domingo, 31 de janeiro de 2010

CABELOS: CRESCIDOS OU TOSQUIADOS?



Cabelos: Crescidos ou Tosquiados?

“Mas toda a mulher que ora, ou profetiza, com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não usa véu, tosquie-se também. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se, ou rapar-se, que ponha o véu” (I Co 11: 5 e 6). “Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido? E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo lhe foi dado em lugar do véu” (I Co 11: 14 e 15)
Paulo, nestas passagens trata de dois assuntos importantes em doutrinamento à igreja de Corinto: o uso do véu e a conservação do cabelo.

USO DO VÉU

O véu era usado pelas mulheres orientais e gregas como sinal de pudor e submissão aos seus maridos. Portanto, essas mulheres se apresentavam nos templos e andavam nas ruas com véu e ainda hoje, em muitos países, elas andam veladas, isto é, portando o véu na cabeça como sinal de pudor e submissão aos seus maridos.
Quando, porém, a mulher prevaricava levando uma vida libertina ou cometendo adultério, ela tirava o véu numa indicação pública de que era mulher livre, sem compromisso marital. Portanto, as mulheres devassas não usavam o véu. Entretanto, com o passar dos tempos, a moda foi pegando e contagiando a sociedade da época. Destarte, mulheres honestas e honrosas lançavam repudio à prática do uso do véu, imposto pelo marido, e não faziam uso dele numa evidente atitude de insubmissão e rebeldia.
Algumas mulheres de Corinto aderiram ao movimento da época e passaram a freqüentar a igreja sem estarem veladas, isto é, sem usar o véu.
O uso do véu era evidência de uma vida controlada pelo espírito, de obediência a Palavra e de sujeição ao marido. Deixar de usá-lo, valia por uma declaração de guerra contra a submissão ao marido e ao próprio Deus.
Essa postura das mulheres de Corinto, esse aderir ao movimento de não usar véu pelas mulheres crentes de Corinto, essa emancipação audaciosa, iria comprometer a decência do Evangelho e causar transtornos e desajustes na igreja e nos lares, pois o desuso do véu era notório por parte das prostitutas. Então, Paulo entra em cena e, como pastor aconselha e ordena que as mulheres usem o véu no recinto da igreja. Paulo diz: “Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada” (I Co 11:5).
De acordo com as normas estabelecidas pelo apóstolo Paulo, as mulheres de Corinto não podiam abdicar do véu, nas reuniões da igreja ou nos atos de culto em geral. Hoje a recomendação apostólica não faz sentido em nossas igrejas, visto que a sociedade não exige que a mulher ocidental ande velada em sinal de pudor e submissão do marido. A ausência de uma exigência anula a razão de ser da outra. Mesmo porque, no final da sua exortação Paulo afirma que o cabelo foi dado à mulher em lugar do véu “... Pois o cabelo lhe foi dado em lugar do véu” (I Co 11: 15).

O USO DO CABELO CRESCIDO

No v.6 Paulo diz: “Se a mulher não usa véu, tosquie-se também. Mas, se lhe é vergonhoso tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu”. Nesse versículo, temos a relação de duas coisas: o uso do véu e a conservação do cabelo crescido. Agora, não se deve confundir o uso do véu com a conservação do cabelo, são coisas diferentes, apesar de que estão intimamente ligadas.
O véu foi criado pelo homem, e o cabelo da mulher, em forma de véu, é criação divina. A invenção do homem foi abolida pelo próprio homem. Mas, a criação de Deus ainda permanece, em forma de véu, que é o cabelo crescido. Portanto, a mulher não precisa estar velada nos atos de culto em sua igreja. Porém, passará a usar o véu permanente, ou seja, o cabelo que Deus lhe deu porque este lhe foi dado em lugar do véu. Quando Deus criou a mulher dotou-a de um véu natural, o seu cabelo.
Em I Cor 11:5, Paulo declara que é desonra para mulher ter a cabeça rapada ou tosquiada. No v.6 Paulo volta ao assunto e declara que é vergonhoso, é coisa indecente para a mulher tosquiar-se ou rapar-se. No verso 15 Paulo diz: “Mas, ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso”, é uma glória. Portanto, Paulo não deixa dúvidas quanto a doutrinação a favor da conservação do cabelo crescido.
O véu artificial forjado pelo homem e introduzido na igreja de Corinto numa circunstância especial desapareceu. Contudo, o véu criado por Deus lá no Éden, permanece como adorno natural.
A mulher crente não deve esquecer que a Bíblia fala a respeito dos seus cabelos e toda mulher convertida tem a sua vida nas mãos do Senhor para glorificá-lo e os seus cabelos não formam exceção.
Infelizmente, há mulheres evangélicas que tosquiam seus cabelos de acordo com a moda mundana. O livro de Cantares é uma alegoria do idílio espiritual entre a igreja, que é a NOIVA agraciada e o NOIVO divino, que é Jesus Cristo, amado e ansiosamente esperado. Nos galanteios afetivos do NOIVO celestial para com a NOIVA dileta, entre as expressões afáveis e cativantes, encontramos estas palavras: “os teus cabelos são como rebanho de cabras que descem ondeantes do monte Gileade” (Ct 4:1). Portanto, o Senhor Jesus Cristo quer ver suas filhas adornadas com o véu natural: os cabelos que Ele lhes deu.

O CABELO DO HOMEM

De acordo com a Bíblia homem é homem e mulher é mulher. Escrevendo à igreja de corinto, Paulo faz esta admoestação: “Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem” (I Coríntios 11:7). Em Coríntios 11:14 Paulo interroga: “Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?”. Esses versículos se completam. O que Paulo está dizendo é que o homem se apresente de cabeça descoberta, isto é, sem cabelos crescidos.
Paulo diz que quando o homem se equipara com a mulher no tamanho do cabelo é desonra para ele, por quê? Porque a falta de distinção confunde. Deus quer que o comprimento do cabelo do homem e o da mulher deva ser tal que haja uma distinção entre eles. Isso por uma questão de natureza, conforme "ensina a própria natureza". Quem é homem deve ter a aparência masculina, quem é mulher deve ter a aparência feminina.
O cabelo curto nos homens não é resultado da cultura moderna. Ao observarmos os livros de história e as estátuas dos legionários romanos constatamos que os homens usavam cabelos curtos. Na época de Jesus, grande parte da população judia era de cultura helênica e o estilo de cabelo era curto. Constatamos isso ao vermos as estátuas dos filósofos Platão, Sócrates, Aristóteles e outros. Muitos deles usavam barba e outros não; porém, o cabelo era sempre curto.
Segundo o Dr. Donald C. Stamps, nos tempos do Novo Testamento, o cabelo longo masculino era vergonhoso entre os homens e repudiado pelos judeus, bem como pelo povo de Corinto, no século I. Quadros que retratam Jesus com cabelos longos procedem totalmente da imaginação dos artistas da idade média, e não das evidências bíblicas ou históricas uma vez que inúmeras pinturas e esculturas dos tempos do Novo Testamento comprovam esse fato. As estátuas e demais reproduções dos varões judeus nos tempos de Jesus mostram claramente que ninguém usava cabelo comprido. Paulo, não teria escrito: “é desonra para o varão ter cabelo crescido”, se Cristo tivesse cabelo longo como as mulheres. Logo, a declaração de Paulo conflita não com o costume de Jesus, mas com a invenção dos artistas.
Alguns para justificar a idéia de que Jesus tinha cabelo comprido dizem: “Jesus tinha cabelo comprido porque era nazireu, pois era separado para Deus, o Pai”. Jesus era nazareno porque era da cidade de Nazaré, não era nazireu. O termo nazireu está relacionado com um voto perante o Senhor Deus quanto ao serviço e dedicação que alguns faziam. Os nazireus no Antigo Testamento estavam sujeitos a regras muito estritas, entre elas a de que não podiam tocar em cadáveres. Em Mateus 9:25 Jesus tocou em um cadáver. Se Ele fosse nazireu não descumpriria as regras. Logo, Jesus não sendo nazireu não tinha cabelo longo. Vale salientar que o cabelo crescido dos nazireus era um símbolo, um sinal visível de consagração ao Senhor. Portanto, um nazireu com seus cabelos crescidos simbolizava sua disposição de suportar afronta e zombaria por amor a Deus. O voto de nazireado tinha o objetivo específico de ensinar a Israel que a dedicação total a Deus deve primeiro brotar do coração da pessoa para depois expressar-se através da abnegação, do testemunho visível e da pureza pessoal. Portanto, não podemos usar um objetivo específico para Israel e, generalizá-lo para a igreja atual.
No Antigo Testamento os sacerdotes usavam cabelos curtos “e a cabeça não raparão, nem deixarão crescer o cabelo; antes, como convém, tosquiarão a sua cabeça” (Ez 44:20). “Tosquiar” quer dizer “cortar rente”, ou seja, cortar o cabelo rente significa não deixá-lo crescido.
Nas citações de Paulo em I Coríntios capítulo 11 com respeito a cabelo ele não fala da natureza do cabelo, se é liso, crespo ou pixaim. A verdade é que tem que haver a diferença. Por exemplo, na África tanto os homens como as mulheres têm cabelo pixaim, então, como fazer a diferença? Evidentemente que as irmãs africanas deverão manter seus cabelos crescidos, ou seja, mais volumosos e os irmãos crentes cabelos rentes, isto é, menos crescidos.
Foi no final da década de 70 que o movimento feminista começou a pregar ao mundo que homem e mulher são precisamente iguais e, portanto não deve haver diferenças entre eles. A arrogância desse movimento é a pretensão de interferir na natureza da constituição humana estabelecida por Deus no jardim do éden. Mas, a Palavra de Deus deve ser a regra áurea para as nossas vidas e, não o espírito da época. Quando Adão e Eva foram enganados pela serpente, eles acreditavam que poderiam ser como Deus. Hoje, muitas mulheres estão também enganadas acreditando que podem ser como homem e muitos homens pensam que podem ser como mulher.
Na verdade, parece que nossos pastores perderam a capacidade de pastorear. A cena eclesiástica, nunca esteve em um ponto tão baixo. Os líderes estão se tornando liberais e ninguém parece se preocupar. Líderes que não zelam pela diferença de aparência entre homem e mulher estão levantando a bandeira do movimento feminista que defendem entre outras maldições o homossexualismo e lesbianismo.

Ir. Marcos Pinheiro

sábado, 30 de janeiro de 2010

A BÍBLIA MALDITA

A BÍBLIA MALDITA


À medida que o tempo passa fabulosas campanhas publicitárias lançam novas Bíblias. Há uma verdade bíblica que não podemos nunca perder de vista: de uma fonte poluída, só pode vir água podre, de uma árvore má, só pode vir maus frutos. Durante os 10 anos (1968-1978) em que a Bíblia Nova Versão Internacional (NVI) foi preparada duas pessoas da comissão eram homossexuais. Virgínia Mollenkott era a consultora de redação e de estilo literário. Praticamente, Virgínia tinha a última palavra durante todo aquele tempo em que a NVI estava sendo traduzida e revisada. Em uma carta a Michael L. Penfold datada em 18 de dezembro de 1996, Virgínia declarou sem o menor pejo “So far as I know, nobody including Dr. Palmer suspected that I was lesbian While I was working on the NVI; it was information I kept private at that time”, ou seja, “Até onde eu sei, ninguém incluindo o Dr. Palmer suspeitava que eu fosse lésbica enquanto eu estava trabalhando na NVI; era informação que eu mantinha privada naquela época”. Marten Woudstra era chefe do Comitê do Antigo Testamento da NVI e tinha muita influência e poder de dar direção e decidir. Marten era envolvido com Ralph Blair fundador da organização homossexual Evangelicals Concerned (Evangélicos Preocupados) que afirma ministrar aos cristãos evangélicos a “verdade” de que relacionamentos homossexuais amorosos e comprometidos são bíblicos e de acordo com a vontade de Deus. Portanto, não é de se admirar a suavização da NVI quanto aos pecados de homossexualismo e pecados sexuais em geral. O Novo Testamento da Bíblia NVI foi preparado usando o Texto Crítico, manuscritos de Alexandria no Egito, conhecidos também como Textos Alexandrinos. A cidade de Alexandria era o berço do Gnosticismo, foi o centro das mais abomináveis heresias da igreja cristã. O problema grave é que no total, o Texto Crítico supre cerca de 6000 palavras, adiciona 2000 e muda outras 2000 palavras, perfazendo um total de 10000 palavras, ou seja, 7% das 140000 palavras do Novo Testamento são vis. Ademais, o texto extirpa em diversos versículos a divindade de Cristo, descaracteriza a Sua morte vicária, oculta a referência ao sangue de Cristo, furta a doutrina da Trindade, omite o fato de que a salvação é garantida e que é somente pela fé em Cristo, oculta provas de que a Bíblia foi inspirada por Deus e diminui a certeza na inerrância da Bíblia. Vale salientar que os produtores do texto Crítico foram os hereges Westcoot e Hort, ambos defensores da teoria da evolução. Não é de se admirar, que todas as Bíblias católicas se baseiam no Texto Crítico, entre as mais famosas estão as traduções do padre Antonio Pereira de Figueiredo de 1790 e a do padre Matos Soares de 1930.
No que se refere ao Antigo Testamento a Bíblia NVI se fundamenta na Bíblia Hebraica de Kittel. Rudolf Kilttel era nazista, anti-semita e não cria na inerrância das Escrituras. Vejamos algumas omissões e adulterações da Bíblia NVI 1ª edição prefácio de fevereiro de 2001.

Romanos 8:1- Omitiu “que não andam segundo a carne” deixa de informar que há condenação sim, para os que andam segundo a carne.

Colossenses 1:14 – Omitiu “pelo seu sangue”. A redenção ocorreu graças ao sangue derramado no calvário.

Lucas 4: 4 – Omitiu “mas de toda a Palavra de Deus”, deixa de informar que a Palavra de Deus é nosso alimento espiritual. Há uma agressão a inspiração da Palavra de Deus.

Lucas 23: 42 – Omitiu “Senhor”. Portanto, eliminou dos lábios do ladrão, ao se salvar, a confissão que Cristo é o Senhor.

Atos 9: 6 – Omitiu “Senhor, que queres que faça?” A frase de submissão total, de entrega total ao senhorio de Cristo é descartada. A salvação pelo senhorio de cristo é omitida.

João 6: 47 – Omitiu “em mim”. Nessa passagem é como se Jesus tivesse dizendo que para ter a vida eterna basta crer em algo ou em alguma coisa.

I Coríntios 5: 1 – Substituição da palavra “fornicação” (porneia, no grego) pela palavra “imoralidade”. A tentativa foi de aliviar o pecado, pois, fornicação, em um sentido mais estrito significa intercurso sexual entre solteiros e em um sentido mais amplo abrange todos os pecados sexuais. A palavra “imoralidade” não tem muito peso, pois, para muitas pessoas a moralidade é relativa e depende do contexto.

I Coríntios 6: 20 – Omitiu “e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”. A NVI nega que devemos glorificar a Deus no nosso espírito, além do nosso corpo e que ambos pertencem a Deus.

Mateus 25: 13 – Omitiu “em que o Filho do Homem há de vir” O destaque nessa parábola (parábola das 10 virgens) é a vinda de Cristo num tempo desconhecido e inesperado e isso é descartado pela omissão da frase “o Filho do Homem há de vir”.

Marcos 3:29 – A NVI adulterou o versículo. No lugar de “juízo” (no grego, kriseôs) que é de Deus colocaram “pecado” (no grego, hamartêmatos) que é do homem.

Lucas 4: 18 – Omitiu “enviou-me a curar os quebrantados de coração”. Jesus veio para salvar, curar os quebrantados de coração. Não há salvação para os altivos e isso é descartado pela NVI.

Marcos 13:33 – Omitiu “orai”. A NVI elimina a ordem para além de vigiarmos, orarmos.

Mateus 1: 25 – Omitiu “primogênito” (do grego, prototokon). Através dessa adulteração a NVI descarta que Jesus foi o primeiro de vários filhos de Maria. Isso fortalece a mariolatria.

Mateus 5:44 – Omitiu “bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam”. A NVI não respeitou a inspiração verbal extirpando a ênfase tão necessária para os nossos corações.

Mateus 12:4 – Substituiu “pães da proposição” para “pães da presença”. Isso fortalece o conceito da transubstanciação do catolicismo (Jesus presente na hóstia).

I Timóteo 3:16 – Omitiu “manifestado em carne”. Nesse versículo a NVI nega descaradamente a divindade de Cristo.

I João 4:2 – A NVI adulterou o versículo. No lugar de “veio em carne” colocaram “veio como um ser humano”. Portanto, NVI não apenas agrada às falsas religiões como se junta à seita do gnosticismo.

I João 5:7 – Nesse versículo a NVI tenta mutilar a trindade. A mutilação é: “esses três estão de pleno acordo” ao invés de “esses três são um”. Isso fortifica as Testemunhas de Jeová.

Mateus 20:16 – Nesse versículo no intuito de enfraquecer a doutrina da salvação a NVI omitiu “porque muitos são chamados, mas poucos os escolhidos”.

Marcos 16:9-20 – Esse trecho na NVI está entre colchetes e com nota de rodapé informando que os versículos 9 a 20 não fazem parte do texto original grego, o que equivale dizer que há dúvidas sobre sua autenticidade. A realidade é que nos manuscritos alexandrinos (Texto Crítico) não apresenta o trecho referente à ressurreição de Cristo. Aqui fica uma pergunta: seria da vontade de Deus suprir da biografia de Jesus Cristo as provas de Sua ressurreição?
Não há duvida que a Bíblia NVI, é corrupta, adúltera e maldita. Portanto, cabe aos crentes sérios se engajarem na defesa da pura Palavra de Deus!

Ir. Marcos Pinheiro

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A FALÁCIA DO EVANGELHO DA AUTO-ESTIMA (PARTE II)

A FALÁCIA DO EVANGELHO DA AUTO-ESTIMA


O evangelho da auto-estima sofre oposição frontal das Sagradas Escrituras. O evangelho da auto-estima é uma libertação da baixa-estima, o evangelho verdadeiro é uma libertação do pecado; o evangelho da auto-estima é a acerca de nós, o evangelho verdadeiro é acera de Deus; o evangelho da auto-estima é sobre nossa necessidade de realização, o evangelho verdadeiro é sobre nossa necessidade de justificação e santificação. O pastor Robert Schüller, um dos precursores do evangelho da auto-estima, no seu livro “Auto-estima: a nova reforma”, diz que a necessidade mais fundamental do homem é a auto-estima e que Jesus morreu para elevar a auto-estima do homem. Segundo Schüller, a mensagem do evangelho tem que focalizar a satisfação das necessidades emocionais e psicológicas do ser humano. Na verdade, o que Schüller prega é que devemos abandonar o escândalo da cruz, a vida de renúncia e a autonegação e ficarmos com o blá-blá-blá da psicologia. A conseqüência imediata do evangelho da auto-estima é a mensagem adulterada do verdadeiro evangelho, ou seja, os meios de santificação progressiva e um viver bíblico têm seu enfoque mudado de bíblico para terapêutico, a fé passa a ser uma fé terapeuticamente direcionada e a mensagem debaixo da unção do Espírito Santo é trocada pela fraude de Freud. A igreja de Laodicéia (Ap 3:14-22) era esplêndida, considerava-se rica e saudável, ou seja, essa igreja representa a igreja aliada ao evangelho da auto-estima, ao evangelho da auto-realização. Por outro lado, a igreja de Esmirna ( Ap 2:8-11) é descrita como pobre, em tribulação e em grande perseguição. Deus disse para a igreja de Laodicéia que a vomitaria de Sua boca, mas para a igreja de Esmirna, Ele disse que seus membros iriam receber a coroa da vida.
Quando Deus escolheu Moisés para libertar o Seu povo, Moisés alegou ser incapaz de tal missão e pediu-lhe que escolhesse outra pessoa (Ex 3:11; 4:10-13). Aqui cabem algumas perguntas: Deus receitou a cura interior para libertar Moisés das memórias encobertas, por ter ele sido abandonado pelos seus pais e criado num lar adotivo? Deus deu a Moisés meses de aconselhamento psicológico para ele melhorar a sua má auto-imagem e aumentar sua auto-estima? Deus instigou Moisés a uma autoconfiança? A resposta a essas indagações é NÃO! Deus simplesmente prometeu ser com Moisés e operar milagrosamente por meio dele “Eu serei contigo” (Ex 3:12). Os pastores envolvidos com o evangelho da auto-estima com certeza diriam para Davi: “Davi você precisa fazer um curso de autoconfiança antes de enfrentar Golias”; “Davi quando você encarar Golias, você vai perder sua auto-imagem, e vai ficar com uma péssima imagem de si mesmo” “Davi você é baixinho, Golias tem 3 metros de altura; você é magrinho, Golias é musculoso; você precisa elevar a sua auto-estima para poder vencer Golias”. Mas rejeitando a armadura de Saul e, com apenas uma funda e cinco pedras, Davi subiu contra Golias que estava poderosamente armado e disse-lhe: “Eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, hoje mesmo o Senhor te entregará em minhas mãos (I Samuel 17: 45-46). A confiança de Davi estava no Senhor e não em si próprio. Mesmo que Davi não fosse hábil com a funda, Deus o capacitaria a acertar o alvo. Não precisamos de terapias, não precisamos melhorar a auto-imagem, precisamos, sim, confiar em Deus. Devemos contemplar a Deus e não a nós mesmos. Foi quando Jó teve um vislumbre de Deus e disse: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (Jó 42:5), que ele foi restaurado pelo o Senhor. Foi quando Isaías teve a visão de Deus e clamou “Ai de mim! Estou perdido!”(Is 6:1-8) que Deus pôde usá-lo. A Bíblia está repleta de homens e mulheres odiados, abusados e renegados, mas que triunfaram porque confiaram em Deus.
A Drª Susan Black, professora do curso de Educação da Faculdade de Elmira, no Estado de Nova Iorque, e consultora profissional para muitas escolas e indústrias, realizou extensos estudos acerca dos muitos programas para a elevação da auto-estima utilizados em escolas e indústrias por todo o país. Após revisar a parte mais relevante acerca da auto-estima em mais de 100 publicações de Universidades, pesquisadores independentes, secretarias distritais de ensino e outras agências ligadas ao ensino, ela concluiu que a tentativa de elevar a auto-estima das pessoas foi, em grande parte, uma perda de tempo.
Ninguém nunca conseguiu demonstrar que o estímulo à auto-estima está de algum modo, ligado à responsabilidade social e pessoal. Nunca se provou que todos aqueles que demonstram responsabilidade social e pessoal possuem auto-estima elevada. Não há uma relação direta de causa-efeito, o que prova a falácia do evangelho da auto-estima. Portanto, o movimento do evangelho da auto-estima é subversivo e, na realidade, não é obra de carne e sangue, mas dos principados e potestades, dos dominadores deste mundo tenebroso, das forças espirituais do mal nas regiões celestiais, como diz Paulo em Efésios 6:12. É lamentável que muitos pastores já caíram na malha do engodo do outro evangelho: o evangelho da auto-estima.
Ir. Marcos Pinheiro

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A FALÁCIA DO EVANGELHO DA AUTO-ESTIMA (PARTE I)

A falácia do evangelho da auto-estima


O evangelho da auto-estima tem o ego como o único centro de interesse do indivíduo. A ênfase em Deus é deslocada para o ego e de forma sutil, o ego tem tomado o primeiro lugar e, assim, a atitude de servo de Cristo é substituída pela atitude de se fazer o que agrada e que seja para sua própria conveniência. Os defensores do evangelho da auto-estima prometem a cura para todos os males da sociedade por meio de doses de valor-próprio, auto-aceitação e amor próprio. O refrão ensinado por esse evangelho é: “você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é, você precisa se perdoar”.
Nas Escrituras não há nenhum mandamento para amar a si próprio. Jesus não nos ordena que amemos a nós mesmos, mas que amemos a Deus e ao próximo. A Bíblia apresenta uma base para o amor completamente diferente daquilo que a psicologia humanista anuncia. Ao invés de promover o amor-próprio como a base para amarmos os outros, a Bíblia diz que o amor de Deus é a fonte verdadeira. O amor próprio busca seus próprios interesses e o amor de Deus entrega a si mesmo. Portanto, quando Jesus convida Seus discípulos a negarem a si próprios e tomarem sobre si o Seu jogo e a Sua cruz, Ele os conclama a um amor que doa a si mesmo, não a um amor que satisfaz a si mesmo. A alegria de Seus discípulos deve ser encontrada nEle, não em si mesmos. O amor-atitude, que vai além da capacidade do homem natural, é possível exclusivamente pela graça divina. Assim, o amor-atitude entre os discípulos de Jesus não vem do amor-próprio e da auto-estima e nem a auto-estima aumenta esse amor. O foco do amor na Bíblia é para cima e para fora ao invés de ser para dentro como estimula o evangelho da auto-estima. Em Mt 22: 37-40 lemos: “amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. Observe que Jesus não disse que havia três mandamentos: amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos. Ele apenas afirmou: “destes DOIS mandamentos dependem toda a lei e os profetas”, ou seja, o amor-próprio já está implícito aqui. O amor-próprio é um fato, não é uma ordem. Nenhum ensino nas Escrituras diz que alguém já não ama a si mesmo. Paulo afirma: “porque ninguém jamais odiou a própria carne, antes, a alimenta, e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja (Ef 5:29). Portanto, todo ser humano ama a si mesmo. Se alguém realmente odiasse a si mesmo, estaria alegre por ser miserável. No contexto de Mateus 22 não nos é ordenado que amemos a nós mesmos. Já o fazemos naturalmente. O mandamento é que amemos os outros como já amamos a nós mesmos. A idéia é que devemos procurar o bem dos outros do mesmo modo como já procuramos o bem para nós mesmos, isto é, exatamente com a mesma naturalidade com que cuidamos de nosso bem-estar. Portanto, a posição Bíblica correta para o crente não é a de encorajar, ou estabelecer o amor-próprio, a auto-estima, e sim a dedicar sua vida por amor a Deus e ao próximo como já ama a si mesmo. Os “mestres” do evangelho da auto-estima costumam dizer: “as pessoas não podem amar a Deus e aos outros até que amem a si mesmas”. A Bíblia diz que o amor começa em Deus e então se estende aos outros (I João 4: 19-21). Deus nos amou primeiro, o que nos capacita a amá-lo, o que se expressa, então, em amar uns aos outros. Alguns psicólogos dizem “no íntimo todos nós nos odiamos”. Ora, se uma pessoa já se odeia por natureza, então ela deseja aos outros o mesmo mal que quer para si. Mas quem é que deseja o mal para si?ninguém, a não ser os extremamente desequilibrados. O criminoso, aparentemente carregado de remorso, que diz odiar-se pelos crimes que cometeu, deveria estar feliz por se achar sofrendo na prisão. No entanto, espera sair da prisão o quanto antes, o que prova que ele se ama, apesar das suas afirmações de que abomina a si mesmo. Assim acontece com a pessoa que se suicida, ela quer dá fim a sua vida para acabar o seu sofrimento, pois pensa estar fazendo-lhe um bem.
Em toda a Bíblia somos encorajados apenas a termos estima, confiança e fé em Deus e não em nós mesmos. O conceito psicológico do amar-se a si mesmo que conduz à auto-estima e o conceito bíblico da autonegação que conduz ao auto-enriquecimento são diametralmente opostos entre si. O evangelho da auto-estima afirma que precisamos amar a nós mesmos e nos termos em alta conta, se quisermos estar psicologicamente ajustados e sermos bem-sucedidos na vida. A Bíblia diz que temos que colocar Deus e o próximo antes de nós mesmos e que é isso que nos tornará felizes e ajustados. O conceito da autonegação e o de dar preferência aos outros é um tema que se estende através de toda a Bíblia. A meta do evangelho da auto-estima é produzir pessoas emocionalmente sãs. A Bíblia ensina que é a santidade que conduz à integridade emocional. A Palavra de Deus nunca nos exorta à auto-aceitação, auto-estima, nem qualquer outra dessas formas de egocentrismo tão propalado pelo evangelho da auto-estima. A resposta para a depressão, a síndrome do pânico, fobias, medos, traumas não é nos voltarmos para o ego, mas nos distanciarmos dele e buscarmos a Cristo. A única coisa que as Sagradas Escrituras nos manda fazer com o ego é negá-lo, aceitando a morte de Cristo como se fosse a nossa própria. Isto foi suficiente para os apóstolos e a igreja primitiva. A auto-estima é a essência do orgulho; e o diabo, como o pai do orgulho, tem tido forte influência no evangelho da auto-estima. Esse falso evangelho promove a inchação do ego que entra em conflito com Filipensses 2:3 “por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”.
Ir. Marcos Pinheiro

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O CRENTE E A POLÍTICA (PARTE V)

O CRENTE E A POLÍTICA

Jesus, a igreja primitiva e a política

Na época em que o Senhor Jesus vivia na terra, havia grande agitação política. Na tensa situação, o sentimento nacionalista estava vivo e povo sonhava com uma coalizão povo-farizeu-saduceu contra Roma, a opressora dos povos. Em tais circunstâncias, não é de estranhar que o povo esperasse um posicionamento de Jesus no tocante àquela situação calamitosa, ou o seu apoio, quer ao partido nacional, com tendência patriótica e religiosa, quer ao oponente, o partido romano. Em Creta ocasião, representantes dos dois partidos trataram obter uma opinião política de Jesus, valendo-se de uma maliciosa pergunta: “é lícito pagar tributo a César ou não?” (Mt 22:17).Constatamos pela resposta de Jesus que Ele nada tinha a declarar a respeito da política da época. Mostrando-lhes a moeda destinada ao pagamento do tributo imperial, Jesus perguntou: “de quem é esta efígie e inscrição? responderam: “de César”. Jesus disse-lhes: “daí a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22: 20-21). Uma das atitudes importantes de Jesus foi sua imparcialidade política. Ele se recusou a tomar posição a respeito da questão política porque o Reino do Céu não se alcança através da força humana e nem é organizado como reino político. Para alguns, Jesus era um líder piegas e demasiadamente pietista em relação ao problema político. Para outros, Ele era um antipatriota, pois não incitava o povo a luta pela liberdade e a resistir à tirania. Para a grande maioria, Jesus era um alienado, pois só falava de amor ao próximo, enquanto o povo estava faminto, oprimido e sem liberdade política. Mas a verdade era que Jesus estava ratificando, de forma definitiva, a separação entre a igreja e o Estado.
Certa ocasião, Jesus teve uma oportunidade singular: comandar uma multidão entusiasmada e decidida a defender a independência da Galiléia, província do norte da Palestina. O povo estava tão eufórico com o poder do Senhor de Jesus, depois de vê-lo alimentar uma grande multidão com cinco pães e dois peixes que queriam proclamá-lo rei (Jo 6:15). Mas não foi com essa finalidade que Ele veio a esta terra. Jesus não desejava ser arrastado a semelhante movimento e por isso retirou-se sozinho para o monte. Ele não era homem de política. O seu desígnio era servir a Deus e salvar os homens. À oferta da glória política que o diabo ofereceu a Jesus quando lhe disse: “te darei todos os reinos do mundo” ( Lc 4: 6-7), Jesus replicou: “está escrito: ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto” (Lc 4:8). Jesus recusou todos os reinos, porque sabia que há um só reino eterno, do qual Ele é Senhor, todos os demais reinos desaparecerão. Quando Jesus disse: “os pobres vós tendes sempre convosco” (Mt 26:11), não foi comodismo nem alienação de sua parte, pelo contrário, Ele estava apontando para a inevitabilidade da injustiça em qualquer sistema político. Só no Reino do Senhor não haverá pobres, pois todos serão “sacerdotes e reis” (I Pe 2:9).
No início do cristianismo, a escravidão era uma instituição bem estabelecida e de uma crueldade sem limites. Não era difícil imaginar que os crentes fossem chamados a empreender uma campanha pela abolição. No entanto não vemos na Bíblia Paulo e os apóstolos se pronunciarem contra os males da escravidão da época. Paulo e os apóstolos nunca encabeçaram movimentos contra a escravidão. A epístola de Filemom mostra-nos que os crentes da igreja primitiva não moveram um dedo para mudar a situação. Onésimo, escravo fugitivo, converteu-se por meio da pregação do apóstolo Paulo em Roma. Em vez de Paulo aproveitar a ocasião para combater o mal da escravidão, ele faz um apelo espiritual e insiste para que o escravo Onésimo, embora continuasse sendo escravo, fosse agora recebido como irmão, e irmão amado pelo seu amo Filemom (Filemom 10:16). É claro que não podemos ficar indiferentes a um governo opressor e cruel. Mas, lembremo-nos de que o recurso do crente é o próprio Deus, não a agitação, a propaganda política, as petições dirigidas ao Congresso ou a mobilização das massas. O recurso da igreja é entrar na presença de Deus em oração e jejum, depositar diante dEle o fardo que o mundo faz pesar sobre o nosso coração e depois sair para a proclamar as Boas Novas de Cristo aos homens. É importante observar que a escravidão findou no império romano com os crentes praticando o amor tanto ao capataz como ao escravo. A igreja deve se opor às injustiças sociais, não elegendo seus membros a cargos políticos, mas anunciando o Evangelho que é o poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças.
No livro “On the Road to civilization, a world history”, o historiador J. Sigman relata: “o primitivo cristianismo foi pouco entendido e foi considerado com pouco favor pelos que governavam o mundo pagão; os cristãos não aceitavam ocupar cargos políticos”. O historiador Augusto Neander no seu livro “The history of the Christian religion and church during the first centuries, relata: “os cristãos se mantinham alheios e separados do Estado como raça sacerdotal e espiritual, e o cristianismo influenciava a vida civil apenas desse modo”. A verdade é que muitos líderes estão fazendo a igreja perder a visão para a qual foi chamada. Eles estão tentando a todo custo cristianizar a nossa nação ao modelo de Constantino. Esqueceram que o Senhor Jesus estabeleceu a igreja para salvar o mundo exclusivamente pela Palavra. É engano se pensar que, por meio da política, podemos aprimorar este mundo arruinado. Nunca poderemos produzir crentes pelas leis governamentais. Nunca poderemos cristianizar a sociedade. O homem está em pecado e, portanto, nunca teremos uma sociedade perfeita. Unicamente a vinda do Senhor Jesus irá produzir isso. Os que defendem o ingresso dos crentes na política dizem: “precisamos de crentes na política para angariar verbas para a igreja, do contrário, estaremos perdendo benefícios”. Este pensamento demonstra a falta de fé na providência divina para suprimento das necessidades da igreja. Para estes que pensam desse modo, Jeová Jiré está morto.
Ir. Marcos Pinheiro

O CRENTE E A POLÍTICA (PARTE IV)

O CRENTE E A POLÍTICA

O caso de José de Arimatéia


Alguns afirmam que no Novo Testamento temos um crente político: José de Arimatéia era senador. Portanto, por que o crente não pode concorrer a um cargo político?
Muitas histórias surgiram com respeito a José de Arimatéia, inclusive a de que ele teria evangelizado na Inglaterra. Sua riqueza seria proveniente de minas de estanho, que a família possuía na Inglaterra. Fala-se também que ele teria sido o portador do cálice da última santa ceia para a Gã-Bretanha, onde foi escondido e não encontrado. Entretanto, a história real que temos sobre José de Arimatéia está limitada aos registros bíblicos, que estão em: Mt 27:57-60; Mc 15:43-46; Lc 23:50-56 e Jo 19:38-42. Destes trechos extraímos que: ele era rico, seu nome era José e era procedente da região de Arimatéia (Mt 27:57); era membro do Sinédrio (Lc 23:50, Mc 15:43); era discípulo de Jesus e esperava o Reino de Deus (Mt 27:57, Mc 15:43, Lc 23:51, Jo 19:38); era um homem justo (Lc 23:50); não tinha concordado com a resolução do Sinédrio, que havia condenado a Jesus (Lc 23:51); temia os judeus e não declarava explicitamente que seguia os ensinamentos de Jesus (Jo 19:38); José de Arimatéia tinha trânsito livre com as autoridades, pois falou diretamente com Pilatos e conseguiu a guarda do corpo de Jesus (Mc 15:43, Mt 27:58, Jo 19:38); pessoalmente, Arimatéia manuseou o corpo de Jesus e o colocou no seu túmulo, que era novo, ele rolou a pedra que selou o túmulo (Mt 27:59-60, Lc 23:53, Mc 15: 45-46). Os registros bíblicos não nos permitem concluir definitivamente que José de Arimatéia fosse crente, um homem nascido de novo. É preciso lembrar que muitos seguiam Jesus, mas que poucos realmente entenderam quem ELE era. José de Arimatéia “esperava o Reino de Deus” na visão judaica, ou seja, a restauração do reino de Israel através de um Messias “os que estavam reunidos lhe perguntavam: Senhor será este o tempo em que restaures o reino a Israel” (Atos 1:6). José de Arimatéia era “bom e justo” no aspecto ético e moral. Mas isso não implica necessariamente que fosse salvo. Nicodemos também era correto, não corrupto e reconhecia, como José de Arimatéia, ter Jesus vindo de Deus, no entanto Jesus disse que Nicodemos precisava nascer de novo. Em Mt 27:57 diz que José de Arimatéia “era discípulo de Jesus” e em em Jo 19:38 diz que ele “era discípulo oculto”. A Bíblia diz em Mc 15:43 e Lc 23:51 que José de Arimatéia “esperava o Reino de Deus”. A palavra “discípulo”, em Mateus e João, tem uma conotação genérica que não implica necessariamente compromisso com Jesus. Jesus fez um discurso e muitos de seus discípulos o abandonaram e já não andavam com Ele ( Jo 6:66), ou seja, muitos seguiam Jesus mas não passaram pela experiência do novo nascimento, não entendiam realmente quem ELE era. Portanto, não há como querer justificar o engajamento do crente na política tomando como exemplo José de Arimatéia. Aliás, mesmo que José de Arimatéia tivesse nascido de novo, não há nenhuma garantia de que ele permaneceu como senador ou que tenha realizado campanha política para disputar o cargo.
Muitos candidatos evangélicos alegam: “votem em mim, porque é melhor ter um governante crente do que um ímpio no poder”. Esse raciocínio é contraproducente, pois entra em choque direto com a soberania de Deus. Deus é Senhor Soberano de tudo, e tudo o que acontece, acontece por Sua permissão. Em Romanos 13:1, a Bíblia diz “toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há, foram ordenadas por Deus”. Isto quer dizer que o governo civil, assim como tudo mais na vida, está sujeito à lei de Deus. O Senhor é quem ordena a autoridade civil. Jesus disse a Pilatos: “nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado” (Jo 19:11). Até a autoridade do ímpio vem de Deus. Toda autoridade é constituída por Deus, seja ele crente ou ímpio. E, na Sua Soberania, Deus pode usar até um ímpio para fazer uma justa administração. Deus está acima de tudo e pode fazer cumprir a Sua vontade por meio de homens maus quanto por intermédio de homens bons.
Alguns dizem: “a igreja precisa de representantes crentes no poder para defender a liberdade da pregação do Evangelho”. A igreja nunca precisou e nunca vai precisar de representantes no Congresso Nacional para realizar sua função. Os períodos em que mais a igreja cresceu em número e qualidade foram aqueles em que a igreja não tinha qualquer representante político. Foram nos períodos de perseguições que a igreja mais cresceu. Durante o início da igreja cristã, os crentes foram perseguidos ferozmente pelo império romano. Muitos foram torturados, outros mortos. As leis existentes não eram propícias à liberdade religiosa e mesmo assim a igreja cresceu tanto em quantidade como em qualidade. Durante muitos anos, no Brasil, a igreja evangélica não tinha representantes políticos e crescemos mesmo assim. A igreja nunca deixou de existir tendo liberdade ou não, e sempre vai existir, porque Deus é soberano, é o dono da obra e Sua obra vai avançar tendo liberdade ou não de pregar o Evangelho. Pensar que precisamos de representantes no Congresso Nacional é admitir, que não temos fé suficiente para crer na administração do Deus invisível, o grande EU SOU.
Aqueles que defendem a idéia de os crentes se engajarem na política dizem: “a igreja precisa de representantes evangélicos no poder para melhorar a condição do país”. Esse é um engano crasso. Querer atribuir a função da igreja a um parlamentar crente é desconhecer a missão da igreja de Cristo. A igreja tem de influenciar o Brasil e o mundo, e isto não se fará através de leis, mas através da genuína pregação do Evangelho. Querer fazer leis com princípios cristãos objetivando melhorar as condições morais e éticas do país é reconhecer a ineficácia da igreja e banalizar o poder do Evangelho. Em Atos 17:6, lemos “estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui”. A igreja primitiva transformou o mundo não pelo engajamento político, mas pregando Cristo crucificado e ressuscitado. Um homem temente a Deus não rouba, não mente, não mata, não adultera, não recebe propinas, ama ao próximo, é íntegro em suas relações comerciais, paga devidamente seus impostos, é submisso às autoridades constituídas. Isso somente é possível através de um encontro genuíno com Deus. A função de transformar homens ímpios e perdidos em homens tementes a Deus não é de parlamentar ou governante algum, mas sim da igreja. Não precisamos de um vereador evangélico para pregar o Evangelho, nem de um deputado, nem de um senador. Estado é Estado, igreja é igreja. O problema do mundo não é político, é pecado. Não será um político que trará a bem-aventurança, mas o colocar-se sob o controle de Cristo. A Bíblia diz: “feliz a nação cujo Deus é o Senhor” e não diz “feliz a nação cujo governante é crente”.
Ir. Marcos Pinheiro

O CRENTE E A POLÍTICA (PARTE III)

O CRENTE E A POLÍTICA

O caso de Daniel, Sedraque, Mesaque e abede-Nego

Muitos crentes citam a história de Daniel para justificar suas candidaturas à política. Vejamos a seguir a interpretação correta sobre a vida de Daniel.
O rei Nabucodonosor compreendeu a importância do seu sonho e decidiu submeter a um teste os “sábios” da Babilônia. O rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus para que eles lhe fizessem saber o sonho e a sua interpretação. Se não conseguissem decifrar o sonho, seriam mortos; porém, se os “sábios de Babilônia declarassem o sonho e a sua interpretação, receberiam de Nabucodonosor presentes, e dádivas, e grande honra “Se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo; se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim presentes, e dádivas, e grande honra” (Dn 2:5-6). Os “sábios” de Babilônia não conseguiram declarar o sonho do rei nem a sua interpretação. Nabucodonosor, enfurecido, decretou a matança de todos os “sábios” de Babilônia. O decreto de matança incluía também Daniel. Mas Daniel estava muito mais preocupado com a vida dos “sábios” de Babilônia do que com sua própria vida, pois Daniel conhecia a Deus, seu coração estava no Reino de Deus e os “sábios” de Babilônia estavam perdidos, pois o que eles praticavam era abominável aos olhos de Deus.
Daniel, decididamente, foi ter com o rei Nabucodonosor, e pediu tempo para interpretar o sonho; tempo para orar e para receber o auxílio do Deus Todo-Poderoso. Daniel faz saber o caso a Hananias, Misael e Azarias. Os quatros servos de Deus buscam o Senhor em oração intensa e Deus revela o sonho a Daniel, bem como a sua interpretação. O propósito de Daniel buscar ao Senhor para receber a revelação do sonho de Nabucodonosor foi para salvaguardar as vidas dos “sábios” de Babilônia, pois todos iam ser mortos por não darem resposta ao rei. Observe que Daniel não reivindicou nenhum mérito pessoal por revelar ao rei o sonho e sua interpretação. Daniel não tinha o desejo de governar, não tinha objetivo político, o seu coração estava no Reino de Deus. Daniel nunca almejou cargo político, isso se comprova em Daniel 5: 16-17: “eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretação e resolver dúvidas, agora, se puderes ler este escrito, e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, terás cadeia de ouro ao pescoço e no reino serás o terceiro governante; então respondeu Daniel e disse na presença do rei: AS TUAS DÁDIVAS FIQUEM CONTIGO, E DÁ OS TEUS PRÉMIOS A OUTRO; CONTUDO LEREI AO REI O ESCRITO, E FAR-LHE-EI SABER A INTERPRETAÇÃO”. Note que quando Daniel se propôs a ler o escrito na parede do palácio do rei Belsazar, filho de Nabucodonosor, não fez com a intenção de obter poder político. Vê-se claramente que Daniel rejeitou o cargo que o rei lhe ofereceu.
O crente candidato à política faz cartazes, picha paredes, trabalha e trabalha e trabalha para ser eleito. Isso mostra o desejo de governar no mundo da política. Bem diferente de Daniel. Portanto, aquele que almeja participação nos governos humanos mostra o quanto está distante do santo Daniel. Se alguém deseja ser político, isso não é manifestação de Deus e sim do coração da própria pessoa.
Daniel depois de interpretar o sonho de Nabucodonosor, foi colocado para ser governador de toda a província de Babilônia “então o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e o pôs por governador de toda a província de Babilônia, como também o fez chefe dos governadores sobre todos os sábios de Babilônia” (Dn 2:48). Observe que Daniel foi colocado involuntariamente no cargo de governador. Deus tinha um propósito específico quando permitiu Daniel ser governador.
O povo de Israel que estava no cativeiro babilônico corria o risco de se misturar com os babilônios e perder sua identidade de povo de Deus. Os israelitas podiam adquirir os modos de vida dos babilônios. Então, Deus usa Daniel com autoridade de governador sobre o povo de Israel a fim de conservar os costumes e as tradições do povo de Deus. Agora, por que Daniel tinha que ter a autoridade de governador? O povo de Deus na época, como também as demais nações, só reconhecia autoridade política. Israel era, na época, uma nação politicamente organizada. Essa era uma posição desviada, pois não era a vontade de Deus. Mesmo assim, Deus permitiu que o povo de Israel tivesse governantes humanos e Ele mesmo constituiu alguns, embora esse fosse o desejo do coração desviado do povo. O povo não ouviria Daniel se ele não tivesse autoridade política. Como Israel era uma nação politicamente organizada o povo só reconhecia autoridade política e não reconhecia mais a autoridade divina. Tanto isso é verdade que as palavras dos profetas muitas vezes foram rejeitadas pelo povo, porque eram contrárias às autoridades políticas do povo. Portanto, no caso de Daniel, Deus tinha um propósito bem definido: usá-lo como líder político com autoridade de governador para guardar o povo de Israel da contaminação babilônica.
Alguns em defesa do engajamento político do crente dizem: “Sedraque, Mesaque e Abede-Nego, eram governantes políticos, por que não podemos ser?” Para refutarmos esse argumento basta lermos Daniel 3:12 “Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sedraque, Mesaque e Abede-Nego”. Note que Sedraque, Mesaque e Abede-Nego eram fiscais, ou seja, eles cuidavam das negociações comerciais da província de Babilônia, eram responsáveis pelas transações comerciais da Província. Eles eram empregados do rei, e não autoridade política. Eles foram tratados pelo rei Nabucodonosor, como súditos e não como quem tem autoridade política (Dn 3: 13- 21).
Finalmente, usar a história de Daniel, Sedraque, Mesaque e Abede-Nego para justificar o envolvimento do crente na política é ter uma visão tupiniquim dos planos de Deus. Vale salientar que Daniel passou incólume por vários governos, por fidelidade a Deus, e não por fidelidade partidária aos reis. Daniel enfrentou muitas perseguições e, já velho, foi lançado na cova dos leões por fidelidade a Deus, nunca por perseguição política. Não podemos esquecer que a função primária da igreja é proclamar o Santo Evangelho e chamar os homens ao arrependimento. Sua função nunca foi e nunca será o engajamento na política.
Ir. Marcos Pinheiro

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O CRENTE E A POLÍTICA (PARTE II)

O CRENTE E A POLÍTICA

O caso de José do Egito


Alguns que defendem o engajamento do crente na política dizem: “a história de José do Egito nos dá apoio para a participação dos reinos políticos deste mundo”. Para refutar esse argumento, basta lermos Gênesis 41: 40-41 que diz: “tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente ao trono eu serei maior que tu. Disse mais Faraó a José: vês, aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito”. Observe que José não se ofereceu para governar. José não disse a Faraó que estaria à disposição para administrar o Egito. Ele não se autocandidatou. Por ter José interpretado o sonho de Faraó, este o colocou na posição de governante. José foi colocado involuntariamente na posição governamental porque Faraó viu nele um homem que tinha o Espírito de Deus: “e disse Faraó a seus servos: acharíamos um varão como este, em que haja o Espírito de Deus?” (Gn 41:38). Hoje, as pessoas dizem: “votem em mim, pois tenho princípios cristãos, usarei isto nas minhas decisões políticas”. Ou seja, as pessoas lançam-se como “candidatos de Deus”. O desejo por uma posição parlamentar é expresso de modo muito claro, o que não ocorreu com José.
Uma verdade que temos que acatar é que a palavra “governador” em Gênesis 42:6 “José, pois, era governador daquela terra”, não pode ser entendida no sentido político de hoje. José não era o governador político do Egito, mas o administrador do trigo, do cereal. Ele era o gestor da fazenda do Egito. O salmo 105:21 confirma essa verdade “fê-lo senhor da casa, e governador de toda a sua fazenda”. Em Genesis 41:34 diz: “faça isso Faraó, e ponha governadores sobre a terra”. Nos versos 48, 49 e 56 do capítulo 41 de Gênesis, vemos José gerenciando, administrando o cereal de todo o Egito.
O governador político do Egito sempre foi Faraó, em hipótese alguma foi José. Em Gênesis 41:40, lemos “tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo; SOMENTE NO TRONO SEREI MAIOR QUE TU”. Ou seja, Faraó quis deixar bastante claro que ele era o governador político do Egito. Em Salmo 105:20, lemos: “mandou o rei e o fez soltar; o dominador dos povos o soltou”. Quem é esse rei? Quem esse rei soltou? Veja o que diz Gênesis 41:14: “então mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair logo do cárcere; e barbeou-se e mudou as suas roupas e apresentou-se a Faraó”. Logo, o rei de Salmo 105:20 é Faraó, o governador político do Egito que soltou José do cárcere.
Outra verdade que temos que abraçar é que Deus tinha um plano específico ao permitir que José fosse o administrador do trigo do Egito. Jacó e seus filhos habitavam na terra das peregrinações, a terra de Canaã: “e Jacó habitava na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã” (Gn 37:1). Deus fez com que viesse uma terrível seca sobre a terra. A fome prevalecia em todas as terras inclusive em Canaã, onde habitava Jacó e seus filhos “porquanto a fome prevaleceu em todas as terras” (Gn 41:57), “havia fome na terra de Canaã” (Gn 42:5). Essa situação calamitosa fez com que Jacó ordenasse que os seus dez filhos, irmãos de José, que moravam em Canaã descessem ao Egito para comprar trigo “disse mais Jacó: eis que tenho ouvido que há mantimentos no Egito; descei até lá e comprai-nos trigo, para que vivamos e não morramos. Então desceram os dez irmãos de José, para comprarem trigo no Egito” (Gn 42:2-3).
O propósito de o Senhor permitir que a terrível seca se alastrasse sobre toda a terra, fazendo com que os irmãos de José descessem ao Egito, foi para que eles se quebrantassem e se arrependessem dos seus maus caminhos. Os irmãos de José eram maus e carnais (Gn 37:2); cheios de ódio (Gn 37:4); invejosos (Gn 37:11); mentirosos e homicidas (Gn 37:20). Eles habitavam fisicamente na terra de Canaã, a terra da promessa, porém, espiritualmente, estavam no Egito. Deus pôs José como administrador do Egito para ele mostrar a seus irmãos que quem governava os seus corações não era o Senhor Deus. José provou seus irmãos para ver como estavam seus corações (Gn 44:1-12). José percebeu que seus irmãos estavam humildes e quebrantados. Demonstraram mudança real de caráter. Assumiram a culpa pela iniqüidade que praticaram no passado. José, então, se deu a conhecer a seus irmãos. Nessa ocasião, José revelou a seus irmãos o propósito de tudo o que tinha acontecido “agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Deus me enviou diante da vossa face, para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento” (Gn 45:5-7). Note que Deus operou através de José, colocando-o como administrador do trigo do Egito por um propósito bem definido: preservação do povo do concerto do qual desencadearia o Cristo. Era necessário que os irmãos de José fossem para o Egito, pois lá aprenderiam através da vida de José, que aqueles que são submissos a Deus, são espirituais, santificados e praticantes da justiça. O Senhor permitiu a José ser o gestor da fazenda do Egito para quebrantar os corações de seus irmãos e mostrar-lhes que no meio de danos e injustiças deve-se ser perdoador. José não consumiu o amor de seu coração em sentimento vingativo e rancoroso, não se preocupou com as injustiças sofridas, mas olhou para frente e não para trás. Isso marcou o coração de seus irmãos, que mais tarde tornar-se-iam um povo nitidamente separado, dedicado exclusivamente a Deus, assumindo o seu papel no plano divino da redenção. Portanto, não podemos usar um propósito específico de Deus, José como administrador do trigo do Egito, e generalizá-lo, a fim de justificar o engajamento do crente na política desse mundo.
Ir. Marcos Pinheiro

O CRENTE E A POLÍTICA (PARTE I)

O CRENTE E A POLÍTICA


O Governo Teocrático

O primeiro governante humano de um sistema politicamente organizado surgiu na Torre de Babel. De acordo com Gênesis 10:8-10, o primeiro líder político foi Nirode, o princípio do seu reino foi Babel. O pecado desse reino foi a ambição de dominar o mundo e dirigir o seu próprio destino, à parte de Deus, através da união política centralizada. Esse desígnio era fruto do orgulho e rebeldia contra Deus. Deus frustrou o propósito deles, multiplicando idiomas em seu meio, de tal maneira que não podiam comunicar-se entre si (Gn 11:7-8). Isso deu origem à diversidade de raças e idiomas no mundo. Nesse tempo, a raça humana, deixando Deus, voltou-se para a idolatria e a feitiçaria, vivendo na escravidão de Satanás.
Deus vendo a raça humana entregue ao domínio de Satanás decidiu separar um povo para Si – o povo hebreu. Israel era a nação eleita com o propósito de testemunhar o nome do Senhor para os demais povos. O Senhor seria com a nação de Israel para conquistar territórios e mostrar às demais nações a Sua lei e o Seu poder a fim de convertê-los. Assim sendo, o sistema idealizado por Deus para a nação de Israel era o governo teocrático. O próprio Deus seria o Rei da nação de Israel, Ele a governaria. O Senhor escolheria patriarcas, juízes e profetas e, através destes manifestava a Sua soberana vontade e os Seus estatutos. Deus governava através da orientação direta, da revelação especial, da Palavra escrita e por intermédio de dirigentes escolhidos e ungidos. Gideão entendia muito bem isto, pois se recusou a tornar-se rei em Israel ao afirmar que Deus é quem governava o povo “então os homens de Israel disseram a Gideão: domina sobre nós, tanto tu como teu filho e o filho do teu filho; porquanto nos livraste da mão dos midianitas. Porém Gideão lhes disse: sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará; o Senhor sobre vós dominará” (Juízes 8:22-23). Gideão entendia o governo teocrático, ou seja, o povo não deveria ter um governante humano, mas Deus era quem deveria governar.
Em Dt 17:14, lemos: “quando entrares na terra que te dá o Senhor teu Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que estão em redor de mim”. Em Dt 28:36, lemos: “O Senhor te levará a ti e a teu rei, que tiveres posto sobre ti...”. Nesses versículos, vemos Moisés previu o dia em que Israel ficaria descontente com o governo direto de Deus, ou seja, Moisés previu o dia em que os israelitas diriam “não à teocracia”. Essa profecia se cumpriu em I Samuel 8:5 “constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós”. O povo chegou para Samuel e pediu um rei, um representante político, um governante político à semelhança das nações. Deus considerou o pedido dos israelitas como se eles o tivessem rejeitado como seu rei “e disse o Senhor a Samuel: ouve a voz do povo em tudo me tem rejeitado, para eu não reinar sobre eles” (Samuel 8:7).
Os israelitas pediram um rei humano para que fossem como as outras nações, pondo, assim, sua missão de povo especial de Deus em xeque. O Senhor permitiu que Israel tivesse um rei, não que isso expressasse a Sua vontade, mas para discipliná-los e fazê-los ver o erro de seu pedido.
Quando Israel pediu um governo monárquico, seus reis passaram a assumir o cargo por sucessão hereditária e não mais pela escolha direta de Deus. Como conseqüência, surgiram reinados iníquos e imorais, abomináveis aos olhos de Deus. O primeiro rei que Israel teve foi Saul, um rei mau, e pelo seu governo Deus mostrou que a escolha que fizeram foi em desacordo com a Sua vontade.
Deus permitiu o estabelecimento de um rei e um governo monárquico em Israel por duas razões. Em primeiro lugar para evidenciar a necessidade do reino perfeito de Deus e assim prenunciar Jesus Cristo como o Rei dos reis, em segundo lugar, para ensinar ao seu povo que nenhum sistema de governo solucionará os problemas da nação, nem garantirá paz e segurança. Somente no reinado de Cristo é que reinará a perfeita justiça, e a perfeita paz, a felicidade será a porção de todos. Portanto, é estultícia espiritual dizer que precisamos de um governo teocrático para que os problemas da nação sejam resolvidos. Aliás, o que diz respeito a Israel como nação não pode ser aplicado à igreja, pois na atual dispensação, Israel como nação está desviada de Deus. O povo de Deus não é uma nação, é a igreja, são os crentes espalhados por todo o mundo.
Através da vinda do Senhor Jesus, estabeleceu-se uma nova dispensação e, consequentemente, uma nova visão com respeito à política, isto é, Jesus governa na igreja e não nos reinos políticos, “Ele é o cabeça do corpo, da igreja” (Colossenses 1:18). Somos servos do Reino espiritual de Cristo. Portanto, se estamos na terra na condição de peregrino e temos o Reino de Deus nos nossos corações, não devemos participar de reinos políticos. Vale salientar que o desejo dos israelitas de quererem um rei, um governante político, como as demais nações, é fruto de um coração rebelde. O próprio povo reconheceu sua rebeldia “e todo o povo disse a Samuel: roga pelos teus servos ao Senhor, teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos um rei” (I Samuel 12:19). Portanto, aqueles que defendem que a igreja deve ter um representante político, estão na mesma condição de rebeldia. Os que querem um representante político argumentam: “os patriarcas, juízes e profetas eram governadores políticos”. Esse argumento é um engano. Os patriarcas, juízes e profetas não eram governadores nem dominadores políticos, pois todas as vezes que falaram ao povo não demonstravam autoridade de si mesmos, mas diziam ao povo: “Assim diz o Senhor”. Portanto, era desse modo que Deus governava o povo escolhido, os israelitas.
Ir. Marcos Pinheiro

O CRENTE E O USO DA SORTE (PARTE II)

O CASO DE PEDRO

Jesus havia ordenado que os discípulos não fizessem nada até a vinda do Consolador, o Espírito Santo, o qual os direcionaria em tudo (Lucas 24:49). A Igreja, sem dirigente, deveria esperar a vinda do Espírito Santo, sem agir antes. Pedro, porém, precipitou-se e resolveu escolher um novo apóstolo para substituir Judas, o traidor. Pedro agiu antes de o Espírito Santo chegar; ele usou da sorte baseando-se no Antigo Testamento em que Deus permitia em alguns casos o uso da sorte, fazendo expressar Sua vontade. Pedro era cheio de coisas judaicas, ele quis misturar a lei (o uso da sorte no Antigo Testamento) e a graça. Em Gálatas 2:14 vemos o apóstolo Paulo repreender a Pedro pelo fato dele ter obrigado aos gentios viverem como judeus - "quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do Evangelho, disse a Cefas (Pedro), na presença de todos: se sendo judeu vives como gentio e não como judeu, porque obrigas os gentios a viverem como judeus?”. Esse versículo deixa claro que Pedro era cheio de coisas judaicas, que o levou à precipitação, escolhendo o homem errado para apóstolo, Matias. Todos os apóstolos foram escolhidos diretamente por Jesus Cristo: “Depois, subiu ao monte e chamou os que ELE MESMO QUIS, e vieram para junto dele” (Mateus 3:13). Em Atos 1: 2 lemos: “... depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos QUE ESCOLHERA, foi levado às alturas”.
Paulo foi o legítimo substituto de Judas escolhido diretamente por Cristo. Em Gálatas 1:1, a Bíblia diz: “Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, MAS POR JESUS CRISTO E POR DEUS PAI, que o ressuscitou dentre os mortos”. De acordo com Efésios 2:20, os apóstolos são fundamentos da igreja, ou seja, a igreja está fundamentada nos apóstolos, e esses, por sua vez, em Cristo, que é a pedra angular – “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”. Se Matias foi o substituto de Judas e fundamento da igreja onde estão registrados os sinais de seu apostolado? Onde estão as epístolas de Matias? No entanto, temos quatorze epístolas paulinas no Novo Testamento. Em Efésios 3: 3 – 5, Paulo fala do mistério de Cristo oculto em Deus durante eras, e que agora se torna conhecido pela revelação dada aos apóstolos e profetas. Paulo se inclui como apóstolo que recebeu tal revelação – “como me foi este mistério manifestado pela revelação...” (v3). Depois da eleição de Matias, não vemos mais o seu nome na Bíblia. O nome de Paulo marca o livro de Atos dos Apóstolos, bem como todo o Novo Testamento.
Em João 15:16 Jesus diz taxativamente aos onze que os havia escolhido “não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei...”.Do mesmo modo Jesus diz com relação a Paulo “...este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios...”. Observa-se claramente em atos 1:21 e 22 que Matias estava entre as testemunhas da ressurreição do Senhor Jesus “...um deles se faça conosco testemunha da ressurreição, e apresentaram dois: José, chamado Barrabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias”. Se Matias foi o substituto de Judas por que Jesus ao vê-lo, não o escolheu naquela ocasião? Além disso, verifica-se claramente que, logo que Matias foi escolhido por sorte ele foi CONTADO com os onze apóstolos, mas não diz que ele tenha se TORNADO um apóstolo “...e por voto comum, foi contado com os onze apóstolos” (Atos 1:26). Isto vem revelar o ato precipitado de Pedro
Aqueles que defendem Matias como o substituto de Judas alegam que uma oração foi realizada antes da sua escolha. Ora, a Bíblia ensina que o Senhor só atende as orações que são feitas de acordo com a sua vontade (I João 5:14). As Escrituras registram tanto os acertos como os erros dos seus servos. Portanto, a oração feita naquele momento estava desconforme com a vontade de Deus, pois o uso da sorte não é prática Neo-Testamentária.
Outros que admitem Matias como o verdadeiro substituto de Judas, afirma que coube ao apóstolo Pedro a liderança cristã primitiva, liderança essa que teve, todavia, curta duração. Ora, se esse argumento é verdadeiro, então, “somos crentes – católicos”, pois, Pedro teria sido o primeiro papa uma vez que se a igreja pudesse ser orientada por Deus através de Pedro, antes da descida do Espírito Santo, ele seria o vigário de Cristo na terra como afirma a doutrina católica. Se admitirmos Matias como substituto de Judas, somos “crentes – adventistas”. Os adventistas misturam os princípios da lei com os princípios da graça. Pedro misturou esses dois princípios na escolha de Matias quando utilizou a sorte. Na verdade, nunca podemos aceitar o procedimento de Pedro na escolha de Matias, pois, se é possível realizar a obra de Deus sem o poder do Espírito, somos crentes não – pentecostais. No momento da eleição de Matias, o Espírito Santo ainda não tinha chegado.
Outra passagem usada por aqueles que advogam que Matias foi o verdadeiro apóstolo que substituiu Judas é, I Cor. 15:5 que diz: “E apareceu a Cefas e, depois, aos doze”. Segundo os defensores, se Jesus ao ressuscitar apareceu aos doze, e Judas já tinha dado fim a sua vida, se conclui que os doze eram os onze acompanhados de Matias. Assim sendo, Matias, foi o legítimo substituto de Judas. Diante dessa argumentação fica a pergunta: Se Jesus apareceu aos onze com Matias, porque não escolheu Matias naquela ocasião? Ademais, se Pedro e os demais irmãos sabiam desse encontro, porque ainda fezeram eleição, em vez de reconhecerem logo Matias como apóstolo? Observa-se que no mesmo capítulo no versículo 7 lemos: “Depois foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos” o que implica dizer que naquele grupo dos doze não estavam presentes todos os apóstolos. Por isso, é dito “apareceu aos doze” e não aos doze apóstolos. Diante dessa análise, pode-se afirmar que dentre os doze naquele momento somente dez, eram apóstolos. Os outros dois eram os discípulos de Emaús que narravam suas experiências aos dez de acordo com Lucas capítulo 24: 36 “E falando eles (os discípulos de Emaús) destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles...”. Nessa ocasião, Tomé não estava presente de acordo com João 20: 24 “Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus”. Oito dias depois Jesus, aparece aos onze, desta feita com a presença de Tomé (João 20:26) por isso a Bíblia diz que, depois de ter aparecido aos doze(dez apóstolos mais os discípulos de Emaús), apareceu a todos os apóstolos, ou seja, aos onze incluído Tomé.
A manifestação de Jesus a Paulo foi a última a ser registrada “e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo” (I Co 15:8). Paulo declara que Jesus lhe apareceu por último no sentido de que foi o autêntico apóstolo porque viu o Senhor pessoalmente e foi comissionado por Ele de acordo com Atos 22:14 para integrar a formação do testemunho inicial de Jesus Cristo constituindo o inicio do alicerce da igreja.
O pregador pentecostal sueco Lewi Pethrus disse “...Se a condição para figurar entre os doze era haver visto o Senhor, pode-se perguntar se Paulo pertenceu aos doze. Conta-se no primeiro capítulo de Atos como os onze escolheram um novo apóstolo no lugar de Judas Iscariotes. Não quero pronunciar-me sobre isso, mas é maravilhoso o lugar que Paulo ocupa entre os apóstolos. Está claro no Novo Testamento que Paulo ocupou lugar proeminente entre eles. Nenhum pode assemelhar-se a ele, exceto Pedro que fez a pregação do dia de Pentecoste. Mas, se lermos em Atos, vemos que Paulo elevou-se acima dos demais, e é ele mesmo que diz: “Tenho trabalhado mais que todos”. Assim, seria injusto não ser ele contado entre os doze. Ele foi escolhido desde o ventre da mãe. Mas, os onze escolheram Matias. Talvez tivessem feito isso porque não esperaram pelo Pentecoste. Se tivessem esperado, provavelmente não o teriam escolhido. Seja como for, aqueles cujos nomes estão inscritos nos fundamentos da nova Jerusalém são somente doze”
Deus, hoje, não fala mais por sorte. Ninguém pode dizer: Deus me falou que eu use de sorteio para dar uma camisa, um disco, uma Bíblia... Portanto, fica evidente que o Senhor não direcionou aquela sorte usada por Pedro. Pedro seguindo sua impulsividade se precipitou.

MINISTÉRIO MAIS EXCELENTE

Com a vinda de Jesus ao mundo o que pertencia à Lei tornou-se antiquado: "Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer "(Hebreus 8:13). O autor de Hebreus se refere à antiga aliança dizendo que aquilo que pertencia a ela (no caso, a sorte), já foi abolido pela Nova Aliança, pois o ministério de Jesus é mais excelente, sendo Ele mesmo mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas" (Hebreus 8:6)
Finalmente, observe a advertência do profeta Miquéias no capítulo 2, versículo 5:"Portanto, não terás na congregação do Senhor, quem pela sorte lançando o cordel, meça possessões". Com essa advertência fica vedado a participação do servo de Deus em loterias, bingos, rifas, consórcios, ou qualquer tipo de sorte quer fora da igreja quer dentro dela.
Ir. Marcos Pinheiro

O CRENTE E O USO DA SORTE (PARTE I)

O CRENTE E O USO DA SORTE

No Antigo Testamento, Deus dava o Espírito Santo somente aos líderes. Somente eles tinham o Espírito Santo, portanto, podiam desfrutar de uma comunhão mais íntima com Deus. Quando Moisés reuniu Israel ao pé do Monte Sinai, Deus mandou que Moisés “marcasse limites ao redor do monte (..) para que o povo não transpassasse o termo para subir ao Senhor” (Êxodo 19:23,24). Somente Moisés, o líder, subiu à presença de Deus, pois somente ele tinha o Espírito Santo. O povo o observava de longe.
No Antigo Testamento, quando o líder tinha de tomar algumas decisões, ele não consultava o povo, pois tendo ele o Espírito Santo e a povo não, suas decisões expressavam a vontade de Deus. No entanto, isso causava algumas vezes, rebelião do povo, pois dava a entender que o líder estava se beneficiando propositadamente. Então, nesse caso, Deus utilizava-se do uso da sorte para “falar”, isto é, para expressar sua vontade, evitando dessa maneira, a revolta do povo contra o líder.
Vejamos alguns casos:
· Em Josué 13:6, Deus permitiu o uso da sorte exatamente para evitar a revolta entre as tribos, afim de que elas não achassem que o líder Josué estaria privilegiando uma tribo em detrimento das outras na distribuição das terras.
· Em Samuel 10:17-21, vemos mais uma vez Deus permitindo o uso da sorte, agora, na escolha do rei de Israel. Deus assim permitiu exatamente para evitar que o povo se rebelasse contra o líder Samuel, caso ele escolhesse um rei de sua preferência. O povo estava tão revoltado que exigiu de Samuel um rei, isto lemos no v. 19, Samuel falando ao povo: “Vós tendes rejeitado hoje a vosso Deus que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos e lhes tendes dito: põe um rei sobre nós”. Fica claro, então, que Samuel usou da sorte para que o povo, que já estava rebelde, não ficasse mais rebelde ainda caso ele apontasse o rei de sua preferência. Deus utilizou-se da sorte para expressar a sua vontade no que diz respeito aquele que deveria reinar em Israel. Quando lemos o v.27, verificamos que mesmo usando a sorte, houve um grupo que não aceitou Saul como rei de Israel – “Mais, os filhos de Belial disseram: é este o que nos há de salvar? E os desprezaram e não lhes trouxeram presentes”. imagine se Samuel tivesse apontado pela revelação do Espírito Santo, que habitava nele, Saul para ser rei de Israel. Você pode imaginar a revolta?
Portanto, somente os líderes eram quem tomavam a iniciativa do uso da sorte, e só em alguns casos. Os líderes assim faziam quando, dirigidos pelo Espírito Santo. Vale salientar que “lançar sorte” não era ao acaso, mas Deus fazia que a sorte expressasse a Sua vontade. Veja o que diz Provérbios 16:33. “A sorte se lança ao regaço, mas do Senhor precede toda decisão”.
O CASO DE JONAS
No caso de Jonas, o lançar sorte foi feito por pagãos (incrédulos). Portanto, não foi dirigida pelo Espírito Santo. Deus não aprovou a prática dos pagãos, mas na Sua soberania utilizou-se da sorte para disciplinar Seu servo Jonas. Deus fez uma jumenta falar para advertir o profeta Balaão, assim, na Sua soberania Deus se utilizou de uma prática dos incrédulos - a sorte, para disciplinar aquele a quem amava.

O CASO DE ACÃ
Os israelitas haviam sido derrotados em Ai, sendo a causa dessa derrota motivada por um homem chamado Acã, que ficou com os despojos de Jericó: uma capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma barra de ouro (Josué, 7:21). Deus, então, revelou que Acã havia sido o motivo da derrota. Ora, se Josué apontasse Açã, para ser eliminado do meio do povo, a família dele poderia promover uma rebelião. Deus, então, disse: "Pela manhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; e será que a tribo que o Senhor designar por sorte se chegará; segundo as famílias; e a família que o Senhor designar se chegará por casas; e a casa que o Senhor designar se chegará homem por homem" (Josué 7:14). Veja bem: Deus direcionou o uso da sorte por parte de Josué, exatamente para evitar que a família protestasse caso Josué, por revelação de Deus, apontasse diretamente a pessoa que havia sido o motivo da derrota em Ai. Portanto, para que o clima fosse de justiça e imparcialidade, Deus utilizou-se da sorte.
A LEI SOBRE A DIVISÃO DE TERRAS
Em números 26:55 e 56 vemos Deus estabelecendo a Lei acerca da divisão da terra: "Todavia, a terra se repartirá por sorte; segundo os nomes das tribos de seus pais, a herdarão. Segundo a sorte, repartir-se-á a herança deles entre as tribos maiores e menores”. Veja que o Senhor estabeleceu o uso da sorte para a distribuição das terras, exatamente para que o líder não fosse acusado de injusto e parcial.
Portanto, a motivação para o lançamento de sorte era a intervenção de Deus na escolha final. Hoje não precisamos do lançamento de sorte. Por quê? Porque Deus nos deu o Espírito Santo que pode guiar o crente no conhecimento de Sua vontade.
O CASO DOS SOLDADOS
Os soldados que estavam ao pé da cruz quando Jesus agonizava, lançaram sorte sobre Sua veste (João 19:24). Mas, lembre-se: os soldados eram incrédulos. Enquanto Jesus morria, em um total descaso e indiferença, os soldados desprezavam o sacrifício de Jesus. Aqueles que ainda hoje lançam sorte como vontade de Deus, sabendo que o Senhor Jesus pela Sua morte aboliu a lei (que incluía a sorte para expressar a vontade de Deus) estão também semelhantemente aos soldados que estavam ao pé da cruz desprezando e ignorando o sacrifício de Cristo.

Algumas pessoas dizem que sortear uma Bíblia não tem nada demais, pois até incentiva o sorteado a lê-la. Por este raciocínio imagine como a grande maioria das pessoas, não sorteadas fica desestimulada em ler a Bíblia. Outros alegam que o sorteio favorecerá o pobre que não tem condições de comprar uma Bíblia. Ora, o sorteio, por ser ao acaso, pode beneficiar uma pessoa que tem condição de comprar uma Bíblia, e até mesmo uma pessoa rica.
Ir. Marcos Pinheiro

domingo, 24 de janeiro de 2010

REFUTANDO O MODERNISMO-LIBERAL (PARTE XI)

O CASO DO POVO DE ISRAEL

Em êxodo capitulo 32 relata que Moisés estava no monte em contato direto com Deus recebendo os 10 mandamentos e o povo embaixo esperando a volta do seu líder, Moisés. A Bíblia diz que o povo vendo que Moisés tardava em descer do monte acercou-se de Arão e lhe disse: “... faz-nos deuses que vão adiante de nós...” (Êxodo 32:1). Arão cedeu diante da pressão do povo e, das argolas de ouro das orelhas das mulheres foi feito o bezerro (Êxodo 32:2-4). O povo entra na orgia e passou adorar o bezerro de ouro. Moisés, ao descer do monte, aproximou-se do arraial e vendo o bezerro e as danças, lançou as tábuas da lei no bezerro de ouro e o destruiu e depois queimou os pedaços no fogo, misturou o pó e a cinza com água e deu de beber aos filhos de Israel (Êxodo 32:19 e 20). Veja bem, o povo bebeu uma sopa: cinza e pó de ouro misturado com água. Certamente essa bebida causou muita acidez no estômago dos Israelitas. Eu posso imaginar muito deles com azia e náusea. Moisés, assim procedeu porque ele queria deixar claro que o Senhor sente náusea quando alguém se envolve com ídolos, quando alguém está apegado ao supérfluo. O diabo sabia que se o bezerro fosse feito dos atavios das mulheres israelitas facilmente o povo adoraria o bezerro, pois era apegado ao ouro de suas argolas, pulseiras e colares. Hoje, muitos filhos e filhas de Deus estão tão apegados às jóias que não saem de casa sem antes colocarem seus brincos, pulseiras e colares. Deus sente náusea com esse comportamento, pois os atavios foram sinais da apostasia e da idolatria.

Em Êxodo 33:5 Deus manda que Moisés ordene ao povo tirar os atavios: “Porquanto o Senhor tinha dito a Moisés: diz aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento eu subir no meio de ti, te consumirei; tira, pois, de ti os atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer”.
Observe: Deus disse que só saberia o que fazer com o povo se cada um tirasse os atavios. Se Deus acompanhasse o povo ataviado consumiria a todos. O fruto da mensagem de Deus foi: arranca os atavios! A Bíblia diz que os filhos de Israel tiraram de si os seus atavios, aleluia! “Então os filhos de Israel tiraram de si os seus atavios desde o monte Horebe em diante” (Êxodo 33:6).
Que belo exemplo de consagração!
Que admirável esvaziamento de vaidades pessoais!
Fujam irmãos e irmãs amados, das vaidades das jóias! E observem, atentamente, esta grave advertência: “Como jóia de ouro em focinho de porca, assim é a mulher formosa que se aparta da razão” (Provérbios 11:22).
Observe a declaração do apóstolo Paulo: “Ninguém me moleste, porque eu trago no corpo as marcas de Jesus”. (Gálatas 6:17).
A marca que os crentes devem trazer não é a marca do furo da orelha, nem a marca do colar, nem a marca da pulseira, mas a marca da santidade, do fervor e do Poder de Deus!
Levantemo-nos em nome da verdade, não importando o preço!
E-mail: marcos_apb@unifor.br

O PÃO QUE NUNCA MOFA

O pão que nunca mofa


A Bíblia foi o livro mais atacado em todos os tempos. Soberanos de todas as épocas, políticos, reis, ditadores, cientistas e até líderes religiosos tentaram privar o povo de sua leitura. Combateram-na, despojaram-na de seu conteúdo, tentaram destruí-la. No entanto, nenhum outro livro além da Bíblia transformou a vida de tantas pessoas para melhor. A Bíblia é um livro de uma unidade impressionante, com coerência do início ao fim, tendo um tema comum e falando de uma mesma pessoa central: Jesus Cristo. Ela é o único livro no que milhares de profecias se cumpriram literalmente. Suas predições realizaram-se nos mínimos detalhes durante a história. Locais e datas mencionados nos relatos bíblicos foram confirmados pela ciência. Quando nos perguntamos como foi possível aos autores alcançarem uma unidade e uniformidade tão grandes no que escreveram, concluímos que só nos resta a resposta de 2 Pedro 1:21 “porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, inspirados pelo Espírito Santo”. A Bíblia expõe o pecado e aponta o caminho para o perdão, exorta e consola, faze-nos ser humildes e nos edifica, mostra-nos a razão de viver, coloca-nos diante de um alvo que faz sentido, e com ela entendemos a origem da criação e o futuro da humanidade. A Bíblia lança luz sobre nossas dúvidas, coloca a esperança diante de nossos olhos e fala de Deus e da eternidade como nenhum outro livro jamais o poderia fazer. Até Friedrich Nietzsche, inimigo do cristianismo disse sobre a Bíblia: “A Bíblia é o livro da justiça de Deus; descreve coisas e pessoas em um estilo tão perfeito que os escritos gregos e hindus não podem ser comparados a ela”. Infelizmente Nietzsche nunca seguiu pessoalmente o que a Bíblia diz. Marc Chagall, o grande pintor judeu, disse: “desde minha infância a Bíblia me orientou com sua visão sobre o rumo do mundo e me inspirou em meu trabalho”. O admirável cientista Isac Newton pontificou: “há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana”. O astrônomo William Herschel, descobridor do planeta urano e dos satélites de saturno, se expressou: “todas as descobertas humanas têm o propósito único de confirmar cada vez mais forte as verdades contidas na Bíblia”. A Bíblia é o mapa dos viajantes, o cajado dos peregrinos, a bússola dos pilotos, a espada dos soldados e o manual dos cristãos. Seus ensinos são sagrados, seus preceitos exigem compromissos, seus relatos são verdadeiros, por isso, fornece alimento para o nosso sustento espiritual. Nela há um amor que nunca pode ser abatido, uma paz que nunca pode ser destruída, uma alegria que nunca pode ser suprimida, uma graça que nunca pode ser interrompida, uma revelação que nunca pode ser aniquilada, um livramento que nunca pode ser interditado, uma segurança que nunca pode ser malograda, um consolo que nunca pode ser reduzido, uma esperança que nunca pode ser desapontada, uma ressurreição que nunca pode ser impedida e uma glória que nunca pode ser empalidecida. O preeminente filósofo Emanuel Kant disse: “que o homem progrida quanto quiser que todos os ramos do conhecimento humano se desenvolvam ao mais alto grau, coisa alguma substituirá a Bíblia, base de toda a cultura e de toda a educação”. Voltaire profetizou: “cem anos depois de minha morte não haverá mais cristãos, não haverá mais Bíblias, não haverá mais a Palavra de Deus, e desaparecerá definitivamente toda memória de Cristo e seus ensinamentos”. Cem anos se passaram e a Palavra de Deus permanece. A casa onde Voltaire morou em Genebra foi adquirida pela Sociedade Bíblica de Genebra, o maior centro de impressão da Bíblia. Portanto, a Bíblia é o alimento atual, autêntico e confiável, ela é o pão que nunca mofa!



Autor: Marcos Pinheiro, engenheiro, professor da Unifor e Membro da Assembléia de Deus.
E-mail: marcos_apb@unifor.br

REFUTANDO O MODERNISMO-LIBERAL (PARTE XII)

OS PAIS DA IGREJA E OS AVIVALISTAS

Em seu livro História da Civilização, Will Durant registra a oposição da igreja cristã em relação ao uso de jóias: “as mulheres evitavam cosméticos e jóias e, sobretudo cabelos postiços”. Tertuliano, um dos pioneiros do cristianismo apostólico e que viveu no 4º século considerava que as jóias eram signos da ambição que se contrapunha a humildade (O toucador das mulheres I, 1-2). Acrescenta ainda, que todas as pedras preciosas, que exercem uma profunda fascinação sobre as mulheres levianas, não se comparariam à única pedra santa: o Logós de Deus chamado de pérola pelas Escrituras, ou seja, Jesus (O toucador das mulheres I, 118). Para Tertuliano o desejo de possuir jóias é ostentatório, perdulário, cobiçoso e vão (O toucador das mulheres I, 7). Clemente de Alexandria teve um papel importantíssimo na história da interpretação bíblica, sua obra é considerada um tratado prático de boa conduta. Para Clemente as jóias eram ornamentos próprios das meretrizes (Pedagogo II, 10, 121-122 e 127). Acrescenta ainda, que as mulheres deviam se preocupar somente com a beleza interior do adorno das boas obras como referido por Paulo em I Timóteo 2: 9-11. Jerônimo, um dos pais da igreja, disse que as mulheres quando convertidas ao cristianismo, deveriam se vestir com tecidos humildes, e que as suas jóias deveriam ser o jejum (Ep. 107). Wesley o avivalista do século XVIII se posicionou contra o uso de jóias: “não te causará tristeza ao usardes ornamentos desnecessários tais como brincos, colares e anéis?” No seu livro História Moderna Contemporânea, Renato Mocellin registra a oposição de Calvino em relação aos enfeites com jóias: “Calvino falava veementemente contra os bailes, jogos, teatros e enfeites com jóias”. No século XV Deus levantou em Florença na Itália, Jerônimo Savanarola que com suas mensagens ungidas se manifestava repetidas vezes contra as jóias e as vestimentas escandalosas das mulheres. Agostinho chamou as jóias de artifícios enganosos: “mesmo tendo marido não deveriam as esposas enganá-los com os artifícios das jóias”. Agostinho disse ainda: “o cristão não deve procurar atrair o olhar dos homens, com ornamentos supérfluos sob o pretexto de que o hipócrita, muitas vezes, utiliza-se de trajes simples para enganar os incautos; assim, a ovelha não deve deixar sua pele, ainda que alguma vez o lobo se revista dela” Um dos pais da igreja Ambrósio falando sobre os enfeites disse que é “loucura alterar a fisionomia natural através dos ornamentos”. Cipriano ensinou que: “os adornos, as roupas vistosas e as seduções da beleza pertencem apenas às mulheres desavergonhadas”.


Ao Senhor Jesus toda a glória, e honra, e louvor para sempre!

E-mail: marcos_apb@unifor.br

REFUTANDO O MODERNISMO-LIBERAL (PARTE X)

OUTRA ARGUMENTAÇÃO MODERNISTA

Aqueles que defendem o uso de jóias sempre citam com muita ênfase (Êxodo 3:21 e 22): “E eu darei graça a esse povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios, porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspede vasos de prata, e vasos de ouro, e vestes, os quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis ao Egito”.
Os Israelitas estavam escravizados injustamente pelos egípcios. Mereciam, portanto, receber todo o salário que nunca lhes foi pago. Deus, porém, vendo a aflição do seu povo (Êxodo 3:7) faria surgir nos egípcios uma atitude favorável, de tal maneira que quando o povo de Israel pedisse prata, ouro e vestimentas, os egípcios lhes dariam com abundância. Portanto, era uma promessa do Senhor. O povo de Israel não sairia do Egito com as mãos vazias, não sairia como escravo fugitivo sairia, sim, triunfantemente, conduzindo os frutos da vitória.
No capítulo 11 de Êxodo, Deus anuncia a Moisés a décima praga sobre o Egito e manda Moisés falar aos ouvidos do povo “que todo homem peça ao seu vizinho, e toda mulher à sua vizinha, jóias de prata e jóias de ouro” (V.2).
Em (Êxodo 12:35 e 36) o povo obedeceu a ordem de Deus dada através de Moisés “Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata e jóias de ouro e roupas. E o Senhor fez que seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios, de maneira que estes lhes davam o que pediam. E despojavam os egípcios”.
Agora, observe, se Deus mandou que os filhos de Israel pedissem jóias de prata e de ouro aos egípcios, é evidente, que os israelitas não tinham jóias. Não usavam jóias. O uso de jóias era típico do povo egípcio, e não do povo de Deus.
Por que, então, Deus mandou que todo homem e toda mulher de Israel pedissem jóias de ouro e de prata ao seu vizinho egípcio?
Em primeiro lugar, era, na realidade, uma indenização que os egípcios tinham que pagar aos escravos israelitas, agora, libertados. Era uma fração daquilo que lhes era devido de acordo com (Deuteronômio 15:13 e 14). Em segundo lugar, o ouro e a prata seriam necessários para a construção do Tabernáculo. No capítulo 25 de Êxodo, Deus dá instruções a respeito do Tabernáculo – “Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do Tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo fareis” (V.9). Vejamos algumas instruções de Deus: A arca era uma peça do Tabernáculo em formato de baú e era coberta de ouro – “E cobri-la-ás de ouro puro; por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma coroa de ouro ao redor” (Êxodo 25:11). O propiciatório era a tampa da arca e era de ouro puro – “Também farás um propiciatório de ouro puro...” (Êxodo 25:17). Os querubins que ficavam em ambas as extremidades do propiciatório eram de ouro – “Farás também dois querubins de ouro, de ouro batido os farás, mas nas extremidades do propiciatório” (Êxodo 25:19). O pão da proposição que representava a presença do Senhor como o sustentador de Israel era colocado sobre uma mesa de madeira de cetim coberta com ouro – “Também farás uma mesa de madeira de cetim... e cobri-la-ás com ouro puro...” (Êxodo 25:23 e 24). As cortinas do Tabernáculo eram presas com colchetes de ouro – “Farás também cinqüenta colchetes de ouro e prenderás com estes colchetes as cortinas...” (Êxodo 26:6). O véu do Tabernáculo que fazia a separação entre o lugar Santo e o lugar Santíssimo era sustentado por quatro colunas de madeira de cetim cobertos de ouro cujas bases eram de prata – “E porás o véu sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro sobre quatro bases prata...” (Êxodo 26:32). As colunas do átrio do Tabernáculo eram cingidas de faixas de prata – “Todas as colunas do átrio ao redor serão cingidas de faixas de prata...” (Êxodo 27:17). De onde veio o ouro e a prata para a construção do Tabernáculo? Caíram do céu semelhantemente ao Maná? Não! Os Israelitas trouxeram ouro e prata do Egito em obediência à ordem divina para a construção do Tabernáculo. Em (Êxodo 35:22) vemos o povo de Israel ofertando todo o ouro ao Senhor – “Vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração: trouxeram fivelas, pendentes, anéis, braceletes, todos os objetos de ouro; todo homem fazia oferta de ouro ao Senhor”. O material para a construção do Tabernáculo já está à disposição, o padrão havia sido dado pelo Senhor com todos os pormenores, agora, era só construir confiando no auxílio de Deus – “Assim, trabalharam Bezalel e Aoliabe, e todo homem sábio de coração a quem o Senhor dera sabedoria e inteligência, para saberem como haviam de fazer toda obra o serviço do santuário, conforme tudo o que o Senhor tinha ordenado” (Êxodo 36:1). Portanto, cai por terra a defesa do uso de jóias baseado em (Êxodo 3:21 e 22). Deus mandou que os filhos de Israel levassem jóias do Egito com uma finalidade específica: A construção do Tabernáculo e não para uso pessoal.
Levantemo-no em nome da verdade, não importando o preço!
E-mail: marcos_apb@unifor.br

REFUTANDO O MODERNISMO-LIBERAL (PARTE IX)

ARGUMENTAÇÃO ILÓGICA


Os modernistas dizem: “Se brincos, colares, pulseiras e anéis são atavios, então, relógio, aliança de casamento e as listras das camisas que vestimos são também atavios. Portanto não devemos usar relógios, aliança de casamento e camisas com listras. Minha pergunta aos que se expressam dessa maneira é: Qual a função do brinco? Qual a função do colar? da pulseira ? dos anéis ?. No entanto , o relógio tem uma função: marcar as horas; a aliança de casamento tem uma função simbólica: compromisso conjugal e as listras da camisa fazem parte do tecido que compõe a roupa cuja função é cobrir a nudez.
Podemos escolher o relógio de qualquer tipo: redondo, quadrado, grande, pequeno. Podemos escolher aliança fina, grossa, quadrada, redonda. Camisas: podemos escolher com listras ou sem listras. Deus respeita o nosso gosto próprio. É preciso entender que o relógio e a aliança de casamento são jóias funcionais, isto é, têm uma função. Já brincos, colares, pulseiras, e anéis são jóias ornamentais, pois são usadas para sofisticar a aparência. A igreja precisa reconhecer, por exemplo, que em algumas culturas o colar é usado para indicar que a mulher que o está usando é casada; enquanto em outras culturas ele é um simples adorno. Na primeira situação, o colar é aceitável, mas na segunda deve ser rejeitado. Quanto à gravata, ela faz parte do fardamento pastoral assim como a bata branca faz parte do fardamento do médico. Vale salientar, que até na escolha das jóias funcionais os crentes devem seguir os princípios bíblicos de simplicidade. Portanto, a argumentação dos modernistas é descabida e ilógica.
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REFUTANDO O MODERNISMO LIBERAL (PARTE VIII)

MULHERES DO REINO DE JUDÁ

Em Isaías 3:16-25, Deus revela sua indignação contra as mulheres do reino de Judá em relação ao declínio moral. Essas mulheres procuravam ser belas artificialmente para despertar atração sexual através do uso de diademas, manilhas (argola com que se enfeitam os pulsos), arrecadas (brincos de metal em forma de argolas), anéis e jóias pendentes no nariz ( V 19-21). Deus as advertiu que iam sofrer vergonha e humilhação quando estivessem escravas nas mãos dos senhores de seu povo (V 17,24). No versículo 25 Deus anuncia-lhes que reduziria o número de varões: “teus varões cairão à espada...” Deus tomou essa atitude a fim de que elas não explorassem mais os homens exigindo deles jóias, pois com o número reduzido de homens a competição entre elas seria menos exacerbada tornando-as menos exigentes quanto a tudo o que a moda oferecia. O Senhor iria ferir o ponto mais forte do pecado.

ISRAEL E JUDÁ – AS MULHERES INFIÉIS

Em Ez 23:2 lemos: “Filho do homem, houve duas mulheres, filhas de uma mesma mãe”. Aqui, o povo de Deus é representado como duas irmãs: Samaria (o Reino do Norte, ou Israel) e Jerusalém (o Reino do Sul, ou Judá). Ezequiel descreve Israel e Judá como mulheres infiéis a Deus que se prostituíram com outras nações: a Assíria e o Egito (V 3-5). Isto se confirma em 2 Reis 15:19-29 e em 2 Reis 17:3-6. Portanto, Israel e Judá conformaram-se, moldaram-se, às práticas pagãs dessas nações, entre elas, o uso de jóias. Os versículos 35 e 40 de Ezequiel capítulo 23 se completam, pois, enfatizam que o povo desprezou o Senhor seguindo o curso das nações ímpias (Assíria e Egito) através do uso de enfeites (adornos)- “... como te esqueceste de mim e me lançaste para trás das tuas costas” (V 35), “... mandaram vir um homem de longe; fora-lhes enviado um mensageiro, e eis que vieram; por amor deles te lavaste, coloriste os teus olhos, e te ornaste de enfeites” (V 40). Em Ez 16:37-41 Deus usa aquelas mesmas nações (Assíria e Egito) para castigar o povo e, a destruição seria tão devastadora que não haveria necessidade de mais castigos “E queimarão as tuas casas a fogo e executarão juízos contra ti, aos olhos de muitas mulheres; e te farei cessar de ser meretriz, e paga não darás mais” (V 41).

O TEMPLO CONSTRUÍDO

A mais bela construção da antiguidade era o templo de Deus, construído pelo rei Salomão. Seu exterior era coberto com pedras de puro mármore branco. Muito interessante é notar que o ouro, estava no interior do templo. A Bíblia diz que este é igualmente um bom modelo para os templos vivos (os crentes): “A beleza das esposas não seja o enfeite exterior, como o frisado dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos vestidos, mas a beleza interior...” (I Pedro 3: 3-4). Como no antigo templo de Salomão, nosso ouro deveria estar no interior!
AS MULHERES DE APOCALIPSE

Em apocalipse capítulos 12 e 17 duas mulheres aparecem. Elas representam os dois grandes poderes religiosos que estão em conflitos, por toda a história da igreja. Embora nenhuma das mulheres fale uma só palavra, sabemos qual é a verdadeira e qual é a falsa. Como? O primeiro modo como a Bíblia as identifica é pelas as roupas que estão usando. Apocalipse 12:1 diz: “viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça”. Observe que essa mulher representa a igreja do Senhor e está usando uma luz natural. A igreja do Senhor está vestida com a pura e não falsificada luz que Ele fez. Por contraste, a segunda mulher, que representa uma igreja falsa, está enfeitada com jóias e roupas finas. Sua beleza é externa e artificial. Apocalipse 17:4 diz: “a mulher estava vestida de púrpura e de escalarte, e adornada de ouro, pedras preciosa e pérolas. Tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundície da sua prostituição”. Observe que a descrição dessa mulher está associada com a aparência do mal. A Bíblia nos ordena a nos abstermos da aparência do mal! “abster-nos de toda a aparência do mal” (Tessalonicenses 5:22).
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REFUTANDO O MDERNISMO-LIBERAL (PARTE VII)

ADORNOS E APOSTASIA

Há uma relação direta dos adornos com a apostasia. Em II Reis 9:30 a apóstata Jezabel se adornou para seduzir. Em Oséias 2:13 Deus diz a origem dos enfeites para o seu povo apóstata: “pendentes de Baal e suas gargantilhas”. Em Gênesis 35: 1 a 5 encontramos um exemplo literal de como o abandono dos enfeites se relaciona com a re-consagração a Deus. Indubitavelmente os filhos de Jacó entenderam que a eliminação de todos os adornos era necessária, se Deus havia de ser sinceramente adorado. Em Isaías 3:16 a 26, o profeta descreve detalhadamente a corrupção feminina. O capítulo todo é dedicado a advertir a apostasia de Judá e Jerusalém. Não se pode ler o capítulo sem entender a ligação dos adornos vãos com a apostasia.
Pessoalmente eu não posso imaginar Jesus furando suas orelhas, nariz, ou qualquer outra parte do seu corpo. O exemplo de Jesus nas Escrituras é continuamente de simplicidade prática. Quando Ele foi crucificado, os soldados romanos dividiram suas vestes entre si. Os soldados não tiraram a sorte por suas jóias. Jesus não possuía nenhuma. Assim, se amamos a Jesus devemos seguir seu exemplo “aquele que diz que está nEle, também deve andar como Ele andou” (I João 2:6).
Alguns argumentam: “o uso de jóias é coisa tão pequena, tão pequena, que Deus não está preocupado com isso”. Eu respondo com uma pergunta: se é uma coisa tão pequena, então por que é tão difícil abandonar o uso de jóias?
Hoje muitos rapazes evangélicos estão usando brincos. E, alguns pastores estão chamando a atenção desses jovens, dizendo-lhes que eles evitem usá-los. Quanto às mulheres nenhuma repreensão. Minha pergunta é: Se é certo para mulheres usarem brincos, então, por que é errado para os homens? Se uma irmã da igreja usa brinco, por que um irmão não pode usar? Por que o pastor não pode usar? A verdade é que em um futuro próximo nossos pastores usarão brincos, piercings ...
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REFUTANDO O MODERNISMO-LIBERAL (PARTE VI)

CONTAMINAÇÃO


Em Gênesis 31:13, Deus ordenou a Jacó que saísse da cidade de Síquem – “Eu sou o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde me tens feito o voto; levanta-se agora, sai-te desta terra, (a terra de Síquem) e torna-te à terra da tua parentela”. Síquem era uma cidade pagã e Deus na sua sabedoria sabia do perigo que a família de Jacó passava no convívio com pessoas imorais que não temiam ao Senhor. Jacó, porém, optou por conviver em estreita ligação com o povo pagão de Síquem. Ele deixou de estabelecer limites e normas corretas para seus filhos, no tocante à sua interação com os ímpios. Jacó deixou de observar devidamente a seus filhos.
Diná, filha de Jacó, procurou conviver com as mulheres ímpias e vaidosas – as filhas da terra de Síquem e, ao invés de influenciá-las a deixarem as vaidades e a idolatria, foi influenciada. A Bíblia diz em Gênesis 34:5 que Diná foi contaminada – “Quando Jacó ouviu que fora contaminada Diná, sua filha, estavam os seus filhos no campo com o gado; e calou-se Jacó até que viessem”. Com que Diná foi contaminada? Com vírus? Com bactérias? Com fungos? Evidentemente que não. Diná foi contaminada pela prostituição e pelo uso de jóias. Em Gênesis 34:2 e 3 lemos: “E Síquem, filho de Hamor, Heveu, príncipe daquela terra, viu-a (viu a Diná), e tomou-a, e deitou-a com ela...”.
Em Gênesis 35:1 Deus ordenou que a família de Jacó seguisse para Betel a fim de levá-la a uma mais estreita obediência à sua palavra. Jacó reconhece, na ordem divina para que retornasse a Betel, a necessidade de renovar as relações estabelecidas com Deus, mediante a abolição da vaidade e da idolatria, que lhe transtornara o ambiente doméstico – “Depois, disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; fazei ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão” (Gênesis 35:1). Jacó reconhecendo o agravamento da deterioração espiritual da sua família ordenou a todos os seus familiares: “... Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes” (Gênesis 35:2). No versículo 4 de Gênesis 35 lemos: “Então deram a Jacó todos os deuses estranhos que tinham em suas mãos e as argolas que lhes pendiam das orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Síquem.”
Observe as duas contaminações: “... deuses estranhos que tinham em suas mãos” (Idolatria), “... argolas (pendentes) que lhes pendiam das orelhas” (uso de jóias). Antes da convivência com o povo de Síquem a família de Jacó não era idólatra e nem usava jóias. A idolatria e o uso de jóias eram típicos dos ímpios de Síquem. Jacó ao receber de seus familiares os deuses estranhos e as jóias, não os levou para Betel, mas os escondeu debaixo do carvalho que está em Síquem. Era como se Jacó dissesse: Os deuses estranhos e as jóias são típicos do povo de Síquem e não do povo que teme o Deus Vivo. Depois dessa renovação espiritual de Jacó, ele voltou a experimentar a proteção, presença, revelação e bênçãos de Deus. Deus renova a promessa do concerto abraâmico – “... Uma nação e multidão de nações sairão de ti, e reis procederão de ti; te darei a ti a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque e à tua semente depois de ti darei a terra” (Gênesis 35:11 e 12).
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