sábado, 16 de dezembro de 2017

“EVANGELHO DE BOTEQUIM”

                                                 “EVANGELHO DE BOTEQUIM”


É moda após meia noite se ter uma enxurrada de pessoas se autodenominando de pastores, apóstolos, bispos nas redes sociais descaracterizando o verdadeiro Evangelho. É um tal de “decretar”, “exigir seus direitos”, “reivindicar” o que demonstra uma total ignorância da doutrina da graça. Consequentemente, do que seja o Evangelho.

O lema é “Sinto, logo existo”. Esses pseudos-evangélicos levam as pessoas a não pensarem, mas a sentir. Para esses falsários, as emoções valem mais que a razão. Para eles as emoções das pessoas lhe são as norteadoras de sua conduta. Eles conseguem tornar as pessoas animais que devem ter seus instintos saciados. Por isso, não param de dizer: “O Senhor está me falando", "O Senhor está me revelando", "Estou tendo agora uma visão”. São expressões para legitimar as coisas mais esdrúxulas.

O “evangelho de botequim” derrubou a parede entre a feitiçaria e o verdadeiro Evangelho. Tem copo com água “orada” que se bebida desaparece todas as mazelas. Tem toalha “ungida” que chupa as doenças. Tem oração sobre carteira de dinheiro e sobre cartão de crédito para trazer a “bênção” da prosperidade. Tem repreensão de "maldição" sobre carros e eletrodomésticos para que não apresente mais defeitos. “Unção” sobre as paredes dos apartamentos para expulsar os demônios que lá estão alojados. Correntes de oração onde se leva uma foto da pessoa para ungi-la e ela deixar o vício.

Lamentavelmente, as redes sociais tem sido palco de gente ligada ao deus mamon. Surpreende-me o ibope dado a esses réprobos que vivem de fazer pirotecnia nas redes sociais em nome do deus das riquezas. Choca-me ao vê-los ovacionados pelos seus vômitos heréticos. Fico impressionado ao ver as carinhas de satisfação do povo pelas apostasias desses líderes. Revolta-me ao ver suas declarações calcadas na subjetividade e não em verdades bíblicas. “A Bíblia diz” cedeu lugar ao “Deus me revelou”. A fé virou catarse. Tudo pelo o “sentir” e o “revelar”. Nada pela razão. Nada pelo cognitivo.

Minhas palavras expressam o que vejo: desinteresse com as Escrituras. Os evangélicos brasileiros não querem santidade de vida, querem oba-oba. Querem reza evangélica. Querem oração supersticiosa.

Cuidado com o “evangelho de botequim”. Ele é evento. É show. É business. Tem postura manipuladora. Tem linguagem de botequim. Xexelenta. É sensacional e fantasioso. Mas, não tem conteúdo teológico. A cognoscibilidade nos fará bem. Os sentidos não são mais elevados que a razão.

A proliferação e o carisma desses líderes devem nos levar a reflexões. Se acatarmos e vivermos na sensação perderemos o discernimento.

Tenho dito,
Ir. Marcos Pinheiro

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