domingo, 3 de maio de 2015

CARTA ABERTA AO PASTOR ALTIVO



CARTA ABERTA AO PASTOR ALTIVO

“Em Fortaleza não há uma igreja mais maravilhosa do que a nossa: organizada e honesta” bradou o pastor altivo na cidade de Fortaleza.

Confesso que fiquei perplexo ao ouvir o seu brado entufado, pastor altivo. Impressiona-me como você adora a sua própria vaidade. Como você gosta que ela seja atiçada. Você comporta-se como criança que usando roupas novas, fica chamando a atenção dos adultos para as mesmas. Você se julga superior a todos os seus colegas pastores. Acha-se superior até mesmo aos anjos. Você está tão engolfado na altivez que você pensa que ela é realização. Mas, para a Bíblia, é confusão e termina em julgamento divino, bastar ler Gênesis 11. Você, pastor altivo, está ávido de fama e poder. E, isso lhe fez esquecer que Deus é quem é Senhor, e está acima de tudo e de todos.

Você, pastor altivo, sabe fazer teatro. No púlpito, você embarga a voz, fabrica choro plástico, declara frases chavões, ministra “unções”, bate os pés no chão, dá pulinhos e diz aquilo que o membro de igreja sem intimidade com a Palavra quer ouvir. Desse modo, você consegue alienar os membros de sua igreja levando-os à confusão: Eles confundem a casca com o miolo e o farelo com o pão. Na verdade, você conseguiu guetizar a sua igreja e potencializar puxa-sacos.

Você, pastor altivo, está na mídia. Fala das Escrituras e de Jesus. Mas, eu lhe pergunto: a que preço? Levando seus ouvintes à alienação? Deveria levá-los ao céu e não à alienação. Sua mensagem vai além dos limites bíblicos. Você adota as doutrinas humanas e as novidades do mercado pastoral procurando crescimento em seu próprio status. Por isso, a sua mensagem é feno e leva à estultícia espiritual.

O seu ministério é numeroso. Sua igreja é espaçosa. As galerias são lotadas. É um mega-templo. Você é famoso. É um figurão denominacional. Mas, você é medíocre como obreiro de Deus. É paupérrimo em conteúdo espiritual e em marcar vidas. No programa de rádio, você faz afirmações teológicas doutrinárias dando uma de defensor da sã doutrina, mas não mostra sua teologia em atos. Seu discurso teológico é dissociado da práxis. Na prática, você é um produtor de emoções passageiras. Você, pastor altivo, é mais um condutor de espetáculo que um homem de Deus.

Você, pastor altivo, deveria se lembrar de Ló. Ló alcançou boa visibilidade social, era muito bem quisto pelos empresários de Sodoma. Mas, Ló não influenciou ninguém com sua fé. Não deixou marcas na vida de Sodoma. Ló passou anos em Sodoma e não fez diferença na vida das pessoas que o cercava.  A vida de Ló foi regida pela grandeza material. Assim também é você, pastor altivo. Quando você criou o famigerado “culto dos homens e mulheres de negócio” ficou claro o seu entusiasmo por grandeza material. Qual a razão desse culto? Por que não criar também o “culto de homens e mulheres pobres ou favelados”?

Se você não sabe, Ló terminou seus dias em incesto com as filhas e embriagado. Você não é dado à embriaguês e nem ao incesto, porém o seu sonho é ser grandão, ter uma membresia cada vez mais numerosa e repleta de figurões. Na verdade, pastor altivo, você quer galgar espaços, e à semelhança de Lúcifer, você quer subir, subir e subir.

Lamentavelmente, pastor altivo, você perdeu a noção do que vem a ser igreja. Você ao quantificar o Reino de Deus, transformou sua igreja numa empresa. Você vê cifras e valores, não vê gente, não vê pessoas. Não vê o povo de Deus. Vê bens. Vê as possibilidades de uma boa vida. Nesse contexto, você perdeu o seu próprio rumo e encaminha mal o aprisco que você é chefe.

O que digo agora é triste, e eu gostaria que não fosse verdade, mas é verdade. Infelizmente é verdade: No Brasil, o Reino de Cristo tem sofrido mais nas mãos de pastores altivos que nas mãos de homens ímpios. Isso é chocante! Isso é trágico!

Ir. Marcos Pinheiro

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