A VOCÊ CANDIDATO EVANGÉLICO
Candidato
evangélico, talvez você pense que se for um parlamentar estará salvando a
igreja de uma hecatombe espiritual. Mas, é preciso você entender que a igreja é
do Senhor, não nossa. O Reino é dEle, não nosso. O autor da história é Ele. O
sujeito das ações é Ele. Deus não precisa de salvadores e a igreja é muito
maior e muito mais poderosa do que você pensa. Ela sobreviveu ao surgimento de
um Nero, de um Marx, de um Hitler, de um Mao-Tsé-Tung. A igreja é do Senhor
Jesus e exatamente por isso nunca será vencida. Jesus foi abandonado. Sofreu traições,
acusações falsas, cusparada, impropérios e escárnios. Foi crucificado. Mas,
assentou-se à destra do Pai, foi entronizado e servido pelos anjos! Como Jesus
foi vitorioso, a igreja sempre será!
Talvez
você diga: “É melhor ter um parlamentar crente do que um ímpio”. Esse
raciocínio é contraproducente, pois entra em choque direto com a soberania de
Deus. Deus não é alguém patético, mas é Senhor. Deus é Senhor Soberano de tudo,
e tudo o que acontece, acontece por Sua permissão. Em Romanos 13:1, a Bíblia
diz “não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há, foram
ordenadas por Deus”. Isto quer dizer que o governo civil, assim como tudo mais
na vida, está sujeito à lei de Deus. O Senhor é quem ordena a autoridade civil.
Jesus disse a Pilatos: “Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse
dado” (Jo 19:11). Até a autoridade do ímpio vem de Deus. Toda autoridade é
constituída por Deus, seja ele crente ou ímpio. E, na Sua Soberania, Deus pode
usar até um ímpio para fazer uma justa administração. Deus está acima de tudo e
pode fazer cumprir a Sua vontade por meio de homens incrédulos quanto por
intermédio de homens crentes.
Não
esqueça, Sr. candidato, que Deus usa quem quer, quando quer, e não deve nada a
ninguém por isso. Deus usou a Assíria para disciplinar Israel, mas esta não
ficou com crédito junto a Ele. Ele a julgou.
No
início do cristianismo, a escravidão era uma instituição bem estabelecida e de
uma crueldade sem limites. Não era difícil imaginar que os crentes fossem
chamados a empreender uma campanha pela abolição. No entanto, não vemos na
Bíblia Paulo e os apóstolos se pronunciarem contra os males da escravidão da
época. A epístola de Filemom mostra-nos que os crentes da igreja primitiva não
moveram um dedo para mudar a situação. Onésimo, escravo fugitivo, converteu-se
por meio da pregação do apóstolo Paulo em Roma. Em vez de Paulo aproveitar a ocasião para
combater o mal da escravidão, ele faz um apelo espiritual e insiste para que o
escravo Onésimo, embora continuasse sendo escravo, fosse agora recebido como
irmão, e irmão amado pelo seu amo Filemom (Filemom 10:16). É claro que não
podemos ficar indiferentes a um governo opressor e cruel. Mas, lembre-se,
candidato evangélico, de que o recurso do crente é o próprio Deus. O recurso da
igreja é entrar na presença de Deus em oração e jejum, depositar diante dEle o
fardo que o mundo faz pesar sobre o nosso coração e depois sair para a
proclamar as Boas Novas de Cristo aos homens. É importante frisar que a
escravidão findou no império romano com os crentes praticando o amor tanto ao
capataz como ao escravo. A igreja deve se opor às injustiças sociais, não
elegendo seus membros a cargos políticos, mas anunciando o Evangelho que é o
poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças.
Chega
de querer cumprir a obra de Deus através da política. No Novo Testamento não
vemos os apóstolos entrando em aliança com o sistema político partidário de
suas cidades. Os crentes da igreja primitiva não tinham poder civil. Tinham
poder do céu, influência espiritual e faziam a obra de Deus com imenso amor e
ousadia. Você, candidato evangélico, nunca poderá produzir cristãos pelas leis
do Parlamento. Portanto, não coloque suas esperanças nas leis dos homens, nem
em qualquer reforma, nem em ações políticas. Nunca teremos uma sociedade
perfeita. Unicamente a vinda de Cristo irá produzir isso.
Candidato
evangélico, Igreja e Estado têm esferas diferentes. Por isso, a lealdade do
crente é, antes de tudo, para com Deus e sua Palavra. Sua pátria amada é a
celestial. Você, candidato, não é da direita nem da esquerda nem mesmo do
centro. Você é de cima. Seus valores são espirituais e celestiais. Somos
cidadãos do Reino do Céu. Os princípios do Reino Celestial são os que devem
subordinar nossa vida e não os estatutos de um partido político. Nosso norte
são os valores da Palavra de Deus e não as diretrizes de um partido político. O
crente deve dizer como Lutero: “Minha consciência é cativa da Palavra de Deus”.
Sr.
candidato, sugiro que sua preocupação dominante seja sempre a sua relação com
Deus e a sua ansiosa espera pela vinda de Cristo. Finalmente, onde há pontos
inegociáveis não há nada para se negociar, portanto, abandone a idéia de ser
candidato.
Ir.
Marcos Pinheiro
Paz irmã, vim agradecer pela visita no meu blog.
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