OS
GURUS INTOCÁVEIS
O salmo 105:15 tem sido usado como escudo pelos falsos pastores - os
gurus intocáveis. A bandeira desses embusteiros é: “Somos ungidos especiais e,
ai daqueles que falam contra nós”. Criaram para si uma imunidade espiritual.
Usam indevidamente o Salmo 105:15 para ameaçar aqueles que denunciam suas
práticas estapafúrdias. Ameaçam eles: “Vocês estão em perigo quando questionam
a minha prática, arrependam-se ou Deus vai fulminar vocês”.
O contexto do Salmo 105 faz alusão a Israel no Egito. A ordem da
intocabilidade nos ungidos se refere, no texto, aos patriarcas até Jacó. A
ordem da intocabilidade foi dirigida às nações pagãs, por onde a família eleita
peregrinasse, antes de chegar ao Egito. Trata-se, portanto, dos episódios
envolvendo Abraão, Isaque e Jacó em conflitos com seus vizinhos. Esses vizinhos
deviam saber que não podiam tocar na família ungida.
Observa-se no episódio em Gênesis 20:1-7 que não se podia tocar em Sara,
esposa do patriarca Abraão. Portanto, os ungidos intocáveis e não maltratáveis,
no texto, são os patriarcas. Não são os pastores do presente século. Um pastor
não está acima da crítica e não é intocável. “Ungido do Senhor” não se trata de
uma casta privilegiada e superior que é imune aos questionamentos de suas
práticas. Título eclesiástico, popularidade e anos de ministério não significa
que alguém não possa ser contestado à luz da Palavra de Deus. Não significa que
devemos silenciar diante das práticas heréticas cometidas.
Jesus sempre denunciou e confrontou aqueles que abusavam espiritualmente
das pessoas. Paulo denunciou Himeneu e Fileto dizendo que as palavras deles
corroem como gangrena. Cita Janes e Jambres como homens corruptos de
entendimento e réprobos quanto à fé. Cita Alexandre, o latoeiro, que causou
males ao resistir a Santa Palavra de Deus. Ninguém é imune à análise bíblica de
seus ensinamentos. O juízo de valor não é proibido na Bíblia. Não podemos
aceitar passivamente as apostasias propagadas pelos gurus intocáveis. Os
Pseudo-ungidos.
Os gurus intocáveis se acham. Sentem-se tão dignificados a ponto de não
aceitarem qualquer forma de questionamentos de suas palavras. Consideram-se
donos do rebanho. Por isso, o manipula e o trata de modo abusivo. O interesse
dos gurus intocáveis está no controle que exercem sobre o rebanho. Dilaceram e
esfolam o rebanho com suas palavras gangrenadas.
Em Mateus 7:1 diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados”. Alguns
usam esse versículo para dizer que não podemos julgar práticas abomináveis. Mas,
o contexto de Mateus 7 condena o julgamento hipócrita. Jesus está ensinando que
não devemos nos postar como juízes contra uma pessoa usando nós mesmos como
padrão. Fazer uma avaliação tendo como padrão a Palavra de Deus, isso podemos
fazer. João 7:24 diz: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a
reta justiça”. É impossível nos acautelarmos dos falsos pastores sem julgar a
doutrina e a prática que eles pregam comparando-as com a Palavra de Deus.
Quando julgamos alicerçado na Palavra de Deus, julgamos pelo julgamento de
Deus. Isso não é pecado.
Ir. Marcos Pinheiro
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