A SÍNDROME DO SUPERMINISTÉRIO
É impressionante a
busca de superministério por pastores. A fanfarronice e o exibicionismo são
notórios “A nossa igreja vai revolucionar espiritualmente o Brasil”, disse
certo pastor. Jesus enfatizou: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante
dos homens, com o fim de serdes vistos por eles”. O pecado não é ser visto
fazendo obras, mas fazer obras para ser visto. Lamentavelmente, o objetivo hoje
não é ensinar a Palavra, mas construir templos suntuosos para dizer “nós
existimos”. O negócio é sustentar a imagem de ser melhor, superior, afortunado.
A moda é fazer
grandes empreendimentos eclesiásticos. O ego e a ambição estão à frente de
tudo. Líderes que se escondem atrás do nome de servo para satisfazer suas
aspirações de glórias pessoais. Esses líderes nunca seriam nada na vida se não
estivessem surrupiando dinheiro de um povo ingênuo. O povo não passa de uma
mera peça para os seus sonhos megalomaníacos. O povo é uma mercadoria nas mãos de
mercenários – “Por motivo de avareza, farão comércio de vós, com palavras
fictícias” (Pe 2:1,2).
Os pastores dos superministérios
não dão pastos verdejantes ao rebanho, dão ração amarga. Na interpretação
errada se que “temos que nos fazer de tudo para ganhar alguns” relaxam na
doutrina. Fazem vista grossa ao pecado. Adotam festividades pagãs. Na época do
carnaval a igreja forma uma escola de samba para pregar para os foliões. Nesse
contexto, deveria também se prostitui para ganhar as prostitutas. Deveriam
drogar-se para ganhar os viciados. A realidade é que o ímpio está se sentindo
em casa quando visitam a igreja do superministério. Há algo errado nisso!
A luz do Evangelho
incomoda e sempre incomodará as trevas. O ímpio deve perceber os parâmetros e
marcos espirituais na igreja. Se a vida da igreja não deixar claras as marcas
de Cristo, o ímpio não verá Cristo na igreja e continuará perdido. O contexto
de I Coríntios 9:22 – “Fiz-me tudo para por todos os meios, ganhar alguns” está
longe de ser um convite à conformidade com o mundo. Nos superministérios há
muitos jargões motivacionais e pouca vida de renúncia. Há muitos projetos
“tremendos” e pouca busca real da vontade de Deus. Há muita retórica e pouca
análise teológica séria. Não há bereianidade.
Nos superministérios
tem-se o “Mc-Culto-Feliz”. O período de louvor é o tempo da batucada –
bumbumbaticutumburumgundum. É o tempo da catarse, da empolgação carnal. As
letras dos corinhos não convocam ao arrependimento, à confissão, à santidade.
Repetem-se geringonças às apalpadelas. A liturgia do “Mc-Culto-Feliz” é sem
estrutura. Invertebrada. Sem base teológica. Entre um corinho e outro há as
piadinhas do super-pastor com seus anúncios hipnóticos para arrecadar mamon.
O clima do
“Mc-Culto-Feliz” é de showmício, de Domingão do Faustão, ou seja, o culto é
direcionado para agradar o rebanhão. A cada domingo apresenta-se um cantor
gospel, supostamente convertido, para garantir a “casa cheia”. É a “Síndrome da
segunda tentação”: a de se tornar um espetáculo e encher os olhos da multidão
sedenta de novidades.
Ir. Marcos Pinheiro
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