CONFERÊNCIA
72 HORAS 2016: ELITIZAÇÃO DA ADORAÇÃO
Um
verdadeiro mercantilismo revestido de uma carnalidade sem igual está preste a
acontecer em Fortaleza – “Os ingressos para os três dias custarão R$ 80,00; a
partir de 2 passaportes, pague R$ 65,00”. E, o irmão pobre-assalariado, quanto
pagará? Não há resposta. O “deus das possessões” está muito presente no nosso
meio. A Conferência 72 horas é a privatização da adoração. É a elitização da
adoração.
Quando
observamos o ministério do apóstolo Paulo, constatamos que ele não queria para
si além do que cobrisse suas necessidades imediatas. Paulo nunca fez exigência
financeira nem nunca impôs regras que lhe trouxesse benefícios como fazem os
cantores gospel de hoje. A música evangélica nunca deve ter como propósito
final o dinheiro, o lucro. E mais, em nenhuma parte das Escrituras nos
deparamos com situações onde os levitas cantavam e faziam apresentações para o
povo. Todo o povo louvava e adorava ao Senhor juntamente com os diretores de música
e cantores.
Não
há dúvida: A Conferência 72 horas é voltada para o homem. É adoração ao nada, e
em nome do nada, pois os cantores são mais importantes na adoração do que Deus.
A ênfase é no adorador e não no adorado. O homem é o foco, pois o prumo da
adoração é a estética do adorador. Tudo é feito à moda Hollywood. Nessa
Conferência a glória de Deus é confundida com barulho e mantras musicais
repetidas à exaustão. É o Jesus mercadoria, que dá espetáculos bombásticos para
animar os incautos.
O
marketing tem tomado conta do meio evangélico de tal modo que já se criou graus
de qualidade para classificar as bandas e os cantores em: ruim, regular, bom e
excelente. A busca é a edificação do próprio império, e não o Reino de Deus.
Busca-se espaço para monumento ao homem. É preciso alertar que o Senhor não
busca músicos profissionais. Não busca artistas nem cantores famosos. Deus
procura verdadeiros adoradores. Paulo admoesta: “Não nos deixemos possuir de
vanglória”. O Reino de Deus não comporta grandões.
O que se
vê nessa Conferência é “adoração” sem Cristo e sem cruz. Nas letras das músicas
de Daniela Araújo, de Paulo Cesar Baruk e banda preto no branco, a Bíblia não é
proclamada em sua inteireza, mas apenas partes isoladas que não mostram sua
doutrina, e sim o que as pessoas desejam. Na maioria das letras o nome do
Senhor Jesus é ocultado. Convido aos leitores deste artigo a analisar as letras
das músicas desses cantores. O que se vê nesta Conferência é exibição de dotes
artísticos. Vê-se vitrine de talentos próprios arraigada no desempenho humano.
Não há proclamação da soberania de Deus nem de Sua graça. Há apenas palavras de
animação. Ministração de terapia com rosto de Freud, Lair Ribeiro e Augusto Cury
que leva os ouvintes se sentirem bem em seus pecados, ao invés de deixá-los.
Nas letras das
músicas desses cantores, Deus é apresentado como dono de uma bomboniere onde a
pessoa compra todo tipo de artigos chiques que o seu coração almejar. Jesus é
mostrado como um “doce de pessoa”, tão gentil, tão bacana, tão legal que não
faz mal nem ao mosquito da dengue. A
visão escriturística que considera a bondade e a severidade de Deus é apagada
das músicas. Saíram da Bíblia os versículos: “Horrenda coisa é cair nas mãos do
Deus vivo” (Hb 10:31); “Considere, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Rm
11:22). Na verdade, as letras das músicas desses cantores tem reduzido o
Evangelho a uma liquidação do tipo: “Aceite a Cristo e obtenha o que você
quiser”. Tudo que pode ofender o homem natural é descartado das músicas.
A
geração atual é a geração shopping cuja preocupação é o consumo irrefletido. É
a geração que quer novidades e “coisas tremendas”. Nesse contexto, as pessoas
desta geração são fascinadas pelo bizarro. Gostam de lombadas na estrada
esburacada. Porém, são esqueléticas de conteúdo bíblico o que os leva à falta
de discernimento. Deixam-se levar não pela adoração bíblica, mas pela adoração
dos homens com músicas e letras mancas, invertebradas, sintéticas e plásticas.
A teologia da cruz nas letras foi à bancarrota. É a adoração como uma cultura
cristã com poder político, muitas fotos e autógrafos.
A “adoração” nesta
Conferência é mais enfeitada que jegue de cigano. Há pula-pula, há requebros,
há fumaça, há jogos de luzes, há sacolejo, há ginástica psicodélica, há
batuque, há euforia, há histeria, há gaiatice, mas não há quebrantamento. Há
alarido sem convicção de pecado. Não há adoração ao Deus Santo, com o temor de
Isaías (Is 6:5) e com o sentimento de indignidade de Pedro (Lc 5:8).
Lamentavelmente, a igreja ao invés de está cheia do Espírito Santo, está cheia
de pós-modernos que não entendem o que é adoração ao Deus trino. A figura de
Deus que esses pós-modernos tentam passar, é a de um “cara otimista” do tipo
“tudo-em-cima”.
Reconheço que este
artigo pisará em muitos calos, e alguns poderão ficar profundamente ofendidos,
mas minha intenção é defender o Evangelho. Minha oração é que muitos sejam
levados a carregar a cruz e pregar o Santo Evangelho da nossa salvação com o
poder e a unção que Jesus prometeu e deu à igreja primitiva, e que, quando
estivermos perante Ele naquele dia, sejamos capazes de dizer como Paulo,
“Combati o bom combate, acabei a careira, guardei a fé”, para que possamos
ouvir as doces palavras dos lábios do nosso Rei, “Bem está, servo bom e fiel
entra no gozo do teu Senhor”.
Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro
Pronto meu irmão, você postou os problemas, muito bem, agora mostre as soluções do problema e não seja limitado, pois de crítica a igreja tá cheia! A paz
ResponderExcluirA solução é bíblica: "santificai-vos"
ResponderExcluirCompartilhando,porque é preciso,aí pisa nos calos mesmo.Graças a Deus pelas postagens Irmão Marcos Pinheiro.
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