O Evangelho Social
Uma das temáticas de nossos dias resume-se na frase: “Tudo pelo social”. Esse tema tem sido tão explorado que atingiu dimensões não só ideológica e política, mas, religiosa.
Na dimensão religiosa o tema penetrou como “vírus mutante” nas igrejas cristãs com o objetivo de alterar o puro evangelho bíblico e histórico dando origem ao chamado “evangelho social”. Infelizmente esse evangelho tem levado muitos líderes eclesiásticos a pensarem que a igreja do Senhor Jesus Cristo deve ser um posto de distribuição de roupas e alimentos aos famintos, um centro de assistência social destinado às comunidades carentes. Na igreja do “evangelho social” ouve-se muito pouco sobre as grandes doutrinas bíblicas, como a da redenção, mas muito sobre questões sociais e reforma do bem comum. O evangelho social está entrincheirado nos púlpitos, dando ênfase à mensagem de reforma do Antigo Testamento em lugar da mensagem de redenção da alma contida no Novo Testamento.
Para os defensores do evangelho social “Deus está engajado na luta em favor dos pobres, a Bíblia deve ser lida dessa perspectiva, o evangelho é um protesto contra o escândalo da pobreza e um chamado a erradicá-la da vida humana”.
Quando tentamos olhar a Bíblia na visão do “evangelho social” encontramos um oximoro, pois, Jesus não fez uma opção pelos pobres. Ele manifestou-se como a graça de Deus que traz salvação a todos os homens: ricos e pobres. Quando estudamos os evangelhos constatamos que Jesus nunca desprezou a ninguém e a ninguém rejeitou. Ele proferiu palavras de fé, esperança e de amor a todos que cruzou o seu caminho, entre os quais havia desde os mais humildes, como os samaritanos e os leprosos, até os mais elevados, como Nicodemos, Jairo e o comandante romano de Cafarnaum.
Na época de Jesus, Herodes, Pilatos e outros governadores da Palestina representavam o opressivo e corrupto império romano, que com suas extorsões, torturas e injustiças, zombavam da dignidade humana. Nessa ocasião estavam na moda os “movimentos de libertação”. Os Sicários era um grupo de agitadores e terroristas da época que, portando armas brancas escondidas em suas vestes, infiltravam-se nos ajuntamentos públicos a fim de assassinar autoridades romanas. Embora, Jesus vivesse no meio de tanto ódio, opressão e injustiças, nunca liderou uma insurreição dos oprimidos contra os opressores romanos. Não há nenhuma evidência bíblica de que Jesus tivesse tentado reunir os pobres numa insurreição que derrubasse as opressivas estruturas do poder de Roma. Isso desmascara a doutrina do “evangelho social” que vê Jesus como “libertador social”.
Jesus ao recusar-se de interferir na administração dos que detinham o poder, revelava a sua descrença em que medidas humanas externas pudessem debelar a injustiça e o sofrimento do pobre. Ele trouxe o único remédio verdadeiramente eficaz para uma cura verdadeiramente definitiva: A regeneração do coração do homem. Jesus nunca organizou greves, manifestações, protestos, nem outras demonstrações de desobediência civil entre os seus seguidores. Em seus ensinamentos vemos justamente o oposto: seus discípulos foram conclamados a submeter-se, não resistir a maus tratos e injustiças, ir além do que lhes era exigido, amar em vez de odiar seus inimigos. O império romano estava corrompido politicamente, mas Jesus nunca mencionou esse fato. Ele repreendeu os líderes religiosos por corrupção e heresia, conclamou-os ao arrependimento oferecendo-lhes a salvação.
A mesma igreja que proclama as Boas Novas deve ser a mesma que estende a mão ao necessitado. Mas, nunca a igreja deve trocar a autêntica mensagem redentora do evangelho e o fulgor da fé por uma ideologia de transformação meramente social do homem como apregoa os adeptos do “evangelho social”, pois, raiz mais profunda dos problemas sociais é a corrupção do coração humano.
O apóstolo Tiago reconhece as injustiças praticadas contra os pobres da sua época. Ele reconhece o desprezo que era dado aos materialmente carentes. A sua resposta não sugere protestos e manifestações públicas, mas antes lembra a proximidade da vinda do Senhor (Tiago 5:8). Judas, expondo-nos a corrupção dos últimos tempos, não diz: “é preciso se engajar no movimento social pró-libertação”, mas orienta os cristãos que se guardem no amor a Deus e que se dediquem a servir os outros (Judas 21:23). Quando lemos as cartas de Paulo não o vemos organizando manifestações, fazendo protestos, ou incentivando passeatas em prol do social. Não há por parte do apóstolo nenhuma indicação de que o cristão deva recorrer a algum ato público para influenciar o governo a mudar seus métodos e planos de ação. Paulo era um alienado? A verdade é que o recurso da igreja do Senhor Jesus não é a agitação ou a mobilização das massas tão defendida pelos pregoeiros do “evangelho social”, mas, é entrar na presença de Deus em oração e jejum e proclamar o evangelho na unção do Espírito Santo. A paixão da igreja deve ser a proclamação do Evangelho. O grito de soluço de John Knox foi: “Dá-me a Escócia para Cristo senão morrerei”. O brado de Jonh Wesley foi: “o mundo é a minha paróquia”. A paixão de Henry Martin ficou registrada quando ele desembarcando nas praias da índia, clamou: “Permita-me consumir-me por Deus”. A paixão de David Brainer ficou marcada quando, tossindo sangue dos pulmões turbeculosos, orava e chorava pela conversão dos índios peles-vermelhas. É importante salientar que a escravidão findou no império romano com os cristãos pregando o evangelho e praticando o amor tanto ao capataz como ao escravo. A igreja deve opor-se às injustiças sociais anunciando o evangelho que é o poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças!
Autor: Marcos Pinheiro, engenheiro, professor da Unifor, membro da igreja Assembléia de Deus. E-MAIL: marcos_apb@unifor.br
Uma das temáticas de nossos dias resume-se na frase: “Tudo pelo social”. Esse tema tem sido tão explorado que atingiu dimensões não só ideológica e política, mas, religiosa.
Na dimensão religiosa o tema penetrou como “vírus mutante” nas igrejas cristãs com o objetivo de alterar o puro evangelho bíblico e histórico dando origem ao chamado “evangelho social”. Infelizmente esse evangelho tem levado muitos líderes eclesiásticos a pensarem que a igreja do Senhor Jesus Cristo deve ser um posto de distribuição de roupas e alimentos aos famintos, um centro de assistência social destinado às comunidades carentes. Na igreja do “evangelho social” ouve-se muito pouco sobre as grandes doutrinas bíblicas, como a da redenção, mas muito sobre questões sociais e reforma do bem comum. O evangelho social está entrincheirado nos púlpitos, dando ênfase à mensagem de reforma do Antigo Testamento em lugar da mensagem de redenção da alma contida no Novo Testamento.
Para os defensores do evangelho social “Deus está engajado na luta em favor dos pobres, a Bíblia deve ser lida dessa perspectiva, o evangelho é um protesto contra o escândalo da pobreza e um chamado a erradicá-la da vida humana”.
Quando tentamos olhar a Bíblia na visão do “evangelho social” encontramos um oximoro, pois, Jesus não fez uma opção pelos pobres. Ele manifestou-se como a graça de Deus que traz salvação a todos os homens: ricos e pobres. Quando estudamos os evangelhos constatamos que Jesus nunca desprezou a ninguém e a ninguém rejeitou. Ele proferiu palavras de fé, esperança e de amor a todos que cruzou o seu caminho, entre os quais havia desde os mais humildes, como os samaritanos e os leprosos, até os mais elevados, como Nicodemos, Jairo e o comandante romano de Cafarnaum.
Na época de Jesus, Herodes, Pilatos e outros governadores da Palestina representavam o opressivo e corrupto império romano, que com suas extorsões, torturas e injustiças, zombavam da dignidade humana. Nessa ocasião estavam na moda os “movimentos de libertação”. Os Sicários era um grupo de agitadores e terroristas da época que, portando armas brancas escondidas em suas vestes, infiltravam-se nos ajuntamentos públicos a fim de assassinar autoridades romanas. Embora, Jesus vivesse no meio de tanto ódio, opressão e injustiças, nunca liderou uma insurreição dos oprimidos contra os opressores romanos. Não há nenhuma evidência bíblica de que Jesus tivesse tentado reunir os pobres numa insurreição que derrubasse as opressivas estruturas do poder de Roma. Isso desmascara a doutrina do “evangelho social” que vê Jesus como “libertador social”.
Jesus ao recusar-se de interferir na administração dos que detinham o poder, revelava a sua descrença em que medidas humanas externas pudessem debelar a injustiça e o sofrimento do pobre. Ele trouxe o único remédio verdadeiramente eficaz para uma cura verdadeiramente definitiva: A regeneração do coração do homem. Jesus nunca organizou greves, manifestações, protestos, nem outras demonstrações de desobediência civil entre os seus seguidores. Em seus ensinamentos vemos justamente o oposto: seus discípulos foram conclamados a submeter-se, não resistir a maus tratos e injustiças, ir além do que lhes era exigido, amar em vez de odiar seus inimigos. O império romano estava corrompido politicamente, mas Jesus nunca mencionou esse fato. Ele repreendeu os líderes religiosos por corrupção e heresia, conclamou-os ao arrependimento oferecendo-lhes a salvação.
A mesma igreja que proclama as Boas Novas deve ser a mesma que estende a mão ao necessitado. Mas, nunca a igreja deve trocar a autêntica mensagem redentora do evangelho e o fulgor da fé por uma ideologia de transformação meramente social do homem como apregoa os adeptos do “evangelho social”, pois, raiz mais profunda dos problemas sociais é a corrupção do coração humano.
O apóstolo Tiago reconhece as injustiças praticadas contra os pobres da sua época. Ele reconhece o desprezo que era dado aos materialmente carentes. A sua resposta não sugere protestos e manifestações públicas, mas antes lembra a proximidade da vinda do Senhor (Tiago 5:8). Judas, expondo-nos a corrupção dos últimos tempos, não diz: “é preciso se engajar no movimento social pró-libertação”, mas orienta os cristãos que se guardem no amor a Deus e que se dediquem a servir os outros (Judas 21:23). Quando lemos as cartas de Paulo não o vemos organizando manifestações, fazendo protestos, ou incentivando passeatas em prol do social. Não há por parte do apóstolo nenhuma indicação de que o cristão deva recorrer a algum ato público para influenciar o governo a mudar seus métodos e planos de ação. Paulo era um alienado? A verdade é que o recurso da igreja do Senhor Jesus não é a agitação ou a mobilização das massas tão defendida pelos pregoeiros do “evangelho social”, mas, é entrar na presença de Deus em oração e jejum e proclamar o evangelho na unção do Espírito Santo. A paixão da igreja deve ser a proclamação do Evangelho. O grito de soluço de John Knox foi: “Dá-me a Escócia para Cristo senão morrerei”. O brado de Jonh Wesley foi: “o mundo é a minha paróquia”. A paixão de Henry Martin ficou registrada quando ele desembarcando nas praias da índia, clamou: “Permita-me consumir-me por Deus”. A paixão de David Brainer ficou marcada quando, tossindo sangue dos pulmões turbeculosos, orava e chorava pela conversão dos índios peles-vermelhas. É importante salientar que a escravidão findou no império romano com os cristãos pregando o evangelho e praticando o amor tanto ao capataz como ao escravo. A igreja deve opor-se às injustiças sociais anunciando o evangelho que é o poder de Deus que transforma aqueles que praticam injustiças!
Autor: Marcos Pinheiro, engenheiro, professor da Unifor, membro da igreja Assembléia de Deus. E-MAIL: marcos_apb@unifor.br
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