AVIVAMENTO
NÃO É ALARIDO
Para alguns, avivamento é comportamento
exótico. Para outros, é mudança de doutrina. Em Neemias capítulo 8 em diante tem-se
o relato de um avivamento. Avivamento começa com a exposição da Palavra de Deus.
O livro da Lei foi aberto e explicado para o povo. O povo entendeu. Ficou tão
comovido que chorou (Ne 8:9,12). Avivamento não vem por louvor. Não vem por
apresentação de grupos musicais. Não vem por mutirão social. Não vem por
construção de creches, escolas ou hospitais. Avivamento não é elevado decibéis
de instrumentos musicais. Não é gritaria. Não é forró. É nojo do pecado. É
denuncia contra o pecado. É consagração de vida, é santificação. Se a igreja
quer avivamento que se formate pela Palavra de Deus.
Ouvi um pastor dizer: “O
avivamento veio até nós na hora da explosão dos corinhos”. A grande diferença
no conteúdo dos hinos de ontem e dos corinhos de hoje é que nos corinhos, pomposamente
chamados de “louvor”, somos exortados a levantar as mãos. Nos hinos antigos, a
dobrar os joelhos. Com toda sinceridade, sem desejo de parecer um gigante
espiritual, prefiro dobrar meus joelhos a levantar minhas mãos. Nossos cânticos
e muitas pregações se esqueceram dos temas pecado, confissão, pedido de perdão,
e quebrantamento. Sem esses temas nos púlpitos não haverá avivamento.
Avivamento não produz
leviandade espiritual, mas compromissos sérios com Deus. Produz arrependimento.
Os judeus reconheceram o seu pecado e firmaram um novo pacto com o Senhor (Ne
9:38). Hoje, a igreja reivindica, não confessa. Celebra e não se quebranta.
Quer “voar com os querubins” e não chorar no lugar secreto de oração. Confesso
que a atitude de festa inconsequente nas igrejas me incomoda. Não por questão
de estética, mas por entender que avivamento é mais que celebração. É vida, é
busca de Deus, é confissão de pecados, é acerto de contas com Deus, é procurar
uma vida limpa.
É importante observar a
atitude de Neemias após ter arriscado a sua própria vida para servir a Deus. Em
momento algum ele reivindica ou decreta. Ele simplesmente pede: “Nisso também,
Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua
misericórdia (Ne 13:22). Tudo que ele pede é que o Senhor se lembre dele. Em
nenhuma ocasião, Neemias pensa que Deus lhe deve alguma coisa ou que ele tem
méritos espirituais. Esta é a condição
para o avivamento – humildade. Reconhecer que não temos créditos com Deus. Ouvi
de um pastor: “Somos uma igreja avivada porque oramos pedindo chuvas e Deus nos
atendeu”. Arrogância! Exclusivismo!
Em muitas igrejas os
projetos a as idealizações substituíram o joelho em terra, o coração contrito.
Tem alarido e berreiro. Falta intimidade com Deus. Quer ser avivado? Leia a
Bíblia com fome, e tendo lido, pergunte-se: “À luz do que li, em que minha vida
deve ser mudada?”.
Ir. Marcos Pinheiro
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