HONRATITE: A DOENÇA DA IGREJA CONTEMPORÂNEA
O verdadeiro Evangelho
parece incomodar profundamente a igreja contemporânea. A autoajuda tomou o lugar
da proclamação de “todo o Conselho de Deus”. Jargões do tipo: “Deus vai te
honrar”, “Deus vai te exaltar”, “2018 será o ano de milagres em sua vida” é
moda nos púlpitos de muitas igrejas. Nesse contexto, tome “profecias” de carro
zero, casa nova, casamento e causas resolvidas na justiça.
Xerocando o mundo, os
“crentes” seguem o mesmo caminho: querem ouvir coisas boas. Se um pastor quiser
ser desagradável e perder espaço, chame os crentes ao abandono do pecado.
Chame-os à santidade, a uma vida de renúncia. As pessoas querem benção. Querem
vitória. Querem ser exaltadas e honradas. Esta é a doença da igreja
contemporânea: “honratite”.
A vida cristã não é composta
apenas de ganhos. A estrada para a mansão celestial não é aplainada. Há vales.
Há percalços. Há fendas. Há perdas. Não tem como viver a vida cristã sem se
machucar. Esse negócio de “Deus vai te honrar”, “Deus vai te exaltar” não é
bíblico. Pastores que dizem: “Você é filho do Rei Jesus e merece o melhor” está
mentindo. Isso é fanfarra. Sofrer não é pecado nem falta de fé. É elemento
pedagógico da vida cristã.
Esses pregadores
desconstroem os valores do Evangelho. Pregam exaltação e honradez como o
carro-chefe do Evangelho. Cristo é mencionado apenas para sancionar a ambição
das pessoas. A pobreza emocional e espiritual das pessoas que seguem esses
líderes é pior que a pobreza econômica brasileira. O PIB emocional e espiritual
do rebanho é baixíssimo!
Alguns pastores incorporaram
a religiosidade humana à Nova Aliança. Dizem eles: “Deus vai te honrar se você
obedecer nossas campanhas”. “Novenas evangélicas” do tipo corrente de
oração de 7 dias, adoração no monte, de preferência contribuindo todos os dias,
e caravanas a Israel para rebatismo, é
inserção de religiosidade na Nova Aliança. É venda de indulgência.
A venda de indulgências que
se verifica no cenário evangélico brasileiro é uma deturpação da doutrina da
graça de Deus. Pregador com “poderes especiais” e com “oração forte” não
existe. É preciso que nos centremos na Nova Aliança. A doutrina do sacerdócio
universal garante que todos os salvos têm acesso a Deus e, os mesmos direitos
espirituais. Não temos que nos prender a religiosidade. Temos que nos
prender às raízes neotestamentárias.
Portanto, cerimônias,
rituais, correntes, campanhas disso e daquilo não trazem honra, nem vitória
para ninguém. Precisamos nos prender à mensagem da cruz. À mensagem que apregoa
o arrependimento.
Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro
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