. Então, o negócio é pregar para o povo uma mensagem adocicada, aprazível, festeira, gaiata, humorística, teatral e manipuladora.
Nossa maior necessidade é de firmeza na porta velha. Não podemos ser uma igreja fútil preocupada com bens, com patrimônio, com grife, com cimento, ferro, pedra e areia. Devemos ser fiel e sincero na pregação anunciando o conselho de Deus na sua inteireza. Devemos preparar nosso coração para buscar e cumprir a lei do Senhor e ensinar os seus estatutos e as suas ordenanças. Precisamos nos prender à loucura de anunciar uma mensagem que o mundo julga ultrapassada.
Os profissionais da doutrina panetonizada estão com seus dias contados. Os dias de fingir que não vê o pecado vão se acabar. As técnicas bizarras e fraudulentas usadas pelos pastores panetonizados vão ser desmascaradas. Deus está levantando servos e servas que erguerão a bandeira da doutrina legítima e genuína que curará de verdade as feriadas das pessoas chegando á raiz delas: o pecado no coração. Durante a história da igreja, Deus sempre levantou um remanescente que pregou todo o conselho do Senhor. A porta velha nunca deixou de brilhar na história da igreja, apesar da panetonização das mensagens.

Ir. Marcos Pinheiro

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SORTEIOS NA IGREJA? ESSA NÃO!

SORTEIOS NA IGREJA? ESSA NÃO!

Métodos Escusos e antibíblicos têm sido usados por certas igrejas para arrecadar dinheiro. Dentre eles: rifas, bingos e sorteios. Os pastores dessas igrejas passaram a entender que a igreja não é mais o sal da terra, mas o mel do mundo. Nesse contexto tentam justificar dizendo que o apóstolo Pedro se utilizou da sorte na escolha do substituto de Judas Iscariotes e por isso é bíblico fazer sorteios na igreja. Ora, Jesus havia ordenado que os discípulos não fizessem nada até a vinda do Consolador, o Espírito Santo, o qual os direcionaria em tudo (Lucas 24:49). A Igreja, sem dirigente, deveria esperar a vinda do Espírito Santo, sem agir antes. Pedro, porém, precipitou-se e resolveu escolher um novo apóstolo para substituir Judas, o traidor. Pedro agiu antes de o Espírito Santo chegar; ele usou da sorte baseando-se no Antigo Testamento em que Deus permitia em alguns casos o uso da sorte, fazendo expressar Sua vontade. Pedro era cheio de coisas judaicas, ele quis misturar a lei (o uso da sorte no Antigo Testamento) e a graça. Em Gálatas 2:14 vemos o apóstolo Paulo repreender a Pedro pelo fato dele ter obrigado aos gentios viverem como judeus. Isso deixa claro que Pedro era cheio de coisas judaicas, que o levou à precipitação, escolhendo o homem errado para apóstolo, Matias. Todos os apóstolos foram escolhidos diretamente por Jesus Cristo: “E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele” (Mc 3:13). Em Atos 1: 2 lemos: “Depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi levado às alturas”.
Paulo foi o legítimo substituto de Judas, pois foi escolhido diretamente por Cristo. Em Gálatas 1:1, o próprio Paulo diz: “Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus pai, que o ressuscitou dentre os mortos”. De acordo com Efésios 2:20, os apóstolos são fundamentos da igreja, ou seja, a igreja está fundamentada nos apóstolos, e esses, por sua vez, em Cristo, que é a pedra angular. Se Matias foi o substituto de Judas e fundamento da igreja onde estão registrados os sinais de seu apostolado? Onde estão as epístolas de Matias? No entanto, temos quatorze epístolas paulinas no Novo Testamento. Em Efésios 3: 3-5 Paulo fala do mistério de Cristo oculto em Deus durante eras, e que agora se torna conhecido pela revelação dada aos apóstolos e profetas. Paulo se inclui como apóstolo que recebeu tal revelação “Como me foi este mistério manifestado pela revelação” (v3). Depois da eleição de Matias, não vemos mais o seu nome na Bíblia. O nome de Paulo marca o livro de Atos dos Apóstolos, bem como todo o Novo Testamento.
Em João 15:16 Jesus diz taxativamente aos onze que os havia escolhido “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei”. Do mesmo modo Jesus diz com relação a Paulo “Este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios” (At 9:15). Observa-se claramente em atos 1:21-22 que Matias estava entre as testemunhas da ressurreição do Senhor Jesus “Um deles se faça conosco testemunha da ressurreição, e apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias”. Se Matias foi o substituto de Judas por que Jesus ao vê-lo, não o escolheu naquela ocasião? Além disso, verifica-se claramente que, logo que Matias foi escolhido por sorte ele foi contado com os onze apóstolos, mas não diz que ele tenha se tornado um apóstolo “E por voto comum, foi contado com os onze apóstolos” (Atos 1:26). Isto vem revelar o ato precipitado de Pedro.
Aqueles que defendem Matias como o substituto de Judas alegam que uma oração foi realizada antes da sua escolha. Ora, a Bíblia ensina que o Senhor só atende as orações que são feitas de acordo com a sua vontade (I João 5:14). As Escrituras não omitem os erros dos seus servos. Portanto, a oração feita naquele momento estava desconforme com a vontade de Deus, pois o uso da sorte não é prática Neo-Testamentária.
Outros que admitem Matias como o verdadeiro substituto de Judas, afirmam que coube ao apóstolo Pedro a liderança cristã primitiva, liderança essa que teve, todavia, curta duração. Ora, se esse argumento é verdadeiro, então, somos “crentes – católicos”, pois, Pedro teria sido o primeiro papa uma vez que se a igreja pudesse ser orientada por Deus através de Pedro, antes da descida do Espírito Santo, ele seria o vigário de Cristo na terra como afirma a doutrina católica. Se admitirmos Matias como substituto de Judas, somos “crentes – adventistas”. Os adventistas misturam os princípios da lei com os princípios da graça. Pedro misturou esses dois princípios na escolha de Matias quando utilizou a sorte.
Outra passagem usada por aqueles que defendem que Matias foi o verdadeiro apóstolo que substituiu Judas é, I Cor. 15:5 que diz: “E apareceu a Cefas e, depois, aos doze”. Os defensores advogam: “Se Jesus ao ressuscitar apareceu aos doze, e Judas já tinha dado fim a sua vida, se conclui que os doze eram os onze acompanhados de Matias; assim sendo, Matias, foi o legítimo substituto de Judas”. Diante dessa argumentação fica a pergunta: Se Jesus apareceu aos onze com Matias, porque não escolheu Matias naquela ocasião? Ademais, se Pedro e os demais irmãos sabiam desse encontro, porque ainda fizeram eleição, em vez de reconhecerem logo Matias como apóstolo? Observa-se que no mesmo capítulo no versículo 7 lemos: “Depois foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos” o que implica dizer que naquele grupo dos doze não estavam presentes todos os apóstolos. Por isso, é dito “apareceu aos doze” (v5) e não aos doze apóstolos. Diante dessa análise, pode-se afirmar que dentre os doze naquele momento somente dez eram apóstolos. Quem era os outros dois? Os outros dois eram os discípulos de Emaús que narravam suas experiências aos dez quando caminhavam de Emaús para Jerusalém (Lc 24: 36-49). Naquela ocasião da aparição de Jesus dita em I Coríntios 15:5, Tomé não estava presente de acordo com João 20: 24. Oito dias depois Jesus, aparece aos onze, desta feita com a presença de Tomé (João 20:26) por isso a Bíblia diz que, depois de ter aparecido aos doze (dez apóstolos mais os dois discípulos de Emaús), apareceu a todos os apóstolos, ou seja, aos onze incluído Tomé.
A manifestação de Jesus a Paulo foi a última a ser registrada “E, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo” (I Co 15:8). Paulo declara que Jesus lhe apareceu por último no sentido de que foi o autêntico apóstolo porque viu o Senhor pessoalmente e foi comissionado por Ele de acordo com Atos 22:14 para integrar a formação do testemunho inicial de Jesus Cristo constituindo o inicio do alicerce da igreja. Portanto, fica evidente que o Senhor não direcionou aquela sorte usada por Pedro. Pedro seguindo sua impulsividade se precipitou.
O uso da sorte é um mecanismo explorador porque para alguém ganhar, alguém tem de perder. Quando a única maneira em que uma pessoa pode ganhar é quando a outra perde, então o desejo de ganhar virou exploração. A natureza do uso da sorte é: você tem que tirar de um para dar ao outro, tem que fazer muitos perdedores, a fim de levar um a ganhar. O uso da sorte diz que você deve entregar a direção de sua vida ao acaso. Quando uma igreja recorre ao uso da sorte para resolver seu problema econômico, ou para fazer alguma construção ou reforma é um sinal de que essa igreja perdeu a confiança no Jeová-Jiré. Deus cuida da Sua obra e quem deve prover os recursos são os crentes através de seus dízimos e ofertas. Só há uma maneira bíblica de sustentar a obra do Senhor: os dízimos e as ofertas do povo de Deus. Não precisamos de bingos, rifas ou sorteios. Igrejas que se utilizam desses embaraços para arrecadar fundos estão cultuando o “macaco sagrado”. Alguns dizem: “Todo mundo faz”. Ora, nós não somos todo mundo. Somos uma geração chamada para ser separada. Esses pastores têm feito da Bíblia um objeto descartável e por isso adotam os ditames do mundo. Que o Senhor tenha misericórdia!

Ir. Marcos Pinheiro

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

QUANDO SATANÁS VAI À IGREJA

QUANDO SATANÁS VAI À IGREJA

Moisés estava recebendo as instruções, através dos mandamentos divinos, de como deveria ser o culto ao Senhor. Nesse ínterim, aos pés do monte, o povo cultuava um bezerro com alaridos estranhos. Deus disse, então, “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido” (Ex 32:7). O Senhor não poderia continuar orientando um povo que se corrompeu e que rapidamente passou para “outro deus” e “outro culto”, deixando-se levar por “outro espírito”. Infelizmente está acontecendo o mesmo no meio evangélico. Hoje, há um sistema de culto com alaridos estranhos onde Satanás se faz presente. Satanás consegue penetrar numa igreja tão facilmente através de um pastor liberal quanto através da música. O profano tem tomado conta do lugar santo através de músicas irreverentes incitadas por “outro espírito” que é fruto do “outro evangelho”, ou seja, fruto do evangelho medíocre de Satanás.
O envolvimento da igreja com alaridos estranhos começa com a música. A música é a mola-mestra da apostasia. A igreja é o que ela canta. Se o conhecimento de Deus é real no coração da igreja, a música que ela canta há de expressar esse fato. Se a igreja ignora a essência que fez tremer e fumegar o Monte Sinai, a música não será afinada com o caráter e santidade do Altíssimo. Cantar forró, samba, rock, axé, pagode, funk, rap e outros ritmos irreverentes que estimulam a sensualidade, a perversão sexual, pensamento suicida, a violência, a revolta contra a ordem estabelecida, as drogas, a anarquia é, no mínimo, total falta de “Examinai as Escrituras” (Jo 5:39). Esses ritmos profanos são esgotos de Satanás, pois foram criados para promover imoralidade e até mesmo culto aos demônios, uma vez que vieram dos rituais pagãos de invocação aos demônios. Deixam as pessoas eufóricas em uma autêntica catarse produzindo exatamente aquilo para os quais foram criados: concupiscências carnais e decadência moral. Alguns dizem: “Devemos santificar os ritmos”. Ora, as concupiscências do mundo não podem ser santificadas. Não tem como cristianizar as formas de prazeres que o mundo oferece. Vigiemos para que o pragmatismo com sua sutileza não se enraíze mais ainda no meio evangélico.
Os ritmos profanos, alucinantes e alienantes geram estilos de vida irreverentes. Isso se constata nos chamados shows evangélicos onde prevalecem o forró e companhia Ltda. É muito comum a presença de mocinhas com roupas indecorosas e transparentes, fazendo requebros sensuais e gingados carnais sob os olhares concupiscíveis de “adoradores” extasiados. Mas, o Senhor exorta: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me dão nenhum prazer. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos” (Amós 5:21,23). A última expressão pode ser parafraseada assim: “Afasta de mim a batucada dos teus corinhos, porque não ouvirei as melodias da tua bateria e das tuas guitarras”.
Poucos são os pastores que têm preservado os valores do culto bíblico. Querendo agradar a gregos e troianos, rendem-se aos esgotos de Satanás e tentam justificar dizendo: “Temos que quebrar paradigmas, trazer inovações para a nova geração e respeitar a cultura”. Esses mediocrizadores do culto só sabem imitar o que há de pior no mundo. Eles não se santificam e, como conseqüência, tornam-se espiritualmente incapazes de criar um ritmo decente e reverente de louvor a Deus. Nesse contexto, o diabo sente-se à vontade em ir à igreja. Será que esses condutores cegos nunca leram que o mundo jaz do maligno? (I Jo 5:19). Será que nas suas Bíblias não tem Tiago 4:4 “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Os que querem ser amigos do mundo que comam os detritos dos esgotos do diabo, que se alimentem dos ritmos profanos, mas saibam que prestarão conta pela imundícia que têm praticado diante de Deus no santo lugar. Esses líderes, por desvirtuarem algo tão sagrado como o culto, e por pensarem que Deus é um pascácio, colocar-se-ão sob o juízo do Altíssimo. Na verdade esses líderes são Luizgonzagólatras, Ivetesangalólatras, Raulseixasólatras, Johnlennólatras, e por aí vai!
Aqueles que estão fazendo banquetes carnais com os esgotos de Satanás têm argumentos aveludados e aparência de piedade, contudo o seu fim será desastroso, porque quem começa trocando o culto verdadeiro por esterco é porque perdeu todo o bom senso e coerência cristã, e acabará praticando anomalias maiores, amparados pelo falso argumento: “Não tem nada a ver, tudo é cultural”.
O Antigo Testamento apresenta inúmeros exemplos da ira de Deus contra qualquer mistura na adoração a Ele. Nos tempos de Neemias, uma câmara nos pátios da casa de Deus foi dada a Tobias, o amonita, pelo sacerdote corrupto e tolo, Eliasibe. Neemias “lançou todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara” e toda a área foi cuidadosamente purificada (Ne 13: 7-8). Em nossos dias, a mesma purificação é necessária no templo de adoração cristã. Algumas das gloriosas palavras, no final da profecia de Zacarias, falam de modo figurado, sobre o louvor da igreja do Novo Testamento, e dizem que até “as campainhas dos cavalos” portarão as palavras “Santidade ao Senhor” e “as panelas na casa do Senhor” serão tão sagradas como “as bacias diante do altar” (Zc 14:20) . Não penetrará ali nada que seja profano. Se consultarmos o Antigo ou o Novo Testamento, veremos que a pureza e a separação são requeridas no louvor. Deve existir uma clara distinção entre o sagrado e o secular, o espiritual e o mundano. Sempre que a cultura deste mundo representar um viver carnal a igreja deve rejeitá-la. Desse modo, Satanás não irá à igreja.
Em Mateus 26: 30 está escrito: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras”. Jesus cantou com os discípulos um hino de louvor. Refletindo sobre a santidade do Senhor Jesus, cabe uma pergunta: Se fosse hoje, diante do que estamos presenciando, que tipo de hino Jesus cantaria numa igreja? Certamente o Santo Cordeiro do Deus Altíssimo cantaria um hino identificado com o seu santo caráter.

Ir. Marcos Pinheiro

terça-feira, 6 de setembro de 2011

IGREJA OU ONG ?

IGREJA OU ONG?

A evangelização e a obra social são partes integrantes, inseparáveis e indispensáveis na missão da igreja do Senhor Jesus. Quando estudamos o Antigo Testamento constatamos os cuidados de Deus com os pobres, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros (Lv 23:32, Dt 24: 20-21). Em Provérbio 21:13 diz: “O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido”. Isso indica que a própria ação de Deus para conosco, no alívio de nossas necessidades, será um reflexo de nossa ação para com os necessitados que Ele colocar em nossos caminhos. Ou seja, devemos atentar para as necessidades do próximo e supri-las com amor, se quisermos ser ouvidos por Deus quando o clamarmos. Quando discorremos pelo Novo Testamento verificamos que a prática da religião verdadeira é identificada com o coração que se preocupa e age no alívio da necessidade do órfão e da viúva. Em Efésios 2:10 Paulo admoesta dizendo que “Não somos salvos pelas obras, mas fomos criados para as boas obras as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. Em Tito 3:14, Paulo nos ensina que devemos mostrar distinção nas boas obras, a favor dos necessitados, para que não venhamos a nos tornar infrutíferos. Em Efésios 4:28 Paulo ressalta a obra de assistência aos outros, mostrando que um dos propósitos do nosso trabalho é obter condição que nos possibilite ajudar o necessitado: “Aquele que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”. Por outro lado, é notório em todo o Novo Testamento que a alta prioridade na vida de Jesus e de seus discípulos era a divulgação das Boas Novas. O Senhor ordenou que as igrejas fossem ativas na esfera espiritual pregando a Palavra aos perdidos e edificando os santos (I Ts 1:8, I Tm 3:15, I Co 11:33-34). O doutrinamento que Paulo deu aos coríntios mostra que um propósito significativo de seus cultos era convencer os incrédulos e edificar os santos (I Co 14: 24-26). No plano de Deus a igreja é um corpo espiritual com uma missão espiritual. Jesus não estabeleceu um clube social ou esportivo, e não deu aos homens o direito de corromper essa missão espiritual de que incumbiu sua igreja. Infelizmente, o interesse neste mundo tornou-se tão forte que algumas igrejas comportam-se mais como organizações sociais do que como Noiva do Cordeiro. Transformaram-se em ONG. Desconcentraram-se do céu e passaram a pensar que podem acabar todos os males sociais de um mundo dominado pelo pecado.
As igrejas do Novo Testamento não eram instituições sociais que tentavam sustentar todo mundo, nem era seu trabalho ganhar poder político. As igrejas do Novo Testamento se dedicavam de corpo e alma a uma missão bem mais sublime: a salvação das almas. Uma vez os judeus perguntaram a Jesus como fariam para executar as obras de Deus (Jo 6:28). A pergunta veio no plural: “obras”. Jesus respondeu com o singular: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou (Jo 6:29). A maior obra que alguém pode fazer é crer em Jesus. É o que de mais importante há na vida, porque desta decisão depende toda a eternidade da pessoa.
A Igreja-ONG está ficando cada vez mais forte. Sua bandeira é: “Deus está engajado na luta em favor dos pobres, a Bíblia deve ser lida dessa perspectiva, o evangelho é um protesto contra o escândalo da pobreza e um chamado a erradicá-la da vida humana” (Leonardo Boff). Mergulhada nessa visão muitos pastores transformaram suas igrejas em um centro de assistência social destinado aos carentes. Pregam mais sobre questões sociais do que a Cristo porque pensam que o Evangelho só tem o poder de ser o alívio dos materialmente pobres. Esses líderes trocaram a autêntica mensagem do Evangelho e o fulgor da fé por uma ideologia de transformação meramente social. A regeneração pessoal da alma e o novo nascimento foram substituídos por mensagens sobre reforma da sociedade. Quando tentamos olhar a Bíblia na visão da Igreja - ONG encontramos um oximoro, pois Jesus não fez uma opção pelos pobres. Ele manifestou-se como a graça de Deus que traz salvação a todos os homens: ricos e pobres. Quando estudamos os evangelhos constatamos que Jesus nunca desprezou a ninguém e a ninguém rejeitou. Ele proferiu palavras de fé, esperança e de amor a todos que cruzou o seu caminho, entre os quais havia desde os mais humildes, os mais pobres, como os samaritanos e os leprosos, até os mais elevados, como Nicodemos, Jairo e o comandante romano de Cafarnaum.
É preciso entender que o poder restaurador do Evangelho atinge todas as esferas da vida, inclusive a social. Em todas as partes do mundo, onde o Evangelho foi proclamado e os resultados ceifados, existiram transformações sociais profundas, inclusive, menores índices de pobreza. A Inglaterra experimentou grandes transformações sociais nos avivamentos do século 18. A herança da pregação e a prática dos puritanos, no século 17, nos Estados Unidos da América, geraram menores índices de pobreza e mais justiça social. A Escócia experimentou grandes benefícios sociais quando foi sacudida pelas pregações com lágrimas de John Knox. Os bares fecharam suas portas, os prostíbulos deixaram de existir, os magistrados presenteavam uns aos outros com luvas brancas porque não havia crimes para serem julgados; foram os benefícios experimentados pelo País de Gales em 1904 através da poderosa pregação de Evans Robert. Portanto, não devemos nos esquecer de nossas responsabilidades individuais para com os necessitados, mas a proclamação do Evangelho gera avivamento e o avivamento traz benefícios sociais. A igreja nunca deve esquecer-se de estender sua mão ao materialmente pobre, mas sua paixão deve ser a proclamação do Evangelho. Os benefícios sociais virão quando ocorrer uma transformação espiritual no coração do homem e, isso ocorre com a proclamação do Evangelho. O pastor fundamentalista D.M.Lloyd-Jones disse: “A proclamação do Evangelho tem contribuído mais para a solução dos problemas sociais do que todas as idéias humanísticas”.
As Igrejas - ONGS criam associações para fazerem parcerias com os governos a fim de obterem verbas para construções de creches, casa de recuperação para dependentes químicos, e asilos para velhos. Alguns crentes dizem: “Os católicos e os espíritas se beneficiam das verbas governamentais e nós não podemos ficar de fora”. Ora, o nosso modelo são as Escrituras e não os católicos e espíritas.
Esdras capítulo 3 nos informa que a cidade de Jerusalém estava devastada. Zorobabel foi incumbido por Deus para levantar a cidade. Quando os alicerces do templo foram assentados, um grupo de samaritanos dirigiu-se a Zorobabel oferecendo-se para ajudar na construção do templo “Deixe-nos edificar o templo convosco” (Esdras 4:2). Os samaritanos tinham seus próprios deuses e praticavam um culto pervertido. Zorobabel era um homem de Deus que tinha discernimento e imediatamente retrucou: “Nada tendes conosco na edificação da casa a nosso Deus, nós mesmos, sozinhos, a edificaremos” (Esdras 4:3). Em outras palavras, Zorobabel manteve o nível de separação na edificação da casa do Senhor ao recusar o benefício oferecido pelos ímpios. Precisamos aprender com o avivalista George Müller que conheceu como ninguém, o que é viver vendo o invisível, tocando o intangível e crendo no impossível. Müller construiu em Bristol, na Inglaterra, grandes edifícios para abrigar menores carentes, sem ter que fazer nenhuma parceria com o governo britânico. Todos os recursos ele os obteve através da oração. Na hora certa as janelas do céu abriam-se e todas as necessidades daquelas 3000 crianças eram milagrosamente supridas. Os pastores precisam dizer o que Abraão disse para o rei de Sodoma: “Nada quero de ti, nem um fio, nem uma correia de sandália quero de ti” (Gn 14:23). Os pastores precisam dizer em alto tom: “Estou envolvido numa grande obra de modo que não posso descer” (Ne 6:3)

Ir. Marcos Pinheiro








terça-feira, 30 de agosto de 2011

IGREJA DESFIGURADA

IGREJA DESFIGURADA

O fervoroso pastor A. W. Tozer disse: “Se algum arcanjo oferecer-me alguma verdade nova eu lhe pediria referência bíblica”. A identidade da igreja está sendo destruída por líderes inescrupulosos, desafeiçoados, implacáveis, cruéis e inspirados pelo inferno. Esses líderes têm introduzido na igreja elementos estranhos, que desfiguram sua saúde e prejudicam seu funcionamento. Doutrinas exóticas, práticas estranhas, bizarras, banais, carnais que se chocam com valores do Evangelho penetraram abruptamente nos cultos. Louvores esdrúxulos, revelações estapafúrdias, profecias mundanas, bizarrices, catarses, soprões, gargalhada santa, bençoísmo, novecentoísmo, cerulloísmo, malafaiaísmo, valdomiroísmo, macedoísmo, terranovaísmo, soareísmo, joyceísmo e cultos cada vez mais irreverentes dominam todo o ambiente da igreja. A mediocridade é chocante: as pessoas pulam, sapateiam, rodopiam, dão cambalhotas, satisfazem suas necessidades de balanço e maneios, são “arrebatadas” e depois percebem que nada mudou em suas vidas cristãs. Tudo isso tem desfigurado a igreja, que passa a se parecer com um circo, um clube, uma empresa, um SPA, um shopping, uma bolsa de valores, pois nela tem espetáculos, sócios, programas para fazer mimos aos seus congregados, desfiles, fé comercial e compra de bênçãos. A desfiguração da igreja percebe-se nos títulos auto-outorgados pelos líderes desfiguradores: apóstolos, paipóstolos. Daqui a pouco eles serão o vice-Deus e a quarta pessoa da trindade, uma megalomania que adultera as Escrituras.
Em Gálatas 6: 17 Paulo diz: “Eu trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus”. Um dos problemas mais graves da igreja atual é a ausência de marcas, ou seja, cicatrizes. A doença atual da igreja é bençãotite. Muitos querem bênçãos. Querem um Servidor, um Doador de bênçãos. Querem o evangelho de bônus e brindes. Querem afagos, mas não querem cicatrizes. O que se precisa entender é que o cristianismo foi julgado difícil, rejeitado e impugnado. Desse modo, quem pensa que seguir a Cristo é ter um bilhete de primeira classe por este mundo está enganado. Quem pensa em seguir a Cristo sem querer sofre pelo Evangelho está iludido. O exercício verdadeiro da missão da igreja requer abnegação e passa inevitavelmente pelo sofrimento e perseguição. A igreja não está nessa terra para buscar honrarias humanas, nem para recebe aplausos do mundo. Jesus ressaltou que sempre haveria hostilidade contra a igreja fiel. Sua missão é única e singular: Anunciar o Reino de Deus e o perdão dos pecados em Cristo Jesus. A igreja que anuncia “Pare de sofrer” como sendo a essência do Evangelho, não é a igreja do Senhor Jesus Cristo; a igreja que ensina as pessoas dizerem “Sou filho do rei e mereço o melhor”, não é a igreja do Senhor Jesus Cristo. Essas igrejas mentem e falseiam o Evangelho porque oferecem um trono sem sofrimento algum em nome de Cristo. A verdadeira igreja é a da cruz. A Bíblia não chama a igreja a se identificar com Jesus pelo trono, mas pela cruz. O verdadeiro Evangelho é o da cruz, o do Cristo crucificado. Em I Pedro 4:13 o apóstolo enfatiza: “Regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis”. É na aflição e na perseguição que a igreja se sensibiliza mais para a voz de Deus. Certa feita, perguntaram a Katharine Von Bora , esposa de Lutero, o que ela achava das aflições, ao que ela respondeu: “Eu jamais teria entendido o significado dos diversos salmos, nem valorizado certas dificuldades, nem conhecido os mecanismos internos da alma se Deus nunca tivesse trazido aflições à minha vida”. O diabo nunca oferecerá a cruz, porque ele a odeia e a teme. Ele anuncia um evangelho sintético de caminho asfaltado.
Hoje, algumas igrejas com o pretexto de não serem chamadas de ultrapassadas e fanáticas, aceitam o padrão moral do mundo e o adota desfigurando-se como igrejas. Outras abordam temas mais sociais que espirituais, porque querem ser vistas pelo mundo como relevantes, perdendo, dessa forma, a visão de sua missão e transformando-se numa ONG. Ao invés de salvar os pecadores, querem salvar as árvores, as lagoas e as baleias; levantam a bandeira contra o aquecimento global; falam de preservação do meio ambiente, reciclagem do lixo, desarmamento nuclear; aliam-se a partidos verdes, defendem as fontes alternativas de energia e por aí vai. Esquecem que uma alma vale mais que o mundo inteiro. A preocupação da igreja deve ser a sua fidelidade a Deus e não passar ao mundo uma imagem moderna, atual, contextualizada. O mundo não precisa nos aplaudir, mas nos respeitar e reconhecer que temos uma mensagem de vida singular vinda da parte de Deus. O olhar da igreja não é para o mundo, é para Deus; sua identificação não é com o mundo, é com Jesus. Se a igreja não quiser ser desfigurada ela tem que se auto-avaliar pela Palavra de Deus e não pelo mundo. O sal não fica com gosto de feijão, mas o feijão fica com gosto de sal. Jesus espera que a igreja deixe marcas no mundo ao invés de ser marcada por ele. Urge a igreja voltar à prática do verdadeiro cristianismo: Separação, obediência, humildade, simplicidade, e seriedade. Precisamos purificar o templo, removendo os mercenários e os cambiadores, e ficarmos sob a autoridade do Senhor ressurreto. Derrubemos as mesas da profanação do Evangelho e afirmemos a santidade a Deus!

Ir. Marcos Pinheiro



quarta-feira, 27 de julho de 2011

SOCORRO! CORINHOS INVERTEBRADOS

SOCORRO! CORINHOS INVERTEBRADOS

Lamentavelmente o louvor em muitas igrejas está em estado de coma. A igreja está sendo massificada por um amontoado de corinhos invertebrados, ou seja, sem pé nem cabeça onde o que vale não é se o que se canta é bíblico, mas se faz bem. A maioria dos corinhos cantados em nossas igrejas é uma apologia ao cristianismo de lagoa: esparramado e raso. Corinhos ingênuos, banais, tremelicosos, fragmentados, catárticos, aguados, tupiniquim, amebianos, tolos, de letra capenga, sem sentido, de música pobre e de teologia estropiada. Corinhos que não passam de quinquilharias e bugigangas, pois não têm um conteúdo bíblico denso, mas um conteúdo light-dietético, mais para ginga e requebro que para reflexão. Corinhos que insultam a Deus rebaixando-o ao nível infantil, pois apresentam Deus como “fada madrinha” ocultando Sua santidade. Têm ritmo e estridência, porém são vazios de letra bíblica. Quando na letra se fala de Jesus é para induzir as pessoas projetarem seus sonhos de consumo. São monocrômicos, isto é, pintados com uma só cor, ou seja, é sempre a mesma ladainha, a mesma lenga-lenga: beber nos teus rios, mergulhar nos teus rios, encher meus celeiros com os frutos da terra, voar nas asas do Espírito, Deus sonha os teus sonhos, Deus investe nos meus sonhos, os sonhos que Deus sonhou para mim, estar apaixonado por Jesus, quero te tocar, quero te abraçar, amamos louvar-te, viemos te louvar, subir o monte Sião, subir acima dos querubins, uma série de expressões invertebradas. Louvor não consiste de palavra sobre louvor, mas sobre o Senhor. Louvar não é dizer “amamos louvar-te”, “viemos te louvar”. O que Deus é, e faz é que nos leva a nos prostrarmos diante dEle maravilhados e, refletir sobre os seus atos, seu amor e sua graça em adoração. O monte Sião é uma tipologia do Evangelho e cada crente já está nele (Hb 12: 22-29). Subir acima dos querubins é problemático, pois quem quis subir acima dos querubins foi Satanás e foi expulso do céu (Is 14:13). Portanto, toda letra de cântico deve ser submetida ao exame bíblico. O certo não é o que se a pessoa canta lhe faz bem. O certo é o que está de acordo com a Bíblia. A música evangélica deve ter função pedagógica e não recreativa, ela não é acessório, nem adorno, nem passa tempo, nem é para variar o culto; ela deve ensinar as grandes verdades da fé cristã. Agostinho, um dos pais da igreja disse: “Se a música me proporciona mais deleite do que as próprias palavras, confesso prontamente que cometi um pecado grave”. Os hinos de Watts e Wesley instruíram inúmeras pessoas, de agricultores a nobres, nas grandes doutrinas cristãs. Lutero firmou a Reforma com suas pregações, seus escritos, mas muito mais com seus cânticos. Os cânticos devem ter uma recitação teológica, uma apresentação clara de doutrinas. Na ótica vertical a finalidade dos cânticos é a glória de Deus, na ótica horizontal é ensinar, instruir. Poucos são os corinhos que exortam à confissão de pecados, que falam de missões, da Bíblia como Palavra de Deus. A maioria de suas letras não canta a cruz, o sangue que purifica de todo o pecado, o túmulo vazio, o perdão dos pecados, o caminho estreito, a necessidade de arrependimento e santificação dos crentes. Canta-se vitória, mas não se canta integridade, renúncia e negação de si mesmo.
Nossa bandeira é Cristo e sua cruz. Qualquer cântico que conspurcar essa bandeira blasfema. Alguns dizem: “Os corinhos são necessários porque o culto tem que ser alegre”. Ora, somente aquele que sentiu seu pecado, clamou por misericórdia e recebeu o perdão tem alegria. Somente aquele que se angustia como Isaías, pode ter alegria: “Ai de mim que estou perecendo, porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Is 6:5). Outros dizem: “A letra dos cânticos não interessa, o que importa é a intenção”. A verdade é que muitos querem um culto para se soltar e não para aprender as verdades Escriturísticas. Querem um agito e não reflexão. Observa-se que ao cantarem esses corinhos tremelicosos e catárticos, a congregação faz cara de quem sente dor renal, apertam os olhos com ar sofrido, e se requebra. Se o louvor satisfaz a necessidade de balanço é um louvor medíocre. A adoração em espírito e em verdade é a consciência do Sagrado e o quebrantamento diante do Senhor. O que conta na adoração é a contrição e não a recreação. A verdadeira adoração nos leva a uma séria reflexão sobre os atributos e atos de Deus, e Ele deve ser exaltado na fala de adoração. Ninguém pode ser um palhaço e um adorador. O mais grave disso tudo é que os “ministros” de louvor se preocupam em manter a congregação eufórica e satisfeita consigo mesma, ora através de seus berros, ora através de sua voz embargada. Ninguém merece esse tipo de “ministração”! Os compositores, cantores, e “ministros” desses corinhos invertebrados se colocarão um dia sob o juízo do Altíssimo por sabotarem e desvirtuarem algo tão sagrado como a adoração e por pensarem que Deus é um bobalhão. O verdadeiro louvor produz o grito de Isaías: “Ai de mim”.
O ministério da saúde tem se mostrado preocupado com os jovens brasileiros no que diz respeito à alimentação. O consumo de hambúrguer, cachorro quente, batata frita e refrigerante tem sido assustador pelos jovens. Isso acarreta uma série de doenças. Há igrejas vivendo de hambúrguer, cachorro quente, batata frita e refrigerante, ou seja, vivem de louvorzões movidos a corinhos invertebrados, por isso estão na UTI. Corinhos sem pé nem cabeça treinam as pessoas a adorarem apenas com a metade de sua mente e a metade de sua sinceridade e seriedade, pois tendo a consistência de chiclete produz sensação agradável, mas não dá profundidade. Nesse contexto, as pessoas passam a obter prazer na música e não nas palavras.
Hinos e cânticos em nossas igrejas precisam de doutrina correta para edificar. Necessitamos de uma hinologia bíblica e teologicamente correta. Queremos cânticos ricos na sã doutrina, em conformidade com a fé que uma vez foi dada aos santos (Jd 3). Socorro! Chega de corinhos invertebrados. Abaixo os corinhos sem pé nem cabeça!

Ir. Marcos Pinheiro



terça-feira, 19 de julho de 2011

EXECUTIVOS DO PÚLPITO

EXECUTIVOS DO PÚLPITO

O colapso da igreja evangélica pode ser atribuído a uma série de fatores. Porém, ultimamente a igreja tem sido veementemente bombardeada pelo secularismo. Muitos pastores estão convertendo o sistema estrutural da igreja em uma entidade baseada mais nos princípios do mundo empresarial do que nas instruções da Palavra de Deus. Como conseqüência, a igreja passa a operar como empresa e o pastor emula a personalidade de um executivo. A estratégia é adotar o sistema gerencial da modernidade, ou seja, definir metas e objetivos, fazendo-os compreensíveis para cada membro da igreja. O pastor passa, então, a ser julgado como um homem de negócios, um executivo, e não pela sua capacidade de pregar, ensinar e aconselhar. O importante é a sua capacidade de fazer a igreja funcionar eficientemente em termos de arrecadação. Um executivo do púlpito disse: “Pense na igreja como uma agência de serviço, uma entidade que existe para satisfazer as necessidades das pessoas”. Vender Jesus é uma arte do executivo-pastor. Na igreja do executivo-pastor o evangelismo nem de longe é focado em Deus, mas antes, nos consumidores. Em suas mensagens, o executivo pastor, usa ditados populares, gírias e emprega incorretamente as ferramentas da exegese e da hermenêutica. Eles são numéricos e quantitativos, por isso o estilo humorístico prevalece para prender a platéia. Portanto, não há diferença entre suas igrejas e qualquer negócio em que se usa telemarketing. Os executivos-pastores são marqueteiros ardilosos cuja estratégia principal é tentar persuadir as ovelhas que têm os mesmos interesses que eles. São ostentadores de títulos e com altivez se adentram na igreja com sua pasta de executivo exibindo seus anéis nos dedos. E a Bíblia? Está dentro da pasta. Geralmente têm uma poupança gorda, carro do último tipo, jatinhos, além de residirem em mansões. Uma característica dos executivos do púlpito é que à semelhança de Arão, eles subjetivam a Palavra de Deus e dizem: “Amanhã, será a festa ao Senhor”, porém os elementos da festa são padronizados pelos livros seculares de marketing. Em muitos seminários os seminaristas estão sendo treinados muito mais em habilidades publicitárias, negócios e marketing do que em teologia e aulas de aconselhamento pastoral. Todos esses futuros pastores serão gerentes de um negócio “espiritual” e transformarão suas igrejas em empresas com tintura religiosa. Em suma: esses seminários são verdadeiras fábricas de lobinhos. No mundo empresarial constatamos que muitas lanchonetes inicialmente vendiam somente sanduíches, depois passaram a oferecer café da manhã, e depois almoço. A implicação disso consiste na visão de que é imbuído o executivo do púlpito, ou seja, a exemplo das lanchonetes, a igreja deve descobrir o que as pessoas querem e oferecer-lhe isso sem considerar os aspectos doutrinários.
O princípio norteador dos executivos do púlpito é extremamente humanista, pois procuram mensurar o intangível e o sobrenatural. Usam uma escala de receptividade onde os incrédulos são classificados como altamente resistentes ao evangelho, indiferentes ao evangelho e altamente receptivos ao evangelho. Segundo os executivos-pastores, a construção e a quantificação dessa escala servem como base para a evangelização e possibilita melhor utilizar os obreiros e maximizar a distribuição de recursos da igreja. A construção de escala bem como a sua quantificação é usada por empresas no lançamento de novos produtos. Materializar a obra do Espírito Santo é ultrajar a soberania de Deus. Subordinar as ações soberanas do Espírito Santo às equações e escalas da engenharia da qualidade total é fazer da igreja uma empresa, é colocar Deus na periferia. Não é o mapeamento da receptividade ao evangelho, nem a aplicação específica de qualquer técnica ou metodologia empresarial, nem o estabelecimento de alvos numéricos que fazem a igreja ser igreja. O que faz a igreja ser igreja é ela viver na presença dEle, depender da graça dEle e obedecer a Sua Palavra. Dentro da vontade prescritiva de Deus, isto é, seus mandamentos, seus ensinamentos, suas diretrizes, seus aconselhamentos e suas admoestações, a igreja tem a responsabilidade e o deve de planejar suas ações, mas não de arbitrar as metas e resultados numéricos que só a Deus pertence. A igreja não é empresa para aferir a validade de suas ações. O profeta Isaías foi mandado a pregar, já com a certeza da rejeição e da ausência de resultados (Is 6:9-11).
É preciso entender que a igreja constitui-se de pessoas que provaram a graça de Deus na pessoa de Jesus Cristo identificando-se com Ele na Sua morte e ressurreição. A igreja não depende do modelo empresarial para sobreviver, pois ela vive e sobrevive por ser o corpo de Cristo na terra. A igreja é sobrenatural, nasceu no coração de Deus (Ef 1:4) e está edificada sobre o Senhor Jesus. A igreja que não é empresa fica com a Bíblia, toda a Bíblia e nada mais do que a Bíblia!
A verdade é que o executivo-pastor trouxe o modelo empresarial para dentro da igreja e minimizou a função do Espírito Santo. Precisamos de novos Luteros, novos Calvinos e novos Zuínglios que toquem a trombeta e coloquem abaixo as igrejas travestidas de empresas. Precisamos não de ajuntamento social, mas de comunhão orgânica dos santos. Precisamos de uma fé bíblica e não de uma fé comercial. Precisamos ruminar a Bíblia Sagrada e não os livros de “Relacionamentos e Vendas”. Precisamos de homens que dobrem os joelhos não diante do cogumelo empresarial, mas diante da videira verdadeira. Precisamos de pastores que sejam provedores espirituais do rebanho e não de pastores materialmente bem providos pelos fiéis. Precisamos não de executivo-pastor, mas de pastor-pastor.

Ir. Marcos Pinheiro





quarta-feira, 13 de julho de 2011

MINISTÉRIO DE TEATRO? ESSA NÃO!

MINISTÉRIO DE TEATRO? ESSA NÃO!

Estamos vivendo a época em que a igreja descartou tudo o que é antigo e abraçou tudo o que é novo. O tema hoje é: “Novos tempos exigem novas soluções”, ou seja, precisa-se de um novo tipo de pastor, um novo tipo de louvor e um novo modelo eclesiástico. Alguns têm uma nova “revelação” e outros até um novo Deus. Um Deus patético, sintético, bonachão, brincalhão e teatral. Nesse contexto, a igreja do Senhor Jesus tem se transformado em um grande parque temático onde se encontra a oferta de um cristianismo inconseqüente por utilizar os modelos do mundo em suas práticas. A igreja passou a ser uma instituição meramente sociológica onde seus líderes aplicam categorias de pensamentos seculares adaptando-a aos novos tempos. O culto solene e de grande edificação à igreja na glorificação de Jesus Cristo, vai perdendo lugar para as novidades mundanas inspiradas por “outro espírito” e endossadas pelos pastores novidadeiros. Esses pastores são novidadeiros porque sempre apresentam novidades para manter as ovelhas entretidas, ou quem sabe, também os bodes. Para os pastores novidadeiros, ou seja, pastores do “outro evangelho”, não lhes interessam os meios desde que haja “casa cheia”. Charles Spurgeon disse: “Não poso imaginar um instrumento mais útil a Satanás do que ministros mundanos”. Essa geração de pastores interessados em atrair massas tem se levantado contra as santas tradições que nos foram ensinadas por palavras e epístolas “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que nos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístolas” (2Ts 2:15). Nesse contexto, eles criaram o “ministério” de teatro. O lamentável resultado é o povo sem identificação com o supremo pastor – Jesus Cristo. Não há nenhum exemplo de apresentação teatral no Novo Testamento. A Bíblia nunca apresenta os crentes realizando teatro no momento de culto. Os pastores novidadeiros pertencem a geração de “Janes” e “Jambres” que se rebelam contra a sã doutrina. Misturam o sagrado com o profano e, aqueles que não concordam com suas práticas as quais têm o aval do diabo são taxados de radicais, legalistas e colocados de escanteio. O pregador puritano Thomas Watson disse: “Cultuar um falso Deus é proibido; cultuar o verdadeiro Deus de uma maneira falsa é também proibido”.
As peças teatrais obscurecem a linha de separação entre o verdadeiro culto e o entretenimento, especialmente numa geração encharcada por televisão como a nossa, na qual uma das insidiosas expectativas é ser entretida. Portanto, o teatro na igreja muda o foco das atenções, de Deus para os talentos artísticos. E essa mudança é revelada por meio do aplaudir no final da apresentação. Quem é o beneficiário dos aplausos? Claro que são os artistas da peça e não Deus. Portanto, quando as peças teatrais são agregadas ao culto, cultua-se o nada. O culto deve ser espiritual, e não uma performance estética. Deus não é um esteticista que se propõe a apreciar as habilidades e os dotes artísticos. O prumo de um culto não é a estética dos adoradores, mas a proclamação de “Que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2Co 5:19). Além disso, as peças teatrais são fábricas de uma espiritualidade sintética, fantasiosa, não real. As peças teatrais expõem o Evangelho como produto de fim de feira, isto é, barato, fácil, sem renúncia, sem cobranças, sem comprometimento, sem cruz, com porta larga, caminho amplo e asfaltado que não condena as iguarias do mundo e, por isso é facilmente degustado. O problema das peças teatrais é que na tentativa de repetir os episódios bíblicos, existe uma grande dose de alegorização dos textos bíblicos, e total desrespeito pelo contexto histórico dos mesmos, bem como a falta de distinção entre o que é descritivo na Bíblia, e o que é normativo para as experiências cristãs. Os artistas das peças teatrais apresentam-se na plataforma das igrejas com roupas sensuais, pinturas jezabelescas e calças apertadas que defraudam expondo a “barriguinha evangélica”. Indiferença total aos preceitos bíblicos que condenam a falta de pudor. Além disso, nessas apresentações teatrais há o rebolo, o gingado, o bate o pé e até cambalhota e, a torcida entorpecida bate palmas. O pastor e teólogo fundamentalista D.M. Lloyd-Jones disse: “A reforma protestante acabou com as peças teatrais na igreja; A reforma livrou-se de tudo isso, e é muito triste observar que pessoas estejam tentando levar-nos de volta àquilo que os reformadores viram claramente que estivera ocultando do povo o Evangelho e a verdade. Se você fizer uma pantomima das Escrituras ou exibir delas uma representação dramática, estará desviando a atenção do povo para longe da verdade comunicada pelas Escrituras”
Alguns dizem: “As peças teatrais atraem as pessoas para a igreja”. Ora, isso entra em confronto com o que Jesus disse: “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim” (João 12:32). É somente Jesus quem atrai. Se numa igreja Cristo não mais atrai, infelizmente ela o trai. Jesus não tinha uma técnica para atrair as pessoas. Ele pregava as boas-novas do Reino. Corações que querem Deus se abrem para a mensagem de boas-novas. O uso do teatro “evangélico” para a igreja só traz mais joio para o trigal além daquele que Satanás planta. A igreja não precisa se adaptar a novos tempos nem necessita de novas técnicas e modelos. Não precisa de novidades, mas de “velhidades”, ou seja, precisa da velha mensagem da cruz. Querer abraçar o modismo do teatro e recusar o que foi cristalizado há séculos é estultice. É diferente ter uma membresia atraída pela mensagem de Jesus e ter uma membresia atraída por técnicas e métodos mundanos. Um dia, aqueles que foram atraídos por modelos mundanos descobrirão que o mundo oferece mais, e irão novamente atrás do mundo. Porém, aqueles que se renderam ao Evangelho de Jesus permanecerão. O enriquecimento da igreja vem do Espírito Santo, da comunhão com Ele, do abandono do pecado e do aprofundamento nas Escrituras e não através de modelos carnais. É hora de colocar o azeite na candeia e aguardar o noivo amado que virá em socorro da noiva fiel, a igreja que não se contaminou com os manjares do mundo. Quero terminar expondo a exortação de Provérbio 22:28 que diz: “Não removas os marcos antigos que teus pais estabeleceram”

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 10 de julho de 2011

EVANGELHO SUBORDINADO À CULTURA? ESSA NÃO!

EVANGELHO SUBORDINADO À CULTURA? ESSA NÃO!

A frase muito usada por aqueles que classificam a cultura de um povo como sendo moralmente neutra é: “Isso faz parte do contexto cultural, é uma questão de usos e costumes”. Nessa visão, passa-se a aceitar indiscriminadamente todos os aspectos daquela cultura, ou seja, tudo que aquele povo produz e faz é considerado cultura mesmo que contrarie a Palavra de Deus. A conseqüência é que o Evangelho passa a ser hóspede da cultura, passa a ser subordinado à cultura daquele povo. A igreja tem que ter discernimento moral para separar formas comportamentais que não condizem com a Palavra de Deus independentemente de serem classificadas como cultura ou não. Não se pode aceitar uma cultura sem antes analisar o que ela tem de antibíblico. A cultura de um povo não é neutra. Ela reflete o caráter moral e espiritual das pessoas que a compõem, portanto, traz valores e preceitos que não condizem com a Palavra de Deus e, que precisam ser transformados. Desse modo, nem tudo que provêm de um povo deve ser absorvido pela igreja do Senhor Jesus. Alguns afirmam que se numa cultura a poligamia é tida como prática normal, a igreja deve abandonar o padrão bíblico da monogamia e aceitar a poligamia; se noutras culturas o assassinato das primeiras crianças do sexo feminino, o adultério, o nudismo e a exploração da mulher são vistos como práticas normais, a igreja não deve encarar essas práticas como transgressão aos preceitos morais da Palavra de Deus.
É preciso entender que a Palavra de Deus é suprema e a moral é um princípio que transcende a cultura. A adaptabilidade da fé cristã à cultura é uma violação ao Evangelho, é um agravo à moral de Deus. As verdades imutáveis das Escrituras não podem ser subordinadas aos modismos mutáveis da cultura. Não se pode aceitar uma cultura às cegas, ou seja, sem ter a visão nítida do que essa cultura tem em contrário à Palavra de Deus. O resultado da adaptabilidade da fé cristã à cultura são as teologias locais. Há uma teologia escandinava, outra africana, outra indígena e assim por diante, como se os princípios descritivos de moralidade revelados por Deus na Sua Palavra fossem obsoletos. Os modernistas-liberais terão de dizer que o apóstolo Paulo era um legalista, pois suas observações fora politicamente incorretas e anicultural quando orientou o jovem pastor Tito quanto aos habitantes da ilha de Creta (Tito 1:10-13). Muitos, daquela cultura cretense, haviam trazido para dentro da igreja, comportamentos não condizentes com a Palavra de Deus, Paulo então orienta Tito dizendo-lhe que rejeitasse e repreendesse severamente aqueles que estavam na igreja e refletiam o comportamento cultural dos cretenses. Quando se aceitam os aspectos culturais como sendo moralmente neutros, então, há de se aceitar dentro das igrejas as danças sensuais, dentre elas, a dança do ventre, como uma expressão cultural ingênua e não como uma propagação da imoralidade. Um herético disse: “Um cordão para cobrir o corpo de uma mulher é uma questão cultural, dentro da visão indígena, nada tendo de imoral”. Aqui cabe a pergunta: Será que a cultura é algo tão supremo e destituído de valor moral? Claro que não, pois foi o próprio Deus que vestiu Adão e Eva caídos em pecado. Na lógica humana, o casal decidiu fazer cintas com folhas de figueiras para cobrir a sua nudez. Imediatamente Deus na Sua infinita misericórdia matou animais e proveu graciosamente túnicas de pele (Gn 3:21). O Senhor substituiu as cintas de Adão e Eva por túnicas para mostra-nos que a Sua vontade é que usemos vestimenta que cubram o corpo e não meramente um tipo de vestimenta mínima.
É preciso entender que o Evangelho do Senhor Jesus é juiz e redentor e nunca submisso aos desvios comportamentais. Quando a Bíblia diz em Gênesis que Deus criou o homem à nossa imagem e semelhança; a imagem de Deus no homem torna esse homem uma criatura moral. Assim, a cultura não é algo supremo destituído de valor moral. Algumas pessoas dizem: “Há cultura em que a exposição dos seios da mulher não é afrontosa, mas sim a exposição de seus joelhos, então nessa cultura as mulheres podem cultuar nosso Deus com seus seios expostos”. Ora, uma mulher dessa cultura convertida deverá cobrir os seios bem como os seus joelhos, pois as Escrituras nunca podem ser refém dos usos e costumes dos povos. Segundo o teólogo liberal Rudolf Bultman, deve-se contextualizar a mensagem bíblica pelos padrões da cultura. Isso é grave, pois equivale a tirar a Bíblia de seu contexto histórico-literal-sacro o que leva a adulteração da mensagem dando início a um processo de apostasia. Jesus não se preocupou em contextualizar sua mensagem pelos padrões culturais de sua época. Ele confrontou seus seguidores de modo direto. Por isso, muito dos seus seguidores o abandonaram e já não andavam com Ele. A mensagem de Jesus se desvinculava de preocupações sociológicas, antropológicas, psicológicas e políticas. Portanto, o Evangelho é confrontador, é ofensivo ao homem natural e, no momento que se tenta contextualizar o Evangelho pela cultura dos povos e pelos seus usos e costumes, altera-se a essência da mensagem. O pudor expresso na Bíblia é válido para qualquer cultura. Quando se aceita a cultura como referencial, rejeita-se o ensinamento bíblico.

Ir. Marcos Pinheiro


domingo, 3 de julho de 2011

O FIGURINO BÍBLICO: MODÉSTIA E BOM SENSO

O FIGURINO BÍBLICO: MODÉSTIA E BOM SENSO

O texto bíblico usado pelo apóstolo Paulo que trata a respeito da composição das vestes da mulher cristã está em I Tm 2:9: “Da mesma sorte que as mulheres em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestidos dispendiosos”. Na mesma linha de pensamento, Pedro exorta enfaticamente: “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos”. À luz destas passagens, medidas éticas e disciplinares são recomendadas e merecem atenção especial. Há realmente mulheres, que se tornam indecentes, na maneira de trajar, usando vestidos transparentes ou escandalosamente decotados. Às vezes, aparecem com as costas desnudas e o busto quase totalmente exposto, numa demonstração de evidente carnalidade. Existem, ainda, as preferências pelas mini-saias, as quais despertam a lascívia dos olhares cupidinosos. As vestes falam bem alto dos sentimentos do interior e das pretensões do coração, ou seja, “o como” nos vestimos está relacionado com “o que” somos por dentro. Em nossos dias percebe-se que o espírito de prostituição na casa do Senhor tem caminho livre através da moda desavergonhada e provocante. E, o pior é que pastores retrocedem. Não ousam abrir a boca, e dobram-se à imposição diabólica da moda devassa. Esses líderes são como diz o profeta Isaías “cães mudos” (Is 56: 10). Atualmente, o padrão definido pelos meios de comunicação como sendo a mulher ideal é a sensual, geralmente pouco vestida, que exibe o corpo como mercadoria. Não se procura a mulher virtuosa, mas a mulher formosa. É o reflexo de uma sociedade que cultua o corpo e que tem a mulher apenas como um pedaço de carne em exposição num açougue chamado exibicionismo. É preciso que os servos e as servas de Deus não se deixem aviltar pela imposição diabólica da moda, mas se ataviem com trajes decentes, com modéstia e bom senso.
O figurino que traz modelos elegantes, sóbrios e modestos são os traçados pelo Espírito Santo – “Que as mulheres se ataviem com modéstia e bom senso”. A palavra modéstia no grego é “aidos” que quer dizer “respeito”. É usada como sinônimo de pureza moral de comportamento. Tal pureza não exibe ostentação nem sensualidade. A modéstia procura não atrair a atenção para si mesma nem se mostrar de maneira inconveniente. Portanto, a modéstia é o elemento chave do caráter cristão e, as vestes devem fazer a mesma “confissão” que os lábios fazem. Vestir-se com modéstia significa um sentimento moral que inclui respeito para com o sentimento de outros, ou seja, indica um senso de respeito aos limites de conveniência. Enfim, a modéstia não quer exibir-se, não se revela em nudez quer na igreja ou fora dela. Por outro lado, a palavra grega para “bom senso” é “sophrosune” que indica controle das paixões e dos desejos. O filósofo Aristóteles fazia dessa virtude um fator normativo em toda a ação ética, intitulando-a de virtude áurea. Desse modo, “bom senso” deve ser entendido como um estado de controle sobre si mesmo na área de apetites. Paulo passa a idéia de autocontrole nos apetites físicos o que impede o surgimento da tentação à imodéstia. Portanto, “bom senso” possui uma conotação especificamente sexual. É claro que não se deve descartar que Paulo combate nesse versículo o aparato de vestuário, pois ele enfatiza “não com vestidos dispendiosos”. A palavra “dispendioso” no grego é “poluteles” que significa, “caro”, “luxuoso”. Roupas luxuosas, caras e extravagantes além de levar a uma vida de ostentação para o gáudio próprio e humilhação para os mais pobres da igreja, resultam em dispêndio inútil e atentam contra a recomendação apostólica da simplicidade. O figurino bíblico não exala sexo, ostentação e dinheiro, mas pureza e humildade. Calvino disse: “Onde a cobiça reina no íntimo, não haverá modéstia nas vestes exteriores”. Acrescenta ainda “A vestimenta de uma mulher piedosa tem de ser diferente das vestes de uma prostituta, se a piedade tem de ser provada pelas obras, a verbalização de ser crente também precisa ser visível em vestes decentes e apropriadas”. Nos tempos bíblicos a caracterização de uma prostituta era a revelação de seu corpo através de suas roupas sensuais. Não havia nenhuma dúvida quanto ao “uniforme de uma prostituta”. Na verdade, o marketing de uma prostituta consiste em mostrar suas curvas, coxas, nádegas e genitálias. Nesse contexto, as mini-saias, vestidos decotados, apertados ou transparentes satisfazem perfeitamente essa finalidade.
Algumas pessoas dizem: “Deus vê o coração e não o exterior” (I Samuel 16:7). Mas, observe o que diz em Mateus 17:1 e 2 “E após seis dias, Jesus tomou a Pedro, Tiago e João, seu irmão e os levou até um alto monte em particular; e foi transfigurado diante deles e seu rosto brilhava como o sol e suas vestes se tornara brancas como a luz”. Jesus estava ainda sob a forma humana, mas diante de Pedro, Tiago e João, sua aparência foi transformada. Jesus estava transfigurado, o que na língua grega significa modificado. A palavra “transfigurado” vem do grego “morphi” que quer dizer “expressão exterior que procede do interior”, ou ainda, “expressão exterior que apresenta o caráter interior”. Naquele dia, no monte, quando o rosto de Jesus começou a brilhar tanto quanto o sol e suas vestes se tornaram brancas como a luz, a glória de Deus começou a resplandecer. Aquela glória de Deus era uma expressão exterior de quem Jesus era. Portanto, um coração puro reflete no exterior. Um coração santo e puro não exterioriza sensualidade. As pessoas não podem ver nossos corações para saber o que há dentro, mas podem discerni-lo pelo que estão vendo por fora. O modo como nos vestimos revela o que somos. É claro que uma mulher pode está pudicamente vestida e ter um coração cheio de rapinas, mas a Deus ela não engana. O fato de se ter a possibilidade de uma mulher está pudicamente vestida e ter um coração podre não invalida o figurino estabelecido por Deus: modéstia e bom senso.

Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 18 de junho de 2011

A LATRINA DE SATANÁS

A LATRINA DE SATANÁS

A música dentro das igrejas tem sido freqüentemente usada para ensinar e promover uma grande variedade de doutrinas questionáveis e heresias aberrantes. O problema na atualidade é que a música não está sendo avaliada pelo modo como ela auxilia no processo da Palavra de Cristo habitar ricamente em nós, mas quanto ao seu valor de entretenimento, ou seja, o quanto ela diverte. A teologia dos cânticos modernos é dolorosamente inconsistente. Quanto ao aspecto intelectual, os cânticos ficam aquém de uma expressão de louvor adequada e digna. No que concerne ao aspecto emocional, estimulam mais os sentidos do que a alma, usando ritmos estrambóticos e repetições, em vez da verdade espiritual. Entendemos que música deve desempenhar a função de ensinar e admoestar. A boa música instrui uma boa doutrina. Martinho Lutero disse, “a música é serva da teologia”. Issac Watts, pai da hinologia inglesa, escrevia hinos para complementar seus sermões. Quando estudamos os salmos constatamos que eles não são uma coleção de temas simples cantados de modo repetitivo com uma base doutrinária mínima. Ao contrário, os salmos, são absolutamente cheios de elaboração doutrinária e repletos de muitos tipos de admoestações. Infelizmente, a maioria das músicas e corinhos cantados nas igrejas é tristemente fraca, pois não tocam a superestrutura da doutrina cristã. Portanto, devemos avaliar a música que cantamos perguntando: Ela ensina uma doutrina sólida? Admoeta-nos a corrigir nosso modo de viver? Auxilia no processo de permitir que a Palavra de Cristo habite ricamente em nós? Portanto, um estudo completo de como os salmos ensinam e admoestam será o mais proveitoso empreendimento que os líderes de música cristã poderiam realizar. Desse modo, todo o cuidado na presença do Senhor e toda a profunda reverência por Ele não será perdida. Hoje, os cânticos estão fazendo os crentes descerem a um nível espiritual inferior a qualquer outro da história da igreja. Há uma clara conformação com o mundo em vez da separação daquilo que não agrada a Deus. Cantores tocam suas músicas num volume ensurdecedor e criam em suas apresentações o mesmo clima das boates noturnas e danceterias com luzes coloridas e fumaça. Muitas igrejas abandonaram sua função de sal e luz, pois vestiram as mesmas roupas da escuridão que o mundo veste identificando-se com o lixo musical do mundo que é próprio dos ímpios, drogados, cultuadores de demônios, adúlteros e fornicários. Enquanto a igreja caminha de mãos dadas com os perdidos no campo largo do rock, funk, rap, samba, forró, lambada, lundu, axé, eles zombam e riem da hipocrisia dos crentes. Muitos pastores para não entrar em conflito com famílias da igreja ou porque querem “casa cheia”, aceitam a batucada carnavalesca das bandas que conduzem o culto ao bizarro, ao alarido estranho, exalando canções destituídas de valor bíblico doutrinário. Satanás quer acabar com os hinos que perturbam o inferno. Quer ver a igreja se embriagando com o mundo, cantando músicas que em vez de fazer o inferno tremer, fazem os demônios rirem e dançarem. A igreja do Senhor Jesus não pode servir a água viva na latrina de Satanás. O rock, o funk, o pagode, o axé e companhia Ltda, são latrinas do diabo e não servem para conter a mensagem santa de Deus. Esses ritmos são profanos porque foram criados para promover sensualidade, misticismo, irreverência e até culto aos demônios. Esses estilos de músicas são “alaridos de Amaleque” que insultam a santidade de Jesus. O funk e o rap são relacionados ao apetite sexual desenfreado, sua formatação foi feita para sensualidade. A música rock se originou no paganismo vudu e na feitiçaria oriundas das religiões demoníacas africanas. Ademais, desde a sua origem, o rock promoveu o sexo sem compromisso, o abuso das drogas e do álcool, e uma atitude do tipo “faça o que der na cabeça”. O forró vem do termo africano forrobodó que significa bagunça, baderna. O samba é derivado do ritmo lundu caracterizado por requebros, movimentos acentuados dos quadris e sapateado. O tango, embora de origem Argentina, evoluiu a partir do candomblé africano, do qual herdou o ritmo. A palavra axé é uma saudação usada na umbanda que significa energia positiva. Seu gênero musical surgiu na década de 80 durante as manifestações do carnaval baiano. Portanto, a música não é neutra. Ela por si só tem uma mensagem; ou encoraja a atividade demoníaca ou encoraja a atividade do Espírito Santo. Lamentavelmente, a cada dia que passa o louvor de edificação à igreja vai cedendo espaço às novidades carnais inspirada por “outro espírito”. Coreografias e “bailarinas de Jesus” somadas à latrina de Satanás e, estimuladas por pastores modernistas-liberais, vão removendo “marcos antigos” e fabricando um “povão” sem compromisso com o Deus Trino. Vale ainda salientar que não é sábio trasladar músicas seculares para letras evangélicas, pois é impossível o cântico de uma música secular sem a lembrança da letra original. Ou seja, uma letra evangélica colocada numa música mundana não conduz à plena adoração, pois ao ser cantada, tanto a letra mundana como o seu cantor serão lembrados. E mais grave ainda é quando a letra secular for imoral ou esotérica ou cheia de misticismo, pois nesse caso, é impossível dissociá-la da melodia. Enfim, os que levam a sério a seriedade do Evangelho dizem “não” às profanações, à latrina de Satanás. Quando as circunstâncias exigem, o amor tem de usar a espada. Levantemo-nos contra a decadência do louvor! O pão da vida não pode ser servido na latrina de Satanás! “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos” (Amós 5:23).

Ir. Marcos Pinheiro

quarta-feira, 8 de junho de 2011

ESTRELAS ERRANTES: A DECADÊNCIA DOS LÍDERES

ESTRELAS ERRANTES: A DECADÊNCIA DOS LÍDERES

Em Judas 13 encontramos uma sentença contundente: “Estes homens são estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas”. A figura “estrelas errantes” faz-nos pensar em algo que deixou de funcionar adequadamente, ou seja, algo que saiu da rota. Portanto, a sentença “Para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas” refere-se àqueles que não permaneceram sob a ordenança de Deus, ou seja, saíram da trajetória santa estabelecida pelas Escrituras. As estrelas errantes são líderes liberais, amigos dos deleites e que mudaram a glória de Deus em corrupção, simplesmente para agradar aos homens e seus prazeres. Esses líderes, estrelas errantes, não tomam posição, não só com medo de serem criticados e perseguidos, mas, principalmente, para poderem mudar de lado, quando algo lhe for conveniente. Vivem no “cinza”, pois, não querem ser “preto” e nem “branco”. Os seus sermões é uma tentativa de dizer “sim” e “não” sobre o mesmo assunto. Estão engolfados no pragmatismo relativista maligno, portanto, são pedras de tropeços para o cristianismo teológico autêntico. O ufanismo pelo crescimento numérico, o apetite por promoção pessoal, a preocupação em construir impérios, a politicagem, os conchaves, a bajulação e o nepotismo tomaram conta das almas desses líderes. Essas estrelas errantes passam para o povo uma imagem deturpada do Espírito Santo como se Ele fosse um palhaço, um tolo, um bobão, um moleque. Nos cultos promovidos por esses agentes de satanás, a Santa reverência é perdida, pois a adoração se resume em gritos de molecagem, assobios e vaias, e para induzir nas pessoas um estado de excitação e expectativa usam o chavão: “Deus é tremendo”. Além disso, Alguns promovem a doutrina pagã no ambiente de culto: tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em “proteções” semelhantes às usadas pelas magias pagãs. Como conseqüência, constatamos muitos crentes com fitinha no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo chaves, portas e janelas com óleo, colocando sal grosso ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água “abençoada”, usam azeite de oliva consagrado em Jerusalém, ungem toalhas; enfim, utilizam toda espécie de estrambotismo. O apóstolo Judas caracteriza a horrenda prática de pessoas que andam qual uma estrela errante “Andam segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes admirando as pessoas por causa do interesse”. A decadência da igreja é real. A imposição do pensamento moderno está bem diante de nossos olhos. O “cristianismo moderno” que se infiltrou nas igrejas tem como base a vontade do homem e a ética contextualizada. Esse cristianismo fez desaparecer das igrejas as verdades sagradas e implantou blasfêmias abolindo os padrões e diretrizes absolutos de Deus. Nesse contexto, nos chamados “louvorzão” ou “encontrão apimentado” abraçam a música “culturalmente relevante” tal como rock, rap, samba e forró regados com coreografias dançantes, tudo no melhor estilo de casas noturnas. Ademais, usam e abusam da vestimenta imodesta: shorts, camisetas no estilo Havaiano, mini-saias e vestidos decotados e transparentes. Qual o resultado dessa técnica? Igreja lotada e orçamento gordo! O apóstolo Paulo diz em Efésios 5:11 “Não comuniqueis com as obras infrutuosas das treva, mas antes condenai-as”. Jesus descreve a salvação como entrar numa porta estreita e num caminho apertado. A conclusão do sermão do monte pode ser resumida na frase: Seja diferente do mundo. Portanto, a pessoa realmente nascida de novo, deve andar em novidade de vida, isto implica em renúncia, tomada de posição clara contra o mau, o erro e o pecado.
As estrelas errantes têm o dom de marqueteiro e são especialistas em construir monstruosas igrejas, ou seja, igrejas-shoping onde se oferece estacionamento, pessoas pomposas a prestar assistência, poltronas, central de ar-condicionado, recreação, restaurante, apresentação de teatro, berçários, play ground e salão de jogos. Enfim, o Evangelho já não representa o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer, mas representa o poder do homem para a obtenção de tudo aquilo que quer. As igrejas dos pastores-shoping são especificamente projetadas para fabricar convertidos. Não é uma comunidade de fé, ou seja, as pessoas que lá estão não são envolvidas em uma koinonia cristã. As igrejas das estrelas errantes assemelham-se a uma estação rodoviária ou a um aeroporto em período de alta estação onde as pessoas são clientes que se cruzam sem se conhecerem à procura de tomar seu ônibus ou avião. É cada um por si, cada um para resolver seu problema e cuidar de sua vida. Isto não cristianismo. A função da igreja não é fabricar convertidos, mas pregar a sã doutrina e deixar que o Espírito Santo regenere as pessoas de sua condição de pecadores impenitentes condenados ao inferno eterno. A igreja não é apenas ajuntamento, ele deve conhecer profundamente o que é ter uma só alma, deve ser unida de pensamento, desfrutar da comunhão do Espírito Santo e trescalar o perfume de Cristo. É preciso resgatar a mensagem bíblica como regra de fé e prática, mesmo que a igreja seja impopular e não agregue multidões, pois a degeneração doutrinária é pior que a perseguição externa. Que o Senhor nos livre de um sacerdócio decaído que agrada o homem e não repreende o pecado!

Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 22 de maio de 2011

NEOPENTECOSTALISMO: DESSERVIÇO AO EVANGELHO

NEOPENTECOSTALISMO: DESSERVIÇO AO EVANGELHO

Diversos movimentos pentecostais têm surgido ao longo dos anos. Portanto, é preciso saber distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo. O conhecido movimento denominado neopentecostal surgiu nos meados do século XX. O neopentecostalismo se propôs a dinamizar as práticas litúrgicas, a cristologia, a eclesiologia e a prática hermenêutica. No que diz respeito à prática litúrgica, o neopentecostalismo apresenta um problema dos mais graves. Em seus cultos, as campanhas de cura, prosperidade material, saúde e revelação têm proeminência. A preocupação maior não é a glória de Deus, mas as necessidades humanas focadas por uma ótica hedonista. O slogan das igrejas neopentecostais é: “Você nasceu para vencer”. É uma frase elegante e até estimula nossa vida diária, mas está teologicamente errada. Nós não nascemos para vencer. Nascemos para servir e glorificar a Deus. Nascemos para viver com Deus e para Deus. O alvo da nossa vida como servos do Senhor, deve ser Deus e não nós mesmos, e não nossos projetos pessoais. O crente verdadeiro tem um único projeto: glorificar a Deus em sua vida com sofrimento ou sem sofrimento, com revezes ou sem revezes. Os mártires da igreja se viam a si mesmos como secundários e Deus como o prioritário, por isso glorificaram a Deus em seus sofrimentos. Nos cultos neopentecostais o homem é o foco, é a causa e a razão. O homem é o centro do culto e Deus torna-se servo. A liturgia neopentecostal toma uma direção totalmente horizontal. Um slogan bastante usado pelos líderes neopentecostais é: “Aqui o milagre é coisa natural”. Ora, se é natural não é milagre. Ademais, esses líderes esquecem que o culto deve expressar a natureza espiritual da igreja e seu relacionamento com Deus. A liturgia de um culto deve enfatizar o senhorio de Jesus e não apenas Jesus como provedor de necessidades humanas. O culto neopentecostal é pobre de Bíblia. A Bíblia não é central é periférica. As pregações são cheias de chavões positivos do tipo: “Deus tem uma vitória para você nesta noite”, “O gigante será derrotado nesse culto”, “Use a fé e prospere”. Enfim, é uma epidemia de confissões positiva e pouquíssima Bíblia. Dificilmente se ouvirá uma mensagem sobre perdão de pecados, a necessidade de arrependimento, vida de renúncia e a volta de Jesus nos púlpitos neopentecostais. Os sermões neopentecostais mostram um Jesus fraco e demônios fortes. Mostram um Jesus que salva, mas não tem poder para encher a vida da pessoa. Tanto isso é verdade que na visão neopentecostal o crente continua de quando em quando sendo possesso de demônios. Há uma supervalorização dos demônios chegando às raias do ridículo: “Comece a se manifestar pomba gira”, “Manifeste-se exu tranca-rua” são frases que saem da boca dos gurus neopentecostais. O clima de um culto neopentecostal é de lavagem cerebral pela técnica de repetição de frases curtas: “Olhe para seu irmão e diga...” Não é um clima de ensino e doutrina. A técnica é de manipulação e de despersonalização. A letra dos cânticos nos cultos neopentecostais expressa uma linguagem mística, e muitas vezes esotérica, sem abordar as verdades fundamentais da teologia cristã. Os grandes temas da fé como a salvação, a cruz, a redenção e a justificação não são mencionados nos cânticos. A realidade é que se espremermos a maioria dos cânticos neopentecostais não dá uma colher de sopa de doutrina. As letras das músicas são guisados de Jacó que trazem malefícios à fé apostólica. Falam de paz e amor para elevar o ego dos ouvintes. Quanto à cristologia constata-se claramente que a pessoa de Jesus se esvanece no neopentecostalismo. O Cristo dos neopentecostais é uma pessoa decorativa, é uma pálida caricatura do Cristo do Novo Testamento, pois o nome de Jesus é mostrado como se fosse uma senha para acessar o site das maravilhas e fazer o download do milagre de que se necessita. O Jesus dos neopentecostais é mostrado não como a segunda pessoa da trindade, mas como um mágico, um talismã, um nome a manipular, um dístico. Tanto isso é verdade que a ênfase teológica do neopentecostalismo não é cristológica, mas pneumatológica, ou seja, a pessoa de Jesus é apagada e a ênfase é dada ao Espírito Santo. Para os pastores neopentecostais, Cristo é o canal para nos trazer o Espírito Santo, quando na verdade é o Espírito Santo quem nos conduz a Cristo e que desvenda a pessoa de Cristo ao fiel. Quando a cristologia é fraca a soberba do homem é grande. A palavra de João Batista “Importa que Ele cresça e que eu diminua” não encontra espaço no neopentecostalismo. Os líderes neopentecostais se vêem como mediadores entre Deus e os homens. Sua palavra supera o valor das Escrituras. Eles disputam espaço com Cristo. Eles gritam: “Eu senti no meu coração e pronto”, ou seja, se sentiu no coração é verdade absoluta. Esquecem esses líderes que não é que nós sentimos em nosso coração, é o que a Bíblia diz. Se sentirmos de uma maneira, e a Bíblia disser de outra, nós é que estamos equivocados, e não a Bíblia. Os crentes antigos oravam assim: “Senhor me esconde atrás da cruz de Cristo”, os líderes neopentecostais trocaram a oração por: “Senhor esconde a cruz de Cristo atrás de mim”. De acordo com as Escrituras o verdadeiro pastor pregar a obra de Jesus, mas os pastores neopentecostais completam a obra de Jesus, ou seja, Jesus só produz efeito na vida de uma pessoa através da “oração forte” que eles fizerem. Só eles têm poder sobre os demônios, só eles têm “a chave da oração forte”. Eles são o Sumo-Sacerdote e Jesus é apenas um ente espiritual. Nesse contexto, Jesus precisa ser reforçado pela “oração forte” de um guru neopentecostal. O neopentecostalismo é maléfico, pois apresenta um Evangelho descorado onde as visões e revelações estrambóticas é o referencial para o crescimento espiritual. Enfim, o neopentecostalismo é um desserviço ao Evangelho.

Ir. Marcos Pinheiro