PASTORES-GARÇONS: E
COMO TEM!
Garçom
é o profissional que domina as técnicas do bem servir. Deve estar pronto a
atender quando o cliente solicitar. Deve garantir que não falte nada aos
clientes e que eles estejam satisfeitos com os produtos e serviços oferecidos
pelo estabelecimento. É uma profissão louvável. Porém, quando se trata da
igreja do Senhor Jesus, o pastor não pode se comportar como um garçom, não pode
ter as características de um garçom, pois a igreja não é um estabelecimento
comercial. O pastor estar a serviço do Reino de Deus, porém não deve dar o que
as pessoas desejam ouvir de Deus, mas o que elas precisam ouvir de Deus.
Os
pastores-garçons estão matando suas “ovelhas” com o enxovalhamento do
Evangelho. Dão o que as pessoas querem – entretenimento. Estes líderes não têm
preocupações com a verdade da Palavra, mas com entretenimento espiritual. As
pessoas se entretêm, mas não nascem de novo nem se santificam. Eles veem Deus
como uma “coisa fofinha”. Não julga pessoa alguma nem impõe obrigação alguma
sobre as pessoas. Deus é tão fofinho que ao amar incondicionalmente não faz os
homens se sentirem culpados pelos seus atos. Na visão destes líderes, Deus só
deseja que as pessoas ajam conforme desejam e sejam felizes. Isto se
assemelha ao medicamento errado para um doente moribundo: melhora a cada
boletim médico, e de tanto melhorar, morre.
Nesse tempo do
fim vemos que muitos pastores são ativistas irrefletidos, são fogueteiros.
Exaurem a igreja com programas e atividades que não têm nenhuma saúde bíblica.
Abandonam o alimento sadio das Escrituras oferecendo sopa de colocíntidas ao
povo. Reinventam o Evangelho, reinventam a fé e dão uma nova roupagem à igreja
com o fim de manter o cliente-rebanhão. É um frenesi de movimento sem igual:
culto dos homens e mulheres de negócio, culto da gratidão, culto das causas
impossíveis, culto dos sinais e maravilhas, culto da restituição. Os títulos
adotados alardeiam o “poder” da equipe ministerial. Nesses cultos, cantam-se
letras que colidem frontalmente com as Escrituras, mas se aceita porque o ritmo
é extasiante e o povo gosta. O ambiente torna-se carnavalesco. O pastor é um
garçom, pois serve ao povo o que o povo quer. É um “reality show espiritual”.
Vê-se, nesses cultos, o que jamais alguém viu em dois mil anos de cristianismo:
rodopios, batidas de pé, “aviõezinhos”, sapateados, pula-pula, marchas.
Os pastores-garçons
são experts em produção de emoções fajutas nas igrejas. Pregam, oram e cantam
com artificialidade, com desejo de impressionar. Enaltecem a si próprios e não
a bondade e a misericórdia do Deus Altíssimo. É urgente entender que o
Evangelho é. É conteúdo e não rótulo. O Evangelho se impõe pelo que é, pelo que
diz, pelo que mostra, e não pelo adorno e enfeites que esses líderes garçons
lhe dá. Os pastores-garçons têm tornado o Evangelho agradável a todos, e para
isso, eles tira-lhe o conteúdo para vender um produto palatável. Seguir a
Cristo não é ter êxtases. Não é devaneio espiritual. Seguir a Cristo é ter o
seu caráter. É andar como Ele andou. Evangelho não são sensações.
Os
pastores-garçons manipulam claramente o auditório. Faz o papel do Espírito
Santo tentando convencer o ímpio do pecado, da justiça e do juízo com seus
apelos extravagantes de lavagem cerebral.
Nesse contexto, tudo se se torna barato: a graça é barata, a fé é barata, a
liturgia é barata, o sermão é barato, a emoção é barata, o louvor é barato, o
testemunho é barato. Eles proclamam o Evangelho pelo pináculo e não pela cruz.
Por isso, tudo é banal. Precisamos de púlpitos que não se constranjam em
anunciar que os homens estão perdidos sem Jesus, e precisam de conversão.
Precisamos alardear que o cristianismo tem corpo doutrinário, e que ignorar
isto é aniquilá-lo. É urgente abraçarmos os princípios básicos da Reforma
Protestante: Só a graça, Só a fé, Só a Escritura, só Cristo.
O problema
desses líderes-garçons é que eles associam Evangelho com estética e
sentimentos. O Evangelho é sentir alguma coisa. Ou seja, quem ama a Deus sente
alguma coisa. Por esta razão os cultos nas igrejas dos pastores-garçons são
planejados para fazer as pessoas sentirem alguma coisa. Essa alguma coisa é
expressa em sensações. Neste contexto, tome revelações, visões, arrebatamento
ao céu, arrebatamento ao inferno e mensagens de anjos. A
Bíblia é o padrão normativo para a igreja. Precisamos de quem viva a Palavra e não de quem a infle artificialmente.
Precisamos resgatar o lugar de Deus na vida cristã. A origem e a consecução de
toda a vida cristã está nEle.
Ir.
Marcos Pinheiro
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