segunda-feira, 19 de abril de 2010

CAFETÕES DAS MEGA-IGREJAS

CAFETÕES DAS MEGA-IGREJAS

O frenesi para o mundo dos negócios é: “cresça ou morra, sua empresa precisa ser a maior, portanto, cresça de qualquer jeito”. Essa mentalidade se infiltrou no meio evangélico resultando na construção de mega-igrejas. Essas mega-igrejas estão sendo vistas como um retrato da expansão do Reino de Deus aqui na terra, e tem sido confundido com avivamento. A igreja foi instituída para crescer. Jesus estabeleceu essa missão para a igreja, quando disse: “Ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (Atos 1:8). À medida que o Evangelho é pregado cumpre-se a promessa de que a igreja se multiplicará. Em apocalipse 7:9 está registrado que o número dos remidos será imenso, mais do que a areia da praia. A grande questão é como ocorre esse crescimento. Não são poucos os livros que estão à venda sobre “Como fazer a igreja crescer”. Nesses livros a tese é atrair as pessoas oferecendo-lhes quatro coisas que elas precisam: sucesso, felicidade, amor e reconhecimento. Daí os temas: “novas metodologias”, “novas estratégias”, “novas técnicas” para encher a igreja. A conseqüência nefasta é que os líderes que aderiram a esse movimento de construção de mega-igrejas perderam a noção do que a igreja é e de como alguém se torna um de seus membros. Frases de cunho empresarial têm sido alardeadas por esses líderes tais como: “Temos o melhor produto do mundo para vendermos – a salvação”; “O que leva a igreja crescer é estar no lugar certo no tempo certo”; “Se você colocar o Evangelho na embalagem correta, as pessoas serão salvas”. Ou seja, a igreja não tem crentes, tem clientes. Clientes que pagam os salários dos pastores e pastores que movem céus e terra para ver sua igreja-empresa cheia.
Em Atos 4:31 nos informa que toda a igreja orava e “Tendo eles orado todos foram cheios do Espírito Santo”, no verso 33 Lucas nos diz que “Em todos havia abundante graça”. Em Atos 9:31 diz que a igreja se edificava no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo, e por isso se multiplicava. Em Atos 11: 24 Lucas vincula a eficácia do ministério de Barnabé, em Antioquia, ao fato de que ele era “cheio do Espírito Santo e de fé”. Portanto, o crescimento numérico nunca foi abordado, no Novo Testamento, como o interesse primordial da igreja. O crescimento vinha como conseqüência dos crentes serem cheios do Espírito Santo, andar no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo. A igreja participava da vida de Cristo, e por isso crescia, não inchava. Não foi a aplicação específica de qualquer técnica ou metodologia que fez a igreja crescer, não foi o mapeamento da receptividade ao Evangelho, nem o estabelecimento de alvos numéricos e nem cada um definindo para si mesmos os dons espirituais que levou o crescimento da igreja, mas foi o envolvimento com a Palavra, com a Doutrina Santa que trouxe o crescimento. Foi a vida de homens e mulheres que se despojaram de sua segurança terrena que trouxe o avivamento. Há pessoas que buscam ter um corpo musculoso e para isso fazem qualquer coisa, inclusive, tomam anabolizantes que dá excelentes resultados quanto ao crescimento da massa corporal. O problema é que os anabolizantes acabam por matar o corpo, através de cânceres, ataques cardíacos e outras seqüelas. Assim tem sido o crescimento de muitas igrejas: anabolizante, doentio, pulvéreo, que no final termina em morte espiritual. Constata-se claramente que o movimento de crescimento de igrejas não tem nada a ver com avivamento, pois a conversão é um mero exercício de persuasão humana e não um milagre da parte de Deus. As mensagens dos cafetões das mega-igrejas são anabolizantes, pois visam atender as necessidades sentidas tais como: reduzir o stress do seu dia a dia, evitar a fadiga da sua psique, construir uma personalidade forte, elevar sua auto-estima. São mensagens confortadoras e não confrontadoras. As mensagens dos cafetões das mega-igrejas têm arruinado a pureza da igreja e está levando as pessoas dizerem que estão salvas antes mesmo de ter a consciência de estarem perdidas. Em suas mensagens, as boas novas de Cristo dão lugar às más novas de uma fé fácil e traiçoeira que não faz qualquer exigência moral para a vida dos pecadores. Jesus é oferecido para suprir as carências psicológicas das pessoas e não para levá-las a reconhecer a sua condição de pecadora. A marca registrada do apelo dos cafetões das mega-igrejas aos incrédulos é: “Experimente Jesus”, ou seja, Jesus é um mero produto de consumo.
Desde o início de seu ministério Jesus evitou adesões fáceis e superficiais. Jesus se recusou a proclamar palavras que dessem aos seus ouvintes uma falsa esperança. Suas palavras nunca deixaram de alertar as pessoas quanto a um compromisso superficial. Jesus nunca apresentou o cristianismo como os cafetões apresentam hoje, uma opção suave, sem calcular o custo de seguir a Cristo. A pregação dos cafetões rebaixa o alto preço da redenção, pois eles anulam o escândalo da cruz, não fazem menção da ira de Deus, não mencionam que Deus odeia o pecado, não chamam as pessoas ao arrependimento e nem alertam que haverá um juízo final. O tema de suas mensagens sempre é: “Deus lhe ama e deseja tornar você próspero, rico e feliz”. Como os cafetões sempre querem derribar celeiros para construir outros maiores, sempre pregam uma mensagem aprazível, adocicada, festeira, gaita, humorística e teatral. Isso lota igreja. Alguns apregoam: “Estamos no avivamento, catedrais e mais catedrais, estão sendo construídas, os seminários estão cheios, os cultos realizados nos hotéis e nos templos estão superlotados”. É preciso entender que o que Deus chama de filhos espirituais, e o que a igreja hoje vem chamando de filhos são duas coisas bem diferentes. Paulo disse aos crentes da Galácia: “Meus filhos, por quem sofro de novo as dores de parto, até Cristo seja formado em vós”. Era como se Paulo dissesse: “Não me digam quantos freqüentam a igreja, não me digam quantos cantores formam o coral, não me digam a quantidade e a qualidade dos instrumentos que acompanham o louvor da igreja, não me falem das obras sociais que vocês realizam. Mas, digam-me quantos estão formados à semelhança de Cristo, quantos estão caminhando na trilha da renúncia e da santidade”.
O Senhor vai encerrar as eras destronando os ministérios dos cafetões das mega-igrejas que adocicam a doutrina de Cristo transformando-a numa doutrina centrada no sucesso e no pensamento positivo. Nesse tempo do fim, Deus levantará servos e servas que lançarão o machado à raiz produzindo cura através do arrependimento e abandono de pecado. Esses servos e servas não foram treinados por métodos humanos, mas foram treinados pelo Espírito Santo porque aprenderam o que é trancar-se com Deus no lugar secreto de oração.

Ir. Marcos Pinheiro

2 comentários:

  1. Graça e paz, Ir. Marcos a verdade é que muitas pessoas estão confundindo, avivação com avivamento.
    Em Cristo
    Rinaldo Santana
    www.rinaldoeapalavra.blogspot.com

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  2. Deus já tem levantado um povo diferente para combater pela fé verdadeira, que uma vez foi dada aos santos! Em breve toda esse engodo que engorda tais "homens de deus" cairá por terra, juntamente com a Babilônia!

    Ora vem Senhor!

    Jordanny Silva
    Brasília

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