O
EVANGELHO SOBRE PISO FALSO: ONGUIZAÇÃO DA IGREJA
Em 2 Crônicas 25 está
registrado que o rei Amazias venceu os edonitas e trouxe os deuses dos edonitas
para Judá e os adorou. Amazias trocou o Deus Altíssimo, que lhe deu a vitória,
pelas falsas divindades derrotadas e queimou incenso aos derrotados. O
procedimento de Amazias lembra alguns pastores que usam categorias marxistas de
pensamento para fazer teologia. A famigerada “Teologia Missão Integral” que
nada mais é do que a “Teologia da Libertação Evangélica” é composta de
teólogos-Amazias que interpretam a Bíblia por viés marxista. Os
teólogos-Amazias perderam a visão de que o tema da igreja é Cristo, que a
igreja está em Cristo, vive por meio Dele, vive para Ele, só tem razão de ser
por causa Dele. Interpretar Cristo por Marx é colocar o evangelho sobre piso
falso.
Os teólogos do evangelho
sobre piso falso estão promovendo a ONGuização da igreja do Senhor Jesus. Para
eles, a igreja só é relevante se promover cursos de corte-costura, artesanato,
culinária, informática. Só é preciosa se promover mobilizações coletivas para
dar assistência médica, odontológica e jurídica aos pobres. Só é valiosa se
fizer mutirão para a pintura da escola do bairro e limpeza de um parque. Enfim,
a relevância da igreja somente ocorre se houver um prato de comida dado a
alguém necessitado, uma roupa dada ao carente, um corte de cabelo feito num
mendigo, um acolhimento a um menino de rua. Entenda: essas atitudes são
louváveis, são atos bons, mas qualquer organização beneficente pode fazê-los.
Agora, pregar o Evangelho que transforma o coração do homem, só a igreja pode
fazer. Nenhuma outra instituição pode. Esta é a singularidade da igreja! Esta é
a relevância da igreja!
Atribuir fatores sociais à
igreja é aceitável, mas são acessórios e não a essência. Isso os
teólogos-Amazias não entendem. Eles enxergam a igreja como organização social
que deve preencher áreas sociais da vida não atendidas pelo poder público. É
urgente entender que a igreja não é um evento sociológico, nem antropológico.
Não se pode sociologizar, nem antropologizar o Evangelho. A igreja é um evento
cristológico, jesuológico. Gira ao redor de Cristo Jesus! As lentes pela quais
a igreja enxerga o mundo é Cristo! Ver leituras do Evangelho através de
correntes modernas de pensamento é um oximoro. Tentar amoldar Jesus ao
pensamento secular é um paradoxo.
A igreja pode ter corte de
cabelo, sopa, assistência médica, curso de babá, curso de pintor, mas ser, como
igreja, irrelevante. Se quiser ser preciosa que pregue Cristo crucificado e ressuscitado.
A relevância da igreja vem de sua mensagem. Sua missão é anunciar Jesus Cristo
como Senhor sobre todos os homens. Os pastores-esquerdistas assumiram um
complexo de inferioridade em relação ao mundo. Por isso, lutam para secularizar
a igreja. Fazem de tudo para ONGuizar a igreja. Eles têm direcionado a igreja
para o poder político e social. Não crêem mais que pregar Jesus Cristo que
regenera e muda para sempre o mais vil pecador, é a mais importante coisa que
se pode fazer nesta vida. Atentemos para uma coisa: Os líderes do evangelho
sobre piso falso caíram no erro do conto pós-moderno de que a verdade é
dinâmica e está em constante mudança. Eles se esqueceram que a missão precípua
da igreja não é prover assistência social, nem lazer, nem oba-oba para os
jovens. Mas, a missão da igreja é pregar o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crer.
A igreja não está no mundo
para fazer relações públicas. Não existe para dialogar com o mundo, mas para
proclamar e entregar ao mundo um ultimato. Ela chama os homens ao
arrependimento e a se renderem a Cristo. Essa é a sua missão nobre. O pecador
não é um coitadinho, que necessita de corte de cabelo, asseio corporal, sopa,
assistência médica, assistência jurídica. Acima disso, o pecador é um rebelde
com o coração corrompido e de armas nas mãos contra Deus. Na verdade, os
pastores-Amazias com suas estratégias e malabarismos marxistas colocaram o Evangelho
noutra embalagem: removeram a pedra de tropeço e amaciaram o gume da espada,
para tornar a igreja aceitável no mundo hodierno.
O cristianismo é Cristo.
Tire Alan Kardec do espiritismo, que não faz diferença. Os ensinos continuam
lá. Tire Confúcio do confucionismo, que não faz diferença. Os ensinos continuam
lá. Tire Buda do budismo, que não faz diferença. Os ensinos continuam lá. Tire
Cristo do cristianismo e ele se acaba. Os líderes-Amazias proclamam outro
evangelho: O evangelho sobre piso falso, pois removeram Cristo do cristianismo.
O púlpito das igrejas-ONGs
se ocupa com economia, sociologia, antropologia, psicologia, alfabetização,
preservação do meio-ambiente, mobilidade urbana, direitos da criança,
desarmamento nuclear, reciclagem de lixo, energias renováveis, movimento
feminista, racismo, saneamento, reforma do bem comum. A consequência imediata
desse evangelho piso-falso é que os incrédulos se tornam tão absorvidos pela
questão dos erros sociais que perdem de vista a mais profunda doença do pecado
pessoal. Negligenciam a terrível desordem da alma. Não precisamos de discursos
econômicos, sociológicos, antropológicos ou análises políticas. A esperança
para o mundo está em aceitar o plano de Deus consubstanciado em Cristo Jesus. O
tema do púlpito deve ser Cristo e Cristo crucificado! Portanto, menos
filósofos, menos sociólogos, menos antropólogos, menos psicólogos, menos
pensadores seculares, e mais Jesus! Precisamos ser crentes pela ótica bíblica e
não pela ótica marxista!
Os pastores do evangelho
sobre piso falso dizem: “A igreja deve apelar para o tesouro do Estado toda vez
que houver uma necessidade maior para uma obra social”. Outros dizem: “Estamos
nessa terra para reivindicarmos do poder público, melhor qualidade de vida”.
Outros ainda dizem: “A igreja deve empreender campanhas contra os males
estabelecidos pelos governos”. No início do cristianismo a escravidão era
cruel. Não era difícil imaginar que os crentes fossem chamados para empreender
uma campanha pela abolição. No entanto, não vemos na Bíblia Paulo e os
apóstolos se pronunciarem contra os males da escravidão da época. A igreja
primitiva não moveu um dedo para mudar a situação. Não há um ataque cerrado às
instituições por parte dos crentes. Simplesmente, eles entravam na presença de
Deus em oração e jejum, praticavam o amor tanto ao capataz como ao escravo e
proclamavam as Boas Novas. É importante salientar que a escravidão findou no
império romano devido o anuncio do Evangelho que é o poder de Deus que
transforma aqueles que praticam injustiças.
É significativo lembrar que
quando o apóstolo Pedro escreveu suas cartas, Nero estava no trono. Nero era um
tirano da pior espécie. Os crentes da época, todavia, não organizaram nenhuma
campanha para destronar o cruel imperador e nem reivindicaram melhores
condições de vida para os pobres. Pedro exorta os crentes a perseverarem em
tranqüila obediência, suportando tristezas e sofrendo injustamente, pois foram
chamados para isso. O apóstolo Tiago reconhece as injustiças praticadas contra
os pobres de sua época. A sua resposta a esta falta de misericórdia não sugere
protestos, reivindicações, audiências com as autoridades. Simplesmente, Tiago
lembra aos crentes a proximidade da vinda do Senhor Jesus (Tg 5:8).
O valor da igreja consiste
em ela cumprir a missão para a qual foi destinada. O Evangelho foi, é e sempre
será uma pedra de tropeço e loucura para os homens, em todas as gerações e
culturas. Não devemos amoldar o Evangelho à nossa visão cultural. Não podemos
amaciar as Escrituras para fazê-las consonantes com nossa concepção de vida. O
eixo hermenêutico para lermos o mundo não são os compêndios de sociologia,
antropologia, psicologia e filosofia. É a Bíblia, somente a Bíblia!
Finalmente, segue alguns
pastores-Amazias que estão queimando incenso aos derrotados: Ariovaldo Ramos
(pastor da Comunidade Cristã Reformada em São Paulo), Ed René Kivitz (pastor da
igreja Batista de Água Branca em São Paulo), Carlos Bezerra Jr (pastor da
Comunidade da Graça em São Paulo), Marcos Botelho (pastor presbiteriano e
articulista da revista Ultimato), Ricardo Gondim (pastor da igreja Betesda),
René Padilha (membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana).
Os apóstolos nunca pensaram
em transformar a igreja do Senhor Jesus numa mega-agência de caridade. Deus nos
salve da Teologia Missão Integral, digo melhor, Ideologia Missão Integral.
Ir. Marcos Pinheiro
E X C E L E N T E ! ! ! ! !
ResponderExcluirMaravilhoso texto. Parabéns pela lucidez e coragem, coisa que ultimamente tem faltado a alguns líderes!
O quê esperar desses falsos mestres? Que são verdadeiros "Ananias" do século XXI, fansendo o povo de Deus confiar em mentiras.
ResponderExcluirQue o Senhor impulsione os "Jeremias" desse século para mostrar a insensatez desses líderes.