A IGREJA
COACHING
As doenças surgem por causa
de uma invasão no corpo por estranhos que o atacam e o modificam, prejudicando
o seu funcionamento. São vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos.
Semelhantemente, o corpo de Cristo, a igreja, foi invadido por elementos
estranhos, que desfiguraram sua saúde e prejudicaram seu funcionamento.
Doutrinas e cultos exóticos se chocam com valores do Evangelho.
Lamentavelmente, líderes têm modelado a igreja de
acordo com o padrão de uma corporação de negócios. A voz de Deus se tem perdido
no tumulto da maquinaria e no barulho da organização. A igreja atual tem
vendido a sua alma por causa do “sucesso” dos números. Vamos à igreja ouvir um
“pastor dinâmico” que, do púlpito, nos convence a levar ao fim os seus projetos.
Muitos desses projetos distantes anos-luz da vontade de Deus. O “pastor
dinâmico” virou Coaching em vez de pregador da Palavra.
A antropolatria da igreja Coaching afetou as
estruturas de culto. Assusta-me o culto à personalidade. O pastor-Coaching
anuncia: “Estará pregando na nossa conferência o grande homem de Deus pastor
fulano”. Isso já é um contrassenso. O convite é para ouvir o pregador e é ele
quem vai mudar a vida do ouvinte. Isso tem odor de blasfêmia. O culto já
começou a ser desvirtuado, pois Deus não reparte a Sua glória com o homem.
Na igreja Coaching a dependência de Deus é
fantasiosa. Orações são feitas apenas para que Deus abençoe os propósitos
pessoais e carnais do pastor. Deus vai ficando cada vez mais distante. Deus é o
apoiador de empreitadas pessoais. O soberano é o pastor-Coaching com suas decisões
de fé e "sucesso". A mistura cristianismo-humanismo é clássica. Busca-se o
potencial de cada membro para conquistar o êxito dos projetos.
Nas igrejas Coaching tudo que você encontra são
mensagens sobre o que as pessoas podem fazer para ser alguma coisa melhor do
que já são. Usam métodos mundanos para que os seus "magníficos"
resultados sejam interpretados como piedade. Nesse contexto, o pastor-Coaching
cria o “culto dos propósitos” onde a ovelha apanha um envelope e coloca os seus
pedidos: “Quero ser mais honesto, mais ético, mais fiel, mais feliz”. Não
existe esse negócio de “ser mais”. O verdadeiro servo de Jesus é honesto. É
ético. É fiel. É feliz.
Deus advertia o povo através do profeta Jeremias
dizendo: “Endireitai os vossos caminhos e as vossas ações, e vos farei habitar
neste lugar” (Jr 7.3). O povo respondia dizendo: “Este é o templo do Senhor,
templo do Senhor, templo do Senhor” (V. 4). À chamada à conversão, o povo
respondia com religiosidade supersticiosa. O povo achava-se seguro simplesmente
por causa do templo e dos ritos. O “templo” lhes era um sinal de que não
precisavam de nada. Para que contrição? Para que arrependimento? Tinham o templo.
O mesmo acontece hoje. Não somente a membresia, mas também os pastores-Coaching
dizem: Nosso templo é o mais chique e o maior da cidade. O que vale é a
construção humana. È o triunfo do templo. O templo tornou-se mais importante
que o Senhor.
Conversão é mais que templo. É mais que construção.
É mais que cimento, ferro, brita, areia, granito e porcelanato. Conversão é
deixar que o caráter de Cristo se forme em nós, por obra do Espírito Santo.
É o que tenho a dizer,
Ir. Marcos Pinheiro
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