domingo, 14 de agosto de 2016

EVANGELISMO MODERNO: CISTERNAS ROTAS



                           EVANGELISMO MODERNO: CISTERNAS ROTAS

O grande problema do evangelismo atual é que o Evangelho está sendo apresentado como uma coisa a ser vendida. Para muitos líderes a proclamação do Evangelho é uma questão de boa técnica de vendas. Nesse contexto, perdeu-se a visão de que o Cristo exaltado opera unicamente através de sua Palavra. Coisas espúrias são usadas no evangelismo moderno em substituição à proclamação expositiva da Palavra de Deus. Cisternas rotas substituíram o manancial de águas vivas. A propagação de uma fé bem definida deu lugar a uma fé inacabada.

Discursos de autoajuda, performances artísticas musicais, dança do ventre, filmes, jograis, fantoches, humorismo são as cisternas rotas oferecidas ao público espiritualmente enfermo. O pecador é visto como coitadinho. Uma vítima levada pelo mau caminho. Por isso, não se deve assustá-lo com mensagens que falam de inferno e juízo final. O pecador precisa receber um tom de mensagem suave, agradável e amável. Nesse contexto, a pregação expositiva da Palavra de Deus ficou fora de moda. As técnicas de vendas e atividades barulhentas substituíram a exposição das Escrituras. A loucura da pregação deixou de ser anunciada. O Evangelho desconfortante e impopular deixou de ser proclamado.

O grande mal da evangelização moderna é que ela está dando aos ímpios uma forte dose de emocionalismo para que eles cheguem ao inferno mais rápido. O ambiente festivo e gaiato ultrapassou o senso teológico-reflexivo. Sobrepujou à razão. O evangelismo atual tem rosto de Freud, Lair Ribeiro e Augusto Cury ao invés de ter o rosto da cruz. É o evangelismo sem cruz, sem sangue e centrado no indivíduo. “Sangue” e “cruz” podem assustar muita gente, mas o sangue de Cristo espavoriza o diabo e é a única coisa que purifica uma alma enferma por causa do pecado!

O problema de muitos pastores é que eles pensam que o ímpio vir à frente, repetir a famigerada “oração do pecador” e receber a declaração de que está salvo, o céu ganhou a batalha contra o inferno. E isso tudo, através de uma mensagem aguada onde a doutrina da depravação do homem não foi anunciada, nem a teologia da cruz. Na mensagem, o pecado foi tratado superficialmente, foi oferecida uma melhor vida agora do que uma vida na eternidade. Semelhantemente aos líderes da época de Jeremias, a ferida das pessoas foi tratada como se não fossa grave. A mensagem foi uma liquidação do tipo: “venha, compre e seja feliz”. E o preço? R$ 65,00 para os 500 primeiros que comprar, após isso R$ 80,00.

Lamentavelmente, a evangelização atual é banalizada em função dos números. Elimina-se tudo que possa ofender o pecador. O perdão é ofertado como uma traficância: “Você dá a Jesus o seu pecado, e Ele lhe dará a vida eterna em troca”. A graça é tão vulgar que se fala do dom da vida eterna como se fosse um produto de troca. O negócio é lotar o palácio faraônico. Tristeza segundo Deus, confissão de pecado, arrependimento e autonegação, nem pensar!

Jesus se envergonharia dos sermões de muitos pastores. A mensagem é superficial, sintética, plástica e com cheiro de lentilhas. O pecador não entende que seguir a Cristo lhe custa tudo. Não entende que Jesus lhe dá a vida eterna, mas lhe dá também a cruz e o caminho estreito. Não entende que se Cristo não for tudo para ele, Cristo não é nada. É por essa razão que há nas igrejas pessoas na prática do homossexualismo e dizendo que é evangélico. Há pessoas amancebadas, sonegando imposto, na fornicação, pousando nua em revistas e se dizendo servos de Cristo.

As pessoas estão indo para o inferno, não por causa do comunismo, nem do ateísmo, nem do islamismo, nem das drogas, nem do alcoolismo. As pessoas estão indo para o fogo eterno por causa da igreja devido a uma versão diluída e distorcida da mensagem da cruz que estão recebendo.

Ir. Marcos Pinheiro

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