sábado, 6 de março de 2010

TEATRO NA IGREJA? ESSA NÃO! (PARTE II)




TEATRO NA IGREJA? ESSA NÃO! (PARTE II)

Desde os tempos bíblicos, e até hoje, a pregação expositiva da Palavra de Deus tem sido o meio eficiente de comunicar a salvação através de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo se refere a esse método como a “loucura da pregação” (Co 1:21). Paulo nunca adaptou a igreja ao gosto da sociedade secular. Cada igreja que ele fundou tinha sua própria personalidade e seus próprios problemas, mas os ensinamentos de Paulo, sua estratégia e, acima de tudo, sua mensagem permaneceram os mesmos por todo o seu ministério. Seu instrumento de ministério sempre foi a pregação expositiva e direta da verdade bíblica. A igreja de hoje está inundada com o “sucesso” e precipitou-se impetuosamente no secularismo. Para muitos líderes o único modo de impressionar e impactar o mundo nos dias atuais é incorporar filosofias seculares e modismos na vida da igreja. A bandeira levantada por esses líderes é “o mundo tem que ver que a igreja é legal”. Neste contexto, a igreja está mais preocupada em entreter o povo. Não está disposta a ser desprezada pelo mundo por causa da cruz.
Hoje, estamos nos divorciando da pregação expositiva para as artimanhas, ora ridículas ora bizarras, das encenações e dramatizações. É loucura pensar que a verdade dada por revelação divina precisa da roupagem das dramatizações para salvar o ímpio. Jesus deu prova de seu amor ao mundo sem usar teatralidade. Ele fez uma oferta viva, capaz de sofrer humilhações, açoites, abandono, desconsideração, vergonha, acusação. A igreja precisa se manter afastada de tudo aquilo que seja teatral e espetacular, à semelhança de Jesus em seu ministério. Jesus não usou artimanhas de entretenimento para pregar o Sermão do Monte. Paulo não persuadiu os seus ouvintes no Areópago usando dramatizações. Pedro, no dia de pentecoste, não montou uma tenda e pediu a seus irmãos em Cristo que fizessem uma encenação para anunciar a ressurreição de Jesus e a sua ascensão ao céu. Estamos enganados se acreditamos que fantasias, ilusionismos, jograis, filmes e dramatizações são capazes de representar a santidade infinita, o amor incomensurável e a grande misericórdia de Deus a uma geração perdida. O evangelho não deve ser apresentado em parceria com os padrões do mundo. Jesus afirmou taxativamente que as obras deste mundo são más (Jo 7:7). Os apóstolos também enfatizaram que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus (Tg 4:4). Dramatização é dramatização e raramente é vista pelo público como algo sério ou um veículo de proclamação de mensagens que merecem apreço. Portanto, quando se insere elementos de entretenimento como jograis, filmes, ilusionismos, palhaços, coreografias, danças e teatro na mensagem da cruz, é uma prova que algo se faz necessário além das Escrituras e que a exposição sozinha da Palavra de Deus é inadequada. É o evangelho “flex”, ou seja, flexível para com o povo, o importante é agradar o povo. Imagine um médico atender um paciente fantasiado, vestido de palhaço. Que credibilidade esse médico repassa para o paciente? Se o médico não faz uso dessa frivolidade podemos afirmar que é uma insensatez anunciar a mensagem redentora da cruz através de entretenimentos. Portanto, aqueles que defendem a teatralidade na igreja estão servindo a um deus diferente dAquele adorado pela igreja primitiva. A teatralidade na igreja transforma a “loucura da pregação” em uma pregação da loucura. As dramatizações fazem do Evangelho um camaleão que toma qualquer aparência que seja necessária. Spurgeon advertiu em seus dias: “quando o entusiasmo pelo evangelho se extingue, não é surpreendente que as pessoas busquem qualquer coisa em que se deleitar; faltando pão, eles alimentam-se de cinzas, rejeitando o caminho do Senhor, eles correm avidamente à vereda da tolice” O mundo está repleto de fábulas, e as novidades em forma de dramas sensacionais nas igrejas estão surgindo cada vez mais para escravizar as mentes e dificultar o crescimento espiritual. Satanás não tem interesse que as pessoas tenham conhecimento de Deus, por isso seu trabalho é confundir os sentimentos através de encenações e dramatizações. Muitos têm a idéia de que a igreja para ser frutífera precisa ter programações que vá ao encontro das necessidades da nossa geração. Deve-se usar qualquer coisa que seja agradável às pessoas a fim de ganhá-las para Cristo. O texto base para justificar essa idéia é a afirmação de Paulo “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos, fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (I Co 9:22). Paulo não está dizendo que estava disposto a moldar sua mensagem ao mundo a fim de ganhar o ímpio. Ele está descrevendo uma atitude de sacrifício pessoal, não de comprometimento com o mundo, não de contemporização com o mundo. O contexto nos revela que Paulo estava falando de pregação (v16) não do uso de método mundano para proclamar o Evangelho. Paulo não está sugerindo uma nova maneira de apresentar o evangelho, ele afirma que em sua pregação sempre adaptava a mensagem ao nível de compreensão dos ouvintes, ou seja, ele sempre falou de forma apropriada. Ele convencia os diferentes ouvintes sobre a Palavra de Deus usando a pregação expositiva como método.
A história do pecado neste mundo começou no jardim do Éden com uma encenação de Satanás (Gn 3:1-7). Nos últimos dias, os falsos profetas e os mercadejadores da Palavra de Deus farão encenações mirabolantes para tentar enganar até os escolhidos (Mt 24:24). O Anticristo fará uma grande encenação mundial antes da volta de Jesus Cristo (Ts 3:4-12). Não ousemos minimizar a fome do povo oferecendo-lhes substitutos que não os satisfarão verdadeiramente. As estações vão e vêm, as tendências chegam e passam, as modas populares se instalam e se renovam, mas a tarefa da igreja do Senhor Jesus Cristo é a mesma: proclamar a Palavra de Deus sem artifícios, fantasias, malabarismos e entretenimentos, mas proclamá-la de forma expositiva, direta e cristocêntrica!

Ir. Marcos Pinheiro

3 comentários:

  1. Falou bem meu irmão.
    Penso que fica cômodo para os padres, eles que gastam tanto com estudo, que os fiéis pagam, depois são os fiéis que tem que convencer o povo a derir a Jesus Cristo.
    Pior que quem dramatiza não tem preparo nenhum, as vezes nem discernimento, vai tudo na base do amadorismo, e ainda esse jeito de evangelizar causa disputa, quem aparece mais, quem faz mais bonito!
    É UMA LASTIMA.

    Rosane

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  2. Eu estava rindo aqui,sozinha,porque,minha amiga me disse que se fosse pra fazer teatro,Jesus seria o primeiro a nos dar o exemplo!rsrsrs.Bom...atores para a peça é que não faltavam:12 discípulos e as mulheres que o servia!Seria um teatro e tanto!,né?kkkkk.Ele nunca precisou disso,para atrair o povo para ouvir sua mensagem!A mensagem de Deus dada pelo Espírito tem o poder por si só de impactar vidas,não precisa de outros artifícios...Se ela não está sendo suficiente,o problema não é Palavra de Deus,mas o Pregador!

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