CARTA ABERTA AO PASTOR CABO-ELEITORAL
Pastor cabo-eleitoral sua
visão com respeito à missão da igreja está turva. Você pensa que a missão da
igreja é dar dimensão moral à vida política. Quando estudamos a vida dos
crentes no livro de Atos, constamos que eram pessoas diferentes, porque todo o
seu manancial de vida tinha sido renovado pelo poder do Evangelho. Vemos
vínculo de amor, imenso poder espiritual, influência espiritual e ousadia. Nada
disso foi alcançado mediante o engajamento na política da época. Não há nenhum
registro bíblico de que o crente deva se engajar na política para influenciar o
governo a mudar seus métodos, estratégias e projetos. O propósito divino é que,
mediante vida piedosa a igreja faça emudecer as estratégias e projetos
diabólicos.
Quero lembrar-lhe que o Novo
Testamento declara que o crente é cidadão do céu, cuja esperança e chamada não
dizem respeito a este mundo. O crente está aqui apenas provisoriamente rumo a
sua pátria celestial. É peregrino e forasteiro. É um viajor e um residente
temporário neste mundo. É embaixador de Cristo. O interesse primordial do
crente sempre deve ser o Reino de Deus, e depois, por causa disso, a salvação
das almas. E, talvez até tenha de sofrer como Paulo, que se disse “embaixador
em cadeias”. Na verdade, pastor-cabo eleitoral, o crente deve dedicar a sua
vida a coisas que dizem respeito ao seu Senhor e deixar o mundo ocupar-se das
que dizem respeito ao seu mestre – Satanás.
A função primordial de um
pastor não é levar suas ovelhas a se entusiasmar com a cristianização da
política, mas exorta-las à santificação sem a qual ninguém verá ao Senhor. É
patético, para não dizer burlesco, você levar o seu rebanhão a pensar que sua
ideia de politicagem no culto é inovadora. Se você não sabe, o culto a Deus tem que ser
biblicamente relevante. O culto biblicamente relevante é teocêntrico, tem a glorificação
de Cristo como alvo e a Bíblia como tudo. Púlpito é local para se pregar o
Evangelho e não para fazer propaganda de candidato. Você tem praticado voto de
cabresto no púlpito através do abuso de “autoridade espiritual”. Lamentável!
Muito lamentável!
Talvez você pense que se faz
necessário a igreja ter representante político para que as leis diabólicas não
sejam aprovadas. Com isso, nossos filhos não sejam influenciados pelos
professores de seu colégio. Ora, se dermos uma base doutrinária evangélica
sólida a nossos filhos eles serão luz e sal em qualquer ambiente degradante.
Influenciarão e não serão influenciados. Agora, se receber uma doutrina de
meia-boca serão espiritualmente destruídos.
Quero lembrar-lhe que o
grande avivamento no País de Gales, em 1904, começou não com os crentes se
engajando na política da época, mas com uma reunião de oração liderada por
Evans Robert. Como resultado, caravanas de todas as partes do mundo ali
chegavam para ver as coisas extraordinárias que Deus estava fazendo. Os grandes
estádios de futebol ficaram vazios. Os teatros tiveram de cancelar suas
apresentações. Os bares fecharam suas portas. Os prostíbulos deixaram de
existir. Os juízes presenteavam-se uns aos outros com luvas brancas, porque não
havia crimes para serem julgados. Deus agiu sem os crentes engajarem-se na
política.
Um fato extraordinário da
história da igreja ocorreu no século XVIII entre os irmãos morávios. Nicolau
Zinzendorf, envergonhado com a esterilidade da igreja, quebrantou-se, jejuou e
orou por si e pela igreja, até que o avivamento veio em dezembro de 1727, dando
um novo rumo ao seu País sem nenhum representante evangélico no parlamento.
A igreja deve avançar na
força do Senhor e arrancar as vidas cativas do império das trevas para o Reino
da luz sem que seja necessário ter representantes na política desse mundo.
É o que tenho a dizer,
Ir. Marcos Pinheiro
Amém.Acompanhando tudo e aprendendo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCorretíssimo. Excelente texto!
ResponderExcluirVou transcrever para o Blog Adorador Extravagante, com os devidos créditos de autoria!