sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A SÍNDROME DO SUPERMINISTÉRIO



                              A SÍNDROME DO SUPERMINISTÉRIO


É impressionante a busca de superministério por pastores. A fanfarronice e o exibicionismo são notórios “A nossa igreja vai revolucionar espiritualmente o Brasil”, disse certo pastor. Jesus enfatizou: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles”. O pecado não é ser visto fazendo obras, mas fazer obras para ser visto. Lamentavelmente, o objetivo hoje não é ensinar a Palavra, mas construir templos suntuosos para dizer “nós existimos”. O negócio é sustentar a imagem de ser melhor, superior, afortunado.

A moda é fazer grandes empreendimentos eclesiásticos. O ego e a ambição estão à frente de tudo. Líderes que se escondem atrás do nome de servo para satisfazer suas aspirações de glórias pessoais. Esses líderes nunca seriam nada na vida se não estivessem surrupiando dinheiro de um povo ingênuo. O povo não passa de uma mera peça para os seus sonhos megalomaníacos. O povo é uma mercadoria nas mãos de mercenários – “Por motivo de avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias” (Pe 2:1,2).

Os pastores dos superministérios não dão pastos verdejantes ao rebanho, dão ração amarga. Na interpretação errada se que “temos que nos fazer de tudo para ganhar alguns” relaxam na doutrina. Fazem vista grossa ao pecado. Adotam festividades pagãs. Na época do carnaval a igreja forma uma escola de samba para pregar para os foliões. Nesse contexto, deveria também se prostitui para ganhar as prostitutas. Deveriam drogar-se para ganhar os viciados. A realidade é que o ímpio está se sentindo em casa quando visitam a igreja do superministério. Há algo errado nisso!

A luz do Evangelho incomoda e sempre incomodará as trevas. O ímpio deve perceber os parâmetros e marcos espirituais na igreja. Se a vida da igreja não deixar claras as marcas de Cristo, o ímpio não verá Cristo na igreja e continuará perdido. O contexto de I Coríntios 9:22 – “Fiz-me tudo para por todos os meios, ganhar alguns” está longe de ser um convite à conformidade com o mundo. Nos superministérios há muitos jargões motivacionais e pouca vida de renúncia. Há muitos projetos “tremendos” e pouca busca real da vontade de Deus. Há muita retórica e pouca análise teológica séria. Não há bereianidade.

Nos superministérios tem-se o “Mc-Culto-Feliz”. O período de louvor é o tempo da batucada – bumbumbaticutumburumgundum. É o tempo da catarse, da empolgação carnal. As letras dos corinhos não convocam ao arrependimento, à confissão, à santidade. Repetem-se geringonças às apalpadelas. A liturgia do “Mc-Culto-Feliz” é sem estrutura. Invertebrada. Sem base teológica. Entre um corinho e outro há as piadinhas do super-pastor com seus anúncios hipnóticos para arrecadar mamon.

O clima do “Mc-Culto-Feliz” é de showmício, de Domingão do Faustão, ou seja, o culto é direcionado para agradar o rebanhão. A cada domingo apresenta-se um cantor gospel, supostamente convertido, para garantir a “casa cheia”. É a “Síndrome da segunda tentação”: a de se tornar um espetáculo e encher os olhos da multidão sedenta de novidades.

Ir. Marcos Pinheiro

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