IGREJAS
AGITADORAS? ESSA NÃO!
Muitos pastores defendem que
marchas, passeatas, protestos, manifestações, greves são exercícios dos
direitos civis e, que cada crente pode e deve fazê-los. Porém, quando examinamos
as Escrituras não encontramos respaldo para tal.
Quando contaram a Jesus que
Herodes mandou decapitar João Batista, não houve qualquer marcha, protesto ou
manifestação de condenação a Herodes ou ao seu governo.
Nenhum tipo de protesto ocorreu, quer por
parte de Jesus, quer por parte de seus discípulos. Não houve, por parte dos
discípulos de Jesus, nenhum quebra-quebra, nenhum saque de estabelecimento
comercial, nenhum bloqueio de carros de boi. Nenhum tipo de protesto ocorreu em
frente ao palácio de Herodes. Simplesmente, Jesus e seus discípulos retiram-se
silenciosamente e foram para um lugar deserto. Ali, Jesus se depara com uma
grande multidão e, possuído de íntima compaixão curou os enfermos (Mat 14:
11-14). Diante do ato de atrocidade de Herodes, Jesus foi realizar a obra do
Pai.
Certa ocasião, algumas
pessoas contaram a Jesus a respeito do ato cruel cometido por Pilatos. Pilatos
era conhecido pela sua crueldade e os galileus eram conhecidos como revoltosos
que não aceitavam a opressão do governo romano. Pilatos matou alguns galileus e
misturou o sangue deles com os sacrifícios que eram realizados no templo (Lc
13:1). Jesus e seus discípulos não se pronunciaram diante de tamanho ato
bárbaro. Jesus e seus discípulos não tivera qualquer palavra de desacato para o
vitupério nacional cometido por Pilatos.
Jesus não contendeu por
direitos civis para si mesmo nem para seus discípulos, mas ensinou aos seus
discípulos a serem obedientes às autoridades constituídas, mesmo elas sendo
déspotas. Em Mateus 22, Jesus ordenou a seus discípulos que pagassem impostos a
Cesar. Cesar era um tirano depravado, cruel, imoral e sem coração. Porém, Jesus
disse a seus discípulos que pagassem tributos, ainda que parte desses tributos
se destinasse ao sustento das orgias de Cesar e dos cultos idólatras do Império
Romano.
Em atos 16, quando Paulo e
Silas foram injustamente agredidos, condenados e presos, seus seguidores não
fizeram nenhuma manifestação de protesto. Não houve nenhuma caminhada, nenhuma
marcha, nenhum banner exibindo dizeres do tipo: “Queremos justiça”, “Fora o
governo”, “Impeachment já”. Paulo e Silas não proferiram protesto algum pela
injustiça sofrida. Simplesmente, oraram a Deus e o Senhor moveu-se de modo
poderoso e os livrou da prisão.
Em Atos 12, onde lemos a
morte de Tiago e a prisão de Pedro, a Conferência de Liderança Cristã, não
apelou a Jerusalém nem a Roma para a libertação de Pedro da prisão. A
Conferência de Liderança Cristã não iniciou nenhum protesto pelas ruas em prol
da não violência. Não exibiu nenhuma faixa, nenhuma placa com os dizeres: “Não
à violência”, “Fora Herodes”. A Conferência de Liderança Cristã não incentivou
nenhum motim, vândalo, saques, invasão de propriedades. Ela fez o que todo
servo de Deus deve fazer: se retirou para uma casa particular e oraram. O
Senhor ouviu as orações e mandou um anjo que livrou Pedro da prisão. O recurso
da igreja não é a mobilização das massas, não são passeatas, marchas ou
protestos em frente ao palácio do governo. O nosso recurso é entrar na presença
de Deus em jejum e oração e depositar diante de Deus o fardo que o mundo faz
pesar sobre o nosso coração e depois sair como embaixadores de Cristo
proclamando as Boas Novas aos perdidos.
Na Constituição Brasileira
manifestações e greves são consideradas direitos civis. Porém, nem tudo que
está lá, é bíblico. O propósito da igreja não se encontra em ativismo político,
nem em ativismo social. Em nenhum lugar da Bíblia temos a ordem de investir
nosso tempo em ativismo político/social. A missão da igreja não reside na
mudança do País através de reforma política, mas na mudança de coração através
da proclamação da Palavra de Deus.
Quando um pastor acha que o
crescimento e a influência de Cristo podem se aliar com o ativismo
político/social, ele está adulterando a missão da igreja. A ordem dada à igreja
é a de espalhar o Santo Evangelho e pregar contra os pecados do nosso tempo. A
igreja não foi chamada para reivindicar melhores salários; não foi chamada para
fazer piquetes em portas de fábricas; não foi chamada para fazer protestos em
frente aos motéis; não foi chamada para boicotar clínicas de aborto ou
livrarias especializadas em coisas pornográficas; não foi chamada para
reivindicar mais hospitais e mais escolas; não foi chamada para reivindicar
saneamento básico; não foi chamada para exigir mais segurança pública; não foi
chamada para falar sobre aquecimento global ou fontes alternativas de energia.
Fomos chamados para proclamar o arrependimento, a santidade e o escândalo da
cruz.
A igreja existe para amar e
servir a Deus, e levar as pessoas deste mundo para o céu. A igreja não está
aqui na terra para reformar politicamente a sociedade. Nunca poderemos produzir
convertidos pelas Leis do Parlamento. É erro crasso pensar que por meio de manifestações,
passeatas, motim, greves e engajamento na política, podemos aprimorar este
mundo apodrecido. Todo o esforço para melhorar este mundo é como querer plantar
e cultivar flores no sertão nordestino. É querer perfumar e decorar um monte de
lixo com fezes, baratas e ratos. O mundo é moribundo e em breve será aniquilado
(ITs 5:3). Em II Tm 3:1-9 aprendemos que o mundo se degenera continuamente e
tornar-se-á moralmente insuportável. Repentina destruição virá a este mundo e
sobre aqueles que forem deixados nele (I Ts 5:3). O pastor que pensa que vai
lotar sua igreja pregando engajamento na política, passeatas, manifestações e
mostrando interesse por questões políticas/partidárias e sociais está
mergulhado no tanque da ilusão.
Na época de Jesus havia grande
agitação política como está ocorrendo atualmente no Brasil. O povo por ter
perdido sua liberdade sonhava com uma coalizão com os fariseus e saduceus
contra o regime romano opressor. Os governantes da Palestina representavam o
corrupto e opressor império romano, que com suas defraudações, torturas e
injustiças zombavam da dignidade humana. Jesus viveu nesse meio de ódio,
rebeldia, vingança e injustiças. Porém, Ele nunca liderou uma insurreição dos
oprimidos contra os opressores romanos. Não há nenhuma evidência bíblica de que
Jesus tivesse tentado reunir os injustiçados numa insurreição que derrubasse as
corruptas e opressivas estruturas do poder político de Roma. Jesus se recusou a
interferir na administração dos que detinham o poder porque Ele sabia que
medidas externas não podiam debelar a injustiça, o roubo, a corrupção, o
sofrimento do pobre. Por isso, Ele trouxe o único remédio verdadeiramente
eficaz para uma cura verdadeiramente definitiva que é a regeneração do coração.
Jesus limitou-se a pregar o Evangelho do Reino.
Que o Senhor livre a sua
igreja de ser uma agitadora de massa!
Tenho dito!
Ir. Marcos Pinheiro
Olá, Marcos =D
ResponderExcluirExcelente artigo, irmão!
Não preciso dizer muita coisa, pois o seu artigo é exatamente o que ouço aqui. Não podemos ser influenciados pelo mundo!
Um grande abraço irmão Marcos!
Lyu Somah
http://lyusomah.blogspot.com.br/