quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A IGREJA ANALGÉSICA


                                     A IGREJA ANALGÉSICA

Todo aquele que segue a Cristo enfrentará sofrimentos. O sofrimento faz parte da vida cristã. Portanto, é condizente com as Escrituras. O salmista diz: “Muitas são as aflições do justo” (Sl 34:19). O autor de Hebreus enfatiza que “os santos suportaram grande combate de aflições” (Hb 10:32). Paulo diz a Timóteo: “Tu, porém, Timóteo, sê sóbrio, suporta os sofrimentos (2 Tm 4:5). Em I Tessalonicenses 3:3 Paulo contundentemente afirma: “Para que ninguém se inquiete com estas aflições porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto”. Em 2 Timóteo 2:3 o apóstolo Paulo reitera a Timóteo: “Sofre, pois, comigo as aflições como bom soldado de Jesus Cristo”. No instante de sua conversão, Paulo foi avisado dos sofrimentos que enfrentaria: “Mas, o Senhor lhe disse: eu mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9:15).

Cristianismo sem dores, aflições e sofrimentos é antagônico ao conteúdo do Novo e Antigo Testamento. Os mártires dos três primeiros séculos da igreja passaram por todo tipo de dor. A história nos atesta que ao longo dos séculos, crentes fiéis passaram por piores sofrimentos. Jesus mesmo suportou angústias e sofrimentos. Foi rejeitado, zombado, redicularizado, insultado, vilipendiado, humilhado, açoitado, chamado de enganador, falso profeta e mentiroso. Foi traído, esmurrado, cuspido, chicoteado e pregado numa cruz.

Não existe um seguidor fiel a Jesus que não tenha passado por sofrimentos. O cristianismo não é popular, conveniente, simpático e, nunca será. Por isso, quem o abraça passará por aflições e dores. O verdadeiro cristianismo é tomar o instrumento de dor e morte - a cruz! Disse Jesus: “Quem quiser me seguir, negue-se a si mesmo tome a sua cruz e siga-me”. A cruz que era usada no Império Romano na época da morte de Jesus pesava cerca de 90 kg. Isso mostra o aspecto doloroso de nossa fé e não uma vida de mar de rosas, indolor como pregam os líderes hedonistas da igreja analgésica, da igreja sem dor.

A igreja moderna está cada vez mais despreparada para o sofrimento devido às pregações hedonistas dos “pastorões” da igreja analgésica. Esses falsários do Evangelho ensinam que a vida cristã é “ausência de dores e sofrimentos”. Numa visão anti-bíblica afirmam: “Se há sofrimentos, há ausência de fé”. “Pare de sofrer” é o slogan enganoso desses réprobos.

Os “pastorões” das igrejas analgésicas promovem a indústria do lazer gospel. Essa indústria usa o nome de Deus para promover entretenimento. Deus é um grande palhaço-bonachão cuja função é produzir diversão para o povo. Deus passou a ser o promotor de realizações de lazer: gincanas, teatros, filmes, shows, festival promessas. Enfim, Deus é promotor de pão e circo. Isso tem levado muitos crentes a perderem a visão bíblica de que sofremos para a glória de Deus e que o Senhor tem propósitos nos nossos sofrimentos.

Na verdade, os líderes das igrejas analgésicas não vivem nesta vida a partir da perspectiva da eternidade. São hedonistas, pois buscam o prazer como sentido último da vida. Amam as coisas efêmeras e são acentuadamente materialistas. A plataforma de suas igrejas com som estarrecedor, jogos de luzes, fumaça e dançarinas demonstram o grau hedonista dos cultos.  Para eles, falar de aflições e sofrimentos nos dias atuais está fora de moda e espanta freguês.

O verdadeiro Evangelho é o da cruz e a boa notícia é que na hora das aflições Jesus se faz presente. Fez-se presente no momento de dor na vida de Paulo, Estevão, Jó, Daniel, Sedraque, Mesaque e Abdenego e tantos santos que foram fiéis a Deus.

Ir. Marcos Pinheiro

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