CULTO MÚSICO-TERAPÊUTICO-HIPNÓTICO
Na grandiosa e profunda
profecia de Isaías 61:3, foi predito que quando Cristo viesse ele daria a seu
povo “óleo de alegria em vez de pranto”. Portanto, a grande notícia que Deus
tem a ensinar para o seu povo é que aquele que anda com cristo, pode desfrutar
de alegria real em seu coração. A alegria sempre foi uma das mais importantes
características do povo de Deus. É a marca, o distintivo, de um servo de Deus.
Calvino pontuou: “A verdadeira vida cristã é uma vida de constante alegria”.
Lamentavelmente, estamos
vivendo a época do “Vale tudo” para produzir alegria. A alegria verdadeira tem
sido confundida com a alegria artificial, plástica, ilusória, fictícia,
fantasiosa, drogada, não real. Na visão de muitos líderes, o culto tem que ser
colorido, reluzente, com fumaça, jogos de luzes, gelo seco, holofotes e muita
batucada a fim se gerar alegria entre o povo. O culto só é bom se as pessoas
tiverem um transe de euforia. Tudo é feito com o intuito de provocar alegria
fantasiosa - muito agito e adrenalina nas canções. Os “ministros de louvor”
querem fazer o papel do Espírito Santo, produzir alegria. Beiram a lavagem
cerebral. Em vez de conduzir o louvor conduzem as pessoas, manipulando-as. Os
corinhos são entoados como se fosse um mantra evangélico. É um refrão sincopado
e trepidante sendo plantado na mente com o fim de produzir uma alegria falsa.
Dizem eles: “Nós fomos chamados para a felicidade por isso nesta
noite vamos ter uma explosão de alegria”. Ora, nós fomos chamados acima de tudo
para a fidelidade, e como consequência de nossa fidelidade temos alegria
verdadeira. A alegria é produto da fidelidade. Não é causa, é efeito. É o
resultado da manifestação da presença de Deus a partir do íntimo.
O culto de muitas igrejas é
músico-terapêutico-hipnótico. A ideia é a pessoa entrar no estado de mente
relaxado e sentir-se alegre. A fé é transferida de Deus para uma técnica – a
técnica da musicoterapia hipnótica. A técnica é diabólica, pois opera na base
da imaginação e do encantamento trazendo uma alegria ilusória. A musicoterapia hipnótica
está no mesmo nível da chamada “auto-alegria” induzida pelo transe da yoga. As
pessoas experimentam momentos de alegria, como se fosse viagens de maconha,
cocaína e companhia LTDA.
Alguns pregadores pregam
seus sermões com fundo musical de ritmo sincopado e batida trepidante, para
produzir uma disposição mental sensacionalista, uma disposição mental de
purgação, de catarse. Desse modo, cria-se nas pessoas reações
emocionais que são confundidas com a alegria verdadeira. Na verdade, tais
pessoas não estão desfrutando da real alegria vinda do Espírito de Deus
operando em seu interior, pois Deus fala ao seu povo através da mente
consciente e racional e não através de uma disposição mental alucinante.
Hoje, temos muitos
produtores de alegria drogada nas igrejas evangélicas. Muitos ativistas de
alegria fantasiosa e poucos santos. Eles dizem: “Deus vai derramar a “unção de
liberdade” e ao recebê-la você se alegrará; A “unção de liberdade” levará você
adorar a Deus da forma que você deseja aí você se alegrará”. Em primeiro lugar,
não existe essa tal de “unção de liberdade”. Em segundo lugar, Em toda a Bíblia
vemos que Deus sempre estabeleceu o modo correto do homem adorá-lo. Portanto,
ninguém tem o direito de adorar a Deus da forma que deseja. Deus sempre colocou
diante do homem princípios para a pureza da adoração. O Senhor não pode ser
adorado através de nenhum outro modo que não seja o prescrito, o ordenado nas
Escrituras. O louvor não deve ser cultural, mas espiritual. Deus não muda de
cultura em cultura. Portanto, não deve ser adorado segundo as imaginações e
invenções humanas. Nadabe e Abiú eram
homens que tinham boas intensões e provavelmente eram sinceros, mas prestaram
uma adoração que não havia sido ordenada por Deus (Lev 10:1). O mesmo ocorreu
com Davi ao tentar levar a arca da aliança. Davi estava com sinceridade, tinha
boa intensão e motivação, porém não fez segundo as ordenanças de Deus (I Cr
15:13). Ao longo da história Deus usou profetas para chamar seu povo à correção
quanto à maneira de adorar exatamente para que não fosse produzida uma alegria
fictícia. Na época do profeta Isaías a adoração havia se transformado em festa
trazendo uma alegria plástica o que o levou a fazer um duro discurso contra a
adoração. O mesmo ocorreu na época de Amós. Havia muita alegria fantasiosa, e,
pela boca do profeta, Deus disse ao povo: “Afasta de mim a barulhada dos teus
corinhos, afasta de mim a alegria fantasiosa, não ouvirei as melodias das tuas
baterias e das tuas guitarras” (Amós 5:23).
O grande problema é que o
louvor tem se transformado em entretenimento para gerar uma alegria artificial,
não vinda do íntimo produzida pelo Espírito Santo. Hoje, temos um amontoado de
corinhos de teologia putrefata que só servem para balançar o corpo e produzir
uma alegria irreal. Para induzir a alegria plástica o “ministro manipulador”
estimula durante o louvor danças, gingos, rebolos, sapateados, gritarias e
gargalhadas “ungidas”. O louvor não produz nas pessoas a contrição de Isaías:
“Ai de mim”. Toda a emoção durante o louvor não é provocada pelo Espírito
Santo, mas pelo “ministro manipulador” através de gritos desvairados e gemidos
artificiais. Como se não bastasse, Deus é apresentado para os ouvintes como o
“Deus papai Noel” que está sempre pronto para gratifica. Nesse contexto, anjos
começam a voar na igreja com pratos nas mãos cheios de bênçãos para distribuir.
Enquanto a igreja não
rejeitar o culto músico-terapêutico-hipnótico onde a contrição não importa, mas
a recreação é o que importa, ela nunca experimentará a verdadeira alegria. O
culto que traz a real alegria é o contrito. É aquela que nos leva a uma
reflexão dos atos de Deus e a um santo temor. É aquele onde não se perde o
teocentrismo.
Ir. Marcos Pinheiro
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