domingo, 19 de janeiro de 2014

PASTORES LEPROSOS: A OBRA DE DEUS NO ESTILO EGÍPCIO


        PASTORES LEPROSOS: A OBRA DE DEUS NO ESTILO EGÍPCIO

É prática comum ouvirmos de alguns pastores e “ministros de música” as seguintes expressões anti-bíblicas: “Deus ama você e deseja que você seja tudo aquilo que você quer ser”; “Deus deseja cumprir seus sonhos”; “Seja um associado de Jesus”; “Acrescente Jesus à sua vida”. Ao invés de ensinarem que devemos nos submeter totalmente a Cristo, obedecê-lo sem questionar e segui-lo sem reclamar, estão ensinando que Jesus veio ao mundo para ajudar as pessoas em suas necessidades de auto-satisfação pessoal.

O verdadeiro cristianismo não é você se tornar um associado de Jesus. O verdadeiro Evangelho não se trata de acrescentar Jesus à sua vida, nem se trata de realizações de sonhos. O verdadeiro Evangelho consiste nos devotarmos inteiramente a Jesus e submetermos completamente à sua vontade. Ou seja, o verdadeiro Evangelho demanda morrer para si. Na verdade, esses pastores estão realizando uma obra, que não é a de Deus, no estilo do Egito. Portanto, são pastores leprosos porque a obra feita no estilo egípcio é carnal, impura, contaminada com o pecado. É sempre leprosa.

Quando se tenta realizar a obra de Deus através de meios carnais, ministra-se morte e não vida. Muitos líderes estão fazendo a obra de Deus no estilo do Egito porque querem derrubar celeiros e construir outros maiores: catedrais, catedrais e mais catedrais. Somente assim, eles se sentirão satisfeitos em reter o status quo. Os pastores leprosos sabem que se sacudir o banco da igreja com a sã doutrina significa perda de prestígio, poder e até uma aposentadoria gorda. O negócio é fazer a obra de Deus no estilo egípcio: adocicado, meloso festeiro, gaiato, carnavalesco, coreográfico, humorístico e teatral.

A preocupação daqueles que realizam a obra de Deus no estilo do Egito é tão somente com estatísticas. Quantos freqüentam os cultos aos domingos, quantos cantores compõem o coral da igreja, quantos instrumentos acompanham o louvor, quantos grupos de louvor a igreja possui, qual a extensão da obra social da igreja. Os pastores leprosos não dão a mínima importância quantos estão sendo formados à semelhança de Cristo, quantos estão buscando ter um coração segundo o coração de Deus.

O culto na igreja dos pastores leprosos é uma barulhada insuportável com uma hora de bumbumpraticumbumprugurundum. Sem falar da sessão de rock e das coreografias de mocinhas com mini-saia e costa nua trombando umas com as outras mostrando um desconhecimento total do que seja o culto, do que seja adoração, de qual seja o propósito da proclamação do Evangelho. A igreja dos líderes leprosos adota “o culto das torcidas”. Pasmem! Há um culto para cada time de futebol. O culto é somente para os torcedores daquele clube, e as “ovelhas” vêm com o uniforme do seu time. Esses leprosos estão transformando o culto divino em circo de horrores, ao invés de adoração ao Deus trino.

Os pastores leprosos não discernem que o estilo do Egito não pode ser transformado. Ninguém pode cristianizar o estilo egípcio. Ninguém pode santificar o profano. Santo é santo e impuro é impuro. Se houvesse algum valor no estilo do Egito, Jesus certamente teria partilhado dele. Em João 17:11 Jesus foi contundente: “Eles não são do mundo como eu do mundo não sou”. Paulo foi enfático em Romanos 9:33: “Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo”. Isso implica dizer que a obra de Deus é confrontadora e ofensiva ao homem natural. Portanto, não tem como suavizar a mensagem da cruz, não tem como adequá-la ao estilo egípcio.

Aqueles que fazem a obra em nome de Deus no estilo do Egito ganham ampla reputação e reconhecimento, porém Cristo é diminuído. Os líderes leprosos têm o “eu” enaltecido. São cheios de gabolice. Hoje os anéis nos dedos dos pastores leprosos são exibidos esplendorosamente. E, como há doutores Murdock’s e doutores Cerullo’s hoje! Paulo quando apareceu no cenário de sua época não se gabou dizendo que era formado na Universidade de Gamaliel, ou falava muitos idiomas, ou que era amigo de muitos reis, governos e homens famosos. Mas, ele disse: “Se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade, mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve” ( 2 Cor 12:6). Em outras palavras: “Não quero falar sobre mim mesmo; não quero glória”. Se pregarmos no estilo do céu, nossa reputação irá decrescer e Cristo crescerá.

Esses “doutores” deveriam aprender com os nossos irmãos puritanos. Os puritanos só tinham um interesse: A glorificação de Deus. Eles rejeitavam entrevistas nos jornais da época. Os puritanos assinavam as suas mensagens só com as iniciais, pois temiam que alguém pudesse honrá-los e roubar de Cristo toda a glória. Eles não queriam que a capa de seus livros fosse a cores nem tivesse suas fotos para evitar que as pessoas se distraíssem em relação à mensagem. Todos eles morreram na fé, rejeitados pela religião organizada, e quase desconhecidos. Porém, hoje, falam mais alto do que nunca.

Jesus se apresenta nos evangelhos como desprezado, censurado, perseguido, sem ter onde reclinar a cabeça, bem diferente dos “doutores Murdock’s” e dos “doutores Cerullo’s” de hoje. Esses “doutores” estão induzindo os crentes a preferirem as bênçãos físicas da velha aliança do que as bênçãos espirituais prometidas por Cristo. Em seus desesperos para arrecadar mamon chegam às raias do ridículo com mensagem do tipo “Quatro atitudes para você nunca perder o emprego”. Enfim, o povo é levado a valorizar o estilo leproso de Egito.

Quando Jesus andou por esta terra, Ele estava cercado pela riqueza e opulência dos poderes romanos. Mas, Jesus rejeitou tudo isso. Jesus exaltou a excelência e a superioridade dos valores espirituais sobre os valores físicos.

Os lideres afeiçoados com o estilo do Egito enganam as pessoas curando superficialmente suas feridas através da técnica de manipulação. No entanto, suas palavras são como penas, sem peso, desprovidas de autoridade celestial.

Para impressionar a platéia os pastores leprosos abrem o culto com o que eu chamo de “chavão terapêutico”: “Nesta noite vamos com ousadia romper o sobrenatural”. Ora, somente Deus rompe o sobrenatural. Ele é quem comanda, decreta, ordena, declara, libera e determina.

Os pastores leprosos tentem dar uma nova embalagem ao Evangelho. Tentam antropologizar, sociologizar e psicologizar a Palavra de Deus. Nesse contexto, colocam adendo e suplemento à Bíblia. Já ouvi um pastor leproso dizer o seguinte veneno: “Jesus foi um contador de estórias, em sua fala quase nada existe de doutrina” Que blasfêmia! Essa nova embalagem que os pastores leprosos têm dado ao Evangelho tornou o Evangelho sensacionalista, corporativista, de glamour, de diversão.

Se colocarmos algum enxerto no Evangelho por mais belo que esse enxerto pareça ser, faremos da cruz de Cristo uma coisa vã, e a sua glória se esvairá. Os filósofos gregos, quando ouviram a mensagem de Paulo disseram que ele era um louco, um tagarela. Isso porque o que Paulo pregava era incompatível com as teorias e conceitos filosóficos dos gregos. Paulo nunca colocou enxerto na mensagem da cruz. Façamos a obra do Senhor no estilo do céu!

Ir. Marcos Pinheiro