sábado, 8 de julho de 2017

O EVANGELHO DUARTEANO

                                    O EVANGELHO DUARTEANO

Em Romanos 10:14 Paulo pergunta: “Como ouvirão, se não há quem pregue?”. Ele não diz: “Como ouvirão, se não há um ator, um palhaço”? O mundo naqueles dias era repleto de artes dramáticas e ginásticas retóricas. Mas, os arautos do Reino de Cristo mantiveram-se apáticos a tudo isso. Obedeceram o meio indicado por Deus de comunicar o Evangelho – pregação por meio de palavras sem malabarismos teatrais, sem humorismo, sem comédia.

A pregação duarteana revela seu verdadeiro gosto mundano. Atrai os mundanos pelo humor acoplado a um arrependimento fantasioso. As pessoas fazem profissão de fé superficial e enganosa, pois a faz através da madeira, feno e palha que recebem (I Co 3:12).

A pregação deve explicar as histórias da Bíblia por meio da mensagem clara e literal sem a adição do humor. A pregação deve expor a revelação verbal de Deus sem seguir sua forma de apresentação. A Bíblia contém muitos poemas, provérbios e salmos, nunca piadas. O Antigo Testamento tem representações dramáticas, mas o roteiro era todo escrito por Deus e pretendiam ser nada mais que ilustrações às profecias. Ademais, as representações eram sérias. Nunca destinadas a alcançar as pessoas pelo riso.

O Evangelho duarteano defende que o humor aplicado à pregação tira as pessoas do endurecimento deixando-as dispostas a ouvir o Evangelho.

Quando Deus enviou o profeta Ezequiel para falar a Israel, ele ordenou: “Filho do homem, vá agora à nação de Israel e diga-lhe as minhas palavras” (Ez 3:4). Deus também diz: “Israel não te dará ouvidos, porque não me quer dar ouvidos a mim, pois toda a nação está endurecida e obstinada”. Observe que Israel estava indisposto para ouvir o profeta. Se Ezequiel expusesse as palavras do Senhor humoristicamente tiraria o povo do endurecimento? Da obstinação? Claro que não! Piada com o céu, o inferno e o calvário é vitupério.

O Evangelho duarteano para defender o uso do humor na pregação cita Provérbios 17:22: “O coração alegre é bom remédio”. O versículo não indica como alguém se torna alegre. Eu posso ficar alegre lendo a genealogia de Cristo. Eu posso me alegrar com a libertação de Paulo e Silas da prisão quando louvavam ao Senhor.

O humor na pregação carrega uma interpretação subjetiva dos textos bíblicos e o descaso com o significado real pretendido dos textos. Os ouvintes entendem as piadas que se faz com as passagens bíblicas, porém perdem a verdade teológica que elas pretendem comunicar.

Os apóstolos pregaram sobre o significado e as implicações das narrativas bíblicas. Expuseram as revelações dadas a eles através de inspiração especial, porém eles não se utilizaram de gaiatice, nem de anedotas como instrumentos para ensinar as verdades bíblicas.

O pregador deve expor o Evangelho, suas narrativas, suas parábolas e até mesmo o livro de Apocalipse usando uma linguagem clara para explicar as figuras de linguagem sem usar o humor para explicar as verdades contidas.

O humor distrai e oculta a verdade do Evangelho. O modo apropriado de fazer sermão que conduz à genuína conversão é aumentar o conteúdo doutrinário, sem a adição de piadas e brincadeirinhas engraçadas. Portanto, diga não ao Evangelho duarteano!

Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro

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