CRESCIMENTO DA IGREJA NÃO É FUNÇÃO DO PASTOR
Lamentavelmente, a igreja
tem sido olhada como uma obra humana. A visão de igreja está secularizada. Ela
está sendo vista como um organismo social. Pastores criaram “laboratórios eclesiástico-humanísticos”
onde técnicas e mais técnicas humanas estão sendo utilizadas para crescimento
da igreja.
A missão de um pastor não é
produzir o crescimento da igreja. Crescimento é consequência da missão
cumprida. Qual a missão a ser cumprida? “tenho verdadeiro ciúme de vós e
esse zelo vem de Deus, pois vos consagrei a um único esposo, que é Cristo, a
fim de vos apresentar a Ele como virgem pura” (1Co 11:2). “... Aconselhando e
ensinando cada pessoa, com toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem
perfeito em Cristo” (Cl 1.28). A missão precípua é zelo e cuidado pelas
ovelhas. Quando os crentes amadurecem, a igreja cresce. O crescimento é
natural. Não é produzido em “laboratórios eclesiástico-humanísticos”. Deus dará
o crescimento através das vidas santas dos crentes.
Precisamos de pastores que
formatem suas igrejas espiritualmente. Que abandonem técnicas e modelos humanos
de crescimento. Que entendam que o crescimento é obra de Deus. “Eu plantei;
Apolo regou; mas foi Deus quem deu o crescimento” (1Co 3.5). Precisamos de
pastores que sejam pastores, e não funcionários eclesiásticos. Pastores que se
preocupem em ganhar vidas e doutrina-las, e não em fidelizar clientes para ter
gente no prédio. É triste, mas ideia empresarial prevalece. O negócio é crescer
de qualquer modo. A meta é ter mais capital. Santificação e abandono de pecado
não tem sido prioridade.
Na ânsia de crescimento, a
igreja assumiu uma postura nitidamente secular. Ela santificou o pensamento
secular. Tornou-se um parque de diversão para a classe média. Uma catarse para
a classe pobre. Um grupo de moralistas de fachada. Um reformatório abrandado.
Uma comunidade de burgueses “espirituais” que se acha superior à plebe. Muitos
pastores abraçaram a “geração shopping” e acabaram produzindo uma “igreja
shopping” com fast-food carnal. Nesse contexto, o culto deixou de ser,
confissão, consagração e revisão de valores.
Alguns dizem: “A igreja evangélica
brasileira está crescida e bem definida”. Engano! Está inchada. Muito do que se
ouve dos púlpitos não é Evangelho. Seguindo as normas de publicidade moderna,
pastores vendem o Evangelho como se fosse um novo refrigerante. Artificial e
descartável. O que impera na igreja “crescida” é o triunfalismo infantil que
não influencia a sociedade. No passado, o nome “crente” trazia uma carga de
respeito, hoje, a sociedade debocha. No passado, “pastor”, era um homem
honrado, hoje, frequentam com assiduidade as páginas policiais.
A igreja “crescida” assumiu
um discurso banal. Faz o jogo da mídia. Tornou-se irrelevante para uma
sociedade irrelevante. Os pastores da igreja “crescida” pregam ecos das
palavras humanas, e não a Palavra de Deus. O lema do púlpito é Sola Cultura. Seus sermões adulam
pecadores. Eles insistem em ser grandões. Acham que isto é sinal de
importância. Aos olhos do homem pode ser. Aos olhos de Deus o importante é
pregar todo o Seu Conselho. É viver o Evangelho.
I
r. Marcos Pinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário