A IGREJA ANALGÉSICA
Todo aquele que segue a
Cristo enfrentará sofrimentos. O sofrimento faz parte da vida cristã. Portanto,
é condizente com as Escrituras. O salmista diz: “Muitas são as aflições do
justo” (Sl 34:19). O autor de Hebreus enfatiza que “os santos suportaram grande
combate de aflições” (Hb 10:32). Paulo diz a Timóteo: “Tu, porém, Timóteo, sê
sóbrio, suporta os sofrimentos (2 Tm 4:5). Em I Tessalonicenses 3:3 Paulo
contundentemente afirma: “Para que ninguém se inquiete com estas aflições
porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto”. Em 2 Timóteo 2:3 o
apóstolo Paulo reitera a Timóteo: “Sofre, pois, comigo as aflições como bom
soldado de Jesus Cristo”. No instante de sua conversão, Paulo foi avisado dos
sofrimentos que enfrentaria: “Mas, o Senhor lhe disse: eu mostrarei quanto lhe
importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9:15).
Cristianismo sem dores,
aflições e sofrimentos é antagônico ao conteúdo do Novo e Antigo Testamento. Os
mártires dos três primeiros séculos da igreja passaram por todo tipo de dor. A
história nos atesta que ao longo dos séculos, crentes fiéis passaram por piores
sofrimentos. Jesus mesmo suportou angústias e sofrimentos. Foi rejeitado,
zombado, redicularizado, insultado, vilipendiado, humilhado, açoitado, chamado
de enganador, falso profeta e mentiroso. Foi traído, esmurrado, cuspido,
chicoteado e pregado numa cruz.
Não existe um seguidor fiel
a Jesus que não tenha passado por sofrimentos. O cristianismo não é popular,
conveniente, simpático e, nunca será. Por isso, quem o abraça passará por
aflições e dores. O verdadeiro cristianismo é tomar o instrumento de dor e
morte - a cruz! Disse Jesus: “Quem quiser me seguir, negue-se a si mesmo tome a
sua cruz e siga-me”. A cruz que era usada no Império Romano na época da morte
de Jesus pesava cerca de 90 kg. Isso mostra o aspecto doloroso de nossa fé e
não uma vida de mar de rosas, indolor como pregam os líderes hedonistas da
igreja analgésica, da igreja sem dor.
A igreja moderna está cada vez
mais despreparada para o sofrimento devido às pregações hedonistas dos
“pastorões” da igreja analgésica. Esses falsários do Evangelho ensinam que a
vida cristã é “ausência de dores e sofrimentos”. Numa visão anti-bíblica
afirmam: “Se há sofrimentos, há ausência de fé”. “Pare de sofrer” é o slogan
enganoso desses réprobos.
Os “pastorões” das igrejas
analgésicas promovem a indústria do lazer gospel. Essa indústria usa o nome de
Deus para promover entretenimento. Deus é um grande palhaço-bonachão cuja
função é produzir diversão para o povo. Deus passou a ser o promotor de
realizações de lazer: gincanas, teatros, filmes, shows, festival promessas.
Enfim, Deus é promotor de pão e circo. Isso tem levado muitos crentes a
perderem a visão bíblica de que sofremos para a glória de Deus e que o Senhor
tem propósitos nos nossos sofrimentos.
Na verdade, os líderes das
igrejas analgésicas não vivem nesta vida a partir da perspectiva da eternidade.
São hedonistas, pois buscam o prazer como sentido último da vida. Amam as
coisas efêmeras e são acentuadamente materialistas. A plataforma de suas
igrejas com som estarrecedor, jogos de luzes, fumaça e dançarinas demonstram o
grau hedonista dos cultos. Para eles,
falar de aflições e sofrimentos nos dias atuais está fora de moda e espanta
freguês.
O verdadeiro Evangelho é o
da cruz e a boa notícia é que na hora das aflições Jesus se faz presente. Fez-se
presente no momento de dor na vida de Paulo, Estevão, Jó, Daniel, Sedraque,
Mesaque e Abdenego e tantos santos que foram fiéis a Deus.
Ir. Marcos Pinheiro
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