sábado, 10 de junho de 2017

NEM ESTRELA DE DAVI, NEM CASTIÇAIS, NEM ARCA, NEM SHOPHAR



     NEM ESTRELA DE DAVI, NEM CASTIÇAIS, NEM ARCA, NEM  SHOPHAR


Boa parte da igreja evangélica brasileira está como diz o autor de Hebreus “pisoteando o Filho de Deus”. A exclusividade da salvação pela fé em Cristo tem se perdido no arsenal de truques mirabolantes e novidades para ludibriar os crentes, dando-lhes a sensação de estarem seguindo as Escrituras. Prega bênçãos e poder, mas não prega a cruz. Prega prosperidade material, mas não o caminho do sofrimento com e por Cristo. Canta que quer subir o monte santo de Sião, mas não canta o monte do Calvário. Não fala do caminho para Deus, fala de um caminho por esta vida.

Na igreja evangélica brasileira Deus se tornou do tamanho do homem. A vontade Deus para conosco ficou associada ao bem-estar material. Jesus é somente um nome que se usa na frase final de uma oração egoísta: “Senhor abençoa-me”. Jesus virou uma senha para garantir a posse do pedido.

A parafernália teológica do Antigo Testamento se fazem presentes em muitas igrejas. No culto há a estrela de Davi, os sete castiçais, a arca e o toque do shophar. O Evangelho foi banido. Jesus é retirado de cena em face do sistema vero-testamentário. É preciso entender que o judaísmo se esgotou e o vinho velho acabou. A Nova aliança produziu o novo vinho de qualidade superior.

O desprezo pelo estudo profundo das Escrituras tem gerado os pirotécnicos “atos proféticos”. Isso é negação da pessoa de Cristo e de Sua obra. Os atos proféticos bíblicos têm sua base nos atos de Jeremias (19: 1-10) e Isaías (20:1-4). Os atos proféticos foram usados para demonstrar o que Deus faria. Eram revelações de Deus.

Hoje, os “atos proféticos” são determinações humanas. Os fazedores dos “atos proféticos” determinam a Deus. Dizem o que Deus deve fazer. O foco é o agir humano. Os fazedores de “atos proféticos” levam o povo a realizar seus atos proféticos nas barragens dos açudes decretando a Deus para mandar chuva. Outros realizam “atos proféticos” nos prédios públicos para “queimar” a incredulidade. Outros efetuam a “unção” das ruas da cidade. Quanta megalomania!

Precisamos voltar a Jesus. Ele disse: “A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o Evangelho do Reino de Deus” (Lc 16.16). Quando a igreja perde essa visão se judaíza e abre a porta para outro Cristo. Só há Jesus. Não há outro caminho. Jesus é o único. Nem estrela de Davi, nem castiçais, nem arca, nem shophar. Só a cruz. A atitude da igreja não deve ser de realização de “atos proféticos”. Viver o Evangelho, questionar atitudes erradas e denunciar o pecado deve ser nossa atitude como igreja. O modelo do Novo Testamento não é de realização de “aos proféticos”, mas de sal salgando a sociedade.

Ir. Marcos Pinheiro

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