NEM ESTRELA DE DAVI, NEM
CASTIÇAIS, NEM ARCA, NEM SHOPHAR
Boa parte da igreja evangélica brasileira está como
diz o autor de Hebreus “pisoteando o Filho de Deus”. A exclusividade da
salvação pela fé em Cristo tem se perdido no arsenal de truques mirabolantes e
novidades para ludibriar os crentes, dando-lhes a sensação de estarem seguindo
as Escrituras. Prega bênçãos e poder, mas não prega a cruz. Prega prosperidade
material, mas não o caminho do sofrimento com e por Cristo. Canta que quer
subir o monte santo de Sião, mas não canta o monte do Calvário. Não fala do
caminho para Deus, fala de um caminho por esta vida.
Na igreja evangélica brasileira Deus se tornou do
tamanho do homem. A vontade Deus para conosco ficou associada ao bem-estar material.
Jesus é somente um nome que se usa na frase final de uma oração egoísta:
“Senhor abençoa-me”. Jesus virou uma senha para garantir a posse do pedido.
A parafernália teológica do Antigo Testamento se
fazem presentes em muitas igrejas. No culto há a estrela de Davi, os sete
castiçais, a arca e o toque do shophar. O Evangelho foi banido. Jesus é
retirado de cena em face do sistema vero-testamentário. É preciso entender que
o judaísmo se esgotou e o vinho velho acabou. A Nova aliança produziu o novo
vinho de qualidade superior.
O desprezo pelo estudo profundo das Escrituras tem
gerado os pirotécnicos “atos proféticos”. Isso é negação da pessoa de Cristo e
de Sua obra. Os atos proféticos bíblicos têm sua base nos atos de Jeremias (19:
1-10) e Isaías (20:1-4). Os atos proféticos foram usados para demonstrar o que
Deus faria. Eram revelações de Deus.
Hoje, os “atos proféticos” são determinações
humanas. Os fazedores dos “atos proféticos” determinam a Deus. Dizem o que Deus
deve fazer. O foco é o agir humano. Os fazedores de “atos proféticos” levam o
povo a realizar seus atos proféticos nas barragens dos açudes decretando a Deus
para mandar chuva. Outros realizam “atos proféticos” nos prédios públicos para “queimar”
a incredulidade. Outros efetuam a “unção” das ruas da cidade. Quanta
megalomania!
Precisamos voltar a Jesus. Ele disse: “A lei e os
profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o Evangelho do Reino de
Deus” (Lc 16.16). Quando a igreja perde essa visão se judaíza e abre a porta
para outro Cristo. Só há Jesus. Não há outro caminho. Jesus é o único. Nem
estrela de Davi, nem castiçais, nem arca, nem shophar. Só a cruz. A atitude da
igreja não deve ser de realização de “atos proféticos”. Viver o Evangelho,
questionar atitudes erradas e denunciar o pecado deve ser nossa atitude como
igreja. O modelo do Novo Testamento não é de realização de “aos proféticos”,
mas de sal salgando a sociedade.
Ir. Marcos Pinheiro
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