sexta-feira, 26 de maio de 2017

PRETEXTO DE AVAREZA



PRETEXTO DE AVAREZA

Evangelho não é pregação de riqueza. Não é saquear riquezas dos ímpios. Nem restituição daquilo que foi “roubado” pelo diabo. Já vi um pastor no púlpito ler Joel 2:25 e dizer: “Levantem as suas mãos e vamos fazer um clamor de restituição. Isso além de petulância é analfabetismo bíblico. O versículo deixa claro que o exército de gafanhotos não foi enviado pelo diabo, mas por Deus com o intuito de disciplinar e ensinar o povo. Em nenhum momento o profeta Joel conclama o povo a um “clamor de restituição”, conclama, sim, a um clamor de arrependimento (Joel 2:12-15).

O Evangelho é: “Primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.3-4). Ser servo de Cristo não é cantar mantras de prosperidade material, mas firmar O compromisso de autonegação. Em lugar algum da Bíblia se diz que Jesus prometeu deixar todos nós ricos. As promessas do Antigo Testamento eram principalmente de ordem terrena e material. Na Nova Aliança não há promessas de riquezas materiais. A ênfase no Novo Testamento é, sobretudo, espiritual. O compromisso de promessas materiais foi com a nação de Israel, não com o Novo Israel – a igreja.

Lamentavelmente, o nome “evangélico” está desgastado. E, não culpem o diabo. A culpa é da ganância dos gatunos da fé. Ninguém me convence que um pastor precisa ter um haras de cavalos manga larga. Ninguém me convence que um pastor precisa ter um avião particular ou uma coleção de carros antigos alegando ser bênção de Deus. Ninguém me convence que uma igreja precisa ter piso de granito, castiçais de ouro e tapete persa. A ostentação é pecado.

Os falsários do Evangelho com pretexto de avareza ensinam que Deus entregou todas as riquezas do Egito nas mãos do povo de Israel após libertá-lo da escravidão egípcia e, irá fazer exatamente a mesma coisa nos últimos dias. O Senhor transferirá as riquezas dos ímpios para os crentes. Grande estultícia! A Bíblia diz que Deus permitiu que os israelitas levassem apenas certa quantidade de ouro, prata e vestimentas (Êxodo 12:35), além dos animais que já pertenciam aos israelitas (Êxodo 12:32). A criatividade maligna só existe na mente corrompida dos adeptos da teologia da prosperidade.

É comum os pregadores da prosperidade alardear o recebimento de “novas revelações”, “novos sonhos” e “novas visões”. Como pretexto de disfarçar o seu mamonistério condicionam as bênção de Deus às suas profetadas. Os pregadores da prosperidade afirmam que Jesus na verdade era um homem rico, pois ele tinha até mesmo um tesoureiro para cuidar de seus “negócios”. Essa afirmação além de triste é cômica. O Senhor Jesus não foi um empresário bem sucedidos. Jesus nasceu num curral coberto de moscas. Não havia lugar para Ele. Jesus é o Servo Sofredor de Isaías e nos chama a lutarmos com Ele pelo Reino, sofrendo com Ele as consequências dessa luta. Somos chamados a participar da glória de Cristo, mas também dos seus sofrimentos (1 Co 1:4-7). A fidelidade traz sofrimentos e não prosperidade (Mat 5:10-12).

Ir. Marcos Pinheiro


sábado, 20 de maio de 2017

INTOXICADOS COM O RÓTULO



                                         INTOXICADOS COM O RÓTULO


Vivemos a época do rótulo. As pessoas se ligam em rótulo. Conteúdo não lhes interessa. O negócio é manter a fachada. Há muita gente pensando que ser avivado é saltar, gritar e rodopiar no culto. Esse tem sido o rótulo que é confundido com avivamento.

Os intoxicados com o rótulo definem o Espírito Santo como sendo o poder de Deus na vida do crente. Engano! O Espírito Santo é uma pessoa divina que convence o homem do pecado da justiça e de juízo. É aquele que nos mostra Cristo, nos ensina as Escrituras, opera em nossos corações produzindo santificação. Ele nos aproxima de Deus! Testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

O Espírito Santo não é um fio descascado dando choque nas pessoas fazendo-as gemerem, grunhirem, gritarem e se arrastarem como minhocas pelo chão. A igreja está perdendo a real operação do Espírito Santo no embaraço de novidades da “feira evangélica” que atola o povo nas quinquilharias e bugigangas carnais. O Espírito Santo não é “multiplicador de sonhos”. Não é produtor de catarse. Não induz ao transe hipnótico. Não produz um estado de excitação e expectativa nas pessoas. Não produz euforia. Não faz lavagem cerebral e não é office boy de ninguém.

Avivamento é dizer como Paulo: ”Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Avivamento é ser como Cristo. Avivamento é vida cristificada.

Há pastores falando que a igreja evangélica brasileira precisa de uma reforma. Mas, esses pastores para manter o “rótulo de boa índole” fazem concessões e transgredem os valore do Reino de Deus. Em nome do Evangelho fazem trambiques e atos desonestos. Fazem parcerias com políticos. Dizem de púlpito as ofertas recebidas. Após a mensagem fazem o apelo para “aceitar Jesus” e jogam confetes de elogios aos incrédulos por terem vindos à frente receber a “papagaiada oração do pecador”.

A fama de Sodoma era conhecida. A cidade cometia terríveis pecados. Deus mesmo disse: “O pecado dos seus moradores é muito grave” (Gn 18:20). Os moradores de Sodoma estavam aclimatados ao pecado. Há pastores falando de reforma da igreja evangélica brasileira, mas armaram as tendas de Sodoma em suas igrejas. A cada dia são atraídos pela lixarada de Satanás. Admitem o amancebamento em sua igreja. É simpático ao aborto. Acham interessante a apologia da violência. Consideram o beijaço gay como normal. Têm uma visão sociológica do pecado e sua perspectiva teológica é massacrada pela psicologia contemporânea.

Chega de rótulo! É preciso ter a cosmovisão dos profetas. Os profetas não tinham como preocupação o estar antenados com os novos tempos. Do mesmo modo, a igreja não deve se pautar pelos novos tempos, mas pela Palavra de Deus. A igreja não deve montar uma máquina publicitária para exaltar o seu nome. Ela deve ter como preocupação a glória de Cristo. Só assim seremos desintoxicados do rótulo e o avivamento chega. Rótulos foram feitos para produtos, não para crentes.

Ir. Marcos Pinheiro

sexta-feira, 12 de maio de 2017

ACAUTELAI-VOS



                                                         ACAUTELAI-VOS


Pastores com sonhos irrefletidos têm levado a igreja aos descaminhos doutrinários. O anseio por crescimento vertiginoso e o desejo de oferecer uma igreja “vibrante” ao público por parte de líderes inescrupulosos tem aberto portas para todo tipo de espiritualidade antibíblica e pagã.

É bastante clara a presença de Satanás como maestro na tentativa de tirar a igreja do rumo certo. O Senhor Jesus tem sido tratado como o amado-amante de todo mundo. “Jesus quer ouvir teu respirar”, “Quer cheirar teu perfume”, “Quer sentir o teu sabor de mel”. Quanta carnalidade! Não se fala de coisas confrontadoras como pecado, eternidade sem Deus, certeza de salvação. Deus é louvado em termos gerais. E, as pregações são de conforto, cura e prosperidade para todos. Deus nunca prometeu isso: “No mundo tereis aflições”.

Nunca falta no culto a expressão: “Vamos ter vitória sobre todos os nossos problemas aqui e agora”. Nesse contexto, Deus vai abençoar todo mundo que canta independente do estilo de vida atual. “Levante as mãos e você vai receber”. Presunção! O Senhor não abençoa pessoas vivendo na prática do pecado. O diabo tem trabalhado na mente de muitos firmando que o foco deve ser no que o homem quer e não no que Deus quer. “Eu quero mais”, “Abraça-me”, “Cura-me”, “Beija-me”, "Cheira-me", “Toca-me”, “Unge-me” e por aí vai. Filipenses 2:4 diz: “Não atente cada um para o que é seu”.

O tema hoje é “Todas as igrejas devem ser semelhantes para serem unidas”. Os Protestantes devem ser mais como os Católicos e os Católicos devem ser mais como os protestantes. Já escutei um pastor dizer em sua pregação: “Os católicos são nossos irmãos”. Outro disse: “As doutrinas são diferentes, mas isso é secundário, o que importa é o amor”. Nesse contexto, a salvação unicamente pelo sangue de Cristo derramado sobre a cruz e aplicado a todo pecador pelo arrependimento e fé foi substituída por um programa humanístico de paz e amor.

A base da justificação é a obra expiatória de Jesus Cristo, que satisfez plenamente, as exigências de Deus. A intercessão dos “santos” e sua participação em nossa salvação, bem como a participação de Maria agridem as Escrituras e o lema da Reforma Protestante: “Sola Scriptura e Solus Christus”.

Devemos ter cuidado com aqueles que querem transformar o Evangelho num programa que busca implantar a Nova Ordem Mundial. Cuidado com aqueles cujo alvo é uma nova sociedade, um novo mundo e uma nova irmandade. Cuidado com aqueles que estão embriagados pelo orgulho de seus mega-templos e intoxicados pelo seu “sucesso”. Cuidado com aqueles que estão misturando o verdadeiro cristianismo com o ateísmo dogmático, o verdadeiro Evangelho com o paganismo.

Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 6 de maio de 2017

RESTITUI-ME, QUE TOLICE!



                                      RESTITUI-ME, QUE TOLICE!


As pessoas creem em cada tolice! “Restitui-me, eu quero de volta o que é meu” foi uma faixa que eu vi na fachada de uma igreja. Essa frase nos lembra a atitude petulante do filho pródigo da parábola narrada por Jesus: “Pai dá-me a parte dos bens que me cabe”. Graças a Deus que esse pródigo teve anos mais tarde uma atitude diferente. Arrependido, apresenta-se diante do Pai com o coração quebrantado e nada reivindica. Estava consciente de não possuir direito algum diante do Pai.

Quando Jó perdeu tudo, numa atitude de humildade perante Deus disse: “O Senhor deu, o Senhor levou, bendito seja o nome do Senhor”. Jó estava consciente que tudo na vida era dádiva do Senhor e que nada era dele por direito. O fariseu se sentia cheio de direitos diante de Deus. Jesus diz que a sua oração foi ignorada por Deus. Devemos aprender com Isaías que consciente de não poder subsistir diante de Deus na base de direitos, clamou humildemente: “Ai de mim”.

Aqueles que se apresentam diante de Deus reivindicando o que quer que seja na base de um pretenso direito, são petulantes. Nós fomos comprados com o sangue de Cristo para sermos propriedade Dele. Somos escravos de Cristo. Escravos não reivindicam. No Novo Testamento, o relacionamento do crente com Cristo é retratado como uma relação de Senhor e escrevo. Isso exclui toda reivindicação. Portanto, a frese “Restitui-me, eu quero de volta o que é meu” é anômala ao Evangelho.

O Senhor tem bênçãos para dar, mas não ao que o busca apenas para receber coisas materiais. Deus não se manifesta em uma igreja que só busca Seus benefícios. Ele se manifesta àqueles que buscam a Sua face. Nunca vi uma faixa “Venha aprofundar-se na Palavra de Deus”. Esse tipo de expressão não dá Ibope. Não enche igreja. A maioria das pessoas quer show. Não têm interesse em adquirir Sabedoria do Alto.

Nunca vi na fachada de uma igreja uma faixa do tipo: “Campanha pela busca da santidade pessoal”. Aleluia! Que campanha bíblica! É exatamente isto que o Senhor quer e espera ansiosamente de cada um de nós: “Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (I Ts 4:3), “Sede santos, porque eu sou santo” (I Pe 1:16). Isto afasta as pessoas, porque elas estão preocupadas em obter coisas e não em serem semelhantes a Cristo.

Vi faixas como: “Participe! baile no dia das mães”. “Venha ao nosso São João com Jesus”, “Evangelismo no carnaval: os foliões de Jesus”. A essas igrejas se aplica o trecho do discurso de Estevão: “Mas nossos antepassados se recusaram a obedecer-lhe; ao contrário, rejeitaram-no, e em seu coração voltaram para o Egito. Disseram a Arão: faça para nós deuses que nos conduzam” (At 7: 39 - 40). As igrejas do “Restitui-me, eu quero de volta o que é meu” pedem deuses do seu tamanho. São fraudulentas e oportunistas. Enganam facilmente o povo. A faixa que deve ser entregue às igrejas do “Restitui-me, eu quero de volta o que é meu” é Arrependei-vos.

Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro