TEATRO NA IGREJA? ESSA NÃO! (PARTE II)
Desde os tempos bíblicos, e até hoje, a pregação expositiva da Palavra de Deus tem sido o meio eficiente de comunicar a salvação através de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo se refere a esse método como a “loucura da pregação” (Co 1:21). Paulo nunca adaptou a igreja ao gosto da sociedade secular. Cada igreja que ele fundou tinha sua própria personalidade e seus próprios problemas, mas os ensinamentos de Paulo, sua estratégia e, acima de tudo, sua mensagem permaneceram os mesmos por todo o seu ministério. Seu instrumento de ministério sempre foi a pregação expositiva e direta da verdade bíblica. A igreja de hoje está inundada com o “sucesso” e precipitou-se impetuosamente no secularismo. Para muitos líderes o único modo de impressionar e impactar o mundo nos dias atuais é incorporar filosofias seculares e modismos na vida da igreja. A bandeira levantada por esses líderes é “o mundo tem que ver que a igreja é legal”. Neste contexto, a igreja está mais preocupada em entreter o povo. Não está disposta a ser desprezada pelo mundo por causa da cruz.
Hoje, estamos nos divorciando da pregação expositiva para as artimanhas, ora ridículas ora bizarras, das encenações e dramatizações. É loucura pensar que a verdade dada por revelação divina precisa da roupagem das dramatizações para salvar o ímpio. Jesus deu prova de seu amor ao mundo sem usar teatralidade. Ele fez uma oferta viva, capaz de sofrer humilhações, açoites, abandono, desconsideração, vergonha, acusação. A igreja precisa se manter afastada de tudo aquilo que seja teatral e espetacular, à semelhança de Jesus em seu ministério. Jesus não usou artimanhas de entretenimento para pregar o Sermão do Monte. Paulo não persuadiu os seus ouvintes no Areópago usando dramatizações. Pedro, no dia de pentecoste, não montou uma tenda e pediu a seus irmãos em Cristo que fizessem uma encenação para anunciar a ressurreição de Jesus e a sua ascensão ao céu. Estamos enganados se acreditamos que fantasias, ilusionismos, jograis, filmes e dramatizações são capazes de representar a santidade infinita, o amor incomensurável e a grande misericórdia de Deus a uma geração perdida. O evangelho não deve ser apresentado em parceria com os padrões do mundo. Jesus afirmou taxativamente que as obras deste mundo são más (Jo 7:7). Os apóstolos também enfatizaram que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus (Tg 4:4). Dramatização é dramatização e raramente é vista pelo público como algo sério ou um veículo de proclamação de mensagens que merecem apreço. Portanto, quando se insere elementos de entretenimento como jograis, filmes, ilusionismos, palhaços, coreografias, danças e teatro na mensagem da cruz, é uma prova que algo se faz necessário além das Escrituras e que a exposição sozinha da Palavra de Deus é inadequada. É o evangelho “flex”, ou seja, flexível para com o povo, o importante é agradar o povo. Imagine um médico atender um paciente fantasiado, vestido de palhaço. Que credibilidade esse médico repassa para o paciente? Se o médico não faz uso dessa frivolidade podemos afirmar que é uma insensatez anunciar a mensagem redentora da cruz através de entretenimentos. Portanto, aqueles que defendem a teatralidade na igreja estão servindo a um deus diferente dAquele adorado pela igreja primitiva. A teatralidade na igreja transforma a “loucura da pregação” em uma pregação da loucura. As dramatizações fazem do Evangelho um camaleão que toma qualquer aparência que seja necessária. Spurgeon advertiu em seus dias: “quando o entusiasmo pelo evangelho se extingue, não é surpreendente que as pessoas busquem qualquer coisa em que se deleitar; faltando pão, eles alimentam-se de cinzas, rejeitando o caminho do Senhor, eles correm avidamente à vereda da tolice” O mundo está repleto de fábulas, e as novidades em forma de dramas sensacionais nas igrejas estão surgindo cada vez mais para escravizar as mentes e dificultar o crescimento espiritual. Satanás não tem interesse que as pessoas tenham conhecimento de Deus, por isso seu trabalho é confundir os sentimentos através de encenações e dramatizações. Muitos têm a idéia de que a igreja para ser frutífera precisa ter programações que vá ao encontro das necessidades da nossa geração. Deve-se usar qualquer coisa que seja agradável às pessoas a fim de ganhá-las para Cristo. O texto base para justificar essa idéia é a afirmação de Paulo “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos, fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (I Co 9:22). Paulo não está dizendo que estava disposto a moldar sua mensagem ao mundo a fim de ganhar o ímpio. Ele está descrevendo uma atitude de sacrifício pessoal, não de comprometimento com o mundo, não de contemporização com o mundo. O contexto nos revela que Paulo estava falando de pregação (v16) não do uso de método mundano para proclamar o Evangelho. Paulo não está sugerindo uma nova maneira de apresentar o evangelho, ele afirma que em sua pregação sempre adaptava a mensagem ao nível de compreensão dos ouvintes, ou seja, ele sempre falou de forma apropriada. Ele convencia os diferentes ouvintes sobre a Palavra de Deus usando a pregação expositiva como método.
A história do pecado neste mundo começou no jardim do Éden com uma encenação de Satanás (Gn 3:1-7). Nos últimos dias, os falsos profetas e os mercadejadores da Palavra de Deus farão encenações mirabolantes para tentar enganar até os escolhidos (Mt 24:24). O Anticristo fará uma grande encenação mundial antes da volta de Jesus Cristo (Ts 3:4-12). Não ousemos minimizar a fome do povo oferecendo-lhes substitutos que não os satisfarão verdadeiramente. As estações vão e vêm, as tendências chegam e passam, as modas populares se instalam e se renovam, mas a tarefa da igreja do Senhor Jesus Cristo é a mesma: proclamar a Palavra de Deus sem artifícios, fantasias, malabarismos e entretenimentos, mas proclamá-la de forma expositiva, direta e cristocêntrica!
Ir. Marcos Pinheiro
Parabéns pelo blog! Magnífico!
ResponderExcluirFalou bem meu irmão.
ResponderExcluirPenso que fica cômodo para os padres, eles que gastam tanto com estudo, que os fiéis pagam, depois são os fiéis que tem que convencer o povo a derir a Jesus Cristo.
Pior que quem dramatiza não tem preparo nenhum, as vezes nem discernimento, vai tudo na base do amadorismo, e ainda esse jeito de evangelizar causa disputa, quem aparece mais, quem faz mais bonito!
É UMA LASTIMA.
Rosane
Eu estava rindo aqui,sozinha,porque,minha amiga me disse que se fosse pra fazer teatro,Jesus seria o primeiro a nos dar o exemplo!rsrsrs.Bom...atores para a peça é que não faltavam:12 discípulos e as mulheres que o servia!Seria um teatro e tanto!,né?kkkkk.Ele nunca precisou disso,para atrair o povo para ouvir sua mensagem!A mensagem de Deus dada pelo Espírito tem o poder por si só de impactar vidas,não precisa de outros artifícios...Se ela não está sendo suficiente,o problema não é Palavra de Deus,mas o Pregador!
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